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Textos Revisados do zine #20

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Mensagem por Kio Qua Jan 05, 2011 8:22 am

Em breve. Smile


Última edição por Kio em Seg Fev 21, 2011 9:50 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Cinthia Ter Jan 11, 2011 8:31 am

Revisei o texto Cíntia. Está muito bom, mudei poucas coisas:



Cíntia

Acordou numa cama estranha com uma estranha mais estranha ainda. Sua cabeça doía e os órgãos internos queixavam-se da noite anterior. A cabeça era o que mais doía. Gostava de pensar que a dor de cabeça era causada pelo crescimento do cérebro devido a um grande número de informações registradas na festa. Esse grande número de informações normalmente causa uma pane no sistema nervoso. Então você não lembra direito o que fez. E, de fato, você não usa o cérebro quando ele desliga. E é por isso que ele não se lembrava do nome da garota que dormia na cama.
Talvez ele nunca tenha sabido o nome dela. Questiona-se se ela sabe o seu nome. Muitos criticam esse estilo de vida. Dizem que não vale a pena se você não conseguir lembrar. Não se lembra do que fez na maior parte de 1994. E ele tinha quatro anos nessa época. E ele não bebia aos quatros anos. Claro que houveram exceções. Teve aquele restinho de cerveja num copo que ninguém sabia de quem era, no aniversário da tia Rita. Mas não era o suficiente para fazê-lo perder a memória. O que o incomodava era a tremedeira. Sempre tremeu. Até quando tinha quatro anos. Mas nos dias após a bebedeira ele tremia compulsivamente. Foi uma vez ao neurologista, que pediu um exame de sangue que ele não fez. Não fez porque tinha medo que também detectasse AIDS. Tinha medo do vírus do amor porque uma vez estava bêbado demais e não usou camisinha. Apesar de muitos falarem que ele não fez o exame pela sua fobia incontrolada de seringas. Não tinha problemas com agulhas. Tinha feito três tatuagens. Mas não suportava olhar para uma seringa. Apesar de ser a favor da liberação da heroína. As festas seriam melhores. A sobriedade era a pior parte da festa. Não. A ressaca que era. A sobriedade era passageira. E o ritmo dependia apenas de si mesmo. Já a ressaca parecia interminável. Quase tão interminável quanto o sono da garota anônima que acabava de acordar. Odiava essa parte. Ele queria ter sido esperto e ido embora antes dela acordar. Agora não sabe se espera até de noite. Se for embora após o almoço pode parecer interesseiro. Se for embora de noite pode parecer querer um relacionamento. Se for embora agora pode parecer grosso e acabar com tudo o que tenha possivelmente dito na noite anterior.

- Vou-me embora. Tenho que trabalhar. Qual o seu nome?

- É Carlos.
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Mensagem por Cinthia Ter Jan 11, 2011 8:58 am

Mais um texto revisado: Heliomachia, O Advento da Lua.


Heliomachia: O Advento da Lua

Foi até aquele lugar que a grande jornada me levou. Levou a todos nós. Ao grande platô no alto da cidade flutuante de Deus. E ali eu fracassei, ali eu não pude fazer mais além. Toda minha concentração estava voltada contra a luz. A Criança fazia com que sua Grande Chama ardesse como nunca. Além de sustentar o manto de sombras de Iácono, que agonizava ao chão com a pele já se abrindo em bolhas diante do calor que era quase insuportável até a mim, eu precisava deter toda a luz que jorrava da mais poderosa das armas. Não conseguia nem pronunciar palavra que fosse, a maior parte de meu corpo já se desconstruía e se fundia com as trevas que eu invocava àquele lugar. Eu era uma estátua quase etérea cuja toda concentração era apreendida pela tarefa de impedir que o gárgula se tornasse rocha, e todo o resto, cinzas.
Miguel era nossa única ofensiva direta. Apenas ele possuía condições de enfrentar o Deus do Quarto Mundo em equiparáveis condições, ou quase. Não consegui capturar todos os detalhes, eu só pensava na minha parede de sombras, visualizava-a diante de mim e sabia que se eu me contivesse, mesmo que por alguns segundos, a loucura divina consumiria tudo. Não só nós, mas a cidadela dos céus, a cidade abaixo, Het-ka-Ptah, e tudo que se encontrasse às margens do grande rio. O que sei é que, por um tempo que me pareceu longo demais, ambos duelaram com suas espadas e asas pelo céu, até que Miguel não resistiu diante da Face do Falcão. O Deus-Sol atingiu o seu irmão celestial pelas costas e o agarrou firmemente, estrangulando seu pescoço.
A Criança pensara que Miguel estava domado, mas ele não desistiu. Com sua espada de marfim, perfurou o próprio peito, transpassando-o. A lâmina saiu pelas suas costas e atingiu o peito de Deus. Com uma única estocada, dois corações angelicais foram perfurados, mas aquela não era uma arma como as destes cinco mundos. Nenhuma gota de sangue espirrou. Aquela era uma arma que matava imortais eliminando sua imortalidade. Miguel finalmente sorriu, para nunca mais o repetir, antes de seu pescoço se partir, e seu corpo cair sem vida no solo. A espada do Construtor também caiu, para sumir da mesma forma que apareceu neste mundo. Nunca mais eu soube dela.
Enquanto nosso anjo caía, não sem antes derrubar nosso inimigo ao estado de um de nós — o mais poderosos entre nós, mas ainda assim um de nós — Todra havia alcançado o mais alto patamar da cidadela. O pássaro estava diante da Grande Chama de Deus, e quanto mais se aproximava, maior era o poder da ave. O ferreiro de pele verde que tentara proteger o globo de fogo que era a fonte de poder teórica e concreta d’A Criança não pôde resistir a toda a força que Todra absorvia e acumulava em seu corpo vinda da arma do inimigo, e agora o medíocre artesão que criara a arma estava caído ao chão em desespero, proferindo todas as formas de insultos contra aqueles que ameaçavam sua obra e seu Deus.
Todra fora indiferente aos lamentos do pusilânime ferreiro e com sua marreta golpeava a Grande Chama. A cada golpe seguia-se um tremor que era mais luminoso do que sonoro ou sísmico. A cada golpe, fragmentos da esfera de fogo e luz se desprendiam dando-a a aparência de uma massa disforme sobre um altar. Um símbolo religioso venerando algo tão distorcido e deformado quanto divino. E, a cada golpe, a Grande Chama parecia pulsar, parecia expelir para fora de si seu poder, que se dispersava, à exceção dos fragmentos que colidiam contra as construções da própria cidade, destruindo-a, e contra o corpo de Todra, fortalecendo-o e prendendo em um círculo vicioso de poder. Foi então que seu corpo pareceu ter acumulado mais energia do que suportava. O outrora pequeno Todra agora era uma monstruosa ave cuja sombra era quase tão grande quanto a que eu gerava. Seu corpo absorvera tanto calor que finalmente incendiava. Suas poucas plumas e sua carne foram consumidas pelo fogo, seus ossos se desmancharam em pequenas migalhas sobre poeira cinza, mas, ainda assim, tamanha era sua determinação que ele continuou a martelar. Sua marreta subia e descia pelo braço de uma imagem formada apenas pelo fogo da força de vontade. Todra se tornou aqui algo parecido com o que meu pai fora em seu mundo. E quando a Ave de Fogo desferiu o golpe definitivo, quando meu amigo mudou para sempre as regras da natureza que governam este mundo, a Grande Chama se desfez em uma tempestade de fagulhas. Explodiu com tamanha intensidade, que Todra fora jogado com a força que o fez dar uma volta completa ao redor do mundo, e todos os povos puderam vê-lo em seus céus. Viram uma esplendorosa ave que na morte pelo fogo, nas próprias cinzas renasceu em fogo, e dizem alguns, como o pequeno povo da Baía de Eníria, que até hoje ele dá voltas pelo mundo, e tamanha é sua graça que alguns o confundem pensando ser ele uma nova Grande Chama em eterno movimento.
A explosão gritou com um clarão final, e quando o ofuscamento que ela causou se foi, junto levou a realidade conhecida. Eu finalmente pude descansar. Miguel e Todra se foram, mas levaram consigo o que A Criança tinha de especial. A partir de então, este era um mundo de iguais onde não existia mais Deus. Mas eu caí, estava exausta e nada podia fazer contra A Criança que marchava até mim.
Foi então que Iácono se ergueu, arremessando ao longe o longo manto negro que o cobrira durante toda a nossa jornada até aqui. Ele esticou suas asas e, olhando para o céu que agora era escuro — não como o rubro e nevoento do outro lado do mar, mas em um azul amplo e libertador — se sentiu em casa. Assim a profecia deu-se início quando Iácono por seis vezes bradou desafiando o infante. E pela primeira vez A Criança temeu. Temeu diante do reluzir da armadura prateada do cavaleiro alado que não a temia. Coruscava em prata como o novo disco marfim que brilhava no céu. Entretanto este círculo não ardia em fogo como o anterior, era sim de um brilho apaziguador e aconchegante e parecia ter, na condição de recém-chegado à História, vindo observar aos eventos finais da era que estava se acabando. E todas as raças, livres ou escravas, olharam para o céu naquela primeira noite e viram que, antes de Iácono cair após a espada d’A Criança rasgar completamente seu corpo, seis vezes ele se levantou, e seis flechas de seu arco-cruzado perfuraram o coração de seu inimigo, e que, em sua última queda, a besta levou consigo o filho do Criador.
E ambos os corpos jazeram sobre as areias do deserto, mas apenas um deles foi cercado por representantes de todas as raças. Iácono olhou a todos os que à sua volta o saudavam e pediu desculpas a um menino por não podê-lo auxiliar a construir seu reino livre como prometera. Só que o menino chamado Mipia disse-lhe que não deveria se desculpar, pois já o tinha auxiliado. E Iácono olhou para o céu azul e descobriu pequenos pontos luminosos, pequenos lampejos distantes e imaginou o que seriam e se poderia chegar até eles. E, como conta o povo de Mipia, assim se fez, pois, ao final do dia, a primeira e mais intensa estrela a surgir no céu não é nada além do cavaleiro alado nos olhando do firmamento. E assim partiu o maior herói que já houve nestes cinco mundos.
Quando eu acordei, a cidadela em ruínas despencava lentamente dos céus, e o servo rastejante de pele verde, às lágrimas, pisava e cuspia sobre os ossos de Todra. A vontade que me despertou foi a de matá-lo, de acabar com o último símbolo daquele antigo mundo que deixava de existir. Deixei-o lá chorando diante de um altar vazio, promovendo juramentos a Deus nenhum e profecias engendradas e reacionárias.
E foi assim que fracassei, que perdi meus amigos, e que chegou o fim da Era Heróica destes mundos. Foi assim que participei da criação de um mundo onde não sou mais necessária e me tornei apenas uma sombra que vaga sozinha e sem propósito.
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Mensagem por Kio Ter Jan 11, 2011 9:06 am

RESENHAS GONZO!
Começando com uma HQ on-line: Hipster Hitler!


Descobri este site nas minhas andanças pelo cyberespaço. Esta webcomic, criada pelos misteriosos “JO” e “APK”, mostra uma hipótese bizarra: e se Hitler também tivesse se identificado com o movimento Hipster? E se ele agora usasse óculos de aros grossos, camisetas com frases jocosas, usasse franjinha estáile (ops, mas isso ele JÁ usava!), se tornasse um ecochato (isso ele também era…), tivesse alma artística (oh, isso ele TAMBÉM tinha!) e se ligasse no movimento “underground”?
O resultado é um pós-adolescente autocrático, que anda de bicicleta para economizar gasolina, curte arte de vanguarda (que, curiosamente, faz referências à épocas posteriores à década de 40), abomina a celebridade, escreve haikus e se preocupa excessivamente com a estética do movimento nazista. E o mais curioso é que quase chega a fazer sentido!
Desde jovem, Adolf Hitler sempre pensou diferente dos demais. Tinha grandes pretensões artísticas, estava longe de ser um conformista, era vegetariano e a favor do direito dos animais – ideais bastante avançados para a época. Era um orador performático e um ator inato e carismático. Sim, era um racista motherfucker, e curiosamente o anti-semitismo era a coisa mais “parecida com os outros” que ele tinha – não podemos nos esquecer que o ódio aos judeus não era exclusividade da Alemanha naqueles tempos. O apelo estético também era muito importante para Hitler – assim como o é para os Indies de hoje (aliás, o documentário ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO, de 1992, nos fala bastante deste lado mais “artístico” do nazismo).
Explorando estas pequenas brechas, as piadas hipsterescas parecem cair quase perfeitamente com a personalidade do Führer original, o que chega a ser assustador!
O site tem causado um grande burburinho net afora, também pudera! Estamos falando do homem mais conhecido do mundo – e também o mais odiado. Alguma notoriedade haveria de acontecer bem depressa. E os autores, que não são bobos nem nada, estão começando a lucrar com isso. Primeiramente, com a venda das curiosas camisetas que Hitler usa na webcomic – todas com uma frase irônica que mistura nazismo com cultura “underground” e roqueira.
O site existe desde agosto de 2010 e conta com cerca de 30 historietas de uma página. O traço do autor é simplório, provavelmente feito com imagens de fotos contornadas, mas quem se importa?! É bom o suficiente para ilustrar o Hitler mais carismático que eu já vi (por mais errado que isso seja!), com direito a expressões e poses que o retratam como um indiezinho afetado perfeito!
Você pode ver as HQs desde o começo acessando o site hipsterhitler.com. Estão todas em inglês e algumas coisas engraçadinhas em alemão. Conhecer um pouco de História ajuda na hora de entender algumas piadas, então faça seu dever de casa! Não será difícil, uma vez que o que mais andam pipocando pelas bancas por aí são revistas de História – mais especificamente falando sobre a Segunda Guerra Mundial.
Vale a pena conferir! E, quem sabe, isto não seja o começo de uma onda de camisetas do Hitler… tal qual as do Mussum e do Seu Madruga!
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Mensagem por Kio Ter Jan 11, 2011 9:09 am

VÍCIO
(Por Agente Dias)


Ah, a Sorte! Chegou na hora certa. Tão certa que viu o terceiro limão se juntar aos outros dois. O salão estava lotado, mas parecia exclusivo para mim. Só eu e aquela fonte de dinheiro jorrando. A cada moeda que pulava no balde eu enxergava o fim das dívidas, comida farta na mesa e um casamento reanimado. Mas foram só pensamentos... A Sorte é ilusionista! Não me avisou que aquela casa de sorte tinha uma vizinhança viciante. Meses passaram. Aquele dinheiro não existe mais e o que tenho, uso pra tentar recuperar. Tudo está piorando. Parentes me condenam, com ou sem razão, esposa no limite da confiança e da credibilidade, raros amigos me entendem, mas não aceitam essa minha desgraçada rotina. Tudo isso já me fez sumir algumas vezes desse lugar, mas hoje... hoje vi meu único filho chorando de fome. Com a alma humilhada e sangrando, tomei emprestado dez reais e, com a metade, comprei pão e leite. Não vai durar pra sempre, depois de amanhã ele vai voltar a chorar. Estou com a outra metade, o mesmo valor que me fez encontrar aquela sorte. Estou na mesma máquina, no mesmo horário daquele dia e posso apertar o botão com o mesmo desejo. Quem sabe finalmente a Sorte não volta? Quem sabe?

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Mensagem por cpanhoca Qui Jan 13, 2011 2:37 pm

opa valeu aí, cinthia!
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Mensagem por Rodrigo! Sex Jan 14, 2011 6:36 am

Mais um:

Rdelton escreveu:
DIÁLOGOS de BRÁULIO
UM: THE BIGMOUTH STRIKES AGAIN ou O Bráulio saiu, mas vai entrar de novo...
Sim, eu regressei... (pausa de suspense).
Diante dos infinitos apelos, feitos de todas as maneiras possíveis, pelos fãs e leitores dessa pseudo-revista, decidi voltar a escrever esses magníficos vocábulos que transbordam da minha mente prodigiosa.
Sim, eu ressuscitei – Pois os boatos sobre minha morte foram amplamente exagerados...
Retorno das inquietudes do meu silêncio, ébrio de ciência, saber e vontade! Nesse período de auto-imposta solidão pude refletir sobre esta habilidade crítica tão característica do meu ser; e sobre o que sou e o que represento à espécie humana. Finalmente, cheguei a uma conclusão:
EU SOU O ÁPICE DA EVOLUÇÃO! UMA MARAVILHA DA NATUREZA! (pausa para aplausos)
É verdade... É verdade... Obrigado... Na falta de adjetivos suficientes para definir a minha pessoa, somente pude selecionar o que soaria um pouco menos profícuo ao falar de mim.
Foi realmente gratificante ver que a cada edição dessa pseudo-revista, chegavam mais e mais pedidos para que eu regressasse e distribuisse mais pérolas da minha sapiência. A farsasobre de minha morte nada mais fez que aumentar o desejo de vocês, leitores e fãs, em saber mais sobre meu estado anímico. E isso prova uma coisa sobre vocês, meus augustos leitores: que realmente tenho muita razão quando reconheço o quanto sou MARAVILHOSO!
(pausa)
Ops... Desculpem meu pequeno lapso... Deveria estar falando dos leitores, não é? (risos)
Bom, isso prova que todos os leitores são óbvios.
Porque, efetivamente, é óbvio que minha crítica é arguta, precisa e imparcial e meus textos são de uma beleza indizível, agradando a todas as pessoas de bem que os leem.
Mas eu, Bráulio Taumaturgo, na minha imensa humildade, posso afirmar que vosso bom-gosto muito me apraz, pois corrobora tudo quanto disse.
Isso posto, uma salva de palmas a todos os leitores. (bate palmas lentamente com as mãos).
Em nosso próximo diálogo, que ocorrerá na próxima edição, contarei um pouco mais sobre mim e sobre os motivos que levaram à falácia de minha morte e atual “ressureição”, assim como farei pequenas - mas certeiras - observações sobre o periódico em questão.
Devo admitir: é bom estar de volta,
Atenciosamente seu,
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Mensagem por rdelton Dom Jan 16, 2011 8:44 am

Hiro eu mudei umas coisinhas pequenas, ok? Confere, por favor... Se não gostar eu mudo;

Carta ao Avô

Soube que a sua saúde piorou. Sei que não há muito tempo, então serei direto e sincero. Não posso ir até o senhor, pois estou longe cuidando dos negócios da família. Também sei que o senhor prefere que eu continue com meu trabalho, do que vá aí vê-lo. Pois será isso o que eu farei.
Farei o que o senhor me ensinou a fazer. Serei o homem que o senhor quer que eu seja. Serei como o senhor mostrou que eu deveria ser naquele dia. Eu não queria acompanhá-lo naquele dia, ainda era muito jovem, mas o senhor achava que eu já estava pronto. Lembro como eu tremia ao seguí-lo. O senhor disse que não havia motivos para ter medo.
Todos eles estavam dormindo naquele momento. Nós os surpreenderíamos.
Eram eles quem deveriam temer.
Nós chegamos à porta do casarão. O senhor ergueu o machado e, com dois golpes, as trancas foram abaixo... recordo-me de me alcançar o machado, e de ser ofuscado pelo reflexo vindo da munição prateada que o senhor colocava nos revólveres. O segui dentro do casarão escuro e úmido. Eu tremia muito, mas o senhor estava sempre confiante. Procuramos até acharmos os leitos.

Eles todos dormiam com rostos serenos e pálidos.
Aparentavam ter sonhos felizes.

Após examinarmos em silêncio, o senhor escolheu o primeiro. Disse que deveria ser aquele, pois era, o mais forte. Sem ele, os outros não teriam chances. O senhor sacou a grande faca do cinto, e meus joelhos começaram a tremer ainda mais. Eu me recordo do som que a faca fez ao cortar a carne e quebrar as costelas. Hoje, quando fecho os meus olhos, ainda o ouço gritar e vejo mais uma vez o movimento rápido que lhe arrancou o coração antes que pudesse ter qualquer outra reação. O lamento agonizante ecoou pelas salas e corredores da casa. Todos os outros despertaram e, logo, perceberam o que acontecia. Também me lembro de como fiquei sem reação ao vê-los saltarem com
seus rostos furiosos e vingativos e com seus gestos que lembravam bestas a defender sua toca ou ninho.

Vislumbro em minha mente mais uma vez como o senhor os abateu, um a um, com disparos que os atingiam no peito ou na cabeça.
Todos haviam tombado. Todos, exceto um.
Ele o atacou pelas costas em uma ação desesperada. Eu não me lembro de ter pensado em nada, só de meus braços se movendo com força, e do impacto do machado contra o crânio.
Eu estava apavorado.

Senti-me sujo ao ver o corpo estendido no chão, com aquela massa branca escorrendo-lhe da cabeça. Era o corpo de uma criança. O senhor soube como me senti, sempre soubeste, mesmo que eu não dissesse uma palavra. Colocou a mão sobre o meu ombro e falou que eu não tivera escolha. Eu o segui, agora escadaria acima.
O senhor não se preocupava mais em ser silencioso. Disse que ele já sabia que estávamos ali. Ao seguí-lo além do arco da porta do grande quarto no último andar, eu vi aquele homem velho.
Aparentava estar fraco e muito doente. Eu esperava o pior, mas o homem não fez nada quando o senhor aproximou-se da cama e ergueu a faca. O homem disse que não iria resistir. Que sabia que, se os mais jovens não tiveram chance alguma, não seria ele quem derrotaria aquele que invadira sua casa. Também disse que não possuía mais motivos para viver, pois todos os seus filhos estavam no andar de baixo. Só que o velho também deu um aviso; Disse que vocês dois eram almas gêmeas, pólos opostos de uma mesma força, imagens espelhadas.
Disse que vocês eram nêmesis um do outro.
Se ele morresse, o senhor perderia o sentido de viver, morreria pouco a pouco, e o seguiria em poucos anos. Então o senhor respondeu;
- O que faz de nossas vidas únicas e especiais é nossa capacidade de abrir mão delas por algo além de nós próprios, mas isso você jamais entenderá!
E então arrancou a cabeça do velho com um único golpe. E a última lembrança que tenho daquele dia é a do casarão em chamas, enquanto nós
partíamos.
Hoje eu estou longe do senhor fisicamente, mas me sinto mais próximo do que nunca cada vez que repito o seu trabalho. Sinto que somos um só cada vez que os caço.
Finalmente entendi o que o senhor quis me dizer. Não me sinto mais culpado, afinal, eles são os monstros, não nós. Eu arranco suas unhas e dentes como troféus, às vezes, seus olhos.
Faço exatamente o que me foi ensinado a fazer, e me torno cada vez mais o homem que o senhor quer que eu seja. É dessa forma que eu estou com o senhor, e é assim que eu sempre irei lembrá-lo.
Tenho orgulho de possuir o seu nome e o seu sangue... Sempre terei orgulho de ser neto do homem chamado;
Abraham van Helsing.
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Mensagem por rdelton Dom Jan 16, 2011 8:53 am

Tenho uma duvida aqui...

Não sei se a palavra "perdoo" pode ser escrita sem circunflexo ou não... Dei uma pesquisada e vi que tbm se escreve sem... No texto da Cinthia eu coloquei, mas não sei...

Que cês acham?

NA MADRUGADA


Na madrugada, ao som da voz de Ella, ela chorava.
O peito subia e descia pausadamente.
Entre um soluço e outro o ar se esgueirava e invadia as narinas a fim de ressuscitar um corpo já sem vontade de nada.
Inesperadamente os olhos se abriram.
Se alguém a visse naquele momento diria que ela tinha um olhar de emboscada.
Sentou-se na cama na qual estava estendia havia horas e recuperou o fôlego como quem chega ao fim da marcha.
Retirou os cabelos da frente dos olhos, enxugou as lágrimas e se levantou.
Olhou tudo ao seu redor como quem admira uma exposição de arte.Um livro marcado na página 117, um par de sapatos velhos jogados em um canto, um álbum de fotos antigas, de seus avós.
Nem se lembrava mais desse álbum. Folheou e viu que se parecia muito com uma tia avó.Não sabia seu nome, mas de alguma forma era ela ali.
Durante todo o tempo, que parecia não passar, seu rosto permaneceu apático.
Parou diante do aparelho de som e derramou uma lágrima.
”Uma lágrima à voz de Ella”, pensou.
Desligou o som com o dedo indicador e sem olhar mais nada se retirou do quarto, fechando a porta atrás de si.
Controlou o choro que ameaçava recomeçar e antes de chegar à sala já estava firme.
Continuou o passo até a cozinha.
Bebeu um copo de água, mas se arrependeu. Ainda havia uma lata de cerveja.
Ao fim da lata, que naquele momento parecia o fim de tudo, o telefone tocou.
Levantou-se muito rápido e derrubou a lata que ainda estava em sua mão.
Atendeu ao telefone. Ficou em silêncio por 5 minutos, ouvindo, estática.
No final, suspirou e os lábios apenas sussurraram:
-Perdoo.
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Mensagem por Kio Dom Jan 16, 2011 2:28 pm

rdelton escreveu:Tenho uma duvida aqui...

Não sei se a palavra "perdoo" pode ser escrita sem circunflexo ou não... Dei uma pesquisada e vi que tbm se escreve sem... No texto da Cinthia eu coloquei, mas não sei...

Que cês acham?


Editei o texto, Ramón. O acento circunflexo caiu na última reforma ortográfica, nesses casos de vogais repetidas.
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Mensagem por Cinthia Qui Jan 20, 2011 8:14 am

Kio escreveu:
rdelton escreveu:Tenho uma duvida aqui...

Não sei se a palavra "perdoo" pode ser escrita sem circunflexo ou não... Dei uma pesquisada e vi que tbm se escreve sem... No texto da Cinthia eu coloquei, mas não sei...

Que cês acham?


Editei o texto, Ramón. O acento circunflexo caiu na última reforma ortográfica, nesses casos de vogais repetidas.

Sim, esse texto eu escrevi antes da reforma...Aliás, detestei a queda dos acentos, mas que seja...rsrs

Obrigada meninos!
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Mensagem por Hiro Sáb Jan 22, 2011 2:29 pm

Cinthia escreveu:Mais um texto revisado: Heliomachia, O Advento da Lua.


Heliomachia: O Advento da Lua

Foi até aquele lugar que a grande jornada me levou. Levou a todos nós. Ao grande platô no alto da cidade flutuante de Deus. E ali eu fracassei, ali eu não pude fazer mais além. Toda minha concentração estava voltada contra a luz. A Criança fazia com que sua Grande Chama ardesse como nunca. Além de sustentar o manto de sombras de Iácono, que agonizava ao chão com a pele já se abrindo em bolhas diante do calor que era quase insuportável até a mim, eu precisava deter toda a luz que jorrava da mais poderosa das armas. Não conseguia nem pronunciar palavra que fosse, a maior parte de meu corpo já se desconstruía e se fundia com as trevas que eu invocava àquele lugar. Eu era uma estátua quase etérea cuja toda concentração era apreendida pela tarefa de impedir que o gárgula se tornasse rocha, e todo o resto, cinzas.
Miguel era nossa única ofensiva direta. Apenas ele possuía condições de enfrentar o Deus do Quarto Mundo em equiparáveis condições, ou quase. Não consegui capturar todos os detalhes, eu só pensava na minha parede de sombras, visualizava-a diante de mim e sabia que se eu me contivesse, mesmo que por alguns segundos, a loucura divina consumiria tudo. Não só nós, mas a cidadela dos céus, a cidade abaixo, Het-ka-Ptah, e tudo que se encontrasse às margens do grande rio. O que sei é que, por um tempo que me pareceu longo demais, ambos duelaram com suas espadas e asas pelo céu, até que Miguel não resistiu diante da Face do Falcão. O Deus-Sol atingiu o seu irmão celestial pelas costas e o agarrou firmemente, estrangulando seu pescoço.
A Criança pensara que Miguel estava domado, mas ele não desistiu. Com sua espada de marfim, perfurou o próprio peito, transpassando-o. A lâmina saiu pelas suas costas e atingiu o peito de Deus. Com uma única estocada, dois corações angelicais foram perfurados, mas aquela não era uma arma como as destes cinco mundos. Nenhuma gota de sangue espirrou. Aquela era uma arma que matava imortais matando(1) sua imortalidade. Miguel finalmente sorriu, para nunca mais o repetir, antes de seu pescoço se partir, e seu corpo cair sem vida no solo. A espada do Construtor também caiu, para sumir da mesma forma que apareceu neste mundo. Nunca mais eu soube dela.
Enquanto nosso anjo caía, não sem antes derrubar nosso inimigo ao estado de um de nós — o mais poderosos entre nós, mas ainda assim um de nós — Todra havia alcançado o mais alto patamar da cidadela. O pássaro estava diante da Grande Chama de Deus, e quanto mais se aproximava, maior era o poder da ave. O ferreiro de pele verde que tentara proteger o globo de fogo que era a fonte de poder teórica e concreta d’A Criança não pôde resistir a toda a força que Todra absorvia e acumulava em seu corpo vinda da arma do inimigo, e agora o medíocre artesão que criara a arma estava caído ao chão em desespero,(2) proferindo todas as formas de insultos contra aqueles que ameaçavam sua obra e seu Deus.
Todra fora indiferente aos lamentos do pusilânime ferreiro e com sua marreta golpeava a Grande Chama. A cada golpe seguia-se um tremor que era mais luminoso do que sonoro ou sísmico. A cada golpe, fragmentos da esfera de fogo e luz se desprendiam dando-a a aparência de uma massa disforme sobre um altar. Um símbolo religioso venerando algo tão distorcido e deformado quanto divino. E, a cada golpe, a Grande Chama parecia pulsar, parecia expelir para fora de si seu poder, que se dispersava, à exceção dos fragmentos que colidiam contra as construções da própria cidade, destruindo-a, e contra o corpo de Todra, fortalecendo-o e o(3) prendendo em um círculo vicioso de poder. Foi então que seu corpo pareceu ter acumulado mais energia do que suportava. O outrora pequeno Todra agora era uma monstruosa ave cuja sombra era quase tão grande quanto a que eu gerava. Seu corpo absorvera tanto calor que finalmente incendiava. Suas poucas plumas e sua carne foram consumidas pelo fogo, seus ossos se desmancharam em pequenas migalhas sobre poeira cinza, mas, ainda assim, tamanha era sua determinação que ele continuou a martelar. Sua marreta subia e descia pelo braço de uma imagem formada apenas pelo fogo da força de vontade. Todra se tornou aqui algo parecido com o que meu pai fora em seu mundo. E quando a Ave de Fogo desferiu o golpe definitivo, quando meu amigo mudou para sempre as regras da natureza que governam este mundo, a Grande Chama se desfez em uma tempestade de fagulhas. Explodiu com tamanha intensidade, que Todra fora jogado com a força que o fez dar uma volta completa ao redor do mundo, e todos os povos puderam vê-lo em seus céus. Viram uma esplendorosa ave que na morte pelo fogo, nas próprias cinzas renasceu em fogo, e dizem alguns, como o pequeno povo da Baía de Eníria, que até hoje ele dá voltas pelo mundo, e tamanha é sua graça que alguns o confundem pensando ser ele uma nova Grande Chama em eterno movimento.
A explosão gritou com um clarão final, e quando o ofuscamento que ela causou se foi, junto levou a realidade conhecida. Eu finalmente pude descansar. Miguel e Todra se foram, mas levaram consigo o que A Criança tinha de especial. A partir de então, este era um mundo de iguais onde não existia mais Deus. Mas eu caí, estava exausta e nada podia fazer contra A Criança que marchava até mim.
Foi então que Iácono se ergueu, arremessando ao longe o longo manto negro que o cobrira durante toda a nossa jornada até aqui. Ele esticou suas asas e, olhando para o céu que agora era escuro — não como o rubro e nevoento do outro lado do mar, mas em um azul amplo e libertador — se sentiu em casa. Assim a profecia deu-se início quando Iácono por seis vezes bradou desafiando o infante. E pela primeira vez A Criança temeu. Temeu diante do reluzir da armadura prateada do cavaleiro alado que não a temia. Coruscava em prata como o novo disco marfim que brilhava no céu. Entretanto este círculo não ardia em fogo como o anterior, era sim de um brilho apaziguador e aconchegante e parecia ter, na condição de recém-chegado à História, vindo observar aos eventos finais da era que estava se acabando. E todas as raças, livres ou escravas, olharam para o céu naquela primeira noite e viram que, antes de Iácono cair após a espada d’A Criança rasgar completamente seu corpo, seis vezes ele se levantou, e seis flechas de seu arco-cruzado perfuraram o coração de seu inimigo, e que, em sua última queda, a besta levou consigo o filho do Criador.
E ambos os corpos jazeram sobre as areias do deserto, mas apenas um deles foi cercado por representantes de todas as raças. Iácono olhou a todos os que à sua volta o saudavam e pediu desculpas a um menino por não podê-lo auxiliar a construir seu reino livre como prometera. Só que o menino chamado Mipia disse-lhe que não deveria se desculpar, pois já o tinha auxiliado. E Iácono olhou para o céu azul e descobriu pequenos pontos luminosos, pequenos lampejos distantes e imaginou o que seriam e se poderia chegar até eles. E, como conta o povo de Mipia, assim se fez, pois, ao final do dia, a primeira e mais intensa estrela a surgir no céu não é nada além do cavaleiro alado nos olhando do firmamento. E assim partiu o maior herói que já houve nestes cinco mundos.
Quando eu acordei, a cidadela em ruínas despencava lentamente dos céus, e o servo rastejante de pele verde, às lágrimas, pisava e cuspia sobre os ossos de Todra. A vontade que me despertou foi a de matá-lo, de acabar com o último símbolo daquele antigo mundo que deixava de existir. Deixei-o lá chorando diante de um altar vazio, promovendo juramentos a Deus nenhum e profecias engendradas e reacionárias.
E foi assim que fracassei, que perdi meus amigos, e que chegou o fim da Era Heróica destes mundos. Foi assim que participei da criação de um mundo onde não sou mais necessária e me tornei apenas uma sombra que vaga sozinha e sem propósito.

Oi! Desculpa a demora para responder, mas eu estava viajando e depois tive alguns problemas de conexão.

Desculpa, Cinthia, mas sou excêntrico e resmungarei um pouquinho. Por favor, não leves para o lado pessoal.

Quanto as marcações que fiz:
(1) Lá era pra ser "matando", mesmo. A repetição com as variações de "morte" e "matar" são propositais. Sou meio tarado por aliterações e jogos de palavras. Daí, se virar "eliminando", perde esse efeito.

(2) Eu prefiro sem essa vírgula. Como são verbos relacionados a um mesmo sujeito, não há obrigatoriedade em seu uso. E eu queria um efeito específico. O personagem em questão estava confuso, sem saber o que fazer e fazendo várias coisas simultanemamente, meio perdido. Daí prefiro um texto mais longo sem interrupções e que cause um estranhemento ao leitor ao lê-lo, que se perca na frase e demore para conpreendê-la como um todo. Se ela for segmentada com essa vírgula, o leitor a lerá em duas etapas, primeiro assimilando o conteúdo da primeira parte, e depois, o da segunda, e o tempo para entender a idéia será menor. Só que eu quero que ele tenha uma demora na assimilação para simular a sensação de confusão do personagem. Eu entendi que tu pensaste em deixar o texto mais agradável para se ler, mas como ele não é com função didática, e sim pretensamente literário, às vezes ser rebuscado é interessante.

(3) Nessa parte eu acho que o pronome é necessário, mesmo que possa ficar repetitivo. É que apenas "fortalecendo-o e prendendo em um círculo vicioso" deixa claro que Todra estava ficando mais forte, mas não que era especifica e somente ele que estava preso ao círculo. E esse estado era exclusivo a ele.

No resto eu agradeço.
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Mensagem por Cinthia Sáb Jan 22, 2011 5:43 pm

Hiro escreveu:

Oi! Desculpa a demora para responder, mas eu estava viajando e depois tive alguns problemas de conexão.

Desculpa, Cinthia, mas sou excêntrico e resmungarei um pouquinho. Por favor, não leves para o lado pessoal.

Quanto as marcações que fiz:
(1) Lá era pra ser "matando", mesmo. A repetição com as variações de "morte" e "matar" são propositais. Sou meio tarado por aliterações e jogos de palavras. Daí, se virar "eliminando", perde esse efeito.

(2) Eu prefiro sem essa vírgula. Como são verbos relacionados a um mesmo sujeito, não há obrigatoriedade em seu uso. E eu queria um efeito específico. O personagem em questão estava confuso, sem saber o que fazer e fazendo várias coisas simultanemamente, meio perdido. Daí prefiro um texto mais longo sem interrupções e que cause um estranhemento ao leitor ao lê-lo, que se perca na frase e demore para conpreendê-la como um todo. Se ela for segmentada com essa vírgula, o leitor a lerá em duas etapas, primeiro assimilando o conteúdo da primeira parte, e depois, o da segunda, e o tempo para entender a idéia será menor. Só que eu quero que ele tenha uma demora na assimilação para simular a sensação de confusão do personagem. Eu entendi que tu pensaste em deixar o texto mais agradável para se ler, mas como ele não é com função didática, e sim pretensamente literário, às vezes ser rebuscado é interessante.

(3) Nessa parte eu acho que o pronome é necessário, mesmo que possa ficar repetitivo. É que apenas "fortalecendo-o e prendendo em um círculo vicioso" deixa claro que Todra estava ficando mais forte, mas não que era especifica e somente ele que estava preso ao círculo. E esse estado era exclusivo a ele.

No resto eu agradeço.

Oi Hiro!

Você é o autor, e você decide o que é melhor. Sem problema nenhum!

A disposição!


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Mensagem por Kio Seg Fev 28, 2011 3:35 pm

Bando de Dois: Danilo e Seu Pincel

Danilo Beyruth fez uma senhora HQ com o nome de Bando de Dois. Uma história classificada como um bangue-bangue à brasileira. Bando de Dois foi um dos trabalhos de quadrinhos contemplados em 2009 pelo ProAC - Programa de Ação Cultural, da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo.
Considerado por leitores em vários sites que escrevem sobre histórias em quadrinhos ou que reservam espaço para as popularmente chamadas de HQs, Bando de Dois foi considerado o melhor quadrinho ou esteve em todas as listas dos melhores quadrinhos do ano passado.
Esta narrativa gráfica conta a seguinte história: em fuga, Tinhoso, um dos únicos sobreviventes da chacina que matou o bando de cangaceiros do qual fazia parte, segue a esmo pela caatinga até desmaiar de cansaço. Em meio à noite, ele teve a visão de seu comandante que pede por liberdade e justiça. Obedientemente, ao raiar do Sol, ele cumpre as ordem do falecido chefe do bando. No caminho encontra outro sobrevivente: Caveira di Boi, e esse bando de dois seguem em busca de seus objetivos.
Bando de Dois é uma generosa edição no tamanho 28x21cm lançado pela Zarabatana Books. O desenho de Danilo Beyruth é bastante expressivo; os enquadramentos feitos por ele dão aos quadrinhos da narrativa o plano, a luz e a intensidade necessária para a total e clara compreensão da história. Há momentos da narrativa com sequências compostas apenas com imagens que não há necessidade de palavras. Se houvesse palavras quebrariam a fluidez da poesia imagética criada ao deslizarmos os olhos pelas páginas.
A pincelada de Danilo é algo impressionante. Quando folheei a primeira vez, não percebi que a iconoplastia havia sido feita com pincel, de tão firme que é a sua linha.
O detalhamento das roupas, dos cenários e a caracterização de cada uma das personagens que compõe o enredo, evidenciam a pesquisa e estudos preparatórios para a realização desta obra ricamente caracterizada no sertão nordestino na década de 1950, árido, seco e, infelizmente até hoje, esquecido pelo poder público da nação brasileira.
Já caminhei pela caatinga aqui na Paraíba e recentemente no interior da Bahia; e ao observar os cenários de Bando de Dois, particularmente, relembrei o calor de matar que faz durante o dia e o frio de doer os ossos que faz à noite, o som do vento ao passar pela vegetação, o comportamento simples e rústico do povo do sertão.
Outro detalhe interessante, é que Danilo Beyruth coloca na contra capa o tempo de leitura aproximado e o público alvo ao qual se destina seu trabalho. O que, para mim, demonstra atenção, carinho e respeito pelos leitores.
Bando de Dois é uma excelente história em quadrinhos de aventura tipicamente brasileira, feita por um brasileiro para o público brasileiro.

Fontes de Pesquisa:

http://aqcsp.blogspot.com/2011/01/resultados-27-angelo-agostini-e-o-dia.html

http://oglobo.globo.com/blogs/Gibizada/posts/2010/12/27/e-as-melhores-hqs-de-2010-sao-350557.asp

http://www.revistaogrito.com/page/blog/2010/12/23/melhores-de-2010-top-25-quadrinhos/


Origem das imagens que ilustram o texto:

http://www.interney.net/blogs/maximumcosmo/?cat=3471

http://www.universohq.com/quadrinhos/2010/n09092010_03.cfm

http://www.novafrequencia.com.br/2011/01/bando-de-dois-uma-historia-totalmente.html



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Comemorando os 4 anos do blog VERTIGEMHQ os leitores foram premiados com um layout novinho e novos lançamentos seguindo a temática habitual.
Como não poderia ser diferente, o FARRAZINE dá um presente aos fãs e seguidores do site com uma entrevista com o seu principal organizador: Von DEWS!
No bate-papo falamos sobre o princípio do blog, Scans versus Editoras, Música e muito mais... Está imperdível!

FARRAZINE - Como surgiu a ideia do VertigemHQ?
Von DEWS! - Bem, no começo eu nem fazia parte, os fundadores foram o Donibk, Felipe C e o Diego, o primeiro era diagramador e os dois últimos, tradutores. Eles resolveram sair do lugar comum de Marvel e DC e coisas, digamos, "pop", para preencher uma lacuna de títulos adultos. Bom, tinha o Eudes fazendo Preacher, Livros da Magia e alguns outros, mas bem espaçados. O Rock'n'Comics BR com Lúcifer, mas nada centralizado. Então os três se juntaram pra "pegar pesado"! (risos)
Eu acabei entrando, dois meses depois, após um famigerado post de revisão que fiz sobre um capítulo de Lost Girls do Alan Moore... fui meio detalhista demais nele.

FZ - E agora como é a administração do blog? Como são organizadas as traduções e diagramações do VertigemHQ?
VD - Os três fundadores tiveram que abandonar a frequência, por motivos variados. O Donibk ajudava bastante no começo, a gente coordenava junto, por isso dava pra ter mais postagens. Agora, eu coordeno meio que sozinho... e fiquei mais "neurótico". (risos)
Faço da seguinte forma: já tenho mais ou menos um pequeno grupo fixo de letristas (não gosto do termo diagramador) e tradutores, mas sempre com espaço aberto pra gente nova, claro! Prefiro fazer uma triagem a deixar todo mundo se aventurar, porque depois é mais complicado pra revisar, adaptar e corrigir os possíveis erros... mas tenho muitas surpresas boas, como o tradutor de "Invisíveis"! Nível profissional mesmo!
Separo em equipes pra manter uma unidade e padrão nas traduções e, na maioria das vezes, com uma pessoa pra tradução e outra pra letras, para dividir o serviço e minimizar erros. Já tentei pôr outras pessoas pra revisar, mas nunca ficava satisfeito, então, fora um caso ou outro, faço todas as revisões. Chega a tradução, faço a revisão (ortográfica, de tradução e de adaptação... por isso demora e todos reclamam), mando para o letrista e, quando volta, reviso de novo, corrijo o que ficou pra trás, faço os uploads e posto no blog.

FZ - Puxa um trabalhão mesmo! E pelo jeito que é a organização vemos que a estrutura é a de uma verdadeira editora! Falando nisso, o blog tem como característica a divulgação da venda dos originais com links e anúncios das promoções em sites especializados. Atrevo-me a dizer que o VertigemHQ é o único que faz isso. Como você vê essa coisa? Você definiria os scans como perigo potencial às editoras?
VD - Sinceramente? É uma incógnita. Ninguém tem dados pra falar nada e cada um puxa a sardinha pro seu lado, mas, pelo que se pode ver por comentários, é o oposto disso. Não há perigo algum, 90% do que eu vejo, são pessoas dizendo que voltaram a ler por causa de scans, que voltaram a comprar HQs por causa de scans. Pode ser uma amostra viciada, porque dentro da internet, é tudo maximizado, um comentário isolado parece a voz de Deus, mas eu conheço pessoas, reais, não virtuais, que começaram no scan e agora procuram em papel, e não conheço ninguém que deixou de comprar ou colecionar por causa deles.
Então é uma questão a se pensar, mas quanto aos links que deixo lá, uma coisa é que podem vir Ipads, tables e o escambau, nada substitui o papel e a realidade é nua e crua, se ninguém comprar, a indústria vai falir e haverão cada vez menos revistas em bancas e livrarias. Por outro lado, há um excesso de preciosismo no sistema editorial, do mundo todo, mas muito forte no Brasil.
A realidade é que os autores mesmo, não ganham muito com as vendas, ganham com o trabalho e as editoras com as vendas, mas se a editora não vende, não tem trabalho pra eles... é um círculo vicioso, no entanto sempre vai existir o mercado independente e numa dessas surge uma nova "The Walking Dead". Então, por isso, deixo lá um link do PayPal porque se você é um revolucionário, dê dinheiro diretamente ao autor e baixe seu scan, mas comprar também ajuda... indiretamente como disse acima.
O problema maior que vejo é que (olha, não quero ser dono da verdade, sei que não compreendo nem 1% do que rola no mercado editorial) a margem de lucro de quem trabalha com papel é muito grande! Não culpo as editoras, pois elas são meio que escravas das gráficas, que são escravas das fábricas que desmatam e fazem papel.
A matéria-prima está cada vez mais escassa por causa deles mesmos, o preço vai subindo porque a demanda aumenta cada vez mais, mas mesmo assim o lucro ainda é grande.
Quando a gente vê um jornal de bairro, ou uma pequena revista de fofoca ou um anuário sendo vendido por centavos, ou distribuído de graça, você não se pergunta: como pode, se a revista do Homem-Aranha custa quase 7 reais?
Há algum problema aí. Se os lucros, lá desde a fabricação do papel, da importação da tinta, de tudo que seja, for menor, acredito que o mercado pode voltar a ser o que era, mas o capitalismo é global, e isso é uma ilusão. Que pode ser mais barato, isso pode sim, mas você sabe, aqui no Brasil nem número de vendas ou tiragem das revistas a gente pode saber e quando perguntamos ou duvidamos de algo, somos os errados.

FZ - Ainda sobre os scans e PayPal, houve um comentário no blog, do Ben Templesmith, que deu o que falar sobre esse assunto. Como foi o contato com ele depois disso? Você pode explicar um pouquinho o incidente?
VD - Foi meio isso que me abriu os olhos sobre como doar diretamente pros autores. O que aconteceu é que, de algum modo, o Templesmith ficou sabendo que a gente traduzia "Wormwood", e postou links para a venda dos encadernados nos comentários. Fiquei até surpreso quando falaram disso no Melhores do Mundo e até no Comic Book Resources, famosos site de notícias. Disponibilizei os links e foi tudo tranquilo, depois ele até entrou em contato comigo, via twitter, e eu perguntei qual era melhor forma de ajudar e ele falou do PayPal, mas, antes disso, teve um caso com o James Mckelvie, autor de Suburban Glamour. Essa SG foi um lançamento da Image Comics, que o autor também disponibilizou a revista on-line e de graça. Então não vi muito problema em traduzir, já que, além disso, nunca chegaria a ser publicada aqui no Brasil. Também no twitter ele meio que reclamou, chamou-me de audacioso (risos) e disse que se eu tivesse pedido, ele autorizaria a tradução. Tudo bem, mas se eu fosse perguntar a cada um dos quase 30 projetos do Vertigem, iria ficar só por conta disso e esperando respostas que talvez nunca chegassem.
Mandei um e-mail pra ele explicando a situação e ele foi até simpático, pediu pra colocar a conta do PayPal dele junto e aí, vi que qualquer um pode ganhar dinheiro com isso. Se você gosta mesmo do autor, encontre o e-mail dele por aí, não é tão difícil, ainda mais com quase todos os desenhistas e roteiristas com facebook e twitter. Já teve até comentário no blog falando isso, que não vai comprar a revista mesmo (tá vendo como têm todos os lados?), que prefere dar o dinheiro diretamente para o autor via PayPal... que você pode dar desde 1 centavo. Ele (o fã) pode nunca fazer isso, mas está lá para quem quiser!

FZ - E as seguidas perseguições aos blogs de scans? Já tentaram fechar o VertigemHQ, não é? Nesses casos como o do Templesmith não fica a impressão que os autores apoiam os scans e as editoras não? Sendo assim, essa seria uma prova que seu argumento sobre as HQ's virtuais está correto!
VD - Eu acho que essa perseguição é mais uma piada do que tudo, tipo, "jogar verde pra colher maduro"... Se a pessoa se assustar e parar, bom; se não, foi uma tentativa. Não posso afirmar nada, então nem vou especular, mas o que acho necessário é uma revisão das leis de direitos autorais. Ver quem realmente está ganhando, esse "autorais" tem quanto de autor e quanto de empresa?
Está na cara que não foi um autor que denunciou nenhum dos blogs, como você disse o próprio Templesmith poderia ter denunciado, mas preferiu postar links de encadernados do Amazon, ou seja, ele estava divulgando o trabalho dele pra brasileiros que nunca imaginavam que ele tinha trabalhos além de 30 Dias de Noite.
Tem um "famoso" usuário dos fóruns de HQ, da Panini, o Miolos e outros... o Banzé... ele é daqueles radicais. Contra qualquer forma de quadrinho que não seja a paga. É fervoroso igual aqueles religiosos e comete os mesmo erros deles: fé cega e incongruências... mas falei dele porque ele, assumidamente, diz que denuncia blogs e sites de scans... e se gaba disso!
Como eu disse, a internet maximiza o que a gente fala, ele é um "banZé" Ninguém! Se foi ele que denunciou, então não adiantou nada, pois todos aqueles que fecharam estão abertos de novo, em off.
Ele até se gabou por ter fechado o GibiHQ que, na verdade, fechou por motivos pessoais do Kakô, fundador de lá. Então, ele não fez nada disso.
Sendo assim, até que se reveja essa forma de compartilhamento versus pagamento, isso vai se prolongar, eu tenho uma opinião bem aberta, o futuro acho que pertence ao "free share", mas alguém tem que ganhar alguma coisa, para a indústria continuar girando. Só sei de uma coisa: proibir, perseguir, fechar fóruns e blogs não é o caminho, na verdade, é o pior a se fazer. Nós somos uma hidra, corte uma cabeça e duas surgirão no lugar! Vide Napster. Jovens de hoje nem sabem o que foi o Napster, mas fechá-lo só produziu mil outras formas de compartilhar mp3 e, se acabarem com as atuais, vão surgir outras, mais poderosas e mais resistentes. É, como dizem, dar murro em ponta de faca!

FZ - Um bom exemplo disso, também, é o Wikileaks. Mudando um pouco de assunto, o Vertigem fez 4 anos e está de layout novo, quais são os novos projetos além dessa mudança?
VD - Bem, a política continua a mesma, dar valor maior às publicações que têm difícil acesso ou que não são publicadas aqui. O que sai a preço acessível é bobeira, então fazemos o contrário da maioria, em vez de lançar seis meses antes, lançamos seis meses depois, que vejo como uma forma de redivulgar. Por exemplo, Lugar Nenhum já terminou há um tempo na Revista Vertigo e só recentemente postei o último número. Se na época você não conhecia a revista, agora é uma nova chance de ver se vale a pena ir a sebos ou comprar por sites, por isso colocamos os links das edições da Panini também.
A mudança de visual do blog era uma necessidade já há um bom tempo. Com a quantidade de títulos e postagens aumentando direto, o site estava lento e pesado. Ainda não está 100%, mas a gente chega lá!
Quanto aos projetos, eles podem surgir de todos os lugares, mas gosto de dar chance para aqueles que ninguém conhece e os clássicos esquecidos... Lúcifer, Livros da Magia... Quem sabe a Panini abre os olhos pra eles.

FZ - Porque Von DEWS!?
VD - (risos) É uma bobeira, na verdade! Vou tentar explicar. Antes de tudo, eu me chamo Thiago e uso Von DEWS! (sim, com todas maiúsculas e exclamação no final). Sempre tive uma coisa com nomes, porque todo mundo coloca o nome de cães e gatos de Stormer Razer, ou Kranovicz e nos filhos de João ou Pedro. Nome é uma coisa muito pessoal, minha mãe só "errou" comigo, tenho 3 irmãs e elas se chamam Jalile, Flora Liz e Noraa Jadjy. Aposto que, na minha cidade, não existe ninguém com o nome o delas, quiçá no Estado. Sempre tive isso em mente e quando entrei nessa de nicks de internet usava muito "thidoom", Thi pelo meu nome e Doom porque usava avatar do Dr. Destino (Dr. Doom)... coisa de adolescente! Às vezes usava von doom, von thidoom e como tenho uma aparência meio Alan Moore/Jesus Cristo tinha gente na faculdade que me chamava de Deus... só pra zoar mesmo.
Um dia, conversando com uma ex-namorada, comentei disso e rabiscando, escrevi von deus, depois von dews... achei sonoro e ficou. Hoje em dia, tem bastante gente que só me chama por Von DEWS! na vida real... até minha mães, às vezes.

FZ - Você tem um lado forte musical que pode ser visto no blog "Alternative Blues". Você tem banda? Que tipo de som você curte?
VD - Sempre fui ligado à música, meu pais sempre me "aplicaram" muito som quando era criança, enquanto meus primos e primas escutavam Xuxa e Plunct-Plact-Zoom, eu escutava Beatles, Frank Zappa e afins. Já tive banda, já toquei nuns festivaiszinhos por aí, até gravamos umas músicas próprias, mas passou. Agora faço um som com uma menina que canta muito bem, é mais acústico, mas ela tem futuro, quem sabe eu não pegue a "cauda do cometa''.
Curto de tudo um pouco, não tenho nenhum preconceito e não me estresso com o que está tocando no ambiente. Gosto muito de rock clássico e indie, adoro ouvir coisas novas, que ainda não estão na mídia, alternativas como The Mars Volta, Yeah Yeah, Yeahs e Spinnerette ao lado de coisas clássicas como The Doors e Deep Purple. Também gosto de Matanza, Chico Buarque, Queens of the Stone Age e Tim Maia... o importante é ser audível!

FZ - E o blog ZineDEWS!? Como você definiria?
VD - Ah, o ZineDEWS! era uma ideia que surgiu na faculdade, eu escrevia muito naquela época, fazia artigos, relatórios de comunicação social e tinha muitas ideias! Escrevia fundamentalmente no papel e, quando surgiu a onda dos blogs, isso há uns 6 anos ou mais, fiz um projeto de ZineDEWS! Queria fazer minhas críticas e minhas poesias, como qualquer nerd que se preze.
Durante um tempo, eu fazia montagens e textos e postava num fotolog, um pouco antes de entrar no Vertigem. Era divertido, acho que fiz meus melhores "textículos" nessa época, inclusive uma montagem que postei no Vertigem depois, que lá chamei acho que de "Astonishing Tales of Dews" ou algo assim. Depois que o Vertigem entrou na minha vida, o tempo pra escrever é pouco, mesmo assim, quando posso escrevo alguma besteira.

FZ - Você lança no blog vários trabalhos independentes bacanas, como contos sobre o personagem Von DEWS! e outros, escrito por Rita Maria Felix da Silva (nossa nova, e excelente, colaboradora), ou também HQ's de autor e etc. Quais desses trabalhos você mais gostou de ler? E aproveitando a pergunta o que você tem lido ultimamente?
VD - Sim, a vantagem de ter um blog de HQs mais alternativas é que você vira "alvo" de novos talentos. Estamos sempre de portas abertas a quem quiser mandar seus trabalhos, mas só posto o que acho legal mesmo, o bom é que sempre aparece gente boa.
Dá pra dizer, fácil, pelos meus primeiros posts empolgados que é o ‘‘Promessas de Amor a Desconhecidos Enquanto Espero o Fim do Mundo’’, de Pedro Franz. Fiquei bem impressionado com a temática e o estilo dele. Ganhei até uma versão impressa quando ele publicou o trabalho, em agradecimento por termos divulgado-o no inicio.
O trabalho da Rita também é ótimo e teve um rapaz, acho que se chama Daniel (esqueci no momento o nome todo) que fez um trabalho de quadrinhos para a faculdade interpretando algumas músicas, achei muito bom, principalmente a música ‘‘Maldito Hippie Sujo’’ do Matanza (que na época eu ouvia bastante), ficou ótimo! Tem muito talento por aí, mas como disse, se entrou lá é porque eu gostei. ‘‘Ponto Zero’’ do Bruno Bispo, ou ‘‘Entidade’’ do Erick Carjes, foram todas ótimas surpresas. Fiz amigos, como o próprio Pedro Fraz, ou a Ana Recalde, de ‘‘Patre Primordium’’, tem muita gente boa no Brasil, até de "figurões" como o Grampá ou os gêmeos Bá e Moon!

FZ - Alguma mensagem para os leitores do FARRAZINE e do Vertigem?
VD - Sempre fui fã do FARRAZINE também, sempre posto as atualizações no Vertigem! Acho que é um dos zines que mereciam ter uma versão impressa. Creio que muita gente pensou que seria um zine voltado aos scans e só, por causa do Farra e tudo mais... mas a qualidade dos textos, quadrinhos e entrevistas que vejo, não ficam atrás de ninguém! A mensagem seria só uma: Continuem! É sempre bom ver trabalho bem feito na net!
E pros leitores do Vertigem: Não, ainda não saiu uma nova edição de The Walking Dead! Brincadeira, é que escuto mais isso do que tudo!
Continuem acompanhando, porque sempre vai ter uma novidade quando você mesmo espera. A gente vai devagar, mas prezando sempre a qualidade. É isso! Podem contar sempre com a gente pra qualquer coisa. Mesmo!


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