Poeminhas e Poemões

Garoto da Pipa de Ouro

Linhas cortantes
Que se cruzam formando um xis
Moleques se desafiando
Tudo isso ao lado de uma grande elite

A empresa vai bem
Os laços vão mal
Cacos de gente
Aperto de mãos com cerol

Lucro e ansiedade
Para cálculos de todas as partes
Ternos enforcando a índole
Tudo isso ao lado da terra de barro

Que mal o diga
Que o bem fará
Um dia o garoto da pipa de ouro
Um dia ele virá...

Isso e aquilo

Tem gente que mexe com isso
Tem gente que mexe comigo
E algumas alteram aquilo
Antes ou depois disto

Aquilo não tem peso
Vaga pro infinito
É denso dissolvendo
Idéias assimiladas

Isso é um verso
Duas frases
Uma pausa
E uma estrofe

E junto com aquilo
São meia verdade e sua conseqüência
Eu estou nu
Na sua tela

Aquilo é seu entendimento
Sobre mim
E eu sou isso
Isso aqui.

Em vão

Nada resta
E às vezes não há por que
Balançar a cabeça

Certo dia você me fez
Uma promessa

Para não interferir
Eu tive
Duras escolhas

Nada nosso foi em vão
O amor não é à toa

A saudade deixou
Em algodão
Esculpida uma lição

O vento soprou
No verão

A neve se espalhou
Se agarrando as folhas
Gelando o coração

Que agora ressoa
O amor não é à toa

Ele aquece o sangue
È um veneno
E você o antídoto

Pois temos uma história
E o amor não é à toa.

Ração Para Loucura

Neologico

Um belo dia, em que eu voltava do duelo de mordidas de caracóis, vi um restaurante anunciando como prato do dia, ração para loucura, ora pois, não me contive, fui ver do que se tratava:

-Pois não senhor?

O garçom que se vestia como presidiário me preparou a mesa, enquanto eu percebia que meus companheiros de restaurante, únicos por sinal, haviam me deixado, e na mesa deles, um palito que equilibrava outro palito e mais dois garfos, como isso seria possível?

-O que vai querer senhor?
-Ah! Acho que o prato do dia.

Não obstante após cinco longos minutos sozinho naquele restaurante, o garçom, mais conhecido como rdelton, me trouxe a dita cuja, a capa brilhava, meus olhos não acreditavam no que viam, e mesmo se estavam a ver, uma edição, da revista Farrazine,hora ao mesmo tempo senti angústia, eu nunca mais seria o mesmo, eu teria de participar do projeto, pedir a receita ao restaurante, mas e meus filhos?O que pensariam de mim? Na certa chamariam o hospício, mas quem me chama é o dever!

-Bom Apetite.