TEXTOS REVISADOS PARA A EDIÇÃO DE NATAL 2009
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TEXTOS REVISADOS PARA A EDIÇÃO DE NATAL 2009
Revisão: InVinoVeritas
Valeu, Murilo. Ficou muito melhor e dá gosto de revisar. Mudei umas coisas, checa e edita, se quiser.
Murilo - MAP escreveu:
Sessão trash!
Com toda certeza você já ouviu falar nos famosos e criticados filmes trash. Se não ouviu, está perdendo... hum... como posso dizer? Diversão à beça ou bocejadas de sono! Confuso? Calma, eu vou TENTAR explicar...
O que são filmes trash?
Não há classificação exata para esse gênero, mesmo se tratando de um estilo muito antigo. Alguns classificam como trash os filmes ruins, sem roteiro, com efeitos especiais horríveis e produções baratas; outros discordam, dizem que são filmes cult feitos apenas para diversão; ultimamente os filmes trash também são classificados como produções amadoras feitas por aqueles que nem mesmo entendem do ramo. Mas algo é certo: ou se gosta, ou não passa perto. Não há meio termo quando se trata destes filmes.
Fora isso, poucas coisas mais podem ser ditas com certeza sobre eles, e aqui vão elas:
1°: Não minto quando digo que ou se gosta, ou nem passa perto.
2°: Nunca esqueça que são filmes de baixa produção (em sua maioria); assim, antes de assistir, tenha em mente a diversão, e não superproduções.
3°: Por que são chamados de trash? Levando-se em consideração o significado da palavra (lixo) e mantendo em mente as bases destes filmes, torna-se fácil a compreensão. Padronizados por roteiros ousados, apelativos ou sem sentido, abusam de efeitos de baixo nível e atores e diretores desconhecidos (o que causou a iniciação de muitos grandiosos de hoje).
4°: Como já foi dito, para muitas pessoas esses filmes são considerados apenas filmes ruins. Realmente, a maioria é horrível. Porém, creio que nunca me diverti tanto como quando era pequeno e assistia a pérolas como “O Ataque dos Vermes Malditos” na TV.
5°: Cuidado ao escolher o que assistir, esse gênero é composto por filmes B (baixa produção e feitos apenas para entretenimento), sendo assim, há desde aventuras contra monstros que aparecem do nada a erotismos (leia-se pornôs) sobre lutadores de Kung-Fu. Nunca fui fã desse segundo estilo. Aconselho o primeiro.
6°: Não é brincadeira, fique longe dos sádicos pornográficos.
De onde vieram os filmes trash?
Se ainda não conhecia este gênero aberto a discussões, certamente ao menos ouviu falar de filmes B. Baratos e visando apenas passar o tempo, continham roteiro fraco, seqüências sem explicação, “defeitos” especiais e histórias quase sempre iguais: protagonista que salva uma pessoa (ou várias ao mesmo tempo) de algum monstro sem lógica ou algum lunático com ainda menos lógica. Pensando bem, acho que os clichês mais famosos do cinema surgiram daí (como serial killers perseguindo grupos de jovens), mas não vem ao caso.
Descrevendo assim os filmes B, em muita coisa eles se assemelham aos “lixos”. Não é sem razão. O cinema trash surgiu dos filmes B, mas, após algum tempo, passarou a receber uma definição própria, pois enquanto filmes B agradam a muitos, seu sucessor parte pelo caminho inverso: poucas pessoas se agradam ao ver tomates com vida matando belas mulheres pelas ruas de uma cidade (Tomates Assassinos).
O eterno preconceito.
Facilmente se entende porque a aceitação de filmes no gênero em questão é difícil. Tomates que matam, peixes voadores que também matam (Piranhas: Assassinas Voadoras) ou zumbis que retornam por uma contaminação e se alimentam de cérebro (A volta dos mortos Vivos) obviamente não são do gosto de qualquer um.
Tudo bem até este ponto: sabemos que o diferente dificilmente é bem vindo. Porém, entre os primeiros a conhecer este gênero estavam aqueles que se tornaram fãs, e outros que juraram no pé da cruz nunca mais verem um filme desses. O problema é que não só escolheram não verem, mas também queriam que ninguém mais visse. Depredaram, classificaram como pior tipo de filme existente (tudo bem, não vou tirar a razão) e conseguiram até mesmo deixar o nome trash conhecido por filme horrível e sem graça. Horrível dá para entender... mas sem graça?
...
Mesmo a tradução da palavra leva a essa idéia lixo. Não se engane, há quem se divirta muito com estes filmes.
Apesar de todo esse preconceito, é possível que você (assim como eu) encontre alguns que farão você rir como nunca antes ou prendê-lo na cadeira até o ultimo minuto, e, depois, ainda lhe façam correr para a rede e baixar suas outras três continuações.
Vale apena se arriscar entre essa horda de filmes baratos e "nonsense".
Mas não se arrisque sozinho nesse mundo.
Como disse, há muita coisa diferente que acaba sendo classificada como um filme trash. Pessoalmente, gosto daqueles pelos quais conheci o gênero. Simples, com aventura, comédia e monstros, eu me contentava muito. Resumidamente, estou falando dos filmes que viviam de reprise no Cinema em Casa (SBT), que acabou em 2002.
Para não deixar que você se perca no gênero, aqui vai uma relação muito pessoal: aqueles que mais gosto (me concentrarei nos filmes de monstros peculiares que surgem com explicações ainda mais peculiares e por fim são derrotados).
O Ataque dos Vermes Malditos (Tremors - 1990): A história se passa em uma cidade no deserto de Nevada. Sem causa, motivo, razão ou circunstância (me processe, Chaves), vermes gigantes surgem sob a terra e atacam os únicos dez habitantes da cidade. O filme custou cerca de U$11 milhões, o que é comum entre trashs. Teve três continuações e um seriado.
É, em minha opinião, um dos melhores filmes do gênero.
Diretor: Ron UnderWood.
Um Lobisomem Americano em Londres (An American Werewolf in London - 1981): Considerado por muitos até hoje o melhor filme de lobisomem já feito, esta inesquecível produção toma por base a história de dois jovens americanos que são atacados por um lobisomem. No dia seguinte ao ataque, aquele que permanece vivo descobre que agora carrega a maldição. Este filme é considerado um dos maiores trashs de todos os tempos e é cheio de terror e doses de humor-negro.
Tenho preferência pela continuação, Um Lobisomem Americano em Paris.
Diretor: John Landis.
O Ataque dos Tomates Assassinos (Attack of the Killer Tomatoes - 1978): Uma das idéias mais absurdas de filmes trashs já vista: tomates com apetite assassino que crescem e se tornam cada vez mais poderosos... Pausa para montar uma imagem na cabeça.
...
Tudo bem, sei que é quase impossível. Por isso, se está com um pingo de curiosidade, procure pelo filme e ria o quanto puder. Possui três continuações.
A Volta dos Mortos Vivos (The Return of the Living Dead - 1985): Vai além de clássico, é imperdível para aqueles que querem conhecer o trash. Mortos que voltam à vida e precisam se alimentar de cérebros. Sim, só isso, mais nada. Mas tenha certeza, é o suficiente para rir e assistir esse clássico. Altamente recomendado. Quatro continuações.
Diretor: Dan O’Bannon.
A Bolha Assassina (The Blob - remake 1988): Uma das cenas inesquecíveis dos filmes antigos vem deste, pessoas fugindo assustadas do cinema enquanto uma gosma vermelha os segue em sua lentidão. Vale a pena conferir (há versões de 58, 72 e 88, vi apenas a última, aparentemente, manteve-se fiel ao original).
Diretor: Irving H. Millgaites.
Para quem quiser conferir mais: Brinquedo Assassino (os dois primeiros realmente se prendem ao terror, mas o terceiro e o quarto filme são totalmente trash), Christine, O Carro Assassino, Alligator, Convenção das Bruxas, Monstro do Armário e Piranhas: Assassinas Voadoras.
É valido repetir que citei aqui aqueles que me agradam, sendo assim, não deixe de ir além - caso se interesse pelo assunto.
Claro, se quiser explorar mais os inúmeros filmes trash, há os clássicos aclamados por todos. Evil Dead e Bad Taste estão entre os mais reconhecidos.
Curiosidades sobre atores e diretores:
_Peter Jackson, conhecido por dirigir a trilogia Senhor dos Anéis deu inicio a sua carreira com Bad Taste, um “Best-seller” dos trashs.
_John Landis, diretor de Um Lobisomem Americano em Londres também é responsável pelos clipes Thriller e Black or White do aclamado Michael Jackson.
Por Murilo Alves Perin - MAP
Anime, coisa de adulto.
Não, você não leu errado. Assim como pessoas que não entendem do assunto classificam animes como coisa de criança, aqueles que possuem certo conhecimento a mais (e nem precisa de muito) sabem o quanto essas animações podem ser sérias.
Histórias sobre o apocalipse pelas mãos de anjos, amigos se enfrentando até a morte e matando quem se opuser, um jovem gênio assassinando todos os que ele considera incorretos são alguns exemplos de roteiros de Anime. Atualmente, falar nesses assuntos é coisa clichê; porém, quando em 1995 surgia o anime Evangelion, mostrando anjos destruindo a terra, a polêmica foi grande. Se o seu problema não é esse, mas sim a narrativa da história naquele velho jeito de produção japonesa em que até história séria ganha graça, veja Death Note, totalmente apresentado de uma maneira fiel a padrões Hollywoodianos, ou assista Claymore e encontre algum trecho para rir. Caso isso ainda não tenha sido o suficiente para convencê-lo, e você ainda se sinta atraído apenas por histórias originais, vá aos pioneiros, Ghost in The Sell e Serial Experiments Lain, séries em que se basearam os criadores de Matrix.
Ainda não está convencido de que Animes não são coisa de criança? Então vamos adiante com algumas características das produções.
Temas polêmicos.
Se a polêmica é considerada por muitos um fator de temas adultos ou (no mínimo) pesados, então animações japonesas preenchem bem esse quesito. Desde a década de noventa surgem todos os anos animes discutidos por alguma razão. É claro, nem todos são bons ou interessantes, muitas vezes são apelativos. Porém, diversos deles geraram polêmica devido ao tema ou a época em que foram lançados, e, em alguns casos, os dois.
Para não deixar muito abrangente, ficarei restrito a três séries: Neon Genesis Evangelion, Berserk e Death Note, este último, lançado em 2004 (anime em 2006). (As datas são do ano que o anime passou a ser produzido, sendo possível que haja uma versão em mangá lançada antes a data referente ao anime.) Escolhidos os animes, vamos um por um:
Neon Genesis Evangelion (1995 - estúdio Gainax): O motivo do alvoroço que causou é explicado logo no titulo que carrega: Neon (novo) Genesis (inicio) Evangelion (evangélico), ou seja, trata-se do fim do mundo e novo inicio. Falando assim parece simples, mas realmente não é. Até o episódio treze (metade da série) parece um simples anime de mechas (robôs gigantes) contra monstros, mas é neste ponto que entra a outra metade da série. Roteiro sério, personagens problemáticos e o apocalipse próximo mudam o teor para algo assustador e confuso. Não bastasse, os últimos dois episódios confundem totalmente o espectador mostrando o garoto Shinji (protagonista) numa profunda viagem a sua mente. Altamente recomendado para filósofos.
Berserk (1997 - estúdio OLM): Para aqueles que gostam de guerra e histórias medievais, esse é um prato cheio. Sangue sem censura, lutas absurdas de um homem contra cem e guerras com milhares de soldados. Apesar de todo esse derramamento de sangue, há um diferencial nesse anime. Não consigo explicar, pode estar na amizade de Gatts (um guerreiro que não tem seu passado revelado) com Griffith (líder de um bando de assaltantes) ou na história em si. Somente assistindo para entender.
O final do anime é surpreendente e é também o ponto auge da história, mas infelizmente, a animação não a conclui: até hoje o final só foi publicado no mangá. (Inclusive, este é altamente recomendado - apesar de cenas apelativas nas ultimas edições -, pois seu traço é fantástico. Para aqueles que não se sentem bem com HQs, após assistir o anime procurem o jogo para play 2, ele parte do instante em que para o anime. Infelizmente não terminei o game, então não sei até que momento do mangá chega.)
Death Note (2006 - estúdio Madhouse): Tido como o mais genial anime dessa década, Death Note gira em torno de um livro da morte (nome do anime) e o garoto que o encontra. Esse livro pertencia a um shinigami (deus da morte) e foi deixado na terra para que esse deus se divertisse vendo o que os humanos fariam com ele. História interessante, mas meio infantil - posta dessa maneira. Porém, ao descobrir que o caderno realmente funciona (tirando a vida de qualquer um que tiver seu nome escrito), o estudante gênio, Raito resolve dar fim a vida de prisioneiros e pessoas incorretas. Com o decorrer da história, para não ser descoberto, passa a usar qualquer um como sacrifício.
O que mais chama a atenção é o padrão parecido com o de filmes de Hollywood em que a história é contada. Narrativa rápida, especulações e planos indecifráveis para o mocinho pegar o bandido ou o bandido se safar. O interessante é justamente considerar o “mocinho” e o “bandido”: em certo ponto da história não se sabe quem é qual. Ambos acreditam estar certos e lutando pela justiça, e, para isso, levam seus planos a níveis de insanidade absurdos.
Se inúmeros dizem que Death Note é o anime desta década, quem sou eu para discordar.
A história presente nos animes.
Um bom enredo tem de possuir base e lógica. Algo que facilita muito isso é basear-se em fatos históricos, ou mesmo usar elementos reais para dar veracidade à história. Dentre os muitos que os usam, tenho preferência por dois:
Full Metal Alchemist (2003/2009 – estudio BONES/Animeplex): Para inicio de conversa, é bom deixar claro algo. O mangá de Full Metal Alchemist ainda estava em produção em 2003, quando foi lançado o primeiro anime (e ainda está). Assim, a primeira série, com 51 episódios, é praticamente toda um filler (história não escrita pelo autor original). Mesmo assim, conta com uma boa história que teve, inclusive, seu final lançado em um filme (Full Metal Alchemist: The Conqueror of Shambala) que recebeu diversas premiações. No entanto, em 2009, a BONES e a Animeplex decidiram retomar o projeto e começar uma série totalmente baseada no mangá. Esplêndido! Um dos melhores que já vi.
Como o título sugere, o anime trata de alquimia; não apenas a transformação de chumbo em ouro, mas a possibilidade de converter qualquer matéria a algo de valor equivalente (em questão de elementos), o que daria grande poder aos alquimistas. Com isso, a série aborda temas como o homem brincar de Deus ou mexer com o que já está certo. Fora o uso base de alquimia para o enredo, para um olho atento, é evidente a inspiração do mundo real para a criação dos países e guerras da série. Um exemplo é o King Bradley, cabeça do exército, que tem certa semelhança com Hitler (não apenas pelo bigode!), especialmente nas guerras que causa e nos objetivos insanos.
Ergo Proxy (2006 – estúdio Manglobe): O aproveitamento de citações sobre filósofos antigos é uma ferramenta muito bem utilizada e presente no anime, muito aconselhável para amantes de filosofia. Com citações de Platão, Da Vinci e muitos outros, essa história abusa da filosofia por trás das mais simples pessoas. Ao assisti-lo, não importa quem é ou o que faz, certamente o espectador se contagiará pelos pensamentos confusos de certo e errado.
Não há como dizer muito sobre este anime, pois provavelmente é o mais complexo listado nesta matéria (junto de Evangelion). Pontos extras se assistir a série e não se perder em nenhum momento. Muitos pontos extras.
Censura.
Tudo que é classificado para adultos acaba sendo censurado, mas em caso de animes, isso pode fazer muita diferença. Se inúmeras pessoas classificam como desenhos de criança, provavelmente é porque viram episódios de Dragon Ball na globo ou Naruto na SBT e disseram: “Que infantil”! Bem, não os culpo. Provavelmente aqueles que dizem isto procuram algo mais sério, como os animes citados aqui, mas aí está o mal da censura: eles nunca passarão em rede aberta, e, se passarem, serão mais picotados que papel em máquina de retalhar (caso de Full Metal Alchemist na Rede TV!). Assim, todo anime que chega na programação nacional parece coisa de criança.
Animes adultos não chegam para nós, e quando chegam, seus episódios de 25 minutos passam a ter 12. Isso deixa claro o que foi dito no inicio da matéria, pessoas com ao menos um pouco de conhecimento sobre o assunto (aqueles que baixam episódios legendados) têm consciência de que há animes infantis e animes adultos. Ao menos tente ver um desses - e não deixe de reservar suas conclusões para depois de assistir. Caso ainda ache infantil, tudo bem, agora você tem conhecimento para dizer isso. Caso goste, bem vindo ao clube!
Algumas dicas do que mais ver.
Ficção: Ghost in the Shell, Serial Experiments Lain.
Medievais: Claymore, Vagabond (apenas mangá), Blade of the Imortal.
Outros generos: Kaiji.
Por Murilo Alves Perin - MAP
Valeu, Murilo. Ficou muito melhor e dá gosto de revisar. Mudei umas coisas, checa e edita, se quiser.
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