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AS NOITES NO BAR DO LIMBO

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Mensagem por Nano Falcão Sex Abr 24, 2009 12:10 am

AS NOITES NO BAR DO LIMBO



As noites no limbo sempre são frias. Não há estações no limbo, apenas um eterno inverno. Afinal, todos aqui estão “na geladeira”.

Centenas de personagens que um dia figuraram nas páginas coloridas de jornais e revistas, hoje esquecidos – ou nem tanto.

Antes eles lutavam contra o crime, ou tentavam dominar o mundo. Aprontavam brincadeiras ou ralhavam com as crianças. Viajavam pelo espaço ou pela selva africana. Pilotavam aviões ou navegavam pelos mares.

O que resta a fazer quando não se é mais publicado?

Os personagens da ficção vão ao bar. Até mesmo os abstêmios. Vão para conversar, trocar memórias, anedotas, contar mentiras e verdades. Afinal, não há como viver de verdade no limbo. Caso fossem resgatados, suas linhas cronológicas seriam reinventadas.

Regra número um: o que acontece no Limbo fica no Limbo.

- Ontem, comi a Lori Lemaris – confessou Doc Savage, após a 12º taça de Bourbon. – Que se foda o Superman! Homem de Aço! Hunf! Só pras negas dele. O homem de bronze aqui é tudo que uma menina precisa...

- Como é que se faz pra transar com uma sereia? – deixei escapar a questão, que não deveria fazer. Afinal, todo mundo sabe que Doc Savage é gay e conta essas lorotas pra posar de macho. Isso e falar mal do Superman, o herói que o sucedeu e o superou, e que ele considera o grande responsável por agora morar no limbo.

- Elas têm um cu. – descreve Savage. – É pequeno, é uma delícia! – gargalhou.

- O seu pinto deve ser microscópico, hein – provocou um sujeito de cabelos castanhos vestindo roupa de mergulho vermelha ao lado. – Sereias não transam. O cu delas é muito, muito pequeno pra isso, elas se reproduzem como os peixes: jogam os óvulos no mar.

- Quem é você pra duvidar de mim, hein esquisito? – Doc tentou levantar da cadeira, mas de repente percebeu que estava tão bêbado que poderia cair.

- Dane Dorance. – ele disse antes de dar outro gole na cerveja.

- Quem? – perguntei, involuntariamente.

- Dos Demônios do Mar. – ele levantou os olhos, na esperança de ser reconhecido.

- Nunca ouvi falar. – me desculpei.
- Nós somos uma equipe de mergulhadores. Enfrentamos monstros e alienígenas nas profundezas marítimas.

- Um bando de mergulhadores? – riu Savage. – Pua! De onde vocês saíram, de uma série de TV de quinta categoria?

- Dos gibis da DC Comics. – garantiu Dorance. – Ei, nós já aparecemos nos gibis do Aquaman!

- Coadjuvantes do Aquaman? – os olhos de Savage eram zombeteiros. – Mas que bando de perdedores!

- Mas respeito aí. – Anunciou um sujeito de tapa olho e quepe da marinha, sentado numa mesa ao canto com outros três amigos: um índio, um soldado da infantaria e um aeronauta.

- Se você fosse tão diferente de mim não estaria por aqui. – Sorriu Dorance.

- Não ouse me comparar com você, frutinha. – Savage já falava torto. – Eu fui o maior dos heróis das pulp fictions. Se não fosse por mim nem existira o Superman. Aquele copião. Ele roubou a minha fortaleza da solidão, roubou até o meu nome, Clark!

- Pelo menos não roubou a sua viadagem. – Dorance parecia sem paciência para os choramingos do homem de bronze. – Não, esse foi o outro cara, o Apolo.

- Eu vou enfiar a minha mão na... – mas ao levantar, Savage escorregou e caiu com o queixo no balcão e depois com a testa no chão.

- Oh... que golpe baixo... – ele murmurava.

- Deixe que eu te ajude colega. – Apareceu um sujeito loiro, de tanguinha. – O que você precisa é de uma boa chuveirada. – Ajudou o amigo a se levantar.

- Quem é o viadinho? – Dorance me perguntou.

- O Ka-zar. O senhor da selva.

- Espera aí, esse não é o Ka-Zar. – Um gárgula que nos escutava protestou. – Eu conheço o Ka-Zar, e esse aí não é ele. Eu posso estar enganado, mas o verdadeiro Ka-Zar é macho e bem casado, com a Shanna... aquela gostosa.

- Sinto te dizer, Gárgula, mas esse aí é o verdadeiro Ka-Zar. Que na verdade é uma cópia barata do Tarzan, só que loira. É com tendências sexuais, digamos, suspeitas. O Ka-Zar que você conhece, senhor da Terra Selvagem, é uma reformulação desse daí.

- Cara, o que eu mais odeio no Limbo são as versões. – Dorance fez uma careta, como para frisar a observação. – Porque as versões são consideradas pessoas diferentes e não simplesmente versões?
- Talvez porque no caso sejam pessoas diferentes mesmo. – tentei explicar. – Veja o Ka-Zar por exemplo, originalmente uma cópia descarada do Tarzan na selva africana. Nos anos 60 ele foi recriado como um cara num reino perdido de dinossauros, isso o tornou mais autêntico. E ele também parecia bem mais másculo do que esse afrescalhado aí que anda traçando o Doc Savage...

- Isso é sério? – O Gargula me olhou como se fosse censurar. – Os dois estão tendo um caso?

- O que você acha? – tentei ironizar minha voz. – Savage nunca vai admitir, seus fãs nunca vão admitir, mas a verdade é que nosso homem de bronze é meio fresco.

- Cara, nunca reparei não... – sujeito que vestia um uniforme paramilitar marrom comentou descontraidamente. Tinha acabado de chegar ao balcão, sentando lugar outrora pertencente a Savage. – Ele parece bem macho... Pra quem não o conhece pessoalmente, claro.

- Muita gente engana. – Dorance alfinetou. – Você não vê o Rawhide Kid?

- Ele assumiu finalmente, não? – tentei dar lenha a conversa.

- Alguns dizem que só assim pra sair daqui... – Comentou nosso novo convidado.

- Então vou passar a minha eternidade aqui! – O Gárgula levantou a voz. – Estou velho demais pra virar veado...

- O termo correto agora é “homossexual” ou “gay”, Gárgula. – Sorri tentando ser politicamente correto. – E você é...?

- Ele é o Predador. – Dorance apresentou.

- Também da DC Comics, imagino. – Chutei.

- Isso mesmo. – Ele respondeu. – José Delgado, ao seu dispor. Ex-namorado da Lois Lane.

- A mina do Superman? – Gargula arregalou os olhos.

- Não se surpreenda, muita gente a catou antes do escoteiro. – Riu Dorance.

- Ei! – O Predador pareceu magoado. – Também não é assim. Eu fui o rival do Superman nos anos 80...

- Mas que raio de nome é esse Predador? A DC não conseguiu pensar em algo mais criativo não? – Provoquei.

- Acho que todos os bons nomes se esgotaram. – José sorriu sem jeito. – Vai ver é por isso que me jogaram no Limbo. Maldito nome!

- Um diz que comeu a Loris Lemaris, então aparece o ex da Lois Lane. – Divaguei. – Essa noite promete.

- Como assim? – Dorance ficou curioso.

- Está vendo aquela loira, lá no canto? É Lyla Lerrol, a namorada do Superman em Kripton! – Expliquei, me levantando da cadeira. – Vamos ver se até o fim da noite eu também não entro neste seleto clube dos que traçaram uma “super” mulher!
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Mensagem por Rodrigo! Sex Abr 24, 2009 8:11 am

Ei! Isso é bom! Quero mais! Very Happy
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Mensagem por Ricardo Andrade Seg Abr 27, 2009 7:27 pm

Pois é! Digo o mesmo... Ando pesquisando umas velharias, e isso veio bem a calhar. Tipo, algo que eu gostaria de ler. Mas acho que merece mais fôlego, merece ser uma série, algo que se estenda por mais de uma revista, de modo que não precise estourar duas páginas de cada vez, e possa cobrir mais gente. E ter um início, meio e fim de aventura - coisa que, estou certo, Nano deve ter em mente...

E acho que ia ser ótimo ter uma notinha sobre quem é quem...

E fiquei querendo saber quem é o narrador.
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Mensagem por Nano Falcão Seg Abr 27, 2009 11:49 pm

Bom, você intuiu a verdade.... A idéia é ser uma série mesmo... Esse primeiro inclusive é mais do genero de apresentar o ambiente e o formato... pretendo ousar mais nos próximos episódios...

Escrevi ela meio dispersa e sem planejamento mesmo, como uma aventura num bar tais como já vivi.

Faz tempo que tive essa idéia, de fazer um bar que se passa no limbo dos personagens esquecidos ou não publicados atualmente....

Fiquei em duvida quanto ao tipo de humor que usaria, porque decidi que seria naturalista, não forçado... E o limbo é um lugar meio noir, não um lugar engraçadinho... Me senti no próprio limbo quando narrei a aventura. Pra maior naturalidade,a coisa tinha que vir mesmo em primeira pessoa (lembre-se: noir!).

Mas a identidade do narrador...? Que tal manter o mistério? Acho que é um dos detetives pulps que não vem ganhando filmes ou sendo publicados... Pode muito bem ser o Slam Bradley de Jerry Siegel & Joe Shuster, ou o próprio Sam Spade, do Dashiel Hammet, ou quem sabe o Nick Holmes, de Alex Raymond?

Agora, quanto ao mapa de quem é quem... por um lado é legal tirar as pessoas do escuro, mas sabe... a série Planetary? O Warren Ellis não publicava um glosario dizendo quem homenageou. Isso era a cereja do bolo pras pessoas adivinharem. Então será que a lista não seria entregar tudo de mão beijada? Será que não é legal deixar as próprias pessoas curiosas e pesquisarem? E deixar aqueles que sabem de quem estou falando com um sorriso besta na cara por se acharem caras cultos e informados por saberem quem são essas caras? É assim que me sentia lendo Planetary... E gostaria de fazer algo no genero também, isso está por tras de uma das inspirações sobre "AS noites no bar do limbo".
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Mensagem por Ricardo Andrade Sex maio 01, 2009 10:56 pm

Bom, adorei a série. Que seja longa...

A propósito, parece que eu e você andamos pensando coisas parecidas... Ando relendo uns livros velhos meus sobre quadrinhos e pensando em falar do assunto. Nick Holmes, que se chamava verdadeiramente Rip Kirby, está entre as coisas sobre que eu li. Aliás, esse livro traz um vasto elenco para encher seu bar. Não que você precise. Sterling Steel, Steve Canyon, uma galera... Só que eu ia falar deles não como uns personagens fracassados, esquecidos, mas como personagens que fizeram parte da história da coisa toda. O Judoka, por exemplo, um grande exemplo nacional... até filme ele teve!

A propósito, sobre o Savage e sua participação gloriosa até na criação do Quarteto Fantástico, achei esse blog maravilhoso...
http://www.dialbforblog.com/archives/48/

Horas e horas de diversão.

Quanto ao mapa de quem é quem: em Planetary, ao menos na Pixel, os caras vinham e diziam quem tinha sido homenageado, e nem era tão necessário assim (tipo, Tarzan e Sherlock Holmes precisam ser explicados? O que você está fazendo aqui, nessa revista?). Acho que uma esmagadora maioria dos leitores de hoje não saberão do que você está falando, e muito do brilho pode se perder. Tipo, eu sei de Doc Savage porque, criança, eu vi o filme com Ron Ely que o cara cita no blog e diz que é pior do que o filme da Liga da Justiça, eu acho, ou do do Quarteto Fantástico, que são dados como as piores coisas já feitas desde a Criação. Mas nunca li história nenhuma, e nem poderia imaginar por que você o chama de gay... Os Demônios do Mar eu ouvi falar vagamente. Ia adorar ler algo sobre eles e ver as imagens deles.

Quem sabe a gente não pira de vez, e eu escrevo matérias paralelas ao seu bar, explicando quem são os caras?

Aliás, Colossus é gay desde quando? Eu não tenho acompanhado. O que Kitty Pride, por exemplo, achou disso?
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Mensagem por Ricardo Andrade Dom maio 03, 2009 6:56 pm

Slam Bradley é legal. Nunca li ou vi imagens, mas o simples fato de ter sido uma coisa criada por aqueles dois antes do Superman já o qualifica como narrador da sua história, se você aceitar uma sugestão. Ele é o esquecido por excelência, porque foi esquecido até por seus autores, e foi preterido simplesmente pelo maior super-herói de todos os tempos, que praticamente inventou as histórias em quadrinhos de super-heróis como as conhecemos...

Mas eu me dei conta de que estava metendo a colher na sua sopa. Acho que, se houver matérias paralelas, o mais certo seria que você as escrevesse. O fato é que eu ando lendo sobre umas coisas velhas, e gostaria de escrever sobre elas. De um modo ou de outro, se eu acabar fazendo isso, vou acabar abordando uns e outros que você citar.
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Mensagem por Nano Falcão Qua Set 23, 2009 5:38 pm

Episódio 2:


AS NOITES NO BAR DO LIMBO
PROFISSÕES À PERIGO




As caras no bar do limbo sempre mudam. Alguns dos que saem daqui voltam diferentes, outros mudam aqui mesmo. Tudo depende do que as pessoas no mundo real pensam deles. Eu tenho a maior curiosidade de saber como James Bond se pareceria se viesse aqui. Talvez com o Sean Connery. Só espero que não seja com o Pierce Brosnan, aqueles humanos filisteus.
Mas os que ainda me choca são os rostos conhecidos. Por rostos conhecidos não quero dizer pessoas conhecidas. Rostos emprestados seria uma expressão melhor.
- O que é que você está encarando? – Falou o sujeito desconfiado na minha frente que bebericava gim com tônica.
- Hã... Nada. – Tentei disfarçar.
- Olha,se você é gay, já vou dizendo que não é minha praia...
- Calma, nada disso. Também não é a minha.
- Não leva a mal, é que tem gente por aqui que é tão...
- Entendo o que quero dizer. Querem tentar de tudo.
- Justamente, esse negócio de não haver conseqüências. De um dia ser gay e no outro não ser nada disso, jamais ter sido.
- O que acontece no limbo, fica no limbo. Aqui, até o Homem-Animal comeu carne.
- Pois então. E daí, porque estava me encarando?
- Você sabe.
- Sei? – Ele tentou fingir que não sabia do que eu estava falando.
- Ora, claro.
- Diga.
- Você é a cara do Richard Dean Anderson.
- Eu não sou ele, ele engoliu o drinque meio contrariado.
- Sim, eu sei. Você só usa a cara do Dean Anderson, mas você é o MacGyver.
- Ora, você sabe quem eu sou? – Ele se animou um pouco.
- Como não deveria saber? Todo mundo conhece o MacGyver.
- Isso foi nos anos 80 cara. Agora eu sou uma relíquia.
- Que papo é esse?
- Olhe pra mim. Estou esquecido, na geladeira. No limbo.
- Sim, mas é um bom sinal. Sinal que você pode sair.
- Sair? Mas até o Richard Dean Anderson, o cara que me interpreta, está com um pé na cova. Eu já era!
- Ora, você pode voltar na pele de outra pessoa.
- Você acha?
- Claro, já vi isso acontecer várias vezes, semana passada a Turma do Esquadrão Classe A acabou de sair daqui.
- Como?
- Eles vão ganhar um filme, pelo que disseram.
- Mas os atores?
- Novos atores, novos rostos.
- Você acha que isso pode acontecer comigo?
- Tudo é possível, Mac, você devia saber.
- É, bem, é que eu sou novo nessas coisas... Quer dizer, não faço idéia de quanto tempo estou aqui, mas me sinto novo, sabe?
- Sei, tem gente que entra e saída daqui há uns mil anos...
- Tipo?
- Tá olhando aquele cara ali na mesa a esquerda?
- Aquele que está conversando com o National Kid? Claro.
- O nome dele é Sansão.
- Não me diga? O próprio?
- Ele mesmo.
- Pensei que figuras religiosas não se aplicavam. Aquele papo que precisa que as pessoas acreditem para um deus ou santo existir...
- Ele não é nenhum dos dois, ele é um dos lendários heróis de Israel. Um mito, até onde sabemos.
- E ele está aqui desde que sua história foi contada?
- Ah, não. Ele volta e meia ganha um filme, ou uma aparição na televisão. Ele já teve até gibi nos Estados Unidos. Uma vez ele entrou no braço contra o Superman.
- Uau.
- Poisé. Nada mal pra quem veste um saiote de pele de carneiro, né?
- Au! – A mulher do lado de Sansão gritou, com um tapinha do companheiro.
- Eu já disse pra você não tocar no meu cabelo sua...
- Desculpa, querido, desculpa. – Ela beijou a mão do brutamonte.
- Pô, cara, precisava bater na mulher? – MacGyver se levantou da cadeira, indignado.
- Calma, querido. Sansão não fez por mal. Depois do que sua ex fez, ele é meio irritadiço com o cabelo, entende...
- ah, então você não é a Dalila...
- Dalila? Se fosse a Dalila eu a esganava! – Ele bateu na mesa.
- Então...? Você é...?
- Permita-me apresentar: Eu me chamo Druuna...
- Druuna?
- Quadrinhos? Franceses? Eróticos? – Ela ia acrescentando interrogações com alguma esperança de ser reconhecida.
- Hã... Sinto muito...
- Dru, faz tempo que eu não te via por aqui. Quando voltou? – A cumprimentei.
- Teve uma edição especial recentemente, mas ficou só nisso. – Ela disse cabisbaixa.
- O que você precisa é um filme. – Acrescentou National Kid. – Meus fãs estão fazendo abaixo assinado para um remake. Eu logo devo estar saindo daqui.
- O coitado fala isso desde 1969 – Cochichei para MacGyver.
- Mas Druuna... – Voltei a conversa. – Você e o... Sansão? Desde quando?
- Ora, por que não? Ele é forte, viril, grande, másculo... E circuncidado. Não se fazem mais judeus como o Sansão aqui.
- Tudo que a mocinha precisava era de um homem de verdade. O que anda faltando aqui no limbo. Pederastas! Mas eles receberão o castigo do Senhor! Como em Sodoma e Gomorra!
- Amém – ergui o copo, me forçando para não rir. – E você Sansão, planos de sair daqui?
- Ouvi falar de um desenho da Dreamworks. Já virei desenho antes, é divertido. Só espero que não me desenhem tão magrinho e que eu não tenha um amigo macaco de novo. Eu odeio macacos, eles atiram cocô em você. Mas preferia uma série. Filmes não duram. Em breve estarei aqui novamente.
- E eu estarei esperando por você, querido.
- Ah! – Ele riu. – E enquanto isso? Eu sei como funciona esse lugar, mulher. Quando eu voltar, não haverá mais nada entre nós. Você provavelmente vai dar pra aquele exibido do Flash Gordon. Eu sei que ele está de olho em você.
- Veja o lado bom, Sansão. Essa pelo menos não irá lhe custar “os olhos da cara”.
E essa eu deixo pra rir somente quem entendeu... Boa noite, e até a próxima. Tim-Tim.
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Mensagem por Nano Falcão Qua Set 23, 2009 5:43 pm

Ricardo, não sei por que cargas da água o debate se encerrou ali, vai ver eu tava na correria e acabei deixando passar seu último post, nem percebi.

Não tem isso de "meter a colher", encaro o Farrazine como um cooperativa mesmo. Wink

Portanto, pode sugerir a vontade personagens pra participar, afinal, apesar da lenda, não, eu não sei tudo. Laughing

O convite se estende não só ao Ricardo, mas todos que tiveram alguma sugestão de personagem esquecido ou não sendo publicado atualmente. Lembrando que eles entrarão nos episódios dentro do contexto da narrativa, certo? Valeu!
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