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[Conto] Buraco Negro - Parte 5

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Mensagem por Apgrilo Seg Fev 27, 2012 2:08 am

Galera,
foi mal pela demora, peguei uns trabalhos ai e não tive tempo de trabalhar no conto. Por isso demorei. Lembrem-se, criticas são sempre bem vindas!


O carro corria pela rua, com velocidade acima da permitida para aquele horário tarde da noite, já passava da meia-noite. Eles ultrapassavam outros veículos com certa facilidade.
- O que é de tão ruim que tem nessas anotações? - Indagou Jonas.
- As conseqüências do grande paradoxo.
- Como assim? O que é o grande paradoxo?
- Se você voltar ao seu tempo e entregar para ele essa bolsa, o professor pode conseguir aumentar a intensidade e o alcance do buraco negro que ele tanto quer e criar o grande paradoxo.
- E isso é pior que o buraco negro? - Roberta anuiu. - Nossa, eu achava que não existiria nada pior era o buraco negro...
- Na verdade não existe. - Falou abanando a cabeça. - Bom, é isso que ele explicou para a gente, pelo menos. Ou é isso que eu entendi, sei lá. Enfim... O que eu sei é que o buraco negro é um fenômeno no espaço-tempo, já o grande paradoxo seriam as conseqüências, entendeu?
- Mais ou menos.
- Escuta, Jonas. Se o professor conseguir voltar para os passados mais importantes e alterar todos eles, todas as realidades a partir de então... Todos os presentes e futuros possíveis que conhecemos podem simplesmente deixar de existir, pois vão se transformar em outros.
Depois de alguns minutos, logo após um caminhão passar por eles ao seu lado esquerdo no sentido oposto, Jonas sorriu.
- O que foi, garoto? - Indagou a detetive.
- Nada. Eu... Eu achava que toda essa droga de confusão é pro professor voltar no tempo e ficar com a sua esposa que morreu de câncer.
- Não. Isso já aconteceu de certa forma.
- Como?
- Ele matou a versão dele de outro presente paralelo e conseguiu ficar com ela por mais alguns meses.
- Nossa.
- E em mais uma versão a esposa dele tinha até conseguido se curar do câncer.
- Mas então qual o objetivo dele?
- Voltar no tempo.
- Para quê? Se não pra ficar com a esposa que ele ama?
- Não sabemos, Jonas.
- Por quê destruir todos os presentes e futuros com esse tal grande paradoxo?
- Eu... Eu não sei, Jonas. - Roberta sorriu de forma melancólica. - Por quê existem assassinos com boa família e diploma de faculdade? Por quê pessoas ricas roubam?
Jonas não conseguiu responder as perguntas retóricas, e ambos ficaram calados por alguns segundos, até que o carro virou a direita.
- Então como a gente vai conseguir sair dessa?
- Só temos uma chance, garoto.
- Qual?
- Ele vai nos ajudar. Estamos quase chegando.
Ultrapassaram um veículo que estava numa velocidade muito calma.
- Me levar para quem?
- Você vai ver... Ele vai ajudar a gente, mais do que já ajudou até agora.
Ambos se calaram e viram o carro seguir reto por alguns quilômetros, virar algumas direitas, outras esquerdas e seguir reto novamente, Jonas reparava em alguns prédios altos bem ao longe. Depois de quase 20 minutos, chegaram diante um conjunto de armazéns antigos e abandonados e o carro andou mais devagar até começar a manter uma pequena velocidade. Conforme iam penetrando no local, Jonas viu outro carro estacionado, olhou novamente com mais atenção e viu uma pessoa ao lado dele.
Roberta parou o veículo, abriu a porta, e, depois de Jonas sair do carro com a alça da bolsa em volta de seu ombro, digitou umas teclas no pequeno painel e ouviu o carro apitar rapidamente e se auto-trancar. Os dois foram até a entrada de um dos armazéns, ao lado de um conjunto de entulhos, e a pessoa que estava parada ao lado do carro os alcançou antes da chegarem a porta.
- E então, chefe?
- Nada, ele não estava lá, já tinha deixado o local. Em compensação... - Ela apontou com a cabeça para a direção do rapaz.
- Esse é o Jonas?
- Aham, ele mesmo.
- Vamos, Jonas? - Este anuiu e ela se virou. - Miguel, continua de vigia ai fora.
Entraram no local e Jonas viu um armazém mal iluminado, com diversos objetos de tamanhos distintos empilhados de diferentes formas. As janelas empoeiradas no lado superior permitiam que a luz do luar penetrasse por ali e iluminasse os cantos do local, mas que pouco conseguia-se ver. Bem a direita havia um pequeno escritório, iluminado por uma lâmpada interna, que mal permitia ver pela janela do local que era separado do armazém por uma porta.
No meio, em volta de uma mesa semi-iluminada por dois abajures estavam dois homens e uma mulher, mais velha do que a detetive. Ao lado direito deles, outra mesa iluminada por um abajur e um senhor sentado de costas, escrevendo algo em alguns papéis. Jonas chegou mais perto e viu que eles analisam alguns objetos.
A detetive chegou junto ao ouvido da mulher mais velha e falou algo em seu ouvido. Jonas pôde reparar que a mulher parecia superior, uma chefe da detetive ou algo do tipo. A mulher mais velha anuiu e se virou para Jonas. Quando ela ia falar algo para ele, o senhor que estava de costas se levantou e veio na direção deles.
- Aqui, analisei e não achei nada. - Falou uma voz grave, que o timbre Jonas já ouvira outras vezes. O homem chegou mais perto da luz, e, de repente, Jonas começou a ficar muito nervoso ao ver o autor da voz ganhando forma. - Olá Jonas, um dos melhores alunos que eu nunca tive o prazer de ensinar, mas o meu outro eu sim, aquele do meu passado alternativo.
Ao terminar de dizer a frase, Jonas pôde visualizar na luz, por completo, uma versão bem mais velha e diferente do professor Cardoso, aquele mesmo que o tinha seqüestrado e dopado. Só que agora estava um pouco mais gordo, os poucos cabelos já estavam todos brancos, a barba igualmente branca e bem aparada. Ele estava sorrindo, e Jonas podia sentir que era um sorriso mais humano, mas também era o mesmo sorriso daquele que o havia enganado há pouco tempo.
Horrorizado com a situação, Jonas começou a ficar muito nervoso. Andou para trás e começou a suar muito. As pessoas começaram a se aproximar, e viram crescer sua tensão. O ex-aluno começou a ir de um lado para o outro, movendo seus braços com força, jogando longe algumas cadeiras e outros objetos. Ofegante, parou de ouvir "Você está bem?", "Calma", quando alguém bateu em sua nuca, deixando-o desacordado.

Apgrilo
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