FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
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Nano Falcão
Ricardo Andrade
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FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Vamos abrir os serviços! Aqui, um dos textos de Batman que eu pensei em incluir nessa edição 12. É uma versão "reduzida": tem "só" 6.945 caracteres... Tá, eu sei que ainda está maior do que os 6000 caracteres que deixam o Kio feliz, mas a versão original, que saiu exatinho do jeito que eu queria, tem 8.767 caracteres (à disposição aos interessados). Essa versão "condensada" ainda está bem como eu gostaria. Kio, se você fizer questão, eu tento limar os novecentos e poucos caracteres...
70 Anos Este Mês
- Este deve ser o caso mais surpreendente que já enfrentamos, Batman!
- A surpresa é um luxo a que não podemos nos dar, Robin. Considere sempre todas as possibilidades.
- Até as impossíveis??
- Especialmente estas. Vamos ao caso. Recapitule, Robin.
- Certo. Capturamos um homem na Batcaverna...
- Como ele chegou aqui?
- Não sabemos. As câmeras mostram-no vindo de um canto da tela. Num momento, ele não está aqui; no outro, está.
- Teleporte. Quem é ele?
- Não conhecemos. Não fala coisa com coisa.
- Truque antigo. Prossiga.
- Ele estava com material iconográfico e literário...
- Direto ao ponto, Robin. Histórias em quadrinhos.
- Sim, e também textos analíticos sobre elas.
- Particularidade.
- Elas são sobre nós.
- Incomum, mas dificilmente inédito. Já houve histórias em quadrinhos sobre nós. Curioso, mas enfadonho. Foco, Robin. Qual é a particularidade?
- As histórias trazem informações secretas sobre nós.
- Exato. Exemplifique.
- Nossas identidades secretas!
- E as de diversos de nossos colegas e inimigos. E imagens acuradas da Batcaverna e da Mansão Wayne. E reproduções de conversas. Como essas informações podem ter sido obtidas? Hipótese.
- Espionagem.
- A primeira hipótese que se impõe. Agora, explique por que ela é improvável.
- Hum... Porque isso exigiria uma vigilância ininterrupta, em toda parte, completamente indetectável!
- Correto. E a Batcaverna e a Mansão Wayne estão protegidas por tecnologia thanagariana, sugestões do Sr. Milagre e escudos místicos de Zatanna. E nós, os alvos, temos mentes treinadas para perceber certos padrões. A hipótese não se sustenta. E por outro motivo, também.
- Qual?
- Nossas identidades secretas valeriam milhões. Lex Luthor tornaria rico quem quer que lhe desse a identidade secreta do Superman. Por que alguém conseguiria estas informações, e faria historinhas? Não é lógico.
- Bem, o Coringa não precisa de um motivo lógico para fazer uma coisa assim...
- O Coringa não tem essa paciência. Algumas dessas revistas foram publicadas há anos. Se tivesse tido acesso a esse conhecimento, o Coringa já o teria usado.
- Sim, mas essas revistas foram publicadas onde? Não temos informação de que tenha sido em qualquer parte deste... Ei!
- Espere. Eu sei o que você vai dizer. Deixe isso de lado, por hora. Vamos seguir esta linha de raciocínio até o final. Método, Robin. Formule outra hipótese.
- Traição. Alguém próximo teria acesso a estas informações, e poderia, hipoteticamente, nos trair.
- Pelos eventos descritos nas revistas, há somente três suspeitos.
- Quem?
- Eu, você e Alfred.
- Mas isso é impensável!
- Nada é impensável, Robin.
- Você acha realmente que eu ou Alfred...?!
- Nada é impensável, Robin. Qualquer de nós, inclusive eu, poderia ter a mente dominada, por exemplo. Lidamos com hipóteses aqui. A emoção contamina o raciocínio. Controle-se, Robin.
- Desculpe.
- De qualquer modo, esta tese leva ao mesmo beco sem saída. Quem faria histórias em quadrinhos com estas informações? Alguma outra hipótese?
- Diversas, ainda mais fantasiosas. Nenhuma que escape ao “beco sem saída”.
- Antes de lidar com o que você ia dizer, analisemos o material.
- Certo. Histórias em quadrinhos, com dados secretos sobre nós...
- E representações precisas de eventos e locais. Mas o que elas têm de impreciso é ainda mais intrigante. Veja essa revista, a mais antiga...
- “Detective Comics”, nº 27.
- Ela relata atividades do Batman em... maio de 1939.
- 70 anos este mês! Não havia um Batman nessa época. Você teria nascido em... 1919!
- Elas cobrem o período de 1939 até hoje. Todo esse tempo com um Batman.
- Vários homens usando a máscara?
- Não. É sempre Bruce Wayne.
- Mas como?! Que idade esse “Batman” teria, hoje? 90 anos?!
- Na verdade, segundo esta revista atual, a minha.
- Isso é absurdo! O personagem não envelhece, por 70 anos?! Quem engoliria isso?!
- Houve adaptações sucessivas. O... “personagem” foi alterado para refletir diferentes épocas. Vários Batmóveis. Uniformes “modernizados”. Na verdade, só um ponto se mantém, recorrentemente representado.
- Qual?
- A morte de meus pais.
- Oh.
- Veja. Aqui... e aqui... e aqui. Os desenhos são diferentes, mas a precisão dos fatos é perturbadora. Este caso, em especial, me incomoda.
- Por quê?
- Esta história se passa em um suposto futuro, mas retrata a morte deles com um detalhe que eu nunca comentei com ninguém, e que me atormenta até hoje. Veja esta cena, com o colar de pérolas de minha mãe. Como ele se enrola na mão com que Joe Chill empunha a arma. Veja como o colar se arrebenta quando a arma dispara.
- Oh... Batman, eu...
- Foi exatamente assim. E ninguém além de mim sabia.
- Joe Chill...?
- Morto há anos. Escondeu o quanto pôde que matou meus pais. Não contou a ninguém.
- Mas...
- Alguém pode ter lido a minha mente.
- Para fazer histórias em quadrinhos?!
- Improvável. Diga o que ia dizer, naquele momento.
- Ah... sim. As revistas aparentam ter sido mesmo publicadas, e não preparadas para parecerem assim. Mas não há registro da publicação.
- Conclusão?
- Pode não ter sido neste mundo.
- O que nos leva aos universos paralelos com que já lidamos. Na verdade, a maioria das “versões” nas revistas – mesmo as mais ridículas – parece corresponder a alguma de nossas contrapartes de outros universos. Já vimos várias delas.
- Mesmo? Eu não...
- Nós os vimos em pessoa, Robin, e alguns destes desenhos são muito ruins, ou pouco realistas. Pode ser difícil reconhecer neles os Batmen que conhecemos, mas a essência está aqui. É uma hipótese a ser verificada.
- Certo! Vou testar estas revistas e...
- Não é necessário. Eu já fiz isso.
- O quê? Mas...
- Elas vibram em um comprimento de onda completamente diferente de qualquer coisa em nosso universo. O homem vibra da mesma forma.
- Quer dizer...
- Eles vêm de outro universo. O mesmo universo.
- Você já sabia. Desde o começo.
- Sim.
- E me fez passar por tudo isso...
- Nada substitui o processo, Robin. Você teve a experiência de deduzir a solução. Será útil no futuro.
- Sendo de outro universo, as revistas não representam ameaça. E agora?
- Agora, vamos entender como o nosso hóspede veio parar aqui.
- Batman... Você parece... abalado.
- Não é nada. É só que... se há um mundo em que não existem um Batman e um Robin reais, e a minha... tragédia pessoal é recriada para satisfazer o gosto de alguns leitores... eu não gosto deste lugar. Mas quero entendê-lo. Vamos, Robin. Nosso amigo nos deve algumas respostas.
- Ah. Vocês ainda estão aí?
- Quê?
- Achei que vocês já teriam desaparecido.
- Eu disse que ele não falava coisa com coisa.
- Você nos deve algumas explicações.
- Ah, claro. Eu vivo fazendo isso. Eu sou Ricardo Andrade, e escrevo para o FARRAZINE. Estava pesquisando para escrever uma matéria sobre os seus 70 anos e, não sei como, vim parar aqui. Mas tenho algumas teorias.
- Teorias?
- Sim. Teoria A: eu estou sonhando. Nada disso é real. Porém, meus sonhos nunca são tão organizados. Além disso... a Angelina Jolie já chegou?
- Angelina?
- Como eu pensava. Não é um sonho. Vamos à teoria B: eu enlouqueci de vez. Eu nunca fui exatamente um exemplo de sanidade. Porém, eu penso que, se minha loucura envolvesse o Batman, EU seria o Batman.
- Você?
- Eu evitaria alguns erros constrangedores.
- Erros?!
- Fala sério! Alguém realmente acredita que Jordan ia acertar aquele soco? Sem o anel? Batman passa a vida a evitar socos de lutadores melhores.
- Bem...
- Robin.
- Desculpe.
- Teoria C: é mais um surto psicótico, dos que tenho sofrido desde que o Prof. Xavier...
- Quem?
- Outra editora. Você não conhece. Não fui mais o mesmo depois do que ele fez.
- O que ele fez?
- Espirrou. Mas esses surtos nunca duram muito tempo, e eu já estou aqui há um tempão. Teoria D: vocês são mesmo Batman e Robin. He, he...
- He, he...
- Robin.
- Desculpe.
- Teoria E, a mais provável: isso é uma pegadinha do pessoal da Redação. Valeu, galera. Podem parar.
- Escute...
- Você, mais alto, deve ser o Kio. Ou o Vino. Pelo capuz, é careca. Vino. E você, menor, é o Zaa? De qualquer modo, tirem essas roupas ridículas, não parecem nada com as verdadeiras.
- Mas...
- Vocês estão parecendo uns gayzinhos.
- ...
- ...
- ...ah, sim. He, he... Era a D, então? Eu devia ter imaginado. Foi uma escolha muito infeliz de palavras, né? Pois é. Ainda dá tempo de pedir desculpas?
RICARDO ANDRADE teve fraturas ósseas a nível subatômico, mas o fato de que seus ossos são numerados está ajudando muito na recuperação.
70 Anos Este Mês
- Este deve ser o caso mais surpreendente que já enfrentamos, Batman!
- A surpresa é um luxo a que não podemos nos dar, Robin. Considere sempre todas as possibilidades.
- Até as impossíveis??
- Especialmente estas. Vamos ao caso. Recapitule, Robin.
- Certo. Capturamos um homem na Batcaverna...
- Como ele chegou aqui?
- Não sabemos. As câmeras mostram-no vindo de um canto da tela. Num momento, ele não está aqui; no outro, está.
- Teleporte. Quem é ele?
- Não conhecemos. Não fala coisa com coisa.
- Truque antigo. Prossiga.
- Ele estava com material iconográfico e literário...
- Direto ao ponto, Robin. Histórias em quadrinhos.
- Sim, e também textos analíticos sobre elas.
- Particularidade.
- Elas são sobre nós.
- Incomum, mas dificilmente inédito. Já houve histórias em quadrinhos sobre nós. Curioso, mas enfadonho. Foco, Robin. Qual é a particularidade?
- As histórias trazem informações secretas sobre nós.
- Exato. Exemplifique.
- Nossas identidades secretas!
- E as de diversos de nossos colegas e inimigos. E imagens acuradas da Batcaverna e da Mansão Wayne. E reproduções de conversas. Como essas informações podem ter sido obtidas? Hipótese.
- Espionagem.
- A primeira hipótese que se impõe. Agora, explique por que ela é improvável.
- Hum... Porque isso exigiria uma vigilância ininterrupta, em toda parte, completamente indetectável!
- Correto. E a Batcaverna e a Mansão Wayne estão protegidas por tecnologia thanagariana, sugestões do Sr. Milagre e escudos místicos de Zatanna. E nós, os alvos, temos mentes treinadas para perceber certos padrões. A hipótese não se sustenta. E por outro motivo, também.
- Qual?
- Nossas identidades secretas valeriam milhões. Lex Luthor tornaria rico quem quer que lhe desse a identidade secreta do Superman. Por que alguém conseguiria estas informações, e faria historinhas? Não é lógico.
- Bem, o Coringa não precisa de um motivo lógico para fazer uma coisa assim...
- O Coringa não tem essa paciência. Algumas dessas revistas foram publicadas há anos. Se tivesse tido acesso a esse conhecimento, o Coringa já o teria usado.
- Sim, mas essas revistas foram publicadas onde? Não temos informação de que tenha sido em qualquer parte deste... Ei!
- Espere. Eu sei o que você vai dizer. Deixe isso de lado, por hora. Vamos seguir esta linha de raciocínio até o final. Método, Robin. Formule outra hipótese.
- Traição. Alguém próximo teria acesso a estas informações, e poderia, hipoteticamente, nos trair.
- Pelos eventos descritos nas revistas, há somente três suspeitos.
- Quem?
- Eu, você e Alfred.
- Mas isso é impensável!
- Nada é impensável, Robin.
- Você acha realmente que eu ou Alfred...?!
- Nada é impensável, Robin. Qualquer de nós, inclusive eu, poderia ter a mente dominada, por exemplo. Lidamos com hipóteses aqui. A emoção contamina o raciocínio. Controle-se, Robin.
- Desculpe.
- De qualquer modo, esta tese leva ao mesmo beco sem saída. Quem faria histórias em quadrinhos com estas informações? Alguma outra hipótese?
- Diversas, ainda mais fantasiosas. Nenhuma que escape ao “beco sem saída”.
- Antes de lidar com o que você ia dizer, analisemos o material.
- Certo. Histórias em quadrinhos, com dados secretos sobre nós...
- E representações precisas de eventos e locais. Mas o que elas têm de impreciso é ainda mais intrigante. Veja essa revista, a mais antiga...
- “Detective Comics”, nº 27.
- Ela relata atividades do Batman em... maio de 1939.
- 70 anos este mês! Não havia um Batman nessa época. Você teria nascido em... 1919!
- Elas cobrem o período de 1939 até hoje. Todo esse tempo com um Batman.
- Vários homens usando a máscara?
- Não. É sempre Bruce Wayne.
- Mas como?! Que idade esse “Batman” teria, hoje? 90 anos?!
- Na verdade, segundo esta revista atual, a minha.
- Isso é absurdo! O personagem não envelhece, por 70 anos?! Quem engoliria isso?!
- Houve adaptações sucessivas. O... “personagem” foi alterado para refletir diferentes épocas. Vários Batmóveis. Uniformes “modernizados”. Na verdade, só um ponto se mantém, recorrentemente representado.
- Qual?
- A morte de meus pais.
- Oh.
- Veja. Aqui... e aqui... e aqui. Os desenhos são diferentes, mas a precisão dos fatos é perturbadora. Este caso, em especial, me incomoda.
- Por quê?
- Esta história se passa em um suposto futuro, mas retrata a morte deles com um detalhe que eu nunca comentei com ninguém, e que me atormenta até hoje. Veja esta cena, com o colar de pérolas de minha mãe. Como ele se enrola na mão com que Joe Chill empunha a arma. Veja como o colar se arrebenta quando a arma dispara.
- Oh... Batman, eu...
- Foi exatamente assim. E ninguém além de mim sabia.
- Joe Chill...?
- Morto há anos. Escondeu o quanto pôde que matou meus pais. Não contou a ninguém.
- Mas...
- Alguém pode ter lido a minha mente.
- Para fazer histórias em quadrinhos?!
- Improvável. Diga o que ia dizer, naquele momento.
- Ah... sim. As revistas aparentam ter sido mesmo publicadas, e não preparadas para parecerem assim. Mas não há registro da publicação.
- Conclusão?
- Pode não ter sido neste mundo.
- O que nos leva aos universos paralelos com que já lidamos. Na verdade, a maioria das “versões” nas revistas – mesmo as mais ridículas – parece corresponder a alguma de nossas contrapartes de outros universos. Já vimos várias delas.
- Mesmo? Eu não...
- Nós os vimos em pessoa, Robin, e alguns destes desenhos são muito ruins, ou pouco realistas. Pode ser difícil reconhecer neles os Batmen que conhecemos, mas a essência está aqui. É uma hipótese a ser verificada.
- Certo! Vou testar estas revistas e...
- Não é necessário. Eu já fiz isso.
- O quê? Mas...
- Elas vibram em um comprimento de onda completamente diferente de qualquer coisa em nosso universo. O homem vibra da mesma forma.
- Quer dizer...
- Eles vêm de outro universo. O mesmo universo.
- Você já sabia. Desde o começo.
- Sim.
- E me fez passar por tudo isso...
- Nada substitui o processo, Robin. Você teve a experiência de deduzir a solução. Será útil no futuro.
- Sendo de outro universo, as revistas não representam ameaça. E agora?
- Agora, vamos entender como o nosso hóspede veio parar aqui.
- Batman... Você parece... abalado.
- Não é nada. É só que... se há um mundo em que não existem um Batman e um Robin reais, e a minha... tragédia pessoal é recriada para satisfazer o gosto de alguns leitores... eu não gosto deste lugar. Mas quero entendê-lo. Vamos, Robin. Nosso amigo nos deve algumas respostas.
- Ah. Vocês ainda estão aí?
- Quê?
- Achei que vocês já teriam desaparecido.
- Eu disse que ele não falava coisa com coisa.
- Você nos deve algumas explicações.
- Ah, claro. Eu vivo fazendo isso. Eu sou Ricardo Andrade, e escrevo para o FARRAZINE. Estava pesquisando para escrever uma matéria sobre os seus 70 anos e, não sei como, vim parar aqui. Mas tenho algumas teorias.
- Teorias?
- Sim. Teoria A: eu estou sonhando. Nada disso é real. Porém, meus sonhos nunca são tão organizados. Além disso... a Angelina Jolie já chegou?
- Angelina?
- Como eu pensava. Não é um sonho. Vamos à teoria B: eu enlouqueci de vez. Eu nunca fui exatamente um exemplo de sanidade. Porém, eu penso que, se minha loucura envolvesse o Batman, EU seria o Batman.
- Você?
- Eu evitaria alguns erros constrangedores.
- Erros?!
- Fala sério! Alguém realmente acredita que Jordan ia acertar aquele soco? Sem o anel? Batman passa a vida a evitar socos de lutadores melhores.
- Bem...
- Robin.
- Desculpe.
- Teoria C: é mais um surto psicótico, dos que tenho sofrido desde que o Prof. Xavier...
- Quem?
- Outra editora. Você não conhece. Não fui mais o mesmo depois do que ele fez.
- O que ele fez?
- Espirrou. Mas esses surtos nunca duram muito tempo, e eu já estou aqui há um tempão. Teoria D: vocês são mesmo Batman e Robin. He, he...
- He, he...
- Robin.
- Desculpe.
- Teoria E, a mais provável: isso é uma pegadinha do pessoal da Redação. Valeu, galera. Podem parar.
- Escute...
- Você, mais alto, deve ser o Kio. Ou o Vino. Pelo capuz, é careca. Vino. E você, menor, é o Zaa? De qualquer modo, tirem essas roupas ridículas, não parecem nada com as verdadeiras.
- Mas...
- Vocês estão parecendo uns gayzinhos.
- ...
- ...
- ...ah, sim. He, he... Era a D, então? Eu devia ter imaginado. Foi uma escolha muito infeliz de palavras, né? Pois é. Ainda dá tempo de pedir desculpas?
RICARDO ANDRADE teve fraturas ósseas a nível subatômico, mas o fato de que seus ossos são numerados está ajudando muito na recuperação.
Última edição por Kio em Qui Jul 23, 2009 4:37 pm, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : Acrescentar itálicos...)
Ricardo Andrade- não fez nada. Já estava assim quando ele chegou
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Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Fantástico o texto do Batman, R.A!
Pô, dá vontade de ver um gibi assim...
Pô, dá vontade de ver um gibi assim...
Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Quem se habilita a desenhar? Rs... Eu visualizei tudo...
Ricardo Andrade- não fez nada. Já estava assim quando ele chegou
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Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Vem cá, pra eu exibir uma imagem aqui, eu preciso tê-la em um site? Eu fiz um Batman.
Ricardo Andrade- não fez nada. Já estava assim quando ele chegou
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Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Ricardo Andrade escreveu:Vem cá, pra eu exibir uma imagem aqui, eu preciso tê-la em um site? Eu fiz um Batman.
Eu uso o glowfoto.com, Ricardo.
Se quiser, manda pra mim que te passo o link para postar aqui. Ou posto eu mesmo, cqsab.
Kio- Editor aposentado
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Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Ricardo Andrade escreveu:[justify]Tá, eu sei que ainda está maior do que os 6000 caracteres que deixam o Kio feliz, mas a versão original, que saiu exatinho do jeito que eu queria, tem 8.767 caracteres (à disposição aos interessados).
Ricardo, usar 3 páginas não é o fim do mundo...
Se você acha que o texto fica melhor na íntegra, façamos assim. Faça a reserva no outro tópico definindo 2 ou 3 páginas, por favor.
Kio- Editor aposentado
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Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Sangue e reza
Marcelo Soares
A chuva caia como lágrimas de algum Deus tristonho. David sabia que seus momentos finais estavam chegando, a mão tremula segurando um canivete, enquanto se ancorava no muro de uma rua qualquer da cidade, denunciava seu fim. Afinal, em tantos anos nunca tremeu ao segurar uma arma. A sua mente tentava animá-lo dizendo que é só por causa da perda de sangue, fruto de um corte na barriga, por conta de um capricho de uma faca bem afiada. Porém, ele não é idiota, pensa enquanto as gotas de chuva lhe atrapalham a visão, sua hora havia chegado e nem reza brava para algum dos santos de sua mãe o salvaria.
O olhar se mantinha atento aos movimentos de seus dois prováveis executores, velhos amigos de infância: Bruno e Roberto. Ainda lembrava-se do tempo em que jogavam bola juntos. Agora são seus assassinos, só porque ele deu para traz em um assalto e acabou que o Raimundo, o quarto mosqueteiro, foi preso. Eles o culpam por isso.
- Vai fazer o que agora “irmãozinho”? – pergunta Bruno segurando a faca com sangue que minutos atrás furou a barriga do ex-amigo.
Ele tinha razão. Dois contra um, ainda mais ferido e fraco a cada segundo.
- É, pena chegarmos a esse ponto não é? – retrucou David.
Por um instante tudo para, os olhares se encontram e David sabia que era o momento decisivo. Com um grito de fúria ele partiu para cima de Bruno, levando o pequeno canivete em um movimento rápido para dentro do olho direito do antigo amigo. O grito de dor de Bruno ecoa pela rua, sua única reação foi enfiar a faca com toda a força mais uma vez na barriga do amigo, dessa vez mais pro lado esquerdo acertando um ponto intacto até então.
Roberto só apreendeu o acontecido quando David caiu no chão com a faca presa ao corpo, se encaminhando para a morte. Bruno gritava como louco após tirar o canivete do olho, e como uma besta enfurecida, o agora provavelmente cego, pegou o canivete e enviou-o aleatoriamente no corpo caído na rua.
- Seu desgraçado! – grita Bruno enfurecido.
- Para cara, vamos embora, já foi - interrompe Roberto segurando-o.
Os dois param de falar e olham por um momento para o amigo morto. Bruno retira a faca presa no corpo e sai caminhando, sendo seguido pelo companheiro de crime. O sangue corre se misturando com a água da chuva, Nenhum santo apareceu, e uma mãe iria chorar na manhã seguinte.
FIM
Marcelo Soares
A chuva caia como lágrimas de algum Deus tristonho. David sabia que seus momentos finais estavam chegando, a mão tremula segurando um canivete, enquanto se ancorava no muro de uma rua qualquer da cidade, denunciava seu fim. Afinal, em tantos anos nunca tremeu ao segurar uma arma. A sua mente tentava animá-lo dizendo que é só por causa da perda de sangue, fruto de um corte na barriga, por conta de um capricho de uma faca bem afiada. Porém, ele não é idiota, pensa enquanto as gotas de chuva lhe atrapalham a visão, sua hora havia chegado e nem reza brava para algum dos santos de sua mãe o salvaria.
O olhar se mantinha atento aos movimentos de seus dois prováveis executores, velhos amigos de infância: Bruno e Roberto. Ainda lembrava-se do tempo em que jogavam bola juntos. Agora são seus assassinos, só porque ele deu para traz em um assalto e acabou que o Raimundo, o quarto mosqueteiro, foi preso. Eles o culpam por isso.
- Vai fazer o que agora “irmãozinho”? – pergunta Bruno segurando a faca com sangue que minutos atrás furou a barriga do ex-amigo.
Ele tinha razão. Dois contra um, ainda mais ferido e fraco a cada segundo.
- É, pena chegarmos a esse ponto não é? – retrucou David.
Por um instante tudo para, os olhares se encontram e David sabia que era o momento decisivo. Com um grito de fúria ele partiu para cima de Bruno, levando o pequeno canivete em um movimento rápido para dentro do olho direito do antigo amigo. O grito de dor de Bruno ecoa pela rua, sua única reação foi enfiar a faca com toda a força mais uma vez na barriga do amigo, dessa vez mais pro lado esquerdo acertando um ponto intacto até então.
Roberto só apreendeu o acontecido quando David caiu no chão com a faca presa ao corpo, se encaminhando para a morte. Bruno gritava como louco após tirar o canivete do olho, e como uma besta enfurecida, o agora provavelmente cego, pegou o canivete e enviou-o aleatoriamente no corpo caído na rua.
- Seu desgraçado! – grita Bruno enfurecido.
- Para cara, vamos embora, já foi - interrompe Roberto segurando-o.
Os dois param de falar e olham por um momento para o amigo morto. Bruno retira a faca presa no corpo e sai caminhando, sendo seguido pelo companheiro de crime. O sangue corre se misturando com a água da chuva, Nenhum santo apareceu, e uma mãe iria chorar na manhã seguinte.
FIM
Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Gosto muito disso, Marcelo. E é curto... Que inveja!
Ricardo Andrade- não fez nada. Já estava assim quando ele chegou
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Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Kio escreveu:Ricardo Andrade escreveu:[justify]Tá, eu sei que ainda está maior do que os 6000 caracteres que deixam o Kio feliz, mas a versão original, que saiu exatinho do jeito que eu queria, tem 8.767 caracteres (à disposição aos interessados).
Ricardo, usar 3 páginas não é o fim do mundo...
Se você acha que o texto fica melhor na íntegra, façamos assim. Faça a reserva no outro tópico definindo 2 ou 3 páginas, por favor.
Vamos fazer assim: vale eu postar a versão integral, e vocês me dizerem se o que foi cortado vale que se gaste três páginas da revista? Eu quero escrever outras coisas também, e não acho que a versão condensada está ruim, ou se afasta do que eu gostaria. Só me preocupa ter que cortar mais do que eu já cortei. Na verdade, se você me disser que dá pra fazer em duas páginas com os quase 7000 caracteres, eu opto pelas duas páginas, que eu até já reservei.
Digam vocês o que acham. É uma revista em conjunto... rs
Ricardo Andrade- não fez nada. Já estava assim quando ele chegou
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Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Se reservado está, reservado fica, Ricardo. Vamos facilitar o trâmite.
Kio- Editor aposentado
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Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Feito. Estou te mandando minha pinup do Batman. Aí, você me diz se aquilo serve para alguma coisa e, se for o caso, posta aqui.
Ricardo Andrade- não fez nada. Já estava assim quando ele chegou
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Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
O Inigualável Revisor Fantasma pegou "Sangue e Reza" para revisar! Ele disparou na frente de todos, desta vez!
Ricardo Andrade- não fez nada. Já estava assim quando ele chegou
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Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Amiguinhos! Eu editei o texto "70 Anos Este Mês" para acrescentar uns itálicos que eu tinha no meu original e que observei que não foram transpostos quando copiei aqui pro forum.
Para o diagramador: eu visualizo o texto escrito com aquela fonte de quadrinhos, embora eu também ache que isso não fica bem em texto; então, não estou sugerindo que isso seja feito, OK? Mas os itálicos, então, os itálicos, na minha cabeça, aparecem como aquelas palavras em maiúscula e itálico e negrito que eles sempre usam quando querem destacar alguma coisa. Não sei se me fiz entender. Assim, pus lá os itálicos para que o diagramador visualize como deve destacar aquelas partes...
Para o diagramador: eu visualizo o texto escrito com aquela fonte de quadrinhos, embora eu também ache que isso não fica bem em texto; então, não estou sugerindo que isso seja feito, OK? Mas os itálicos, então, os itálicos, na minha cabeça, aparecem como aquelas palavras em maiúscula e itálico e negrito que eles sempre usam quando querem destacar alguma coisa. Não sei se me fiz entender. Assim, pus lá os itálicos para que o diagramador visualize como deve destacar aquelas partes...
Ricardo Andrade- não fez nada. Já estava assim quando ele chegou
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Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Err... você fez isso no tópico de revisões também?
Porque os textos que os diagramadores usarão serão copiados de lá.
Porque os textos que os diagramadores usarão serão copiados de lá.
Kio- Editor aposentado
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Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Não, mas farei...
Ricardo Andrade- não fez nada. Já estava assim quando ele chegou
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Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Viciados na Faca
Jaqueline Scognamiglio
Jaqueline Scognamiglio
Apreciar um musical requer uma sensibilidade que, pra ser bem sincera, eu não tenho. São raros os filmes desse gênero que realmente despertam algo em mim. Com exceção de dois ou três que me interessam mais pela estética que por qualquer outro motivo, musicais não me parecem muito eficazes quando se trata de descrever o descontrole e a sordidez humana. E esse é um tema que me interessa muito.
No entanto, há pouco tempo tive o prazer de assistir a um dos musicais mais insanos e incríveis já feitos: Repo: The Genetic Opera. Em um futuro não muito distante (2056 para ser mais exato), uma epidemia de falência de orgãos causa a morte de milhões de pessoas, transformando o planeta em um cemitério gigante. Em meio ao caos surge a companhia Geneco, especializada em transplantes de órgãos, facilitando as formas de pagamento dos "produtos" para que todos possam ter direito a uma segunda chance. Mas, obviamente, toda transformação tem seu preço. E para Geneco, dívidas devem ser pagas com a vida. Caso algum cliente não pague por seus novos órgãos, o temível RepoMan é enviado para "repossuí-los".
Em um mundo onde a transformação física acarreta também uma transformação de personalidade e a oportunidade de uma nova vida, a facilidade com que se assume diferentes facetas dentro de um universo sem lei (e aqui podemos traçar um paralelo com a própria internet) faz com que grande parte da população se torne viciada em cirurgias (não só plásticas), como uma tentativa, ou melhor, uma necessidade de se encaixar no quadro disforme, doente e desesperador que se forma diante de seus olhos.
Um universo neo-gótico povoado por exageros, assassinatos sancionados pela lei e milhões de viciados em analgésicos, contribuindo para o aumento do tráfico de drogas, constroem uma imagem assustadoramente similar à nossa realidade, uma espécie de hipérbole da sociedade em que vivemos hoje, a qual nos obriga a assumir diferentes identidades devido à enorme quantidade de informação e possibilidades a que somos expostos.
Ao contrário, porém, da minha visão otimista da coisa, já que sempre fui defensora do acesso total às informações, The Genetic Opera (que por sinal foi produzida pelo “Deus do JRock”, Yoshiki, ex-líder do X-Japan *detalhe importantíssimo para minha pessoa*) apresenta um olhar bastante sombrio sobre nosso futuro, escancarando a tendência humana à vaidade e ao descontrole, a ponto de nos alienar diante das facilidades do mundo moderno, explicitando, assim, *olha a ironia* exatamente aquilo que é constante alvo de críticas quando o assunto é a intensa onda de informações: o vazio pelo exagero.
Esse filme, a meu ver, retrata como nenhum outro o momento em que nos encontramos: um show de horrores divertidíssimo.... e mesmo que você finja que se importa com as coisas horrendas lá fora.... nós sabemos que você só se importa com aquela pessoa que te olha através do espelho todas as manhãs e nós sabemos que você deseja intimamente poder mudar...não o mundo....mas a si mesmo.
Só espero que o terrível RepoMan não venha nos buscar um dia desses... porque...convenhamos...não parece meio óbvio que já estamos todos viciados na faca? De uma maneira ou de outra?
No entanto, há pouco tempo tive o prazer de assistir a um dos musicais mais insanos e incríveis já feitos: Repo: The Genetic Opera. Em um futuro não muito distante (2056 para ser mais exato), uma epidemia de falência de orgãos causa a morte de milhões de pessoas, transformando o planeta em um cemitério gigante. Em meio ao caos surge a companhia Geneco, especializada em transplantes de órgãos, facilitando as formas de pagamento dos "produtos" para que todos possam ter direito a uma segunda chance. Mas, obviamente, toda transformação tem seu preço. E para Geneco, dívidas devem ser pagas com a vida. Caso algum cliente não pague por seus novos órgãos, o temível RepoMan é enviado para "repossuí-los".
Em um mundo onde a transformação física acarreta também uma transformação de personalidade e a oportunidade de uma nova vida, a facilidade com que se assume diferentes facetas dentro de um universo sem lei (e aqui podemos traçar um paralelo com a própria internet) faz com que grande parte da população se torne viciada em cirurgias (não só plásticas), como uma tentativa, ou melhor, uma necessidade de se encaixar no quadro disforme, doente e desesperador que se forma diante de seus olhos.
Um universo neo-gótico povoado por exageros, assassinatos sancionados pela lei e milhões de viciados em analgésicos, contribuindo para o aumento do tráfico de drogas, constroem uma imagem assustadoramente similar à nossa realidade, uma espécie de hipérbole da sociedade em que vivemos hoje, a qual nos obriga a assumir diferentes identidades devido à enorme quantidade de informação e possibilidades a que somos expostos.
Ao contrário, porém, da minha visão otimista da coisa, já que sempre fui defensora do acesso total às informações, The Genetic Opera (que por sinal foi produzida pelo “Deus do JRock”, Yoshiki, ex-líder do X-Japan *detalhe importantíssimo para minha pessoa*) apresenta um olhar bastante sombrio sobre nosso futuro, escancarando a tendência humana à vaidade e ao descontrole, a ponto de nos alienar diante das facilidades do mundo moderno, explicitando, assim, *olha a ironia* exatamente aquilo que é constante alvo de críticas quando o assunto é a intensa onda de informações: o vazio pelo exagero.
Esse filme, a meu ver, retrata como nenhum outro o momento em que nos encontramos: um show de horrores divertidíssimo.... e mesmo que você finja que se importa com as coisas horrendas lá fora.... nós sabemos que você só se importa com aquela pessoa que te olha através do espelho todas as manhãs e nós sabemos que você deseja intimamente poder mudar...não o mundo....mas a si mesmo.
Só espero que o terrível RepoMan não venha nos buscar um dia desses... porque...convenhamos...não parece meio óbvio que já estamos todos viciados na faca? De uma maneira ou de outra?
Última edição por Jaques em Qui maio 28, 2009 10:59 am, editado 1 vez(es)
Jaques- Apagatti da ilha de Lost
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Data de inscrição : 12/01/2009
Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
olá, povo.....*pessoa q ressurge das cinzas depois de séculos*
o título desse texto se refere à uma das canções do musical, e significa "Viciados na faca"
vcs acham melhor traduzi-lo ou manter a expressão original?
o título desse texto se refere à uma das canções do musical, e significa "Viciados na faca"
vcs acham melhor traduzi-lo ou manter a expressão original?
Jaques- Apagatti da ilha de Lost
- Mensagens : 9
Data de inscrição : 12/01/2009
Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Olá, Jaques. Bem-vinda de volta.
Acho que poderia ser inserida a tradução entre parênteses. Outra coisa que eu recomendo é não datar o texto.
Tem um trecho que você inicia escrevendo "Ontem tive o prazer de assistir...", como o # 12 sairá só em julho, fica meio esquisito.
Acho que poderia ser inserida a tradução entre parênteses. Outra coisa que eu recomendo é não datar o texto.
Tem um trecho que você inicia escrevendo "Ontem tive o prazer de assistir...", como o # 12 sairá só em julho, fica meio esquisito.
Kio- Editor aposentado
- Mensagens : 1599
Data de inscrição : 29/12/2008
Idade : 52
Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Kio escreveu:Olá, Jaques. Bem-vinda de volta.
Acho que poderia ser inserida a tradução entre parênteses. Outra coisa que eu recomendo é não datar o texto.
Tem um trecho que você inicia escrevendo "Ontem tive o prazer de assistir...", como o # 12 sairá só em julho, fica meio esquisito.
Olá! obrigada!
vc está certo....é q esse texto foi escrito e postado no meu blog já tem um tempo....esqueci de modificar esse detalhe... deveria ter colocado "Há algum tempo..." no lugar de "Ontem..."
com relação ao título, acho então q seria melhor manter a tradução somente....talvez o impacto seja até maior...
Jaques- Apagatti da ilha de Lost
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Data de inscrição : 12/01/2009
Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Você que manda, Jaques.
Edite o post, por favor.
Edite o post, por favor.
Kio- Editor aposentado
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Data de inscrição : 29/12/2008
Idade : 52
Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Kio escreveu:Você que manda, Jaques.
Edite o post, por favor.
Editado!
Jaques- Apagatti da ilha de Lost
- Mensagens : 9
Data de inscrição : 12/01/2009
Conto
Salve, Apagatti!
Mais uma contribuição...
LUAR SOBRE AS ESTEPES
Inverno de 1943. A investida alemã no fronte oriental tinha falhado. O Exército Vermelho, como uma onda, vem pressionando as tropas do Wehrmacht.
Um pelotão de reconhecimento de Engenharia recebeu a missão de monitorar uma via de acesso que levava a um importante cruzamento rodo-ferroviário. Prepararam uma série de posições defensivas desde um pequeno vale até um pequeno vilarejo russo, com meia dúzia de casebres abandonados, perdido nas estepes.
O clima glacial tingia toda aquela região de branco. Não existia viva alma , humana ou não, naquelas paragens - uma total desolação. Esperando o inimigo havia quase uma semana, tentavam manter suas armas em condições de uso, tentavam não morrer congelados, tentavam não pensar no que viria pela frente. Todos eram veteranos, já tinham combatido em vários frentes, em várias batalhas. Formavam um grupo coeso, eficiente. Letal.
No início de uma manhã, os russos apareceram. Um batalhão, aproximadamente. Apenas a ponta de lança de uma força imensamente maior. A informação foi enviada para o escalão superior e, como resposta, o pelotão recebeu a missão de retardá-los por um dia. Era uma sentença de morte – mas ninguém disse uma palavra. Iriam cumprir seu dever. O tenente começou emitir ordens.
Quando a vanguarda da tropa russa estava ao alcance da artilharia alemã, foi solicitado o apoio de fogo. Em alguns minutos, o céu desabou sobre os vermelhos. No entanto, os canhões inimigos também começaram a atuar, bombardeando as posições alemãs. Explosões, fogo, estrondo. O chão se levantava a cada impacto das granadas de artilharia, num jorro de pedras, aço, carne e sangue. O inferno na Terra.
Após o término das explosões, os dois lados começaram a se reorganizar. Quando os soldados vermelhos voltaram a iniciar seu movimento, as posições de metralhadoras e de morteiros, habilmente camufladas pelos alemães começaram a atirar. A batalha começara. O terreno foi disputado palmo a palmo. O pelotão alemão fez os russos pagarem muito caro por aquele pedaço da terra de ninguém, mas seu avanço era inexorável.
No final da tarde, os russos se aproximavam do vilarejo e a última cartada do pelotão era um campo de minas terrestres bem organizado. Da brava tropa alemã, só restavam quatro combatentes – um sargento, o cabo enfermeiro e dois soldados. Todos com algum tipo de ferimento. Reunidos no último casebre do vilarejo, procuravam uma saída:
- O que fazemos agora, sargento?
- Não temos muitas opções. Quando os vermelhos passarem pelo campo minado, vão vasculhar as casas. E não há muito o que vasculhar. Estamos sem munição, nossa resistência seria patética. Ou morremos aqui, ou tentamos atingir a floresta, a trezentos metros ao sul, passando pelo campo coberto de neve. O que faria de nós alvos fáceis... a menos que consigamos alguma distração.
Um dos soldados, ao tentar se escorar num canto do casebre para descansar, é tragado por um buraco disfarçado no chão por uma espécie de tapete. Os outros se aproximam para ajudá-lo. Ele tinha caído no que parece ser um pequeno esconderijo:
- Tudo bem com você – pergunta o cabo.
- Sim, estou bem. E, pessoal, não estamos sozinhos.
O soldado sai do buraco trazendo pelos braços uma jovem camponesa. Ela consegue se desvencilhar e corre para um canto do casebre. Com olhos vidrados, o rosto com uma palidez cadavérica, agindo como um animal acuado, ela começou a balbuciar incessantemente uma frase, no que parecia ser um dialeto russo arcaico. E, aos poucos, aumentou a voz até começar a repetir a mesma frase aos gritos.
- Parece que ela está pedindo para que a matemos, Sargento – disse o cabo.
O sargento pensa por um instante. Em seguida, saca sua Luger e atira na menina, na altura do estômago. Diante dos olhares espantados dos demais, ele diz, num tom que mais servia para justificar a si mesmo seu ato vil, do que para explicar sua ação para seus subordinados:
- Ela ia denunciar nossa posição. E, talvez, ela seja a chave para nossa fuga.
E então comanda rapidamente para que os dois soldados reúnam o máximo de granadas e minas que puderem. Juntamente com o cabo, colocam a jovem numa cama que estava no cômodo. E ordena para que o cabo lhe aplique morfina.
- Como assim, sargento...
- Ela tem que agüentar até que os vermelhos a achem. Eles devem querer cuidar de uma compatriota ferida...
- Você vai usá-la como isca de uma armadilha?
- Usaremos um acionador de descompressão. Assim que eles a retirarem da cama, tudo vai pelos ares. Conseguimos distração suficiente para manteremos os russos ocupados, enquanto atingimos a floresta.
- Mas, sargento...
- Prefere morrer ou ser capturado?
Eles agem como planejado. Terminam ao cair da noite e começam sua evasão. O cabo ia a frente, seguido dos dois soldados. O sargento fechava a fila. Se tudo desse certo, se os russo caíssem na armadilha deles, eles teriam uma chance de atingir a floresta e escapar. Muitas senões, nenhuma opção.
Assim que a noite cai, os alemães iniciam sua fuga. Tinham percorrido uns cinqüenta metros, quando uma coisa inusitada acontece – as nuvens que há semanas encobrem os céus começam a se abrir e uma enorme lua cheia aparece, iluminado toda a região, enchendo a noite de uma claridade sobrenatural. Os alemães começam a maldizer sua falta de sorte quando ouvem uma forte explosão. Todos olham para trás. A armadilha fora acionada.
- Ou os russos estão mais perto do que pensamos ou a menina levantou sozinha – disse o sargento.
- Impossível, sargento. Ela mal estava respirando e a morfina que eu apliquei já a havia sedado...
Mas algo chamou a atenção dos alemães. Do meio dos escombros da casa destruída, surge um vulto. Com um salto improvável, ele alcança o meio da estrada que corta a cidade. Surge, banhada pelo luar fantasmagórico, uma criatura enorme, esguia, aparentemente coberta de pêlos, com braços e pernas estranhamente alongados.
Os russos, que já haviam atingido os limites do vilarejo, a avistam também e começam a atirar. A enorme figura apesar de ser atingida, não cai. Ela rosna e solta um uivo terrível, prolongado, que preenche o ar. De repente, mais vultos começam a surgir, como por encanto, ninguém saberia dizer de onde. Eles também começam a uivar e todas se lançam em direção as tropas russas, iniciando um massacre inconcebível.
Todas, com exceção da primeira criatura. Ela se volta para os alemães, que naqueles infindáveis segundos observavam a tudo, incrédulos. E começa a vir em sua direção. Eles começam a correr. O cabo ouve os gritos e os tiros que vem da cidade cessarem. Em seguida, reconhece o som da submetralhadora do sargento disparar duas curtas rajadas e silenciar. Em seguida, ouve o grito de um dos soldados.
Ainda que o medo grite para que não olhe para trás e corra com todas suas forças, o cabo se vira a tempo de ver a cabeça do segundo soldado ser arrancada com um único golpe. Tenta avançar mais, quando sente garras atingindo suas costas, rasgando ossos e carne.
É arremessado alguns metros a frente. Ao cair já não sente suas pernas. Mal consegue se virar quando a criatura para sobre ele. Mortificado, ele observa uma figura humanóide, coberta de pelos acinzentados, com uma face lupina, em todo seu terror.
Sente ser erguido pelo pescoço sem esforço algum. O mostro o segura em frente ao seu focinho e o observa com seus olhos negros. E como se algo invadisse sua mente contra sua vontade, o cabo acredita ouvir uma voz dizendo - deveriam ter me matado. Em seguida, um outro uivo, mais horripilante que o primeiro, é lançado na noite.
E, antes do fim, a última lembrança que acomete o cabo é de uma pequena placa de madeira, jogada às margens da estrada que levava ao vilarejo, com uma inscrição em russo que, nesse derradeiro momento, passou, sinistramente, a ter sentido. Uma placa cuja inscrição dizia: covil de lobos.
* * * * *
Mais uma contribuição...
LUAR SOBRE AS ESTEPES
Inverno de 1943. A investida alemã no fronte oriental tinha falhado. O Exército Vermelho, como uma onda, vem pressionando as tropas do Wehrmacht.
Um pelotão de reconhecimento de Engenharia recebeu a missão de monitorar uma via de acesso que levava a um importante cruzamento rodo-ferroviário. Prepararam uma série de posições defensivas desde um pequeno vale até um pequeno vilarejo russo, com meia dúzia de casebres abandonados, perdido nas estepes.
O clima glacial tingia toda aquela região de branco. Não existia viva alma , humana ou não, naquelas paragens - uma total desolação. Esperando o inimigo havia quase uma semana, tentavam manter suas armas em condições de uso, tentavam não morrer congelados, tentavam não pensar no que viria pela frente. Todos eram veteranos, já tinham combatido em vários frentes, em várias batalhas. Formavam um grupo coeso, eficiente. Letal.
No início de uma manhã, os russos apareceram. Um batalhão, aproximadamente. Apenas a ponta de lança de uma força imensamente maior. A informação foi enviada para o escalão superior e, como resposta, o pelotão recebeu a missão de retardá-los por um dia. Era uma sentença de morte – mas ninguém disse uma palavra. Iriam cumprir seu dever. O tenente começou emitir ordens.
Quando a vanguarda da tropa russa estava ao alcance da artilharia alemã, foi solicitado o apoio de fogo. Em alguns minutos, o céu desabou sobre os vermelhos. No entanto, os canhões inimigos também começaram a atuar, bombardeando as posições alemãs. Explosões, fogo, estrondo. O chão se levantava a cada impacto das granadas de artilharia, num jorro de pedras, aço, carne e sangue. O inferno na Terra.
Após o término das explosões, os dois lados começaram a se reorganizar. Quando os soldados vermelhos voltaram a iniciar seu movimento, as posições de metralhadoras e de morteiros, habilmente camufladas pelos alemães começaram a atirar. A batalha começara. O terreno foi disputado palmo a palmo. O pelotão alemão fez os russos pagarem muito caro por aquele pedaço da terra de ninguém, mas seu avanço era inexorável.
No final da tarde, os russos se aproximavam do vilarejo e a última cartada do pelotão era um campo de minas terrestres bem organizado. Da brava tropa alemã, só restavam quatro combatentes – um sargento, o cabo enfermeiro e dois soldados. Todos com algum tipo de ferimento. Reunidos no último casebre do vilarejo, procuravam uma saída:
- O que fazemos agora, sargento?
- Não temos muitas opções. Quando os vermelhos passarem pelo campo minado, vão vasculhar as casas. E não há muito o que vasculhar. Estamos sem munição, nossa resistência seria patética. Ou morremos aqui, ou tentamos atingir a floresta, a trezentos metros ao sul, passando pelo campo coberto de neve. O que faria de nós alvos fáceis... a menos que consigamos alguma distração.
Um dos soldados, ao tentar se escorar num canto do casebre para descansar, é tragado por um buraco disfarçado no chão por uma espécie de tapete. Os outros se aproximam para ajudá-lo. Ele tinha caído no que parece ser um pequeno esconderijo:
- Tudo bem com você – pergunta o cabo.
- Sim, estou bem. E, pessoal, não estamos sozinhos.
O soldado sai do buraco trazendo pelos braços uma jovem camponesa. Ela consegue se desvencilhar e corre para um canto do casebre. Com olhos vidrados, o rosto com uma palidez cadavérica, agindo como um animal acuado, ela começou a balbuciar incessantemente uma frase, no que parecia ser um dialeto russo arcaico. E, aos poucos, aumentou a voz até começar a repetir a mesma frase aos gritos.
- Parece que ela está pedindo para que a matemos, Sargento – disse o cabo.
O sargento pensa por um instante. Em seguida, saca sua Luger e atira na menina, na altura do estômago. Diante dos olhares espantados dos demais, ele diz, num tom que mais servia para justificar a si mesmo seu ato vil, do que para explicar sua ação para seus subordinados:
- Ela ia denunciar nossa posição. E, talvez, ela seja a chave para nossa fuga.
E então comanda rapidamente para que os dois soldados reúnam o máximo de granadas e minas que puderem. Juntamente com o cabo, colocam a jovem numa cama que estava no cômodo. E ordena para que o cabo lhe aplique morfina.
- Como assim, sargento...
- Ela tem que agüentar até que os vermelhos a achem. Eles devem querer cuidar de uma compatriota ferida...
- Você vai usá-la como isca de uma armadilha?
- Usaremos um acionador de descompressão. Assim que eles a retirarem da cama, tudo vai pelos ares. Conseguimos distração suficiente para manteremos os russos ocupados, enquanto atingimos a floresta.
- Mas, sargento...
- Prefere morrer ou ser capturado?
Eles agem como planejado. Terminam ao cair da noite e começam sua evasão. O cabo ia a frente, seguido dos dois soldados. O sargento fechava a fila. Se tudo desse certo, se os russo caíssem na armadilha deles, eles teriam uma chance de atingir a floresta e escapar. Muitas senões, nenhuma opção.
Assim que a noite cai, os alemães iniciam sua fuga. Tinham percorrido uns cinqüenta metros, quando uma coisa inusitada acontece – as nuvens que há semanas encobrem os céus começam a se abrir e uma enorme lua cheia aparece, iluminado toda a região, enchendo a noite de uma claridade sobrenatural. Os alemães começam a maldizer sua falta de sorte quando ouvem uma forte explosão. Todos olham para trás. A armadilha fora acionada.
- Ou os russos estão mais perto do que pensamos ou a menina levantou sozinha – disse o sargento.
- Impossível, sargento. Ela mal estava respirando e a morfina que eu apliquei já a havia sedado...
Mas algo chamou a atenção dos alemães. Do meio dos escombros da casa destruída, surge um vulto. Com um salto improvável, ele alcança o meio da estrada que corta a cidade. Surge, banhada pelo luar fantasmagórico, uma criatura enorme, esguia, aparentemente coberta de pêlos, com braços e pernas estranhamente alongados.
Os russos, que já haviam atingido os limites do vilarejo, a avistam também e começam a atirar. A enorme figura apesar de ser atingida, não cai. Ela rosna e solta um uivo terrível, prolongado, que preenche o ar. De repente, mais vultos começam a surgir, como por encanto, ninguém saberia dizer de onde. Eles também começam a uivar e todas se lançam em direção as tropas russas, iniciando um massacre inconcebível.
Todas, com exceção da primeira criatura. Ela se volta para os alemães, que naqueles infindáveis segundos observavam a tudo, incrédulos. E começa a vir em sua direção. Eles começam a correr. O cabo ouve os gritos e os tiros que vem da cidade cessarem. Em seguida, reconhece o som da submetralhadora do sargento disparar duas curtas rajadas e silenciar. Em seguida, ouve o grito de um dos soldados.
Ainda que o medo grite para que não olhe para trás e corra com todas suas forças, o cabo se vira a tempo de ver a cabeça do segundo soldado ser arrancada com um único golpe. Tenta avançar mais, quando sente garras atingindo suas costas, rasgando ossos e carne.
É arremessado alguns metros a frente. Ao cair já não sente suas pernas. Mal consegue se virar quando a criatura para sobre ele. Mortificado, ele observa uma figura humanóide, coberta de pelos acinzentados, com uma face lupina, em todo seu terror.
Sente ser erguido pelo pescoço sem esforço algum. O mostro o segura em frente ao seu focinho e o observa com seus olhos negros. E como se algo invadisse sua mente contra sua vontade, o cabo acredita ouvir uma voz dizendo - deveriam ter me matado. Em seguida, um outro uivo, mais horripilante que o primeiro, é lançado na noite.
E, antes do fim, a última lembrança que acomete o cabo é de uma pequena placa de madeira, jogada às margens da estrada que levava ao vilarejo, com uma inscrição em russo que, nesse derradeiro momento, passou, sinistramente, a ter sentido. Uma placa cuja inscrição dizia: covil de lobos.
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cpt_knight- Apagati CRTL+ALT+DEL
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Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
O Inacreditável Revisor Fantasma, a Maravilha Mascarada, já postou o texto do Agente e o da Jaques lá em um tópico especial pro 12 no Sem Comentários. Assim que possível, ele atacará novamente!
E aguardem! Em breve, o Revisor Fantasma... em quadrinhos!
E aguardem! Em breve, o Revisor Fantasma... em quadrinhos!
Ricardo Andrade- não fez nada. Já estava assim quando ele chegou
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Re: FARRAZINE 12 - REDAÇÃO!!
Ok, meu povo, demorou mais aqui está... Era pra ter duas paginas, mas acho que vai acabar levando três...
Dicas para a diagramação: fotos dos episódios "The Cage" (A Jaula) ou "The menagerie" (A coleção), onde aparecem esses caras.
O nome dos atores eu coloquei propositadamente para que fossem procurados também.
A GERAÇÃO PERDIDA DE STAR TREK
Antes mesmo de Kirk, McCoy, Scotty, Sulu, Uhura e Chekov se juntarem a Frota Estelar, uma outra tripulação comandava a Enterprise
Por Nano Falcão
“Estas são as viagens da nave estelar Enterprise, em sua missão de pesquisar novos mundos, novas vidas, novas civilizações... Comandada pelo Capitão Christopher Pyke e sua primeira oficial, a Número Um...”
Espera aí. Capitão Pyke? Número Um? Quem são estes? É mais uma franquia de Jornada nas Estrelas que você deve ter perdido?
Nada disso, se trata justamente da primeira tripulação da Enterprise. “Mas a primeira não era do Capitão Archer naquele seriado que foi um fiasco?” Não, não, estou falando dos anos 60. “Espera aí, mas essa não é a turma do Kirk?”
Antes de Jornada nas Estrelas tomar forma e se transformar no seriado clássico que conhecemos hoje, foi um longo caminho até Gene Roddenberry convencer um estúdio a bancar a sua criação.
No início dos anos 60 a ficção científica ainda era uma novidade para a TV. Embora o gênero tenha se tornado popular na literatura, no cinema e nas histórias em quadrinhos dos anos 50, na telinha ainda ensaiava seus primeiros passos com séries antológicas como Além da Imaginação e Quinta Dimensão, lembrando que estas eram de contos fechados, não um conceito regular com os mesmos personagens e temas.
Roddenberry era fã de Ficção Científica e teve a idéia de uma série do tipo, a primeira realmente do gênero na televisão norte-americana. Para dar a desculpa de viagens pelo espaço e o encontro com civilizações alienígenas, veio a idéia de uma nave exploratória, no estilo das navegações do século XV e XVI: se trataria do ser humano agora desafiando outra fronteira, descobrindo novos mundos, e também colonizando estes territórios.
A nave inicialmente não se chamava Enterprise, mas sim Yorktown e seu Capitão era Robert April. Na verdade, houve uma lista de uma dúzia de nomes “legais” pelos quais o Capitão poderia se chamar. Enquanto Roddenberry tentava convencer algum estúdio as coisas foram mudando, e os nomes dos personagens também.
Em 1964, Roddenberry conseguiu da NBC 435 mil dólares para filmar um “piloto” – como é chamado o episódio de apresentação de uma série, que pode ou não ser aprovado pelos executivos. O dinheiro era uma verdadeira fábula para a época: a NBC tinha acabado de implantar o sistema Technocolor, e acharam que uma série de ficção científica era uma boa forma de jogar muitas cores na tela.
Para viver o papel do Capitão, Roddenberry decidiu contratar um nome de peso, o ator Jeffrey Hunter, mais conhecido por ter vivido o Jesus Cristo mais famoso da história do cinema, no filme Rei dos Reis. Por essas e outras, o episódio-piloto acabou custando na verdade 630 mil dólares, o mais caro da TV americana até aquele momento.
Os executivos sugeriram a Roddenberry mudar o nome da nave e do Capitão, e assim Yorktown virou ENTERPRISE e Robert April depois de um breve momento como Robert Winter, acabou mesmo como CHRISTOPHER PYKE.
No episódio-piloto “A Jaula” somos apresentados a tripulação original da Enterprise: a segunda em comando era uma mulher, sem nome revelado, chamada simplesmente de “Número UM”. O médico da nave era um senhor de mais de 50 anos, Dr. Phillip Boyce, que servia como uma espécie de figura paterna para o jovem capitão. O navegador era um sul-americano jovial, José Ortegas. O engenheiro da nave era um alemão, o Sr. Schneider, também de cabelos brancos, como o Dr. Boyce. Tínhamos um oficial tático chamado Tyler. Havia um chefe de segurança, negro, o Sr. Wilson. A jovem ordenança e interesse romântico do Capitão, Colt. E completando o elenco, um certo Sr. Spock, que tinha orelhas pontudas e era oficial de ciências...
Spock, originalmente era pra ser marciano, no tempo em que o Capitão da nave ainda era Robert April. Mas isso acabou sendo mudado já na filmagem de “A Jaula” onde ele se tornou mesmo “Vulcano”, um planeta ainda a ser descoberto pelos humanos.
O episódio acabou sendo rejeitados pelos executivos da NBC, por ser muito “cerebral”. Eles queriam mais ação e pancadaria. E também havia o proibitivo valor de 630 mil que o filme custou: para Jornada nas Estrelas ser viável como série, teria que custar muito menos. Mas então eles tomaram uma decisão que nem nos dias de hoje é típica da TV norte-americana: deram outra chance. Em geral, quando um piloto é rejeitado, a série nem é desenvolvida. Mas Jornada nas Estrelas é a exceção que comprova a regra.
Para tentar de novo, Roddenberry ganhou menos dinheiro: 300 mil dólares, metade da verba anterior. E os executivos pediram a cabeça da maioria dos personagens: eles não gostaram da tal “Número UM”, nos anos 60 achavam que o publico não estava pronto para verem mulheres no comando. Também não gostaram do médico Dr. Boyce, porque ele era “muito velho” e queriam alguém mais novo pra ser amigo do Capitão da nave. Em suma, limaram quase todo mundo, só ficando mesmo o Capitão Christopher Pyke e o oficial de ciências, Sr. Spock.
Mas então, o ator Jeffrey Hunter acabou abandonando o barco, convencido pela sua esposa que a série não tinha futuro. Para substituí-lo, Roddenberry acabou chamando outro ator canadense, que já havia trabalhado com ficção científica nas séries Além da Imaginação e Quinta Dimensão. Como mudou o ator, decidiram mudar também, de novo, o nome do Capitão, que virou James Kirk.
Spock subiu de posto, e se tornou o primeiro oficial, o segundo em comando. O novo médico da nave passou a ser o Dr. Leonard McCoy, uns dez anos mais velho que Kirk, mas não muito velho pra poder participar das cenas de ação. No lugar de Ortegas, entrou um piloto japonês, Hikaru Sulu. E ao invés de um alemão, o engenheiro-chefe passou a ser um escocês, Montgomery Scott. A nova ordenança do Capitão teve o papel diminuído, mas continuou existindo, agora com o nome de Janice Rand. E a esposa de Roddenberry, Majel Barret, que fazia a oficial “Número Um” ganhou um novo papel, da enfermeira Christine Chappel.
Apesar de não ser mais a tripulação da Enterprise, a turma do Capitão Pyke faz parte do “cânone” de Jornada nas Estrelas. Para compensar os atrasos das filmagens dos episódios da primeira temporada, Roddenberry resolveu pegar aquele episódio piloto “A Jaula” e transformá-lo, noutro episódio “A Coleção”, afinal o material já estava todo filmado e todo mundo considerava muito bom.
Para explicar porque os personagens eram diferentes, fizeram a ligação da Enterprise de Kirk com a de Pyke: através das lembranças de Spock, conhecemos o passado da nave. O ex-capitão agora é visto aleijado e mutilado, condenado a uma cadeira gravitacional (o futuro da cadeira de rodas). A Coleção se tornou o único episódio da série clássica de Star Trek a ter duas partes, e acabou ganhando o prêmio Hugo & Nebula de ficção científica no ano de 1966, na categoria “teledramaturgia”.
A tripulação perdida de Star Trek foi até cogitada recentemente pra retomar a franquia. Entre as muitas idéias avaliadas pela Paramount para um novo filme, estava de retomar a tripulação de Christopher Pyke para reiniciar este universo: a decisão agradaria tanto os fãs antigos, porque seriam mostradas as aventuras nunca antes contadas deste pessoal, como poderia ser um ponto de partida para os novos fãs, já que não necessitaria de conhecimento cronológico, por ser um prequel da série clássica.
Houve até mesmo boatos de que Tom Hanks poderia fazer o papel de Christopher Pyke e Catherine Zeta-Jones como a oficial Número Um. No entanto, tudo não passou de boato, e JJ Abrahms foi colocado no comando do novo filme, preferindo fazer um “Ultimate Star Strek” e trazer de volta a tripulação mais popular da Enterprise, repaginada para os novos tempos.
QUEM ERAM OS TRIPULANTES ORIGINAIS DA ENTERPRISE:
CAPITÃO CHRISTOPHER PYKE (Jeffrey Hunter): O mais jovem Capitão da frota estelar, mais introspectivo e sério do que seria o Capitão Kirk.
NÚMERO UM (Majel Barret): O motivo pela qual ela não tem um nome é um dos mistérios da série. Provavelmente alienígena, embora de aparência totalmente humana, é fria e extremamente lógica, não aparenta ter emoções.
DR. PHILIP BOYCE (John Hoyt): O médico da nave também é o melhor amigo e uma espécie de figura paterna para o jovem Capitão Pyke.
TYLER (Peter Duryea): O “oficial tático” da nave, também bastante jovem.
ORDENANÇA COLT (Laurel Goodwin): Tem uma paixão reprimida pelo Capitão Pyke.
SR. SPOCK (Leonard Nimoy): Oficial de ciências da nave, meio humano/meio vulcano.
SR. SCHNEIDER (ator não creditado): Também um senhor de idade, engenheiro chefe da nave.
SR. WILSON (ator não creditado): Afro-americano, chefe de segurança da nave.
JOSÉ ORTEGAS: O personagem não aparece em “A Jaula” mas estava escalado pra aparecer no decorrer da série, caso o piloto tivesse sido aprovado.
Dicas para a diagramação: fotos dos episódios "The Cage" (A Jaula) ou "The menagerie" (A coleção), onde aparecem esses caras.
O nome dos atores eu coloquei propositadamente para que fossem procurados também.
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