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FARRAZINE # 11 - TEXTOS E REVISÕES **Lar da Maravilha Mascarada**

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Mensagem por Ricardo Andrade Dom maio 03, 2009 6:33 pm

Revisor Fantasma, a Maravilha Mascarada, pegou "Vendo os Leitores" para revisar...
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Mensagem por Ricardo Andrade Dom maio 03, 2009 6:50 pm

Revisado o "Vendo os Leitores"... Muito bom texto, muita boa questão. Estamos meio que falando sobre isso em outra parte, lá no Jogando Conversa Fora. Pelo menos, eu estou... Atualiza a lista, Kio. O Incrível Revisor Fantasma, a Maravilha Mascarada, ataca outra vez! Alguém, por favor, desenhe-o.

VENDO OS LEITORES... O PREÇO É VOCÊ QUE DÁ
Este texto se propõe a ir contra a maré da ficção buscada normalmente, olhar aquele lado que está por trás de tudo, e que dá o feedback para quem escreve... sim, queremos virar o espelho para refletir quem é o leitor atual, a nova geração de leitores que convive com as efemeridades e a velocidade do Século XXI, com a Internet e suas atualizações frenéticas, com as milhares de possibilidades por segundo, com a “globalização dos sentidos”. Sim, este leitor não é mais o mesmo de vinte anos... de dez anos... ou mesmo de cinco anos atrás e, talvez, no futuro, esse leitor se renove a cada dia, a cada minuto.
É conhecido por todos que o advento da Internet, das TVs a cabo com programação internacional, e até mesmo a evolução dos telefones celulares e videogames, tudo isso mudou a forma de enxergar a realidade, principalmente das crianças nascidas nesse novo mundo da comunicação em massa.
A própria indústria cultural já vem observando isso há tempos, e vem se adequando aos poucos às transformações dos novos tempos. E, claro, como tudo na vida, isso tem seus pontos positivos e negativos. Vamos procurar traçar este parâmetro aqui. Continue lendo, pois isto aqui é sobre você, Leitor.
Muitos se perguntam qual o “papel do papel” na modernidade, com tanta “interatividade visual” nos dias atuais, com todos os novos produtos que possibilitam termos uma mídia móvel cada vez mais barata e simples. Muitos ainda dizem que o papel vai dar lugar ao LCD, ou alguma outra forma de tela para a leitura, e que e-books tomarão o lugar dos livros. Mas, diferentemente da mudança do vinil para o CD, e deste para o MP3, diferentemente da mudança do analógico para o digital, existe no homem um “apego” ao papel. Desde sua criação na China, por Cai Lun, um eunuco considerado o pai da fórmula de confecção do papel, e desde seu uso em forma de papiro no Egito, até o uso que você fez hoje quando foi ao banheiro, esta fibra de origem vegetal vem acompanhando a humanidade e ainda é a principal forma de registro para o homem moderno. Esse apego de que falo se constata na ânsia do homem de registrar fatos e guardá-los para o futuro. O animal homem tem essa necessidade de imprimir – num sentido mais antigo da palavra – suas sensações, memórias, ou mesmo divagações, num papel. Uma notícia relatada num jornal impresso tem mais valor que a contada num rádio ou TV; por quê? Por causa da materialidade que o papel possui, coisa que a tecnologia ainda não pôde atribuir à leitura digital. O contato físico ainda é uma exclusividade do papel.
Ainda...(?)
Mas voltando às vacas frias, é no papel que o leitor tem seus primeiros contatos com a alfabetização, é no papel que ele desenvolve seus primeiros rabiscos... mas a “ameaça digital” bate às nossas portas, pois cada vez menos jornais impressos são lidos, revistas são canceladas e se tornam apenas digitais – vimos isso há algum tempo com a revista PC Magazine, e mais recentemente com a Garota-Aranha da Marvel que, após inúmeras fugas dos cancelamentos, agora migrou definitivamente para as HQ’s online.
Mas isso tudo apenas reflete o perfil do leitor moderno, aquele que escreve resumidamente, com milhares de abreviações; aquele que lê, no máximo, dois parágrafos, pois senão “cansa”; o mesmo que nunca leu um livro inteiro, ou que prefere a versão cinematográfica de algumas famosas obras.
Bom, para onde caminha a leitura, senhor leitor? Fica essa pergunta aqui.
Pois nessa velocidade estática que a tecnologia traz, abrem-se espaços para novos tipos de leitores. No que tange, por exemplo, aos leitores de quadrinhos – que é onde se foca bastante essa publicação do FARRAZINE – os antigos (e hoje com maior poder aquisitivo que há 10 ou 15 anos) ainda se mantêm fiéis e buscam manter essa fidelidade, por vezes vociferando terríveis palavras contra o leitor recente, aquele que não vê problema nos scans e se dá bem com o “dialeto” usado em Orkut e MSN. Se por um lado os primeiros quase que sustentam a indústria dos quadrinhos (e do papel), os últimos são os que sustentam TODO o mercado, pois são eles que consomem essa tecnologia que se atualiza tão rapidamente, e são eles também que geram outros leitores e/ou consumidores.
Como em quase tudo, é uma faca de dois gumes. Nunca se agrada a gregos e troianos, nem se tem tudo que quer ou se quer tudo que se tem... apesar de quantos ditados populares puderem ilustrar essa situação, uma coisa é certa: o leitor mudou, a leitura mudou. Talvez a educação – com certeza, a nacional e, talvez em parte, a mundial – ainda não se tenha atualizado, pois a forma de ensino da leitura, ou do hábito da leitura, certamente não está se adequando aos padrões que vemos hoje em dia.
Este talvez seja o pior de toda essa história... a velocidade da informação gera leitores apressados e afoitos por novidades, o que gera uma leitura superficial e desatenciosa. E isso, mais para frente, pode trazer consequências desastrosas, pois a memória e a História se comprometem. O leitor moderno deixa de lado detalhes para se focar no todo, lê a manchete para não precisar ler a notícia, acaba julgando um livro pela capa e esquece o que leu.
Isso está comprovado pelos baixos índices de aprovação, e pelas conhecidas redações com pérolas linguísticas. Na realidade, isso é triste, pois o saber e o conhecimento – mesmo que um péssimo conhecimento – fica impresso (agora no sentido habitual da palavra), tudo aquilo que escrevemos fica, e é lido, e se essa leitura é fugaz, acaba se tornando um telefone sem-fio, no qual a informação se distorce e se perde, e o leitor do futuro vai ser o mais prejudicado, pois será um subproduto desse leitor relapso de hoje.
O que podemos fazer para modificar esse leitor de hoje? Sem tirá-lo da velocidade do mundo moderno, mas sem perdê-lo para a efemeridade dele? Não dá para ir contra a corrente da tecnologia, mas também não podemos nos perder no fluxo da instantaneidade que advém dela. Ler é preciso, navegar (na net) também é preciso. Viver é que continua não sendo preciso.
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Mensagem por Ricardo Andrade Dom maio 03, 2009 6:51 pm

Nada pode pará-lo! O Revisor Fantasma, a Maravilha Mascarada, pegou a Entrevista com Edson Alves para revisar.
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Mensagem por Ricardo Andrade Dom maio 03, 2009 8:14 pm

O Genial Revisor Fantasma salva o dia, mais uma vez! Atualiza a lista, Kio!

Vem cá, eu sou um total desinformado, ou a gente bem que poderia falar da produção do Edson Santos? Ele até nos agradece pessoalmente...

E quando é que o Rascunho vai NOS agenciar? Rs

Texto: Rascunho - Alzir Alves
Diag.: Rascunho - Nívea
2 páginas

Entrevista com Edson Alves

O Rascunho vem a cada dia abrindo novos espaços para artistas que desejam ingressar no mundo das HQs. E, vislumbrando novas oportunidades de abertura no mercado, vem revelando novos talentos nesta área e viabilizando a inserção de novos nomes de artistas brasileiros na arte dos quadrinhos.
Em apenas um ano e seis meses de atividade no mercado, o Rascunho Studio já realizou trabalhos através dos seus artistas para várias editoras e autores, nacionais e internacionais. Nossa missão é apresentar o melhor de cada novo artista ao mercado em geral, e descobrir novos talentos. Com o trabalho de agenciamento, procuramos enfatizar aos artistas que o segredo para chegarem ao topo é a realização de trabalhos bem elaborados. E, acima de tudo, trabalhar com profissionalismo.
Hoje o nosso artista convidado é o Edson Alves, que já está no mercado internacional há mais de um ano. O Edson já realizou vários trabalhos e projetos nacionais e, através do Rascunho Studio, ele já está conquistando vários editores internacionais com seu trabalho.
Edson, juntamente com o artista plástico Matheus Veloso, publicaram a edição "A Serpente do Fogo", que foi baseada em um conto muito popular da região e contou com argumentos de Marcela Drummond, estudante de Belo Horizonte. A edição foi concluída em 2001, com recursos próprios. Em 2004, teve apoio da prefeitura de Petrolina, que lançou o SIC – Sistema de Incentivo à Cultura. O projeto da revista foi aprovado e teve uma pequena tiragem de 2.000 cópias. Este foi o primeiro trabalho do selo Dimensão-HQ .



F&R: É um prazer conhecer você, Edson. Sabemos que você está há mais de um ano trabalhando para o mercado internacional, agenciado pelo Rascunho. Como o Rascunho Studio chegou a encontrar você na cidade de Petrolina, interior de Pernambuco? (risos) E como está sendo essa experiência?

ES: Petrolina é uma cidade bastante desenvolvida. Sugiro que a conheça! Quando saí do meu último emprego, em dezembro de 2007, resolvi tentar com meus desenhos novamente. Procurei por agências na Internet, mas foi o Carlos Henry que me encontrou no Orkut e me convidou para fazer parte do time do Rascunho. É uma experiência muito valorosa, pois marca o início da minha carreira internacional. É através do Rascunho que tenho aprendido a lidar com esse mercado extremamente competitivo. Existe uma grande diferença em fazer trabalhos autorais e desenhar para editoras no exterior.

F&R: Quais os trabalhos que você já realizou para o mercado internacional?

ES: Fiz uma pequena história chamada The Married para a Orangutang Comics, C.H.E.S.S. Aliens Passage para o Ronin Studios, American Sinner. Tive uma experiência mal sucedida na Zenescope e agora estou fazendo uma nova história para o Ronin Studios.

F&R: Sabemos que você também realiza projetos com o selo Dimensão-HQ em sua cidade. Esse selo é para projetos autorais? Os participantes do selo também servem de apoio em seus trabalhos internacionais?

ES: Sim, o selo Dimensão-HQ foi criado para acompanhar nossos trabalhos autorais. Os componentes são: eu, meu irmão Ebson Alves, Marcelo Dantas e Peca. Ebson e Marcelo me ajudam bastante na arte-final dos trabalhos agenciados pelo Rascunho. Peca não desenha, mas escreve muito bem.

F&R: Vamos falar do nosso mercado nacional de quadrinhos. Você acha que realmente os desenhistas talentosos, assim como você, só têm oportunidade de trabalhar com desenho profissionalmente no exterior? Ou você vê oportunidades aqui no Brasil?

ES: Eu vejo um potencial muito grande a ser explorado. O que acontece é que o mercado brasileiro não possui uma identidade, como os americanos, europeus e japoneses. A maioria das idéias desenvolvidas por aqui é baseada nos comics americanos. Em minha opinião, não dá certo! Precisamos desenvolver algo novo. Nossa cultura, lendas e a história do nosso país, com seus grandes momentos e personalidades, são uma grande fonte de inspiração.

F&R: Gostamos sempre de pedir aos entrevistados algumas dicas para auxiliar os artistas iniciantes a chegarem onde você chegou.

ES: Quando era garoto e ia às bancas comprar HQ, não tinha um personagem favorito. Escolhia minhas revistas pelos desenhos. As histórias sempre possuíam aquelas páginas-pôster que enchiam os meus olhos e me faziam levar a revista. Utilizem isso em seus testes! Façam desenhos que encham os olhos! Pense nos leitores, que são os verdadeiros clientes dessa indústria. Olhe para seu desenho e o avalie com sinceridade: se seu trabalho estivesse em banca, você o compraria? Porém, há um detalhe: quando se entra no mercado, os prazos estabelecidos comprometem muito a qualidade do trabalho. Em geral, não estamos habituados a desenhar sob pressão de tempo; então, pratiquem também a velocidade. Tentem concluir cada página em um dia. Para narrativa, gosto muito de utilizar o cinema como estudo. Assistam a um bom filme, prestando bastante atenção às cenas e seus momentos, closes, planos gerais, ângulos, enquadramento e fotografia. Narrativa de cinema tem tudo a ver com quadrinhos, e vice-versa. Gosto muito da fotografia do Tim Burton, dos ângulos de ação do Michael Bay, entre outros. No mais, é praticar mesmo.

F&R: Para concluir, gostaríamos de saber, com uma só palavra, como você descreve Edson Alves hoje, e fique a vontade para os agradecimentos finais.

ES: Determinação! Agradeço a vocês do FARRAZINE pelo espaço, a todos que compõem o Rascunho por acreditarem em meu trabalho, a minha família e amigos pelo apóio que sempre me deram e, acima de tudo, a Deus. Um grande abraço a todos!
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Mensagem por Ricardo Andrade Dom maio 03, 2009 8:15 pm

O Inacreditável Revisor Fantasma, a Maravilha Mascarada, já merece uma revista própria! E pegou o "Por onde anda"...
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Mensagem por Ricardo Andrade Dom maio 03, 2009 9:09 pm

O Intransitável Revisor Fantasma, a Maravilha Mascarada, está de voltá! Ótima matéria, rapazes!

Por onde anda?

Bill Mantlo

Os leitores de quadrinhos dos anos 80 com certeza devem lembrar do nome. Afinal, era difícil ler uma história dos super-heróis da Marvel que ele não tivesse escrito: Thor, Os Defensores, Homem de Ferro, Tropa Alfa, Homem-Aranha, Mestre do Kung Fu, Os Campeões, a lista é realmente extensa.
Mas BILL MANTLO é mais lembrado, sem dúvida, por sua longeva carreira à frente da revista do Incrível Hulk, e pela adaptação para os quadrinhos de personagens de brinquedo, como Rom, Transformers e Os Micronautas.
O escritor ficou na revista do Hulk por cinco anos, e são de sua autoria sagas que até hoje estão na memória dos leitores brasileiros, justamente porque foi o momento de maior sucesso editorial de um gibi do Hulk no Brasil: meados dos anos 80. Ele começou sua passagem colocando o Hulk a viajar pelo mundo, apresentando assim diversos personagens internacionais da Marvel pelo caminho. Foi Mantlo também o primeiro autor a desafiar o status quo das histórias do gigante verde, fazendo com que a mente do cientista Bruce Banner dominasse a mente do monstro durante algum tempo, como também fez a criatura recuperar o controle e destruir Nova York, na espetacular edição de número 300, onde o Hulk enfrenta boa parte do Universo Marvel. Depois veio a famosa saga da Encruzilhada, a primeira vez que o Golias Esmeralda foi exilado da Terra, tendo aventuras em outros planetas.
Mantlo também criou personagens que até hoje estão nas páginas dos quadrinhos: Manto & Adaga, Tigre Branco, e o guaxinim espacial Rocket Rackoon, que hoje está na nova formação dos Desafiadores da Galáxia.
No entanto, o ponto alto da sua carreira foi a inventividade com que conseguiu criar revistas em quadrinhos baseadas em brinquedos. A série do Rom foi baseada num único bonequinho articulado. A partir dali, Mantlo criou um motivo para a aparência do personagem (ele não era um robô, mas um ciborgue), o que era aquela arma que ele carregava, quem eram seus inimigos, qual sua origem, e toda uma gama de personagens coadjuvantes. O sucesso de Rom durou além do boneco, e sua revista ficou seis anos nas bancas americanas.
Outro triunfo foi a série cult Os Micronautas, que poucos brasileiros sabem, mas também foi baseada numa série de brinquedos. Aqui, o trabalho de Mantlo e do desenhista Michael Golden chegou a ser reconhecido com o prêmio Eagle de melhor novo gibi, do ano de 1979.
Por essas e outras, quando a Marvel conseguiu os direitos para lançar um gibi dos Transformers, é claro que o homem certo para o trabalho era Bill Mantlo, revista que os brasileiros também tiveram chance de conhecer através da Editora Abril.

Mas por onde anda Bill Mantlo? Porque os leitores nunca mais tiveram notícias dele?
Na verdade, Mantlo sempre escreveu quadrinhos como uma forma de pagar os estudos e, no final dos anos 80, formou-se em direito e se tornou defensor público no bairro do Bronx, em Nova York. Ele ainda escrevia alguns gibis, como os diálogos da mini-série Invasão, para a DC Comics.
Mas, no ano de 1992, aconteceu uma tragédia: Mantlo foi atropelado, por um motorista que nunca foi identificado. Até hoje, o escritor carrega as sequelas daquele acidente e precisa de cuidados 24 horas por dia, estando internado numa casa de recuperação.
Em 2007, o cartunista David Yurkovich lançou um livro em sua homenagem: “Mantlo: Uma vida nos quadrinhos”, que também serviu para arrecadar dinheiro para bancar o tratamento de que Bill necessita.
Realmente é triste o curso que a vida de Bill Mantlo tomou, mas os gibis que ele escreveu sempre vão estar presentes nas memórias dos fãs antigos e também novos, graças às coletâneas que a Marvel reimprime.
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Mensagem por Ricardo Andrade Dom maio 03, 2009 9:11 pm

O Inexpugnável Revisor Fantasma, a Maravilha Mascarada, pegou a EC Comics para revisar. Atualiza a lista, Kio! E esse Nano, quem ele pensa que é? Escreveu a revista quase inteira? Ele é O Escritor Assassino, a Pena Patética da Perdição?!
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Mensagem por Ricardo Andrade Dom maio 03, 2009 10:40 pm

O Imperscrutável Revisor Fantasma, a Maravilha Mascarada, contra-ataca a si próprio, num movimento inédito! Eis a matéria da EC Comics editada! A propósito, achei curioso que a matéria pouco falasse em Harvey Kurtzman e o Mad. Verdade que o tema era Gaines e sua participação heróica em defesa dos quadrinhos. Mas Kurtzman foi quem criou o humor do Mad, e Gaines ficou com a galinha dos ovos de ouro para si... Merece uma matéria ou não?

A SAGA DA EC COMICS
Vão fazer um filme sobre William M. Gaines. Mas você sabe quem é ele?

Por Nano Falcão


Muitos filósofos já disseram que a História nada mais é que a versão dos vencedores. O mesmo vale para a saga dos quadrinhos americanos. Esta é a história de um herói maldito dos comics. Seu nome não é tão conhecido como o de Stan Lee, nem tão reverenciado quanto o de Will Eisner, ou controverso como o de Alan Moore. Ele não ganha matérias nas revistas especializadas.

Mas este homem, num momento-chave na evolução dos quadrinhos norte-americanos – os mesmos quadrinhos que serviram de referência e inspiração para o surgimento desta mídia em todo o mundo, inclusive o Japão e Europa – viu no que a nona arte poderia se tornar e caminhou sem medo nesta direção, arriscando seu próprio dinheiro, nome e prestígio.

Seu nome era William M. Gaines, e sua saga é a história da própria luta dos quadrinhos para amadurecerem e serem reconhecidos como arte e mídia capaz de entreter todas as idades, como qualquer outro segmento da industria cultural.


TAL PAI, TAL FILHO


No final dos anos 40, as histórias em quadrinhos já eram uma mídia consolidada. Nascendo no jornal, com milhões de leitores no mundo todo, havia se tornado uma mina de ouro com as revistas em quadrinhos e o gênero do super-herói, a partir do final dos anos 30. Mas apesar do sucesso dos sujeitos de colante colorido, principalmente junto às crianças, as HQs abraçavam muitos outros gêneros e públicos.

Devido principalmente aos jornais, lidos por adultos, os cadernos de quadrinhos traziam histórias policiais, comédias familiares, faroestes, suspense e ficção científica. A partir de 1940, Will Eisner, com seu Spirit, não só fez evoluir a linguagem dos quadrinhos, mas também ampliou sua temática, trazendo até temas sociais e dramáticos para as histórias.

Durante a Segunda Grande Guerra, os gibis do Capitão América eram distribuídos para os soldados combatentes. Ali estava um super-herói que, como eles, arriscava sua vida no front: o Capitão América não era invulnerável, valia-se apenas de um escudo para proteger, e não tinha super-poderes.

Assim, logo após o final da Segunda Guerra, quando os soldados voltaram para casa, os super-heróis começaram a cair de popularidade, e as revistas de western, crime, terror, ficção científica e fantasia tomaram conta do pedaço.

Isso não acontecia somente porque as crianças tinham se cansado dos super-heróis, mas porque elas tinham crescido. E os quadrinhos de western e terror eram bem mais simpáticos aos leitores mais velhos do que os gibis daqueles caras que vestiam fantasias coloridas e tinham super-poderes impossíveis.

Durante a Era de Ouro, quando pipocaram dezenas de editoras de quadrinhos atrás do sucesso em expansão, uma certa Educacional Comics, ou EC, especializou-se em adaptações da Bíblia e revistas românticas para garotas. Seu fundador, Maxwell Charles Gaines, foi praticamente um dos pais das revistas em quadrinhos como as conhecemos. Em 1933, realizou a primeira impressão em quatro cores em papel jornal plastificado, o que seria o padrão dos gibis dali por diante. Um ano depois, o velho Max Gaines, que era sócio da All American Comics, pegou o dinheiro que a National pagou por sua parte e fundou a EC, onde pôde colocar em prática o grande valor que dava para a educação como instrumento para o desenvolvimento do ser humano e da sociedade. Por isso, seu filho, William M. Gaines, teve amplo apoio para cursar uma faculdade.

“Bill” Gaines era professor universitário quando, em 1947, o velho Charles faleceu. De repente, “Bill” viu-se à frente da empresa familiar. Os seus pares na faculdade enxergavam os quadrinhos apenas como subcultura, mas Gaines viu ali uma oportunidade: levar os quadrinhos a outro patamar.

Até então, os quadrinhos americanos seguiam uma linha ascendente de evolução e refinamento, e Gaines estava destinado a continuar de onde seus precursores tinham parado.

Primeiro, ele contratou para ser seu editor um certo Harvey Kurtzman, que já havia dado provas de seu talento como escritor e desenhista em gibis de guerra e terror para a National Comics (futura DC). Ele se juntou a Al Feldstein, um grande escritor de quadrinhos, que foi promovido também a editor. Juntos, eles selecionaram o que seria considerado o melhor time de artistas do período: Joe Orlando, Wally Wood, All Williamson, Frank Frazetta e Jack Davis, entre outros. Além de pagar melhor, eles permitiam que os autores assinassem os seus trabalhos, ao contrário da National (futura DC) e da Timely (futura Marvel).

Gaines cancelou todos os gibis baseados na Bíblia e os romances açucarados, e deu atenção aos gibis de terror, que estavam vendendo bem. Ele apenas exigiu de Kurtzman e Feldstein que “não subestimassem a inteligência do leitor”. Ao invés de escrever para jovens, eles deveriam considerar que faziam revistas para todas as idades. As histórias tinham que ser atraentes para garotos de doze anos, mas também capazes de entreter homens na faixa dos 20 a 30 anos.

Além dos gibis de terror, que eram os mais populares da editora, grande sucesso tiveram as revistas sobre guerra, o tipo de gibi preferido de Kurtzman, e as de ficção científica, o tipo de gibi preferido de Gaines. Outro grande sucesso era a humorística Mad, que se tornou um fenômeno, parodiando a tudo e a todos, sem distinguir políticos de celebridades.

Em 1950, a EC ameaçava a National Comics, então líder do mercado e dona do Batman, Superman e Mulher-Maravilha, com um punhado de revistas que tinham como protagonistas personagens macabros, como o Zelador da Cripta, a Bruxa Velha e o Guardião da Câmara. A National cancelou a maioria das revistas de super-heróis, praticamente só ficando com os três grandes, e concentrou esforços em revistas de western, guerra, ficção científica, e até terror. Mas não funcionava. Além dos artistas da EC Comics serem muito superiores, a National tinha pudor demais para permitir aos autores contar esse tipo de história como deveriam.

Na EC, não havia medo de olhar para o lado assustador do crime. Nem mesmo na alma da própria América. Shock Suspense Stories, já na sua edição de estréia, a nº 01, trazia na capa um homem sendo executado na cadeira elétrica! A história já colocava em xeque a humanidade e eficiência do sistema legal americano, questionando a pena de morte. O nº 02 não fez menos barulho: na capa, com uma passeata de 4 de julho de fundo, um bando de populares lincham alguém que eles chamam de comunista, enquanto um transeunte tenta impedi-los dizendo: “Não façam isto! É errado! Ajam como americanos!”

E o que dizer das histórias de ficção científica, publicadas nas revistas Weird Fantasy e Weird Science? Invariavelmente, toda edição trazia uma história falando sobre os perigos da radiação atômica... em plena época de corrida armamentista, em que os EUA fabricavam mais e mais mísseis e começavam a construir usinas atômicas. Outras histórias mostravam o apocalipse, quando EUA e URSS estupidamente se destruíam mutuamente e acabavam com a vida na Terra.

Mas as histórias mais perturbadoras, sem dúvida, estavam nos gibis de terror, os famosos Tales from Cript (Contos da Cripta) e Haunt of Fear (O Caldeirão do Medo). Muitos destes contos desmistificam a vida de classe média das famílias americanas, mostrando casais se autodestruindo através da insegurança, da cobiça, da inveja, da desconfiança, do ódio e do medo! Nunca a família norte-americana foi tão habilmente dissecada e exposta num microscópio como nessas singelas histórias de terror. No final, não eram coisas sobrenaturais que metiam medo... Mas justamente o próprio ser humano, sempre fazendo todo tipo de crueldade em busca do ganho próprio. Não era esse o modo americano? Vencer acima de tudo?

A CAÇA ÀS BRUXAS

A EC incomodava, por isso, não só os seus concorrentes, mas as autoridades, os jornalistas e políticos conservadores. Enquanto os EUA fabricavam bombas nucleares, enforcavam negros e perseguiam comunistas pelo simples fato deles exercerem o seu direito de livre-pensar sendo comunistas, muitos meios de comunicação haviam se rendido às autoridades, com medo de serem também taxados de comunas e perderem o seu público.

Na época, “comunista” era a palavra mágica, como “terrorista” é nos dias de hoje. Defende direitos iguais para negros e brancos? Era comunista. Acha que o governo deve oferecer saúde de graça para a população? Isso era comunismo. As mulheres devem ganhar o mesmo que os homens? Coisa de comunista. O quê, a favor do divórcio? Comunista!!!!!

Um certo senador chamado Joseph McCarthy aproveitou-se da paranóia para fazer sua carreira, com o lema de “perseguir os comunistas que sabotavam a nação”. Tudo que havia de mal era visto como ação dos comunistas: aumento da criminalidade, revolta dos negros, até mesmo o rock’n roll. Questionar a América era não amar a América e, portanto, coisa de comunista.

Fizeram uma devassa primeiro nos jornais, depois na literatura, e finalmente no cinema. Não sobrou nem para Charles Chaplin que, inglês, foi praticamente deportado. E depois de expulsar os “vermelhos” (ou seja, qualquer um que tivesse algum pensamento crítico sobre a sociedade vigente), sua atenção voltou-se para os quadrinhos.

Quem deu fogo foi um certo “psicólogo” chamado Frederic Wertham (não parece nome de supervilão de gibi? Pois ele é... o maior de todos!). Escrevendo um livro chamado “A Sedução do Inocente”, Wertham alegou que o crescimento da criminalidade nos EUA era consequência da violência das histórias em quadrinhos! Segundo ele, os gibis, principalmente os de terror, ao mostrarem tantas cenas de assassinato, mutilação e sangue, incentivavam a prática do crime.

Vários jornais adoraram a idéia, e passaram quase que diariamente a entrevistar Wertham, que também aparecia na TV e nas rádios. Os pais adoraram o sujeito que veio dizer que eles não tinham feito nada de errado, a culpa era daqueles malditos gibis! Chegaram até mesmo a organizar fogueiras para queimá-los em algumas cidades. Corria o ano de 1953. Vinte anos antes, em 1933, um sujeito chamado Adolf Hitler chegara ao poder na Alemanha fazendo a mesma coisa com livros. Irônico, não? Era essa a terra da liberdade e da democracia?

A comissão de investigação de atividades “antiamericanas” do Senador McCarthy abriu um subcomitê para investigar os quadrinhos. É claro que o Gaines foi um dos primeiros a serem convocados, porque seus gibis eram os mais polêmicos, e também, como exposto acima, os que mais alfinetavam as autoridades.

Gaines, ao invés de usar o direito da 5ª emenda de não declarar nada que o incriminasse, de maneira heróica, defendeu não só a EC Comics, mas as histórias em quadrinhos. Disse que seus gibis não eram destinados a crianças, mas a todas as idades, e ele não tinha culpa de que as crianças também os comprassem. Tal pensamento, o de que gibis pudessem ser feitos para um publico preferencialmente adulto, não entrava na cabeça dos senadores e da imprensa norte-americana. Eles acharam que Gaines estava tentando se livrar da pecha de “corruptor de menores”.

Nem quando Gaines lembrou que em todas as histórias da EC Comics, o bandido sempre se dava mal, e todo mundo que praticava o mal e a violência acabava tendo um fim terrível, bastou para conter a sede de sangue da imprensa conservadora. Os jornais vomitavam editoriais que pediam o fim dos quadrinhos.

E as grandes editoras, o que fizeram neste momento de crise? Gaines os tinha convocado à luta, para que eles mesmo se regulassem e criassem algum tipo de selo, para que os pais tivessem confiança nos quadrinhos que seus filhos compravam. O selo seria um garantia de que nenhum gibi traria “conteúdo antiamericano”.

Mas os editores concorrentes viram na idéia uma oportunidade: sem a presença de Gaines, convocaram uma segunda reunião, onde eles criaram o seu próprio selo, muito mais restrito do que Gaines pretendia, que autocensurava as editoras que trouxessem cenas de assassinato, sangue, mutilação, questionamento às autoridades (principalmente policiais, as vitimas preferidas da EC). O código, inclusive, também impedia o uso das palavras "horror" e "terror", prejudicando, logicamente, a editora de Gaines. Desta forma, os donos de banca deveriam apenas comprar as revistas que tivessem o Comics Code, porque não iriam querer vender uma revista que não tivesse “material sadio” para os jovens americanos. E a EC não teria acesso ao Comics Code, uma vez que seus gibis mais populares tinham como base justamente todas aquelas coisas proibidas.

Com os gibis boicotados, as revistas foram sendo canceladas uma por uma. Até mesmo a Mad, que conseguiu continuar, teve seus problemas com a lei. A revista Mad chegou a ser proibida pelo governo e investigada pelo FBI, mais de uma vez, por incitar à delinquência juvenil. Professores recolhiam cópias vistas com alunos. Ao menos na premissa do humor, Mad foi uma espécie de pré-Hustler: nela, nada era sagrado ou tabu. O lema de Gaines era “Não leve nada a sério demais”. Apolítico e ateísta, fazia questão de bater forte em política e religião.
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Mensagem por Ricardo Andrade Dom maio 03, 2009 10:46 pm

Mas, espere! O que é aquela nuvem negra que se forma no horizonte? Parece que o idiota aqui, quero dizer, o Imaculável Revisor Fantasma, a Maravilha Mascarada, esqueceu um pedaço do texto do Nano! Bem que eu estava achando que a coisa tinha acabado meio assim! Mas o Impagável Revisor Fantasma, a Maravilha Mascarada, tarda mas não falha!
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Mensagem por Ricardo Andrade Dom maio 03, 2009 10:57 pm

Nada temam! O Inimputável Revisor Fantasma, a Maravilha Mascarada, revisou o resto que faltava do texto da EC Comics! Atualiza aí, Kio!

LEGADO


Em 1954, as revistas da EC Comics estavam canceladas, e o amadurecimento das histórias em quadrinhos abortado indefinidamente. Gibis de terror, crime, suspense e mistério tentavam aparecer mas, com tantas restrições, eram todos tolos e sem graça. Os mais velhos não tinham mais motivos pra curtir os gibis, porque até aqueles de western, guerra e ficção científica que continuavam ficaram bobinhos por causa do Comics Code. Até os mocinhos do faroeste não matavam mais ninguém, não era visto nenhum corpo no chão num gibi de guerra...

Muitos dos autores de quadrinhos saíram do mercado – até seus nomes ficaram manchados por produzirem quadrinhos para a EC – e se tornaram grandes cartunistas, desenhando para jornais ou ilustrações para livros e revistas.

Assim, não demorou três anos para que os super-heróis voltassem com tudo; a moda das revistas para todas as idades havia sumido. E os quadrinhos estavam novamente no patamar em meados dos anos 40, uma mídia em que a maioria dos gibis tratava de sujeitos de roupas coloridas e eram destinados para crianças. Ao contrário dos gibis da EC, dessas histórias nem todas eram belamente desenhadas; tinham roteiros pueris e maniqueístas, e personagens rasos como um pires.

Por outro lado, criou-se uma lenda: no final dos anos 60, com a criação dos quadrinhos underground, que não circulavam nas bancas de revista, nem levavam o Comics Code na capa, os gibis da EC passaram a ser cultuados e vendidos a peso de ouro no “mercado negro” dos quadrinhos. Reimpressões piratas começaram a pipocar. Novos e fantásticos artistas, que cresceram lendo os gibis da EC, agora mostravam seu trabalho, desafiando novamente o sistema.

O culto aos gibis de terror da EC chegou a tal ponto que, nos anos 90, “A Cripta do Terror” se tornou uma série de TV, de grande sucesso, nos EUA.

Demorou muito tempo para Gaines receber as devidas homenagens que merece por sua contribuição para os quadrinhos. Talvez porque falar da sua história é revelar a sacanagem que as grandes editoras fizeram ao criar o Comics Code para ferrar com Gaines, prejudicando as próprias histórias em quadrinhos. A justiça tarda, mas não falha: Gaines está para se tornar o primeiro editor de quadrinhos a ganhar um filme sobre sua vida. Isso mesmo; afinal, uma história tão incrível tem a maior cara de filme, não é mesmo?

Sua história está ganhando uma cinebiografia; com o título provisório de "Mad Man", o longa está sendo rodado, com roteiro adaptado a partir do livro de Steven Otfinoski, “The mad world of William Gaines”. O filme cobrirá a vida de Gaines do final dos anos 40 até a década de 50, quando corajosamente encarou a comissão do senado.
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Mensagem por Ricardo Andrade Dom maio 03, 2009 10:59 pm

E, como se não bastasse mais essa ação maniqueísta em favor da revisão de toda a realidade, o Inimitável Revisor Fantasma, a Maravilha Mascarada, revisou também a introdução à Ilha de Lego!

Introdução para a Ilha de Lego

Um avião. Vários passageiros. Um vôo que nunca chega a seu destino. Uma ilha que desafia todas as regras da realidade. Homens com passados misteriosos, mulheres sedutoras e um gordinho engraçado, ainda que meio mala, às vezes. Mistérios, perguntas sem respostas e atores brasileiros que não duram nem uma temporada inteira. Essa é a ilha de Lost. Mas não é isso que você vai ver aqui. Aqui o mistério é mais assustador, os perigos são mais terríveis e todos os personagens tem as cabeças quadradas. Sim, esqueça tudo que você conhece, pois você não está na ilha de Lost... você está na... Ilha de Lego!
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Mensagem por Ricardo Andrade Dom maio 03, 2009 11:00 pm

Nosso herói revisou quase a revista inteira! E não tem mais ninguém lendo esse tópico! É quase como se fosse o Expediente! Que também não trará a referência a esses atos de revisão heróica!
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Mensagem por Ricardo Andrade Dom maio 03, 2009 11:01 pm

E Nano! "Daredevil" é "intrépido, valentão"!
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Mensagem por Ricardo Andrade Dom maio 03, 2009 11:01 pm

Adeus!
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Mensagem por Kio Seg maio 04, 2009 8:23 am

Valeu, Ricardo.

Você deve, sim, fazer uma menção a esse trabalho hercúleo no expediente. Smile



Kio escreveu:Textos sem revisão (todos postados aqui neste tópico):
• A Saga da EC Comics OK
• Introdução Ilha de Lego OK
• Por Onde Anda? OK
• Entrevista Rascunho OK
• Vendo os Leitores OK
• Túnel do Tempo OK
• Séries OK
• Introdução Gimenéz OK
• Spirit OK


Textos com a Aluada:
• Godzilla Bravo - OK
• Ideias Matam- OK


Texto revisado pelo Mainardi:
• Entrevista Lilian Mitsunaga OK

• Garota-Esquilo OK Brontops
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Mensagem por Ricardo Andrade Seg maio 04, 2009 6:24 pm

Acabo de me dar conta de que, na entrevista com Edson Alves, eu pus a iniciais dele como ES! Estava ED antes, e eu achei que as iniciais tinham mais a ver. Sei lá o que me deu na cabeça e pus ES, ao invés de EA. Será que dá pra corrigir?

Acho que não falei na Aluada no Expediente, tampouco, porque os textos dela apareceram também. Quanto ao Mainardi, eu disse que ele tinha participado da entrevista com a Lilian Mitsunaga, porque tinha sido isso que eu tinha entendido, mas ele apenas revisou. Assim, se você puder mudar no Expediente esse pedacinho...

Quanto ao resto, acrescente, em alguma parte:

ALUADA (nome dela), mais uma vez, emprestou-nos sua inacreditável precisão ortográfica e revisou "Godzilla Bravo" e "Idéias Matam" - Nós já devolvemos a inacreditável precisão ortográfica dela - E lavada - O INACREDITÁVEL REVISOR FANTASMA (A MARAVILHA MASCARADA) revisou "A Saga da EC Comics", "Por Onde Anda", a entrevista com Edson Alves, "Vendo os Leitores", o "Túnel do Tempo", a matéria sobre "Séries" e a resenha do filme "Spirit", além dos textos introdutórios da "Ilha de Lego" e da entrevista com Giménez - Agora, o Inexpugnável Revisor Fantasma vai revisar VOCÊ! - Que bom que você voltou -
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Mensagem por Kio Seg maio 04, 2009 7:47 pm

Acertei o nome do Edson, Ricardo. E o Mainardi fez uma introdução na entrevista, então tá correto.

Valeu, Ricardo. Smile
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Mensagem por Ricardo Andrade Seg maio 04, 2009 10:19 pm

Bom, então tem que desmudar o que eu mudei lá no outro tópico, em que mandei o Expediente inteiro, como você pediu... Lá eu disse que o Mainardi tinha só revisado.
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Mensagem por Kio Ter maio 05, 2009 8:00 am

Ricardo Andrade escreveu:Bom, então tem que desmudar o que eu mudei lá no outro tópico, em que mandei o Expediente inteiro, como você pediu... Lá eu disse que o Mainardi tinha só revisado.

Positivo e operante. Smile
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Mensagem por Ricardo Andrade Qui maio 07, 2009 7:22 pm

Valeu. E tira esse "Precisa-se de Revisores" ali de cima. O Inigualável Revisor Fantasma, a Maravilha Mascarada, salvou o dia, mais uma vez.

Nosso periódico já conta com DOIS super-heróis protetores! Como se não bastasse o Fabuloooosooooooo Vingadoooooooooooooor ESCARLATEEEE!, agora temos o Inimbricável Revisor Fantasma, a Maravilha Mascarada! Alguém desenhe-o, já!
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Mensagem por Rodrigo! Sex maio 08, 2009 7:47 am

aaahnnn... O que diabos é "inimbricável"???

Shocked Shocked Shocked
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Mensagem por Ricardo Andrade Sex maio 08, 2009 12:33 pm

Não ouse questionar O Inimputável Revisor Fantasma, a Maravilha Mascarada!
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Mensagem por Nano Falcão Qua maio 13, 2009 5:34 pm

Hérois Protetores? Bah. O meu supervilão, O PROCRASTINADOR, o maior vilão do Farrazine irá acabar com todos eles! geek

HUAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHH (risada maligna).
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Mensagem por Ricardo Andrade Qua maio 13, 2009 5:55 pm

VEREMOS!

De qualquer modo, ideias dementes têm me perseguido, e eu desenhei o Inigualável Revisor Fantasma, a Maravilha Mascarada! Agora que tenho um scanner em uma das 58 escolas em que dou aulas, posso dar vazão ao meu lado desenhista. Vou terminar, escanear, mandar pro Rodrigo dar uma tratada e pedir, quem sabe, ao Mainardi para fazer a arte-final e corrigir alguns erros imbecis.
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Mensagem por InVinoVeritas Ter Jul 07, 2009 10:11 pm

Gente... os textos do Ricardo estão revisados no link:

http://www.mediafire.com/?sharekey=049714f6b17889c400d27174b47c6657e04e75f6e8ebb871

(Desculpem não ter postado separado, mas levanto cedo amanhã. Foi só pro caso de ser urgência. Dependendo, amanhã eu posto direitinho. Abração.)
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