Editorial do 13
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Editorial do 13
Cidadãos!
O assunto é delicado.
E a pergunta que palpita nos coraçõezinhos apertados de nossa nação é:
Como eles fazem aquela coberturinha lisinha e durinha?
E mais, muito mais ainda: para quem eles fazem aqueles azuis, com sabor de anis, de que ninguém gosta?? Aquilo não é para humanos!! Quem é a clientela secreta para quem eles fabricam aqueles sinistros delicados azuis??! Onde está Jack McGee, quando mais precisamos dele?? De qualquer modo, sempre tivemos a ombridade de preferir jujuba. Mas divagamos.
Caríssimos, é chegado o tempo em que a pergunta importante não é mais “Quem matou Salomão Ayala?”, mas “Quem diabos é Salomão Ayala?!” O tempo passa, a referência cultural passa, a uva passa, a criatividade para piadas referenciais esgota-se catastrófica e vergonhosamente. Odete Roitman recolhe-se, constrangida. Poucos percebem.
O tempo passa, dizíamos. A passagem do tempo é só de ida, e a viagem não acaba nunca: nós é que saltamos em certas estações, quando acaba o valor do bilhete. O trem prossegue na noite escura.
Nosso bilhete ainda não acabou.
A passagem do tempo trouxe-nos a esta edição de número 13 deste periódico, e qual tema mais apropriado poder-se-ia escolher para esta edição que não fosse a superstição? Hein? A inclinação humana para valorar magicamente elementos e eventos de outro modo totalmente cotidianos, por vezes buscando usá-los para propiciar resultados de outro modo puramente fortuitos? Hein? No número 13? Hein?
Bom, como era para escolher tema mais apropriado para esta edição que não fosse a superstição, como dissemos, resolvemos não escolher tema nenhum, por falta de consenso. E, também, achamos que esse negócio de superstição dá um azar danado. E ainda se diz que Deus morreu, Nietzsche morreu, Marx morreu, Freud morreu, e eu já estou com uma tossezinha seca que me dá um dor aqui do lado. Eu é que não fico mais aqui.
Só na próxima edição.
O assunto é delicado.
E a pergunta que palpita nos coraçõezinhos apertados de nossa nação é:
Como eles fazem aquela coberturinha lisinha e durinha?
E mais, muito mais ainda: para quem eles fazem aqueles azuis, com sabor de anis, de que ninguém gosta?? Aquilo não é para humanos!! Quem é a clientela secreta para quem eles fabricam aqueles sinistros delicados azuis??! Onde está Jack McGee, quando mais precisamos dele?? De qualquer modo, sempre tivemos a ombridade de preferir jujuba. Mas divagamos.
Caríssimos, é chegado o tempo em que a pergunta importante não é mais “Quem matou Salomão Ayala?”, mas “Quem diabos é Salomão Ayala?!” O tempo passa, a referência cultural passa, a uva passa, a criatividade para piadas referenciais esgota-se catastrófica e vergonhosamente. Odete Roitman recolhe-se, constrangida. Poucos percebem.
O tempo passa, dizíamos. A passagem do tempo é só de ida, e a viagem não acaba nunca: nós é que saltamos em certas estações, quando acaba o valor do bilhete. O trem prossegue na noite escura.
Nosso bilhete ainda não acabou.
A passagem do tempo trouxe-nos a esta edição de número 13 deste periódico, e qual tema mais apropriado poder-se-ia escolher para esta edição que não fosse a superstição? Hein? A inclinação humana para valorar magicamente elementos e eventos de outro modo totalmente cotidianos, por vezes buscando usá-los para propiciar resultados de outro modo puramente fortuitos? Hein? No número 13? Hein?
Bom, como era para escolher tema mais apropriado para esta edição que não fosse a superstição, como dissemos, resolvemos não escolher tema nenhum, por falta de consenso. E, também, achamos que esse negócio de superstição dá um azar danado. E ainda se diz que Deus morreu, Nietzsche morreu, Marx morreu, Freud morreu, e eu já estou com uma tossezinha seca que me dá um dor aqui do lado. Eu é que não fico mais aqui.
Só na próxima edição.
Ricardo Andrade- não fez nada. Já estava assim quando ele chegou
- Mensagens : 511
Data de inscrição : 11/01/2009
Idade : 57
Localização : Campinas
Re: Editorial do 13
Digam o que acham.
Ricardo Andrade- não fez nada. Já estava assim quando ele chegou
- Mensagens : 511
Data de inscrição : 11/01/2009
Idade : 57
Localização : Campinas
Re: Editorial do 13
Se for verdade, sim. Rs...
Ricardo Andrade- não fez nada. Já estava assim quando ele chegou
- Mensagens : 511
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Idade : 57
Localização : Campinas
Re: Editorial do 13
Ricardo, excelente, mesmo. Com toda a sinceridade. Já começa o zine com o pé-direito
Re: Editorial do 13
Estou justamente escrevendo uma série de tirinhas sobre Dicas para o Jornalista do Futuro e uma delas inclui um "how to make" um editorial. Vc me deu uma idéia!
A propósito, bem legal! - e cuidado com a gripe! Morrer aos 45 minutos do segundo tempo por causa desta porcaria é MUITO azar!
A propósito, bem legal! - e cuidado com a gripe! Morrer aos 45 minutos do segundo tempo por causa desta porcaria é MUITO azar!
Jacaranda- Apagati CRTL+ALT+DEL
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Data de inscrição : 22/03/2009
Idade : 39
Localização : ABC
Re: Editorial do 13
Agora eu quero saber dessa ideia que eu te dei, Jacarandá...
E a gripe é fake, queridos, só pra constar no Editorial.
Obrigado, JLuis... Eu tento fazer coisas legais, mas eu nunca sei o que serão... O "delicado" surgiu literalmente minutos antes de eu escrever. Ia seguir pelo Salomão Ayala... E eu gostei da coisa do tempo, no meio, quase poético...
Eu me divirto com esses Editoriais e com o Expediente mais do que com qualquer outra coisa da revista...
E a gripe é fake, queridos, só pra constar no Editorial.
Obrigado, JLuis... Eu tento fazer coisas legais, mas eu nunca sei o que serão... O "delicado" surgiu literalmente minutos antes de eu escrever. Ia seguir pelo Salomão Ayala... E eu gostei da coisa do tempo, no meio, quase poético...
Eu me divirto com esses Editoriais e com o Expediente mais do que com qualquer outra coisa da revista...
Ricardo Andrade- não fez nada. Já estava assim quando ele chegou
- Mensagens : 511
Data de inscrição : 11/01/2009
Idade : 57
Localização : Campinas
Re: Editorial do 13
Esse humor stream of consciousness que você consegue fazer é o tipo de coisa que eu sempre respeitei, ainda mais com esse pequenos toques poéticos que você insere.
(estou lendo sobre crítica literária e tá dando nesse tipo de comentário...)
(estou lendo sobre crítica literária e tá dando nesse tipo de comentário...)
Re: Editorial do 13
jluismith escreveu:Esse humor stream of consciousness que você consegue fazer é o tipo de coisa que eu sempre respeitei, ainda mais com esse pequenos toques poéticos que você insere.
(estou lendo sobre crítica literária e tá dando nesse tipo de comentário...)
Uau... é isso mesmo. É o comentário que eu estava procurando fazer. Tirou as palavras de minha boca. Assino embaixo completamente. Justamente a minha opinião. Sintonia total.
- Spoiler:
- Alguém pode me explicar o que isso significa.
Kio- Editor aposentado
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Idade : 52
Re: Editorial do 13
Se eu entendi, e se "stream of consciousness" significa fluxo de consciência, tem tudo a ver... E eu nem sabia! Eu começo por uma frase inicial. Às vezes, tenho uma ideia no meio. Começo a fazer aquilo se sacudir na minha cabeça. Aos poucos, vou descobrindo, mais do que forçando ou produzindo, pequenas maluquices, pequenos jogos de palavras, pequenos significados onde nada havia. E uso.
Curiosamente - e isso sugere como funciona o inconsciente, ao menos o meu - geralmente essas pequenas maluquices que eu descubro, que não estavam lá, e que eu não pus lá, se encaixam lindamente com o que eu tinha pensado antes. A frase inicial, geralmente, uma bobagem de efeito sem maiores intenções, e/ou a coisa que eu penso para o meio.
É bem idiota dizer isso, mas eu tenho menos trabalho com essas coisas do que com outras. Quero dizer que eu não tenho o esforço intelectual que eu mesmo consideraria necessário e cabível para produzir certas coisas que eu faço, e que eu gosto, e que vocês parecem suportar bem. E não digo isso porque estou me gabando, "é facinho, facinho pra mim", não é nada disso. Nem é facinho. Eu só geralmente sei muito pouco do que estou fazendo, e planejo muito pouco do que consigo. Assim, não me sinto muito merecedor de certos elogios. É como se eu simplesmente tivesse encontrado certas coisas prontas, no chão...
Mas obrigado, JLuis e os outros. E adorei ser analisado com uma expressão tão chique como "humor stream of consciousness"... espero que a consciência siga fluindo!
Curiosamente - e isso sugere como funciona o inconsciente, ao menos o meu - geralmente essas pequenas maluquices que eu descubro, que não estavam lá, e que eu não pus lá, se encaixam lindamente com o que eu tinha pensado antes. A frase inicial, geralmente, uma bobagem de efeito sem maiores intenções, e/ou a coisa que eu penso para o meio.
É bem idiota dizer isso, mas eu tenho menos trabalho com essas coisas do que com outras. Quero dizer que eu não tenho o esforço intelectual que eu mesmo consideraria necessário e cabível para produzir certas coisas que eu faço, e que eu gosto, e que vocês parecem suportar bem. E não digo isso porque estou me gabando, "é facinho, facinho pra mim", não é nada disso. Nem é facinho. Eu só geralmente sei muito pouco do que estou fazendo, e planejo muito pouco do que consigo. Assim, não me sinto muito merecedor de certos elogios. É como se eu simplesmente tivesse encontrado certas coisas prontas, no chão...
Mas obrigado, JLuis e os outros. E adorei ser analisado com uma expressão tão chique como "humor stream of consciousness"... espero que a consciência siga fluindo!
Ricardo Andrade- não fez nada. Já estava assim quando ele chegou
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