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Edição 15 - Textos para Revisão

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Mensagem por Agente Dias Qua Jan 13, 2010 7:14 pm

Podem tacar aqui!!! Basketball
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Mensagem por Agente Dias Dom Jan 17, 2010 9:53 pm

Introdução - Entrevista: Manoel Souza

Chegamos ao ano de 2010 e o FARRAZINE QUINZE ainda está em clima de natal, trazendo presente pra você, leitor. Desta vez trazemos como entrevistado, o Manoel Souza, o editora da revista ”Mundo dos Super-Heróis”. Aham! Pode acreditar.

Já haviam me dito que esse cara era show de bola e atencioso. No caminhar dessa entrevista pude ter a certeza concreta disso. Foi um prazer ter conseguido desenvolver uma entrevista com ele. Eu sabia que tinha futuro e que seria útil pra você, leitor.

Quem não o viu sendo entrevistado no programado do Jô Soares. Pode aproveitar para vê-lo nessa edição QUINZE. Isso mesmo! Só não tivemos uma xícara como testemunha da entrevista. Bom... Não vou mais alugar o seu tempo, até por que deve estar ansiosos para ler a entrevista, né¿ Claro que sim!

Boa Leitura!
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Mensagem por snuckbinks Ter Jan 19, 2010 9:23 am

Você quer fazer quadrinhos - Parte 2 -
Texto:JUSSARA
Diagramação:Snuck


Part 4 – What tools do you use?

Preparado o local de trabalho agora vem a parte de escolher quais ferramentas de trabalho você se dá melhor.

Antigamente as histórias em quadrinhos eram obrigatoriamente desenhadas em papel A3 e arte-finalizadas com nanquim. Não porque os desenhista preferiam assim, mas porque era o único modo de se publicar quadrinhos na época, devido ao tamanho e à qualidade das impressoras.

Na década de 50 era virtualmente impossível publicar uma história em quadrinhos à lápis com degradês, ou mesmo pinturas delicadas como aquarela. Hoje, com o escaneamento digital e as modernas impressoras você pode usar praticamente qualquer material para fazer quadrinhos. Seja nanquim, caneta-tinteiro, caneta técnica, guache, ecoline, lápis preto, etc.

Não pense que só porque um desenhista manda bem num determinado tipo de material que você terá a mesma sorte. Às vezes é a FERRAMENTA que te escolhe, e não o contrário. Portanto use todos os tipos de lápis e pincéis que puder. Se gostar de uma determinada ferramenta e quiser evoluir nela, pratique bastante!

Part 5 – A penny for your thoughts

Mangá shonen, super-heróis, BD histórica, terror, comédia, funny animals, fantasia medieval, cyber punk, mangá shojo, mangá seinan, épicos... existem milhares de categorias de quadrinhos, milhares! E novas categorias vem surgindo a cada ano. Afinal que tipo de história em quadrinhos você quer fazer?

Às vezes você não pensa muito no estilo em si, mas nos personagens que vocês gostaria de desenhar e tudo. Isso também é válido, mas uma boa dica é você já ter em mente mais ou menos o estilo da coisa que você quer desenhar.

BDs são quadrinhos que aceitam muitos quadros por página. Geralmente possuem diagramação mais tradicional, no entanto o conteúdo dentro dos quadros é de alta qualidade.

Mangás ocasionalmente têm diagramação ágil, com quadros com formas geométricas diversas. Personagens às vezes aparecem fora destes quadros, saindo das “bordas” e explodindo na cara do leitor. Existe uma atenção maior na fluidez de movimentos do que no texto em si.

Terror possui muitos quadros que dão valor ao suspense. Comédias possuem muita repetição de “câmera”, principalmente durante uma piada, para reforçar o conteúdo cômico e a expressão dos personagens. Fantasia Medieval precisa de grande atenção ao cenário, que quase sempre possui belas floretas e locais exóticos... Enfim! Deu para pegar a idéia, né?

Naturalmente você não precisa (e nem deve) se fixar apenas num estilo de quadrinhos e numa categorização só, pode variá-las em cada nova série que você for começar. E até misturá-los.

Masamune Shirow desenha mangás com cara de comics americanos. Frédéric Boilet criou o Nouvelle Manga, um estilo que mistura as BDs francesas com o estilo mangá de contar histórias. Frank Miller trouxe o Noir dos filmes americanos para a arte seqüencial. Enfim! Misturebas também são boas, e podem fazer verdadeiras revoluções!

Part 6 – Do you want to be popular?

Os primeiros quadrinhos que a gente lê geralmente são os Mainstream – ou seja, os mais populares. Então é natural que suas primeiras idéias para desenhar quadrinhos sejam plágio dos mais “na moda” ou então que tenha algo a ver com eles. No entanto nem sempre o que está na moda é o que você gosta (ou sabe) fazer.

Portanto algo muito importante antes de começar a fazer uma história em quadrinhos é, acima de tudo, NÃO se deixar influenciar pelo que é “famoso” ou “vendável”. Mesmo que sua meta seja realmente viver de quadrinhos, faça o tipo de quadrinho que você gosta, não o que vende mais.

Esqueça o que é popular. Faça o que você gosta!

Dica Pessoal: No Brasil nenhuma profissão é mais duvidosa (e pouco rentável) do que a de quadrinista... então se não for para se divertir, que outra compensação você terá?
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Mensagem por snuckbinks Qui Jan 21, 2010 8:57 am

O Dia N
Rafael “Hiro” Machado Costa

O menino segurava firme a mão de seu acompanhante. Já fazia algum tempo que não saía para caminhar no parque apenas ele e seu avô em um dia ensolarado. Comeu algodão-doce, jogou pipocas para os patos no lago, foi empurrado no balanço e erguido na gangorra. Então, já cansado, sentou-se em um banco na esperança de retomar o fôlego e ainda realizar mais algumas atividades antes de o dia acabar. Foi entre respirações ofegantes que relembrou uma idéia que tivera naquela semana. Pelo movimento dos adultos de sua casa, os enfeites nas ruas, as propagandas na televisão, sabia que o Natal não deveria estar muito longe. Não entendia direito o que era o Natal, este seria apenas o sexto a que tinha oportunidade de passar, e não recordava da maioria deles. Ainda assim, a dúvida permanecia, e se existia um adulto realmente confiável e que sempre lhe falaria a verdade, este adulto era seu avô. Olhou nos olhos daquele homem, cuja idade lhe deveria fazer parecer cansado, mas que insistia em estar sempre sorridente, e perguntou:
— ’Vô, Papai Noel existe?
Imediatamente, o menino se arrependeu de ter perguntado. Não entendia o que estava sentindo, mas era espanto e remorso. Sentiu-se culpado, pois era a primeira vez que via seu avô triste e assustado. A única pessoa adulta que ele acreditava que nunca ficava triste agora parecia perdida, e o menino sabia que era o responsável por provocar aquele sentimento.
A expressão no rosto do idoso mudara completamente. Seus olhos fugiram dos do neto. A vergonha não o permitia encarar a pequena criança. Depois de examinar atentamente as pedras no chão logo aos seus pés como se procurasse por algo, e finalmente entender que o que buscava era coragem, ergueu a cabeça e mostrou um rosto, que costumava ser mais esperançoso do que os poucos anos que ainda lhe restavam queriam que fosse, muito antigo e desorientado. Resolveu que aquela era a hora de desabafar, de encarar a verdade e sofrer as conseqüências de seus atos. Primeiro balbuciou desajeitado, até que as palavras saíram.
Há muitos anos, quando eu ainda era bem jovem, o mundo estava em uma grande guerra. A maior que já existiu. E eu estava lá. Fazia parte do corpo de pára-quedistas do Exército. A nossa missão era retomar Paris, que fora ocupada e controlada pelo Exército Alemão. O cerco à cidade já durava alguns meses quando cheguei lá. Foi no dia 25 de agosto de 1944. A oposição inimiga havia praticamente caído. Remanesciam apenas alguns focos de resistência. Meu pelotão sobrevoava a cidade sendo levado até um desses focos. Nós deveríamos saltar sobre a base inimiga e assumirmos seu controle. Só que, na época, os pára-quedas eram bem mais simples que os atuais. Não possuíam dispositivos para direcionamento. Durante o salto, fomos surpreendidos por uma corrente de ar, e eu, com mais dois companheiros, fui arrastado para longe do alvo. Caímos os três em um lugar mais afastado da zona de conflito. Na verdade, o conflito já havia passado por ali, e o lugar estava todo em ruínas. Mal podia suportar o cheiro. O lugar estava cheio de corpos. Muitos civis, a maioria soterrada pelos escombros após os bombardeios. Apesar de todo o treinamento, quando finalmente cheguei a uma zona de combate, não tinha plena consciência de como agir. Comigo, estavam um jovem soldado de dezenove anos cujo nome me envergonho de ter esquecido e o soldado Bueno, um grande amigo que fiz dentro da tropa que tinha uma noiva a lhe esperar em casa.
Éramos soldados, mas éramos crianças. Assustados com tudo aquilo. Tentamos nos orientar e logo escolhemos uma direção que acreditávamos levar até a base inimiga. Caminhamos por pelo menos meia hora, e parecia que não chegávamos a lugar algum. Só havia mais escombros, mais corpos de ambos os lados, e a paranóia já fazia com que quiséssemos atirar a qualquer ruído. Sendo que os únicos sons que ouvíamos eram os de nossos passos e respirações pesadas ocasionalmente interrompidos por alguma distante explosão.
Só que houve outra explosão. Muito mais perto. Ficamos assustados e mal conseguimos nos esconder sob uma ruína para escapar dos tiros que vieram em nossa direção. Ficamos um tempo que nem consigo calcular lá abrigados, procurando o atirador entre os prédios. Olhamos, analisamos, mas nada. Os tiros continuavam, mas não achávamos a posição do responsável. Então, procurando um novo ponto de observação, o jovem soldado disse ter avistado alguma coisa, alguma coisa no céu. Descreveu uma aeronave com a cabine vermelha onde estava gravada a Cruz de Ferro da Luftwaff, mas insistia em dizer que não enxergava asas ou hélices. Eu achei que precisávamos de mais informações antes de iniciar qualquer ação. Entretanto, o soldado desacatou minhas ordens e temerariamente correu para fora do abrigo carregando o morteiro que trouxera entre seus equipamentos e uma granada.
Com uma destreza impecável, o soldado muito rapidamente armou o morteiro e o disparou antes que a aeronave tivesse tempo para alvejá-lo. Foi um tiro de muita perícia, ou muita sorte. A granada atingiu a proa da aeronave e a explodiu, e o veículo caiu a algumas quadras dali desenhando um rastro de fumaça no céu. Corremos na direção do estrondo do impacto da queda. Corremos afoitos demais pela emoção de derrubarmos um inimigo, e este foi justamente nosso erro. O jovem soldado de nome esquecido correu na frente e, ao chegar ao ponto da queda, se expôs em excesso. Ouvimos o som do disparo de uma pistola, e, quando o alcançamos, o soldado já estava morto. Naquele momento eu senti fúria, odiei todo o povo alemão, os culpei por nos colocar naquela situação, nos tornar açougueiros de outros homens. Assim empunhei meu rifle disposto a matar todos os inimigos sozinho. Mas Bueno fora mais rápido e, enquanto eu pensava em matar, ele disparou cinco tiros no peito do assassino de nosso colega.
Quando vi o homem lá, morto, quando vi a raiva nos olhos de Bueno e senti como se olhasse em um espelho, percebi o que havíamos nos tornado e me odiei por aquilo. Alguns átimos após, percebi que Bueno também entendera, mas ele encontrou esse entendimento nos olhos do inimigo abatido. O soldado vestindo o uniforme alemão tinha outros sinais de ferimentos além dos causados pelos disparos de Bueno. Provavelmente era um dos tripulantes da aeronave que se ferira na queda. Mas havia mais alguma coisa, algo diferente. Seu corpo parecia tão frágil e leve, e suas orelhas… elas eram pontiagudas de uma forma que nunca vira.
Então voltamos nossa atenção à aeronave. Agora de perto, entendemos que ela era um tipo de carruagem. A carruagem, propriamente dita, vermelha com a Cruz de Ferro, estava caída, virada com o assoalho voltado em nossa direção, e a lateral de bombordo para cima. A parte anterior estava em chamas e exalando um nauseante cheiro de carne queimada. Na verdade, não era parte da aeronave. O que vimos foram pedaços carbonizados do que aparentava terem sido cavalos ou qualquer tipo de animal de tração. Aquela visão era perturbadora. Como uma carroça sem asas e sem motor poderia nos atacar do alto? Mas esses pensamentos foram interrompidos quando ouvimos o som de um gemido.
Fomos em direção à cabine esperando pelo pior, mas só havia um homem fatalmente ferido no chão caído de dentro da aeronave virada. Era um velho de longa barba branca. Estranhamos que usava uma roupa vermelha ao invés do típico uniforme dos soldados nazistas. Tinha parte de seu abdômen trespassado por um pedaço de metal que se soltara do veículo no impacto da queda. Perdia muito sangue e não possuía muito tempo de vida, mas ainda assim fez um grande esforço para falar. Ele disse:
— Meu povo… os elfos… Todos foram levados para campos de concentração. Eu não queria… Ele me obrigou a lutar…
Então ele olhou diretamente nos meus olhos e falou:
— Mas há esperança. Este não precisa ser o final. Vejo que você é uma pessoa boa. Eu o escolho… escolho para continuar o meu trabalho.
Mas algo inesperado aconteceu. Não sei como ou da onde, não sei com que forças, mas o velho moribundo sacou uma pistola e disparou dois tiros antes de largá-la. Ambos atingiram Bueno. Um no seu ombro, e outro na sua garganta. Meu amigo caiu ali, morreu em alguns segundos. Eu senti a fúria voltar a mim. Mais uma vez só queria vingança e apontei meu rifle para o velho caído. Então ele me disse:
— Você foi o escolhido. Tem de ser um segredo, entende? Ninguém pode saber. Vamos, vamos… Tenho pouco tempo. Você só precisa tocar a minha mão, e tudo o que sei, tudo o que sou passará para você. Muitas coisas boas ainda podem ser feitas. Por favor, não deixe que o quê eu sou termine assim… Não deixe que meu legado final seja apenas sofrimento e morte.
Eu olhei naqueles olhos e entendi o que ele pedia. Baixei minha arma e pensei em tudo o que eu poderia fazer, em como poderia consertar e reconstruir tudo o que estava à minha volta. Então me lembrei do que estava à minha volta. Só destruição. Poeira de escombros e fedor de cadáveres. Pensei no cheiro do corpo do meu amigo apodrecendo entre uma pilha de outros corpos longe de sua casa. O sentimento… A fúria e a vingança voltaram, e eu apontei minha arma… Lembro-me do tilintar do cartucho vazio sobre o chão e do sangue escorrendo do orifício na testa do velho até manchar sua barba.
As lágrimas escorriam pelos olhos do homem idoso, e o mesmo fenômeno acontecia com seu neto. Ambos se abraçavam naquele banco sobre o sol de uma tarde de sábado. E, de alguma forma, avô e neto souberam que estavam ainda mais perto um do outro do que um abraço pode representar. Foi só então, depois de tantos anos, que o homem grisalho que quase sempre sorria, mas que agora não estava sorrindo, conseguiu dizer:
— Eu matei Papai Noel.
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Mensagem por snuckbinks Qui Jan 21, 2010 8:58 am

TEXTO: Under Son

A ARANHA

Aquela manhã foi diferente... Ele sempre acordava solitário, quieto, em profundo silêncio para não incomodar sua mulher. Lavava o rosto, voltava para o quarto, vestia sua roupa. Tudo mecanicamente. Olhou para a mulher que ressonava na cama e continuou calçando os sapatos. Encostando a ponta do indicador nos lábios, endereçou-lhe um beijo e saiu do quarto. Ele a amava. Aquela era sua grande companheira ao longo da vida. Nos momentos mais difíceis, ela sempre esteve ao seu lado. Reservava-lhe um profundo carinho e admiração.
Antes de se dirigir à sala do pequeno apartamento e sair, entreabriu a porta do quarto do filho. O garoto dormia preguiçosamente entre lençóis em total desordem. Deixou os lábios revelarem um pequeno sorriso e recuou, imaginando os sonhos que se passavam na pequena mente infantil do garoto, ainda com seus seis anos de idade.
Absorto nesses pensamentos, abriu a porta da sala com cuidado e saiu. Eram seis horas da manhã. Desceu as escadas do antigo prédio e logo ganhou as movimentadas avenidas do centro da cidade.
Considerava-se um homem de sorte, pois detestava o transporte público, com seu desconforto e horários imprevisíveis, e, como morava no centro, podia ir a pé para o trabalho, numa revigorante caminhada por bairros arborizados. Para quebrar a monotonia, costumava fazer caminhos diferentes ao longo da semana. Das três opções que tinha, sua preferida era a rua que passava bem próxima de um denso bosque de eucaliptos, em um local de onde podia ver quase toda a cidade. Ali, costumava parar alguns minutos para observar as aranhas, que faziam grandes teias entre as árvores. Ficava mesmo admirado com o tamanho que algumas das aranhas atingiam: quase 20 centímetros de diâmetro!
Chegava tão perto delas que podia olhar em seus olhos... aqueles oito sinistros olhos causavam-lhe um estranho fascínio. Não tinha medo de ser picado, pois parecia que entre ele e aqueles animais ocorria uma espécie de comunicação silenciosa. Um tipo de telepatia. Às vezes ele acreditava que as aranhas queriam lhe dizer algo.
Lógico que essa aproximação causava muita estranheza nas pessoas que costumavam caminhar por ali nesse horário. O fato de haver um homem, de sapato e paletó, embrenhado no mato rasteiro, tão próximo ao emaranhado de teias não era uma coisa tão comum. Alguns achavam que ele era maluco, outros, que era biólogo ou algum outro tipo de cientista. O fato é que as pessoas já o conheciam, assim como ele também já reconhecia cada uma delas, de ver passar. E foi por esse caminho, o do bosque de eucaliptos, que ele resolveu seguir naquela manhã, que, como havíamos dito antes, foi diferente...
Ao começar a subir a rua que iria dar no bosque, notou que algumas daquelas pessoas que ele encontrava quase todos os dias passavam por ele apressadas e com uma expressão de pavor no rosto. Quando viu se aproximar, com passos rápidos e aparência tensa, uma senhora negra, que era uma das poucas que tinha o costume de lhe dar bom dia e que por isso considerava uma das mais simpáticas, resolveu indagar o porquê daquele corre-corre logo de manhã cedo. Algum acidente? Talvez um assalto? Mas ao ouvir a pergunta, a mulher simplesmente olhou para ele com um olhar vidrado e aterrorizado e balbuciou uma única palavra: “a aranha”...
Sem entender nada do que estava acontecendo, ele passou a conjecturar: “será que alguma das aranhas do bosque havia picado alguém?” Pelo que ele sabia, uma picada daquela espécie de aranha não seria letal, a menos que fosse em uma criança pequena... mas o que mais o preocupou foi a idéia de que, se acontecesse um acidente desse tipo, provavelmente a população iria exigir que a saúde pública exterminasse as aranhas. Isso ele não podia permitir.
Pôs-se a caminhar, também apressado, mas em sentido contrário ao das pessoas assustadas. Seguia rápido na direção do bosque, preocupado com suas aranhas. Ao ver de longe os primeiros eucaliptos, observou também uma multidão que se aglomerava na rua próxima. Ao chegar mais perto pôde ver, entre as duas maiores árvores do bosque, uma imensa teia, com fios de dois centímetros de espessura, mais parecidos com cabos de aço, e, bem no centro da teia, uma aranha de aparência assustadora, com cerca de três metros de diâmetro, incluindo as pernas. Só o seu corpo era quase do tamanho de uma pessoa de estatura média. Sua parte frontal exibia ameaçadoras quelíceras vermelhas além de olhos negros que reluziam ao sol brando da manhã.
Tomado de um misto de curiosidade e fascínio, ele aproximou-se do aglomerado de pessoas. Perguntou a um rapaz que olhava fixamente o animal como aquela aranha tinha aparecido ali. O rapaz explicou que durante a madrugada, segundo alguns moradores próximos, a aranha gigante simplesmente saiu do meio das folhagens, subiu no tronco de uma árvore e começou a tecer a gigantesca teia. O corpo de bombeiros já havia sido chamado, bem como a equipe de zoólogos e veterinários da saúde pública para documentar o fato e decidir o que fazer.
Aquela informação, de certo modo, foi perturbadora para ele. Por que iriam mexer com a pobre aranha que estava quieta em sua teia e aparentemente não causaria mal a ninguém? Está certo que uma aranha daquele porte é um fato pra lá de inusitado, mas não poderiam simplesmente fotografá-la e deixá-la em paz?
Provavelmente iriam capturar a aranha e dissecá-la em algum laboratório sombrio...
Naquele momento ele decidiu que seria o defensor daquele fantástico animal contra as barbaridades dos homens em nome da ciência. E foi com essa idéia na cabeça que, ao ouvir as primeiras sirenes de bombeiro ao longe, ele varou a multidão e atravessou a pequena cerca que separava a rua do bosque. A comoção foi geral. As pessoas gritavam para que ele saísse de lá, pois poderia ser atacado pela aranha. Alguns o chamavam de maluco, outros o reconheceram como o “cara das aranhas”. A gritaria das pessoas, assim como o som das sirenes, aumentava conforme ele ia avançando.
Num instante, porém, ele percebeu que o barulho da mutidão parecia ficar cada vez mais longe, como se sua atenção estivesse sendo totalmente desviada para a aranha à sua frente que, assim que o viu pulando a cerca, veio rapidamente para a extremidade da teia, como se estivesse para capturar uma presa. Sem que ele percebesse, o animal havia chegado bem perto, a ponto de ele poder olhar fixamente seus olhos, da mesma forma que costumava olhar os olhos das outras aranhas que sempre encontrava ali. E como acontecia nas outras ocasiões, aqueles olhos, agora enormes, pareciam querer lhe dizer algo... Só que dessa vez ele era capaz de entender!
De alguma forma, a aranha conseguia se comunicar diretamente com a sua mente, sem fazer qualquer movimento, apenas fixando os olhos nos seus.
“Você parece ser um dos poucos capazes de nos entender...” foi a mensagem que chegou ao seu pensamento, que ele tinha certeza que vinha da aranha.
“Eu estou aqui somente para lhe mostrar que não somos simples animais irracionais. Vocês jamais serão capazes de compreender o mecanismo que diferencia uma espécie de outra, mas eu tenho o dever de te mostrar algo muito além do que qualquer ser humano jamais conheceu!”
Olhando fixamente para a aranha, ele percebeu quando ela levantou as ameaçadoras quelíceras em sua direção e outra mensagem chegou a sua mente: “Não se preocupe. Você não sentirá dor alguma. Talvez um pouco de frio.”
E para horror da multidão que assitia a tudo chocada, a gigantesca aranha tocou com as pontas das quelíceras o seu ombro esquerdo. Realmente ele não sentiu dor alguma, só um formigamento que começou no ombro e se irradiava para todo o corpo. Sentiu também como se estivesse sendo arrebatado no ar e percebeu que a aranha o havia envolvido em sua patas, levando-o para o centro da teia, e enrolava-o lentamente e cuidadosamente em um novelo.
Logo abaixo, a mutidão gritava desesperada, mas ele não ouvia mais do que sons abafados e enxergava apenas cores difusas. As cores das roupas das pessoas misturavam-se com o brilho das luzes dos carros de bombeiro. Seu pensamento parecia embotado, mas ele não sentia medo. Sentia-se seguro naquele casulo como jamais havia se sentido em toda a sua vida. Junto com a sensação de segurança, veio também uma indescritível paz. Como se a partir daquele instante, ele não fizesse mais parte desse mundo.
O barulho da mutidão já havia desaparecido, ele se encontrava agora totalmente fechado no casulo de teia. Percebeu então mais um pensamento invadir seu cérebro: “Abra os olhos e veja o que ninguém nunca viu!”
Ao abrir os olhos, em vez da escuridão do casulo, viu uma paisagem fantástica. Um campo que se estendia até onde sua vista alcançava e uma luz muito branca e ao mesmo tempo suave, que iluminava tudo a sua volta. Olhou para o céu, mas não viu nada que se parecesse com o céu conhecido por nós. Era uma explosão de tons e formas a se emaranharem, como um oceano colorido. Seus pés tocavam uma relva macia e úmida. O ar parecia mais denso, como se fosse possível, com um salto, flutuar por alguns instantes. Seus sentidos pareciam ampliados. Tudo era percebido por ele. Todos os sons, todas as cores (algumas jamais imaginadas por ninguém) e todos os aspectos daquele vibrante cenário eram captados por seu cérebro.
Veio então à sua mente, de novo, aquela estranha comunicação. Aquele pensamento suave dizia: “Aos humanos nunca foi dado conhecer o universo dos seres que por vocês são considerados inferiores. O fato é que estamos nesse planeta muitos milênios antes do mais antigo ancestral dos humanos. Por muito tempo esse foi o nosso lar, onde éramos senhores absolutos. A forma de inteligência que desenvolvemos é bem diversa da sua. As vibrações que captamos do ambiente a nossa volta são em outras freqüências, o que faz com que o mundo para nós seja bem diferente do que é para vocês. Nesse momento, a substância que foi injetada em sua corrente sangüínea faz com que você perceba o mundo como se fosse um de nós. É assim que enxerga todo o animal pertencente ao grupo que por vocês é chamado de filo arthropoda.”
Concentrando-se ao máximo, tentou então responder ao pensamento, enviar também uma mensagem, e conseguiu se fazer entender, dizendo: “Mas, por que vocês me escolheram para mostrar isso? O que vocês querem que eu faça?” A resposta veio imediata: “Minhas irmãs, observando seus olhos, perceberam que você tinha sensibilidade suficiente para entender nossa mensagem. Você não é o único, mas é o que estava mais próximo de nós. O que queremos de você é que leve um alerta aos seus irmãos humanos. Sua espécie vem alterando o equilíbrio físico do planeta há muito tempo. Agora essa alteração chegou a tal ponto que começa mesmo a interferir no mecanismo básico de funcionamento da Terra. Se algo não for feito imediatamente, todas as espécies desaparecerão para sempre e a Terra será um planeta morto.”
Com novo esforço de concentração, ele replicou: “Mas o que eu sozinho poderei fazer?” E foi respondido de pronto: “Você não estará sozinho. Outras como eu vão aparecer para se comunicar com outros como você. Basta ficar atento e logo você terá a colaboração de muitos.”
De súbito, porém, ele escutou um estampido e tudo ficou escuro novamente. Talvez ele tenha perdido a consciência por algum tempo, mas despertou assim que o sol quente tocou seu rosto. Abrindo os olhos, pôde observar dezenas de rostos atônitos. Ouviu também alguns comentários: “Está vivo!” “Não é possível!”
O casulo estava sendo cortado com uma espécie de serra circular dos bombeiros. Ele havia sido resgatado.
Tentando se desvencilhar dos paramédicos que o examinavam, ele ergueu a cabeça e olhou na direção da teia da aranha morta. Nesse momento passou na sua frente um grupo de homens, carregando em uma rede o corpo inerte da aranha gigante. Ela havia sido morta pelos rifles da polícia, que foi chamada assim que ele foi enrolado no casulo.
Desesperado, ele reuniu todas as suas forças para um grito de dor: “O que foi que vocês fizeram?”
Foi levado então ao hospital e, depois de examinado, constataram que ele estava em perfeita saúde, a não ser por duas pequenas marcas no ombro esquerdo. Após um período de observação, ele foi liberado. Foi recebido no saguão do hospital por sua esposa e seu filho, que o abraçaram em prantos. Ele chorou também, talvez por compreender, agora perfeitamente, a extensão da ignorância humana.
Ao chegar no apartamento, sua cabeça fervilhava. Tudo isso parecia fantástico demais para ser realidade. Terá sido um sonho? Resolveu ligar a TV para desviar um pouco seu pensamento. A música estridente do plantão jornalístico chamou a sua atenção e em seguida veio a voz da reporter: “Urgente! Exibiremos com exclusividade imagens da aranha gigante que se instalou em uma enorme teia feita entre o edifício U. N. Plaza Apartments e a Trump World Tower, em Nova York, bem próximo ao edifíco sede das Nações Unidas, de onde foram feitas as imagens. Esse exemplar é ainda maior do que o que foi capturado esta manhã no Brasil...”

FIM
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Mensagem por Murilo - MAP Qui Jan 28, 2010 1:34 am

creio que aqui seja o melhor espaço para perguntar:

até quando pode-se encaminhar textos para essa ediçao?
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Mensagem por Rodrigo! Qui Jan 28, 2010 10:16 am

Até o dia 29, Murilo... O tempo está correndo!
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Mensagem por Rafael Oliveira Sex Jan 29, 2010 9:31 pm

Ficção Científica ou Tarô?

As famosas cartas de tarô compõem um baralho de 78 cartas e faziam parte de um antigo jogo criado no norte da Itália entre os séculos XV e XVI. Os tarôs passaram a ser utilizados na previsão do futuro a partir do século XVIII. Aparentemente, os tarôs não possuem nenhuma ligação com a ficção científica, porém, não é o que dizem os cientistas...
Em 2001, a revista Galileu publicou uma matéria um tanto curiosa. Tratava-se nada mais nada menos que uma discussão sobre o fim da ficção científica. E explicações foi o que não faltaram aos cientistas, os reais defensores deste pensamento. Segundo estes pesquisadores, a ficção científica está perdendo seu fôlego, pois não é mais possível prever o futuro como se fazia antigamente. Isaac Asimov falava de uma espécie de biblioteca mundial onde todos poderiam contribuir para a formação de seu conteúdo. Asimov acertadamente previu o que hoje conhecemos como Wikipédia. Com o passar dos anos essas previsões foram acabando e de acordo com os cientistas a ficção científica não será mais capaz de prever o futuro. Afinal, um escritor pensa em uma idéia sobre a existência de uma sociedade com tecnologia “X” nos computadores. Em seguida, o autor começar a desenvolver a sua história e personagens e, ao seu término, procura uma editora para avaliar e decidir se publicará sua obra. Até que todo esse processo citado ocorra, os cientistas ao descobrirem a tecnologia “X” existente nos computadores isto chegará em questão de segundos ao público devida a velocidade dos meios de comunicação. O exemplo citado prova nos dias de hoje é impossível a ficção científica prever o futuro. A pergunta que fica é: estaria realmente a ficção científica com seus dias contados?
É uma pena, mas os cientistas demonstram não reconhecerem o real valor do gênero subestimando sua força e potencial. Asimov não pretendia prever o futuro em seus mais de 400 contos e romances futurísticos. Para os desavisados pesquisadores, a ficção científica é a representação do passado e presente em uma sociedade futura. Confuso? Vamos lá. Em Admirável Mundo Novo (de Aldous Huxley) vemos a representação de uma sociedade que prega o seguinte dilema “Comunidade, Identidade, Estabilidade”. Na trama, o Estado utiliza dos avanços biológicos para criar indivíduos predestinados a determinadas tarefas dividindo-os por classes. Determinada classe é acostumada com o trabalho físico, pois os embriões foram submetidos a um aquecimento além do normal. Esta mesma classe possuí um cérebro menos desenvolvido pois o embrião não recebeu a quantidade de oxigênio que deveria. Se pararmos para pensar um pouco será mesmo que Huxley estava tentando prever o futuro? Ora, o sistema de castas existe há muito tempo na Índia, antes mesmo do autor cogitar a possibilidade de escrever sua obra. E se não quiserem se limitar ao oriente podemos pegar o ocidente como exemplo, mais especificadamente o Brasil. Não temos um sistema de castas, muito menos uma biologia tão avançada como a criada pela sociedade de Huxley, porém o governo não cria condições apropriadas para que as classes mais inferiores possam “crescer” e usa de uma estratégia bem simples presentes em vários filmes hollywoodianos que é comover várias pessoas com a história de um garoto pobre que vence na vida livrando assim a culpa. Isso prova que a ficção não está interessada em prever o futuro, mas sim tratar dos problemas do presente utilizando de um mundo alternativo em que este problema se agravou e chegou a um estado grave. Diferentemente dos outros gêneros literários, a ficção científica utiliza do avanço tecnológico como fonte para desenvolvimento de suas obras e consequentemente suas respectivas críticas sociais. É daí que surgem os diferenciados subgêneros, dentre eles podemos citar os mais famosos: o cyberpunk (relacionado ao desenvolvimento das “máquinas”), o biopunk (desenvolvimento biológico) e o steampunk (também conhecido como retrôfuturismo ou a junção de passado, presente e futuro em uma mesma época), dentre outros.
Deixo que vocês, após lerem este texto concluam por vocês mesmos se a ficção científica realmente deve receber o rótulo de “previsão do futuro” e entrar na categoria das famosas cartas de tarô utilizadas pelo esoterismo moderno, a cabala, a astrologia e a alquimia medieval. Os já citados Isaac Asimov e Aldous Huxley juntamente com Júlio Verne, H.G Wells, Arthur C. Clarke e John Brummer (só para ficar nestes exemplos) deveriam então ser considerados apenas “videntes”? Ou eles merecem algo mais, assim como suas respectivas obras. A resposta, meu amigo, está perdida no espaço e no tempo...

Desculpem o atraso, veio de última hora porque fiz uma viagem e voltei só agora. E amanhã to viajando de novo, mas qualquer coisa domingo eu estou de volta ^^'

Rafael Oliveira
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Edição 15 - Textos para Revisão Empty Re: Edição 15 - Textos para Revisão

Mensagem por Murilo - MAP Sex Jan 29, 2010 11:54 pm

na verdade o que vou postar aqui é um conto caso seja necessario mais paginas na ediçao (pois ele é comprido, na verdade seria melhor dividi-lo em duas ediçoes);

sendo assim, n é algo que realmente quero que seja "publicado", ^^ criterio seus


Olhos vermelhos


Em um lugar afastado da cidade, é possível avistar um grande castelo, escuro e silencioso. No interior desse castelo vê-se uma bela jovem a levar uma bandeja para alguém. Em algum tempo, a jovem parece chegar ao quarto que tem como destino. Ela bate na porta, porém ninguém atende; ela chama, mas também não há resposta; como última tentativa, entra no quarto para ver se seu mestre ainda se encontra acordado. No quarto, ela não encontra o que esperava, mas sim um homem alto, de longos cabelos escuros, com um manto que chega ao chão e unhas que mais se pareciam garras. Ela fica paralisada ao ver o sangue no chão e também em quase todo o seu corpo. Assim que a figura assustadora se vira e mostra seus olhos vermelhos que imploram por sangue, ouve-se um grito saindo do castelo. Um grito que rapidamente é silenciado. Voltando ao castelo, agora só vê-se o corpo da garota largado no chão, com o pescoço a escorrer sangue.
No dia seguinte, o jovem detetive Fox Willian é chamado para investigar o local. Há suspeitas de que o jovem que habitava o castelo teria se aproveitado de sua empregada, pois ela não retornou para casa. Assim que o detetive encontra o corpo, ele se assusta com a marca em seu pescoço. Ele olha o sangue derramado no chão, a mulher despida também com sangue por todo o corpo, as marcas que as mãos ensangüentadas deixaram no corredor. Como primeira impressão, Fox imagina que o assassino seja um pobre psicopata.
O dia inteiro, vários policiais ficam juntamente com o detetive, a investigar todo o castelo. Terminado o dia, nada se encontra. Sendo assim, Fox, pensando em seu dever, resolve passar a noite no castelo. Os policiais lhe avisam sobre o perigo, mas ele diz ser um jovem destemido, e que faz o que for preciso em seus casos. Mais cinco policiais resolvem passar a noite com o rapaz.
A noite estava chegando, a lua começa a surgir; nunca se havia visto uma lua como aquela, cheia e quase sem brilho, o pouco da lua que dava para ver, mostrava que naquela noite, por algum motivo, ela estava vermelha como sangue. Porém, houve um detalhe que só não passou despercebido por Fox; um vulto negro e alto se encontrava na enorme torre do castelo, ele parecia olhar atentamente para o grupo. Após dar uma risada de quem traz a morte consigo, o vulto desaparece junto à brisa do vento. O detetive não conta a ninguém.
Os seis homens resolvem se dividir em três grupos, seguindo um desses grupos para o subterrâneo do castelo, outro grupo fica na sala principal do mesmo, e o último grupo sobe para imensa torre. Como Willian ficara curioso com o que viu, ele resolve ir para torre.
No grupo do subterrâneo, encontram-se dois amigos de Willian; um jovem que cursou a faculdade com ele, e seu primo, com o qual havia feito muitas malandragens no tempo de criança. Ambos são rapazes corajosos e espertos. Eles andam de um lado para o outro procurando por algo que na realidade temem achar. Após alguns minutos procurando algo que possa ajudar, eles encontram um amontoado de caveiras que exalam um odor horrível e muito desagradável pelo longo tempo que ali se encontram. Isso lhes deixa com muito medo, porém, o medo se torna maior quando atrás deles surge à estranha criatura. Eles tremem diante de seus olhos arregalados voltados para eles; olhos que são escuros e vermelhos como a lua daquela noite. Eles não pensam (não há tempo para se pensar), eles somente agem; pegam suas armas, mas antes que possam disparar, são agarrados pelo pescoço. O primo sente que começa a ficar difícil respirar, pois a mão que antes se escondia nas trevas, agora aperta o seu pescoço. Ele vai fechando os olhos; não lhe resta mais força. Então, ouve-se um estralo que sai do rapaz. Todos os sonhos de uma vida deixam de existir, tudo pelo que lutou deixa de ter utilidade; sua vida lhe abandonara. O monstro olha para o que ainda vive e dá um sorriso que deixa a amostra seus compridos dentes de onde escorrem sangue. Impulsionado pelo medo, o jovem policial consegue levantar sua arma; e em seu único disparo, ele acerta uma bala que entra pelo queixo da criatura e sai pela sua nuca. A criatura cai imóvel. Ainda contaminado pelo medo, ele corre com grande desespero. Maior desespero ele demonstra ao olhar para trás e ver que o corpo não se encontra mais naquele local.
Na torre, o comunicador de Fox começa a tocar:
-Fox, não estamos lidando com algo normal aqui. Eu vi a grotesca criatura matar seu primo em apenas alguns segundos. Você pode achar absurdo, mas acho que é um vamp...AAHHHH!!
A mensagem é interrompida misteriosamente.
Fox fica pensando se seu amigo realmente diria aquilo que sempre foram contra; uma criatura mística, de lendas antigas, porém que até hoje ainda apavora algumas pessoas; mais especificamente: um vampiro. De apenas uma coisa ele tinha certeza, havia um assassino no castelo, e algo devia ser feito.
Ele resolve não contar a verdade ao pé da letra com relação ao que seu amigo disse, diz para os outros que quando o rapaz ia dizer quem era o assassino, ele misteriosamente desligou. Porém, todos sabem que não foi tão misteriosamente assim que a mensagem foi interrompida, eles sabem que foi pego pelo assassino, afinal, seu grito de dor ecoou por todas as paredes do castelo. Eles resolvem descer em um único grupo ate o subterrâneo.
Passado algum tempo, eles chegam onde estão os dois corpos. Um está com marcas nos corpos que servem como caminhos para que o pouco sangue que resta chegue ao chão e com o pescoço totalmente mole; quebrado. O outro não se encontra em situação parecida, está bem pior; a pele de seu pescoço foi arrancada, deixando a mostra sua carne, ambos os braços estão quebrados e no peito encontra-se um corte enorme. Fox, experiente em assassinatos, vê que o corte no peito não foi feito com aparelhos, e sim com as próprias mãos. Fox está assustado. Logo ele tenta refazer a cena em sua mente: ele vê o rapaz com o comunicador, conversando afobado, quando é pego pelos braços; o jovem tenta disparar mais uma vez, mas dessa vez uma mão penetra em seu peito, lhe deixando seu ação. Novamente há uma mão em cada braço, a criatura tenta lhe morder, mas ele se agita, fazendo com que ele largue seu pescoço, mas esse leva sua pele junto. Para poder se alimentar em paz, os dois braços do jovem são quebrados. Fox fecha os olhos, e tenta não sentir medo; mas é difícil mesmo para ele que já mandou muitos psicopatas para cadeia. Um de seus colegas põe sua mão no ombro de Fox:
-É melhor chamarmos reforços e sairmos daqui por enquanto.
Ele concorda.
Enquanto caminham para porta; o detetive tenta se confirmar que foi derrotado; finalmente foi derrotado por alguém.
Ao verem a porta, eles se sentem muito mais aliviados. Quando um deles tenta abrir a porta, este percebe que ela está trancada. Eles pensam em tentar derrubá-la; mas antes de tentarem, sangue começa a pingar no chão. Uma gargalhada vem de cima de suas cabeças. Ao olharem para cima, eles vêem dois olhos vermelhos, mãos ensangüentadas e uma capa que cobre todo o resto do corpo. Todos correm; menos Fox. Ele fica parado, encarando os olhos vermelhos escuros, sem nenhum brilho que de pouco vem se aproximando do rosto dele. Após alguns segundos, os dois ficam frente a frente, se encarando. Os três policiais puxam suas armas e miram na cabeça do monstro:
-Sai daí Fox! Agora!
Um dos policiais não agüenta ver aquilo por tanto tempo e dispara. Ele está nervoso, é novo no ramo, só aceitou ficar aquela noite ali para mostrar para os outros que é corajoso e que breve se tornaria reconhecido por todos. Mas se isso era o que queria, ele não devia ter escolhido ficar lá essa noite; pois assim que dispara a arma, a capa cobre o vulto e ele desaparece. Com medo, o jovem recua alguns passos até trombar com algo. Ele olha e vê o que menos lhe convém naquela hora: os olhos que a pouco encaravam Fox, olhos que se movem em sincronia com os dentes; os olhos observam o pescoço, os dentes atacam.
Ao verem seu colega ser atacado, eles atiram com ferocidade no monstro. Porém, mais uma vez, ele é protegido pela capa e some.
Após alguns minutos eles se encontram na torre. Fox dá sua opinião, dizendo achar que aquilo é um vampiro. Os outros de início não concordam, mas após algum tempo discutindo sobre os fatos, eles acabam por concordar.
Eles se recordam de uma saída que há após a torre, uma saída para o jardim, que só tem como se chegar por este caminho.
Os jovens nunca haviam sentido tanto medo como agora sentiam. Temiam perder suas vidas nesta noite, temiam deixar seus sonhos, suas famílias e tudo mais que haviam conquistado para trás. Andavam com as pernas trêmulas, os olhos atentos e os dentes a ranger.
Após alguns minutos, eles estão no jardim. Está muito escuro para que se enxergue com clareza o portão, mas mesmo assim, olham com ansiedade para o pouco dele que podem ver.
Fox imagina que o pesadelo está preste a acabar. Ao ver novamente os olhos vermelhos ao longe, ele vê estar enganado. Ele pára, mas há algo estranho, seus companheiros continuam a correr em direção do portão, em direção dos olhos vermelhos e da morte. Ele grita para pararem, mas eles dizem que não desistiram agora que estão tão perto. Então, ocorre novamente a desgraça que o detetive temia ter de rever; antes que os assustados e desesperados policiais possam sequer pensar em se virarem, as presas da criatura se distanciam, e se encontram no pescoço do policial conhecido como Hércules; um rapaz que acabou por receber esse apelido por razão de sua bravura e de sua força, nunca voltou de uma missão de mãos vazias. Infelizmente, o destemido Hércules, agora cai perante a única coisa que já temeu em toda vida. Os olhos vermelhos estão mais vermelhos do que nunca haviam estado.
Os dois que ainda permanecem vivos não perdem tempo e aproveitam a imensidão do jardim para se esconder. Cada um acaba por correr para um lado. Fox está atento para qualquer ruído; mas o que se ouve não é um ruído, e sim um grito de desespero, de temor. Este grito provavelmente vem do capitão Edward; um homem de status na polícia, alguém que já salvou muitas vidas nos cinco anos que esteve nesta profissão. Porém, mais nenhuma vida será salva por ele.
Fox sabe que só resta ele agora, sabe que deve correr e fugir pela primeira vez. Ele corre enquanto as lágrimas em seu rosto escorrem. Lágrimas que escorrem por aqueles que se foram e também por razão de seu medo. Ele vê que a claridade começa a surgir, olha para cima e vê o sol que começa a nascer. A cada metro que se aproxima da saída, mais lágrimas escorrem. Ele sabe que não deve olhar para trás; mas mesmo assim o faz; olha diretamente para torre. Lá está ela, a criatura sedenta de sangue, de cabelos compridos e maior do que qualquer homem que Fox já viu. Ele finalmente atravessa o portão, e ao fazer isso, olha novamente para trás; mas não vê mais nada. O vampiro sumiu. Ele cai de joelhos, apóia-se no chão e chora como nunca em sua vida. Chora de medo, chora pelas vidas perdidas hoje... pelas marcas e cheiro de sangue que ainda estão em sua roupa.




há uma ou duas ilustraçoes deste conto,
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Mensagem por InVinoVeritas Sáb Jan 30, 2010 7:52 am

Probleminha com o computador, gente. Meus textos estão momentaneamente presos no meu PC, que está com a fonte queimada. Eu tenho outra fonte aqui em casa, felizmente (é, eu sou um nerd), e vou poder resolver o problema. Mas só quando voltar, que estou indo para o fim de semana. Mas relaxem, está tudo pronto.

(Tou teclando do lap top, caso alguém esteja curioso... desde ontem o computador está rebelde...)
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Mensagem por Rodrigo! Sáb Jan 30, 2010 8:51 am

Murilo - MAP escreveu: (...) sendo assim, n é algo que realmente quero que seja "publicado", ^^

Como assim, Cara Pálida, "Não é algo que realmente quero que seja publicado"??? oO Se você postou aqui, acredito que seja por que É algo que queira que seja publicado, e não apenas para, sei lá, ocupar espaço, não? Defenda sua obra, menino! Se você não o fizer, ninguém o fará!

InVinoVeritas escreveu: (...) (é, eu sou um nerd)

E quem de nós não é? =D
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Mensagem por Murilo - MAP Sáb Jan 30, 2010 1:39 pm

Razz

é, vc tem razao Rodrigo,
hehe

ta, caso ainda haja espaço, quero sim,
^^
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Mensagem por Rodrigo! Sáb Jan 30, 2010 6:06 pm

Melhorou. Wink
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Mensagem por Nano Falcão Dom Jan 31, 2010 11:11 am

OS 75 ANOS DA DC COMICS
A editora de quadrinhos mais tradicional do mundo comemora 3 quartos de século. O que você sabe sobre ela?


O selo “DC 75 anos” nas capas das revistas da editora Panini no Brasil pode ter pego muitos leitores de surpresa. Afinal, não faz três anos, em 2008, a própria Panini comemorou “Os 70 anos da DC”. Como é possível três anos depois a editora já ter 75?
A mancada foi da editora ítalo-brasileira. Erroneamente, muita gente acredita que a DC tenha começado com a Action Comics nº 01, de junho de 1938. Mas a empresa começou a ser formada de fato no ano de 1934, tendo sua primeira publicação em 1935, data que é considerada oficialmente pela empresa como o nascimento oficial da editora. Assim, agora em 2010 é que se darão as comemorações dos 75 anos, tendo sido anunciada uma mini-série sobre as várias gerações de heróis da editora, uma edição pra falar de cada década, e um encadernado de luxo com as primeiras edições da “More Fun Comics”, a primeira revista da editora.
A DC é o resultado da fusão de várias empresas, e assim continua até os dias de hoje. A história começa com um major que resolveu editar histórias em quadrinhos, Malcolm Wheeler-Nicholson. Os primeiros gibis começaram a aparecer nos anos 30, como compilações das tiras de quadrinhos publicadas nos jornais. Logo o material de republicação acabou, e Wheeler foi pioneiro na idéia de produzir material inédito para os gibis.
Para isso ele fundou a National Allied Publications e começou a procurar autores que produzissem histórias em quadrinhos a um preço barato. Como a “nata” dos profissionais já estava bem empregada nos jornais, o que sobrava era gente com projetos rejeitados pelos diários, ou seja, em geral material de baixíssima qualidade.
A primeira revista da editora seria a “FUN” (Diversão), cuja principal atração eram histórias de humor estreladas por animais e meninos peraltas, que era o gênero que mais fazia sucesso nos jornais da época. Desde o princípio estava claro para o editor que seu público alvo eram as crianças e por muito tempo a linha editorial foi com esse viés.
Para imprimir a revista, o Major procurou alguém que “fizesse fiado” para ele. Encontrou oportunidade com Harry Donenfeld, que já participara de todo tipo de golpe na juventude, inclusive traficar bebida ilegal, e havia sossegado o facho imprimindo revistas pornográficas e pulp magazines de conteúdo erótico. Donenfeld, que dizem as más línguas também era agiota, aceitou o acordo, e o Major não percebia que futuramente isso seria a causa da sua ruína.
Além da FUN, outra revista que o Major criou foi a New Comics, também em 1935. Em poucas edições a Fun começou a diversificar seu leque de atrações, e publicar também histórias de detetives, pirataria e aventura. Na edição número 06, começaram a aparecer as histórias do “Doutor Oculto”, um material que o Major comprara de uma dupla de Cleveland, Jerry Siegel e Joe Shuster. Exatamente, você sabe quem eles são...
O Doutor Oculto era inicialmente um mágico/detetive, mas não foi exatamente um sucesso, embora não fosse rejeitado pelos leitores. Ele foi publicado na revista até 1938 até que seus criadores se vissem ocupados com outra série... Nessa altura, a Fun já se chamava “More Fun Comics”.
As histórias de detetive estavam fazendo sucesso devido principalmente as pulp-magazines, - revistas de literatura barata - e o Major resolveu criar sua primeira revista temática, com histórias sobre crime, a Detective Comics. No entanto, o esperto Harry Donenfeld, de olhos nas boas vendas da More Fun Comics e da New Comics, disse que só imprimiria “a crédito” a nova revista se eles fizessem uma parceria, ou seja, criassem uma nova editora para editar o gibi.
Assim nasceu a Detective Comics Inc. Devido aos rolos de Harry na justiça americana, ele colocou como seu testa de ferro o contador e amigo Jack Liebowitz. Liebowitz era uma fera nos números, e através dos anos ia provar ao major que suas revistas estavam dando prejuízo, apesar de estar dando lucro, e que o Superman custava tanto para publicá-lo quanto os milhões que arrecadava para os seus ingênuos criadores.
Detective Comics começou a ser publicada em dezembro de 1936. Entre suas primeiras atrações estão os detetives Slam Bradley, também criado por Jerry Siegel e Joe Shuster, e as aventuras de Speed Saunders, de Fred Guardiner (o criador do mago Zatara). A revista também traria a série Spy, de Siegel & Shuster, e o “Vingador Escarlate”, atualmente considerado “o primeiro vigilante mascarado” na atual continuidade do universo DC.
Por causa das dívidas do Major com a gráfica de Donenfeld, em um ano, ele teve que ceder sua parte para o agiota. Assim, não teve a sorte de ver o que seu novo projeto, a revista Action Comics, se tornaria. O editor Vin Sullivan assumiu a publicação, a mando de Donenfeld e Liebowitz, e entre as várias historietas selecionadas, estava uma que se chamava “Superman”, daquela dupla de Cleveland que tantas séries já faziam para os editores.
Action Comics 01 deu início a “Era de Ouro dos quadrinhos”. Nunca se vendeu tanto gibi como naquela época. As tiragens eram de milhões de exemplares. Demorou um pouquinho pros editores se tocarem que a causa era o Superman, o primeiro “super-herói”, um sujeito com super-poderes fantásticos que combatia o crime numa roupa espalhafatosa.
Logo todos os editores queriam o “próximo Superman”. O mais forte candidato apareceu em 1939, no número 27 da Detective Comics: The Bat-Man (com hífen mesmo, que logo cairia em desuso). No mesmo ano apareceu O Sandman, na revista New Comics que passou a se chamar “New Adventures Comics”, que marcava sua transição de histórias de humor para histórias de aventura (principalmente com super-heróis).

A ALL-AMERICAN COMICS E A SOCIEDADE DA JUSTIÇA

No oba-oba do Superman, várias novas editoras pipocaram nos Estados Unidos, em busca do dinheiro fácil. Os artistas eram mal-pagos, os gibis baratos vendiam aos milhões, era lucro certo para editores audaciosos e caras-de-pau. Max Gaines pode ser creditado com o inventor da revista em quadrinhos, já que ele tinha tido a idéia, em 1935, de dobrar uma página de jornal em quatro e imprimir em cores, criando assim o formato.
Sem muita grana, mas com energia ambiciosa, ele não só contratou artistas que pagaria quando o material fosse publicado, como buscou uma gráfica onde pudesse “fazer fiado”, ou seja, a do nosso amigo picareta Harry Donenfeld. Harry topou, com a condição que a nova editora tivesse como sócio o seu amigo Jack Liebowitz, já que na Detective Comics Inc ele era apenas um laranja.
Max topou e assim nasceu a All American Publications. Pra se ter uma idéia da importância dessa “pequena editora”, em janeiro de 1940 eles lançaram o gibi “Flash Comics”, que além de logicamente trazer a primeira história do “homem mais rápido do mundo”, também apresentou ao mundo super-heróis como o Gavião Negro e Johnny Trovoada.
Ma a primeira revista da editora foi a All American Comics, que inicialmente tinha como seu carro chefe a popular tira de quadrinhos dos jornais Mutt & Jeff. Mas isso durou pouco. Afinal os super-heróis haviam chegado pra ficar. No número 16, em 1940, apareceu a primeira história do LANTERNA VERDE. E não parou por aí.
All American Comics, assim como todas as revistas da época, tinha 64 páginas, ou seja, espaço pra muitas histórias em quadrinhos. Assim, a revista também apresentou ao mundo histórias do Átomo, Tornado Vermelho, Doutor Meia-Noite e Sargon, o Feiticeiro.
Embalados no sucesso, Max Gaines e Liebowitz, criaram a “All Star Comics”, que era uma antologia trazendo personagens tanto da editora All American Comics (Lanterna verde, Flash, Atomo, Gavião Negro), quanto da Detective Inc (Sandman, Homem-Hora, Espectro). A coisa mudou de figura no número 03, quando o editor Sheldon Mayer e o escritor Gardner Fox tiveram a idéia de reunir os personagens num time, a primeira super-equipe das histórias em quadrinhos, a Sociedade da Justiça da América!
Em 1941 apareceu mais uma revista digna de nota, a Sensational Comics, já que seu carro-chefe era senão a primeira super-heroína dos quadrinhos, pelo menos a mais popular que os gibis já tiveram, a Mulher-Maravilha.
Assim, a All-American Publications se tornou a segunda maior editora de quadrinhos dos Estados Unidos, ficando atrás apenas da Detective Inc, pois afinal eles eram os donos de Superman e Batman, os maiores sucessos da época. E quem imprimia o material das duas editoras era Harry Donenfeld, que enchia as burras de dinheiro.
Em 1944, por causa das brigas e constante tensão interna entre o editor Max Gaines e a dupla Harry Donenfeld e Jack Liebowitz, Gaines resolveu enfim ceder e vender sua parte para Harry.
Com a fusão das duas empresas, Detective Comics Inc e All-American Publications, nascia a National Periodical Publications, nome que a empresa teria por mais de duas décadas.


A NATIONAL COMICS E A ERA DE PRATA
No final dos anos 40, os super-heróis perderam a popularidade e as revistas em que eles figuravam foram canceladas ou mudavam de nome, para trazerem novas atrações com histórias de faroeste, ficção científica e suspense.
A All-American Comics se tornou a “All American Western”, a All-Star Comics se tornou a “All-Star Western” e assim por diante.
Apenas Superman, Batman e Mulher-Maravilha continuavam sendo publicados durante os anos 50, o que alguns chamam de “Era das trevas” dos quadrinhos, e não sem algum dano. As revistas diminuíram o numero de paginas para poderem continuar a serem vendidas por 10 cents, e passaram de 64 páginas gradualmente para 32 páginas. Algumas também passaram a ser bimestrais, porque não davam conta de se manter mensalmente, já que eram “doses duplas” do mesmo herói. Superman aparecia em Action Comics e Superman, de forma que muitos leitores não se dispunham a comprar duas revistas por mês do mesmo personagem. A solução foi implementar um “rodízio”, com uma saindo a cada mês alternado.
A maré começou a virar em meados em 1956 quando a National contratou um editor egresso de revistas de ficção científica, que na época já haviam conhecido sua decadência, Jullius Schwartz. O editor trouxe muitos autores dessas publicações que conheciam seu cancelamento para escrever gibis, como Gardner Fox, John Broome, Arnold Drake e Robert Kaningher, entre outros.
Devido as imposições do código de censura dos quadrinhos, a era dos gibis de terror havia acabado, e não se podia nem ver uma gota de sangue num gibi de faroeste ou de guerra. Talvez isso tenha aberto espaço para os super-heróis voltarem, no que se chamou doravante de “Era de Prata” dos quadrinhos.
O ponta-pé inicial da Era de Prata foi a revista Showcase, uma “publicação-laboratório”, onde seriam apresentados novos personagens, e conforme a aceitação dos leitores, estes ganhariam suas próprias revistas. No número 04, Schwartz relançou o Flash, mas com novo uniforme, e nova identidade secreta, o detetive da polícia Barry Allen.
As aventuras voltadas para ficção científica agradaram, e em breve o Flash voltaria a ter revista própria, a partir do número 105, exatamente onde a antiga revista havia parado nos anos 40.
Além de remodelar antigos personagens, Showcase também apresentou novos, principalmente voltados a ficção científica, como Os Desafiadores do Desconhecido, Ranger do Espaço, Rip Hunter, Demônios do Mar, Homens Metálicos, entre outros de menor sucesso.
Em 1959 foi a vez do Lanterna Verde ser relançado, agora como o piloto de testes HAL JORDAN, membro de uma polícia intergaláctica chamada “Tropa dos Lanternas Verdes”. Jordan também em breve ganhou sua própria revista, mas a partir do número 01. Outro personagem reinventado na Showcase foi o Átomo, que no Brasil ganhou até novo nome, Elektron.
Outra publicação criada por Julius foi a Brave and the bold, onde debutaram personagens como o Esquadrão Suicida, Sexteto Secreto, Metamorfo, e a versão da era de prata do Gavião Negro. A revista logo foi remodelada para apresentar “parcerias” entre heróis da editora. A maior das parcerias foi entre os sete personagens da editora: Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman e os novatos Lanterna verde, Caçador de Marte e Flash. Assim surgiu a Liga da Justiça da América, que em 1960 ganharia seu próprio gibi.
Durante a década de 60 a Liga foi o gibi mais vendido dos Estados Unidos, até ser suplantado por uma revista de uma pequena editora que viria a se tornar uma grande concorrente, a Marvel Comics, através do Homem-Aranha.
Mas antes do seu reinado ser ameaçado (e roubado) por Stan Lee & Cia, a National continuou sendo a editora que mais revista vendia nas décadas de 60. O Superman desfrutou uma renovação com a liderança do editor Mort Weisinger. Batman e Mulher-maravilha ganharam séries de TV que aqueceram as vendas de suas revistas. E antigos heróis como Aquaman e Arqueiro Verde voltaram, com abordagens mais humanizadas.
Mas não foi só eles que tiveram sua chance de retornar. Numa das edições da revista Flash, o personagem da era de ouro, Jay Garrick, encontra sua contraparte da Era de Prata, Barry Allen. Como na Showcase havia sido estabelecido que o Flash original era um gibi de ficção no mundo de Barry Allen, a solução foi dizer que Jay vivia num mundo paralelo.
E assim todos aqueles personagens da Era de Ouro podiam viver nessa “Terra 2”. Não tardou para que no gibi da Liga da Justiça a antiga Sociedade da Justiça ressurgisse. Com efeito, os encontros entre Liga e Sociedade se tornaram uma atração especial, publicadas durante todo o verão americano.


A ERA DE BRONZE E O SURGIMENTO DA DC COMICS

Durante os anos 60, uma pequena editora que publicava gibis de fantasia e ficção cientifica, a Atlas Comics, também começou a publicar super-heróis, animada com o sucesso de vendas da Liga da Justiça e da linha Superman. O principal trunfo era o editor e escritor Stan Lee, que em parceria com os desenhistas Jack Kirby, Steve Ditko, Dick Ayers e Don Heck, apresentaria ao mundo novos super-heróis: Quarteto Fantástico, Hulk, Thor, Homem-Formiga, Homem-Aranha, Homem-De-Ferro, X-Men e Doutor Estranho. Até uma equipe de super-heróis nos moldes da Liga foi criada, os Vingadores.
Esses gibis vendiam bem, mas apenas nos anos 70 a Marvel se tornou de fato a maior editora dos Estados Unidos. Isso porque a National Periodcs tinha mais publicações. E mesmo nos anos 70 podemos dizer que houve um “equilíbrio” entre as duas editoras, onde a primazia foi disputada pau-a-pau.
A chamada “Era de bronze” foi conhecida como “o período onde os super-heróis começaram a perder a inocência”. Como sinal dos tempos, o ponta-pé inicial não era mais um gibi da DC, mas sim um da Marvel, a morte de Gwen Stacy na revista do Homem-Aranha. Aquilo era uma espécie de manifesto: ninguém estava a salvo. Até a namorada do herói poderia morrer de forma trágica.
Sentindo o terreno ceder, o editor Julius Schwartz começou novamente a renovar a editora, contratando novos artistas e pedindo para eles “modernizar” mais uma vez os heróis, principalmente no aspecto humano, o grande truque da concorrência para cativar os leitores.
Entre os novos talentos estavam dois jovens liberais, Dennis O’Neil e Neal Adams, que começaram a chamar a atenção separadamente, até formarem uma dupla. Juntos eles devolveram ao Batman o tom sinistro e sombrio das suas histórias, e também inseriram a discussão de problemas sociais nas HQs de super-heróis na revista Lanterna Verde/Arqueiro Verde.
Foi justamente nessa época que a National mudou de nome mais uma vez, e para aquele que é mais conhecido, a DC Comics.
A mudança aconteceu quando a editora foi comprada pela multinacional de entretenimento, o grupo Time-Life-Warner (eles ainda não se chamava Aol Time Warner, como nos dias de hoje). A fusão garantiu uma bela bolada para Harry Donenfeld, cujo um acidente o afastou definitivamente dos negócios. Já Jack Liebotwitz ganhou um assento na poderosa multinacional, e trabalhou praticamente até os últimos momentos da sua longa vida, aos 100 anos.
A National assim se tornava a divisão de quadrinhos oficial da Warner, e passaria a publicar gibis dos seus personagens, como a linha Looney Toones por exemplo (a turma do Perna-longa) e Hanna-Barbera (Scooby-Doo, Flinstones, etc). Como a empresa National havia deixado de existir, resolveu se batizar a nova divisão de quadrinhos como DC COMICS, em homenagem ao nome original Detective Comics Inc, já que as revistas da National traziam na capa desde sempre um selo com os dizerem “uma publicação DC”, para que os leitores mais desavisados nos anos 40 que dessem falta pela Detective Comics Inc, vissem que a editora havia apenas mudado de nome.
O principal impulso que a nova era da “DC Comics” teve foi num maior envolvimento dos seus personagens em outras mídias, como o cinema e a televisão. Um desenho animado chamado “Super-Amigos” reunia os mais populares super-heróis, assim como Batman ganhou nova animação dos estúdios Hanna-Barbera.
Mas foi o filme SUPERMAN, de 1978, que fez o mais lucrativo personagem da editora (até então) brilhar como nunca.

CRISE, REFORMULAÇÃO E OUSADIA NOS ANOS 80

Mesmo o sucesso cinematográfico da franquia do Superman não foi suficiente para conter o cansaço dos seus personagens diante dos modernos e ousados super-heróis da concorrência.
Na segunda metade dos anos 70, a Marvel conheceu um novo período de renovação, quando Chris Clarement e John Byrne pegaram um obscuro gibi chamado X-Men e o transformaram num sucesso de vendas. Em 1979 outro obscuro gibi, Daredevil (no Brasil, Demolidor) também começou a forçar os limites éticos dos super-heróis e ganhar simpatia dos leitores.
A grande sacada dessa geração de autores, representada por Claremont, Byrne, Miller, Roger Stern, David Micheline e JM DeMatteis, foi perceber que os leitores de super-heróis estavam crescendo, mas não estavam abandonando os gibis. Se eles tornassem as histórias mais “maduras” poderiam manter essa audiência e ganhar essa respeitabilidade.
Quem comandou a ascensão da Marvel nos anos 80 foi o editor Jim Shooter, tido por muitos como irascível e ditador, mas a verdade é que Shooter exigia o máximo dos seus criadores, e não tinha pudor de interferir numa história se achasse necessário. Foi dele a decisão de matar a Fênix e de mudar o uniforme do Homem-Aranha.
Vendo as vendas despencarem, a direção da DC Comics viu que era hora de renovar os seus heróis e fazê-los “mais maduros” também. O ponto de partida seria um evento onde o “antigo universo” era destruído. A história seria uma maxi-série de doze edições, produzida pela dupla mais popular da editora, Marv Wolfman e George Pérez, que faziam o único gibi da DC que concorria em pé de igualdade com os X-Men da Marvel, os Novos Titãs, estrelada por ex-parceiros mirins dos super-heróis da casa.
O nome da maxi-série foi “Crise nas Infinitas Terras” e ela foi lançada em 1985 de forma a comemorar também os 50 anos da editora. Sem muitos impedimentos editorias, o editor Len Wein e o escritor Marv Wolfman puderam fazer as barbaridades que quisessem na revista, promovendo um verdadeiro “genocídio” de personagens.
As mortes de super-heróis e super-vilões chamaram a atenção dos leitores que corresponderam as vendas. Mas isso foi apenas o começo. No final da saga, todas as terras paralelas, surgidas naquele gibi do Flash em 1960, se fundiam numa única, de forma a facilitar a continuidade do universo nascente.
Era um novo universo DC. As histórias do Superman e da Mulher-maravilha foram APAGADAS da cronologia, o que gerou bastante polêmica entre os fãs antigos, que acompanhavam aquelas aventuras há anos. Como as histórias do Batman vendiam melhor, decidiu-se que elas não seriam inteiramente apagadas, mas algumas valeriam pra continuidade, outras não – o que inicialmente também gerou confusão.
Apesar disso, o relançamento desses heróis através de novas histórias de origem foi um sucesso comercial, e também representou um nascimento de vendas. Afinal a DC Comics resolveu contratar a turma da concorrência para recriar seus personagens.
JOHN BYRNE, que havia brigado com o editor Jim Shooter, assumiu com alegria as histórias do Superman, onde ficou por três anos. FRANK MILLER já havia trabalhado para a DC Comics produzindo as mini-séries de sucesso RONIN e o Best-Seller O CAVALEIRO DAS TREVAS (onde descrevia um provável futuro do Batman), e era o nome mais lógico para produzir BATMAN: ANO UM. Por fim, GEORGE PÉREZ, já prata da casa, recriou a MULHER-MARAVILHA.
O Flash foi renovado, mas agora como Wally West, o antigo Kid-Flash, discípulo de Barry Allen. O escritor era Myke Baron, que trabalhava também para a Marvel. E o gibi da Liga da Justiça foi relançado como uma publicação voltada como uma sátira humorística as histórias de super-grupos, sob o comando de Keith Giffen (que era prata da casa) e JM DeMatteis (também egresso da Marvel).
Os anos 80 começaram a marcar o período em que a DC Comics não era mais a maior editora dos Estados Unidos, mas podia ser considerada a melhor. A presidente Janet Khan, e a editora Karen Berger iniciaram uma era de “liberdade editorial”. Com mais espaço para ousar, autores como ALAN MOORE produziram para a editora clássicos como Monstro do Pântano, V de Vingança e Watchmen para a editora.
A DC Comics assim começava a ficar com a maioria dos prêmios de excelência dos quadrinhos, embora não abocanhasse as vendas.

A EXPANSÃO ATRAVÉS DA VERTIGO E WILDSTORM
Nos anos 90 a presidência passou para o comando de PAUL LEVITZ, um sujeito que começou a trabalhar na empresa nos anos 50, aos 16 anos de idade, escrevendo histórias da Legião dos Super-Heróis. Levitz era um “fanboy”. Um garoto que começou como fã da editora e foi trabalhar nela, característica de muitos autores até então. A importância do fato é que agora era justamente um verdadeiro fã dos personagens que assumia o comando editorial.
A DC podia perder para a Marvel em vendas, mas jamais perderia em qualidade. Vários gibis já eram publicados sem o “Comics Code”, o código de ética dos quadrinhos, como Arqueiro verde, Homem-Animal, Patrulha do Destino, Questão, Hellblazer, Monstro do Pântano e Sandman. Esses três últimos seriam a base para o selo Vertigo, criado em 1993 para trazer não só material para “leitores adultos”, mas também possibilitar a publicação de material autoral.
A diferença é que muitos autores que não quisessem criar para editora, poderiam mesmo assim publicar pela DC, através do selo Vertigo. É o caso de séries como Preacher, Transmetropolitan, Invisíveis, 110 Balas, Y O último homem, Fábulas, entre outras menos badaladas. Elas pertencem aos seus criadores, que podem levá-las para outras editoras ao fim do contrato.
A DC assim entrou solidamente no mercado das “HQs de autor”, ganhando espaço nas livrarias. As HQs da Vertigo também trouxeram credibilidade para a editora, já que sempre foram bastante elogiadas na mídia, desabonando assim um pouco do caráter marginal que os quadrinhos têm nos Estados Unidos.
Com uma linha de HQs voltadas “para adultos”, a DC procurou expandir em outras direções. A linha infantil foi remodelada, sendo criado o selo “Johnny DC”, que além da linha Looney Tones e Hanna Barbera, também apresenta versões infantis dos superheróis DC, e mais recentemente personagens do Cartoom Network.
A chegada dos mangás nos EUA não passou desapercebida, e a DC criou o selo CMX, onde traduz e publica em inglês famosos quadrinhos japoneses na terra do Tio Sam. A DC também tentou criar um selo para material europeu, mas sem igual sucesso.
Uma grande aquisição foi feita em 1999, quando o grupo Warner comprou os estúdios WildStorm, de Jim Lee. A pequena editora então virou um selo da DC Comics, voltados para “superheróis alternativos”, terror e ficção científica.
Da mesma forma que a Vertigo foi o selo das melhores e maiores séries dos anos 90, pode-se dizer que a WildStorm o fez na primeira década do século XXI, com séries como Authority, Planetary, Desolation Jones, Sllepper , A Liga Extraordinária, Promethea e Ex-Machina. Atualmente vem sendo nesse selo que estão sendo adaptadas séries e filmes de sucesso da Warner, como Supernatural, A Hora do Pesadelo e Sexta-Feira 13.
De olho em novas audiências, a DC criou também nos anos 2000 o selo MINX, voltado para garotas adolescentes, publicando graphic novels com bastante influência do quadrinho independente americano e dos mangás.
No mesmo espírito está a Zuda Comics, a linha de quadrinhos digitais, que é a ponta de lança da editora para tentar vender quadrinhos nos tempos da internet.
Nas vésperas de completar 75 anos, a empresa sofreu mais uma mudança de nome em 2009: passou a se chamar DC Entertainment. A Warner decidiu que as operações da editora deveriam se expandir e eles próprios cuidarem das adaptações para a TV e o cinema, visando preservar a fidelidade das mesmas, já que os filmes da Marvel, mais fiéis na maioria ao conceito original, vinham fazendo mais sucesso. A conclusão é que isso acontecia porque o pessoal da Warner não entendia dos personagens da mesma forma que o pessoal da DC faria.
No entanto, tal decisão foi aliada a contradição de nomearem uma nova presidente para a DC Entertainment, Diane Nelson, que consolidou a franquia Harry Potter no cinema, portanto pouco familiarizada com os quadrinhos. A justificativa é que a DC Entertainment não irá trabalhar tão somente com os quadrinhos, que estão sob o comando do vice-presidente da DC, DAN DIDIO.
Ainda perdendo em vendas para a Marvel, a editora se destaca pela variedade do seu material, atingindo praticamente todo tipo de público e abordando qualquer gênero: western, guerra, terror, ficção científica, romance, aventura e super-heróis, é claro. Outro motivo de orgulho dos decenautas é a quantidade de prêmios Eisner, Harvey e Eagle que acumula, o que comprova que muitas vezes, vendas não significam qualidade.
Apesar do centro das atenções ainda estarem nos super-heróis da editora, a DC é muito mais do que pessoas vestindo colantes coloridos. Já no mercado de graphic novels, onde são comercializados os mangás da DC por exemplo, a editora supera as demais, inclusive a Marvel. A medida que o mercado se desloca dos gibis para os livros, existem muitas chances da mais antiga editora de quadrinhos em atividade, passe talvez voltar a ser a maior em vendas.

dei uma revisada pra facilitar o trabalho. Enjoy.
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Mensagem por snuckbinks Seg Fev 01, 2010 3:09 pm

texto: JUSSARA
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VINLAND SAGA – Bárbaros em Mangá

É o início do segundo milênio depois de Cristo. A religião cristã, que antes era marginalizada, agora se torna a mais poderosa da Europa. Neste ínterim, francos, saxões, galeses e outros... pouco a pouco começam a ser “catequizados” e pouco a pouco começam a matar uns aos outros para provar quem é realmente o povo merecedor de controlar os outros em nome de Deus.

Mas ainda existe um grupo violento e bárbaro que está pouco se lixando para as normas cristãs, e vêem os conflitos entre estas nações como oportunidade para saquear, matar e se divertir. Eles são os Vikings – também conhecidos como “Dinamarqueses” ou “Normandos”.

A história se passa no século XI e tem como protagonista Thorfinn, um jovem guerreiro amargurado e violento. Filho de Thors, um homem pacífico e bom, mas que esconde um passado sangrento de lutas e batalhas. E este passado bate a sua porta mais uma vez, resultando num destino trágico.

Testemunha da morte do pai, Thorfinn embarca numa espiral de vingança que, inusitadamente, o leva a se tornar um comandado de Askeladd, um divertido e forte guerreiro e que também esconde muito mais do que aparenta. Juntos (um pouco à contragosto) eles participarão ativamente do caos de espadas e lanças que permeou a Inglaterra neste período.

O mangá é criação de Yukimura Makoto. Ao contrário da maioria dos mangás medievais conhecidos, não há magia nem raças místicas à lá D&D; trata-se de um retrato fiel do período histórico da invasão dinamarquesa à Inglaterra. Alternando bons momentos de humor e drama – como todo bom mangá – a obra já ganhou diversos prêmios dentro e fora do Japão.

Publicada mensalmente na revista Afternoon da editora Kodansha (a segunda maior no país) a obra encanta pela sua trama, seu belo traço – que vai ficando cada vez melhor à medida que os capítulos avançam – e com detalhado trabalho de pesquisa. Não deixando absolutamente nada a dever à obras americanas que abrangem o mesmo período histórico, como Northlanders, da DC Comics e Viking da IMAGE – alias isso me faz pensar se uma nova “moda” de guerreiros bárbaros não está começando a despontar nos quadrinhos...

Para variar, uma obra boa como essa ainda não está disponível no Brasil, onde o povo prefere consumir coisas descerebradas como Naruto e que só servem para aumentar os argumentos dos críticos de que “mangá é tudo a mesma coisa!” Bem, mas uma chama de esperança nunca é descartada. E quem sabe poderemos ver esta saga aportando por aqui algum dia.
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Mensagem por Rodrigo! Seg Fev 01, 2010 3:18 pm

Rafael Oliveira escreveu:Ficção Científica ou Tarô?

As famosas cartas de tarô compõem um baralho de 78 cartas e faziam parte de um antigo jogo criado no norte da Itália entre os séculos XV e XVI. Os tarôs passaram a ser utilizados na previsão do futuro a partir do século XVIII. Aparentemente, os tarôs não possuem nenhuma ligação com a ficção científica, porém, não é o que dizem os cientistas...
Em 2001, a revista Galileu publicou uma matéria um tanto curiosa. Tratava-se nada mais nada menos que uma discussão sobre o fim da ficção científica. E explicações foi o que não faltaram aos cientistas, os reais defensores deste pensamento. Segundo estes pesquisadores, a ficção científica está perdendo seu fôlego, pois não é mais possível prever o futuro como se fazia antigamente. Isaac Asimov falava de uma espécie de biblioteca mundial onde todos poderiam contribuir para a formação de seu conteúdo. Asimov acertadamente previu o que hoje conhecemos como Wikipédia. Com o passar dos anos essas previsões foram acabando e de acordo com os cientistas a ficção científica não será mais capaz de prever o futuro. Afinal, um escritor pensa em uma idéia sobre a existência de uma sociedade com tecnologia “X” nos computadores. Em seguida, o autor começar a desenvolver a sua história e personagens e, ao seu término, procura uma editora para avaliar e decidir se publicará sua obra. Até que todo esse processo citado ocorra, os cientistas ao descobrirem a tecnologia “X” existente nos computadores isto chegará em questão de segundos ao público devida a velocidade dos meios de comunicação. O exemplo citado prova nos dias de hoje é impossível a ficção científica prever o futuro. A pergunta que fica é: estaria realmente a ficção científica com seus dias contados?
É uma pena, mas os cientistas demonstram não reconhecerem o real valor do gênero subestimando sua força e potencial. Asimov não pretendia prever o futuro em seus mais de 400 contos e romances futurísticos. Para os desavisados pesquisadores, a ficção científica é a representação do passado e presente em uma sociedade futura. Confuso? Vamos lá. Em Admirável Mundo Novo (de Aldous Huxley) vemos a representação de uma sociedade que prega o seguinte dilema “Comunidade, Identidade, Estabilidade”. Na trama, o Estado utiliza dos avanços biológicos para criar indivíduos predestinados a determinadas tarefas dividindo-os por classes. Determinada classe é acostumada com o trabalho físico, pois os embriões foram submetidos a um aquecimento além do normal. Esta mesma classe possuí um cérebro menos desenvolvido pois o embrião não recebeu a quantidade de oxigênio que deveria. Se pararmos para pensar um pouco será mesmo que Huxley estava tentando prever o futuro? Ora, o sistema de castas existe há muito tempo na Índia, antes mesmo do autor cogitar a possibilidade de escrever sua obra. E se não quiserem se limitar ao oriente podemos pegar o ocidente como exemplo, mais especificadamente o Brasil. Não temos um sistema de castas, muito menos uma biologia tão avançada como a criada pela sociedade de Huxley, porém o governo não cria condições apropriadas para que as classes mais inferiores possam “crescer” e usa de uma estratégia bem simples presentes em vários filmes hollywoodianos que é comover várias pessoas com a história de um garoto pobre que vence na vida livrando assim a culpa. Isso prova que a ficção não está interessada em prever o futuro, mas sim tratar dos problemas do presente utilizando de um mundo alternativo em que este problema se agravou e chegou a um estado grave. Diferentemente dos outros gêneros literários, a ficção científica utiliza do avanço tecnológico como fonte para desenvolvimento de suas obras e consequentemente suas respectivas críticas sociais. É daí que surgem os diferenciados subgêneros, dentre eles podemos citar os mais famosos: o cyberpunk (relacionado ao desenvolvimento das “máquinas”), o biopunk (desenvolvimento biológico) e o steampunk (também conhecido como retrôfuturismo ou a junção de passado, presente e futuro em uma mesma época), dentre outros.
Deixo que vocês, após lerem este texto concluam por vocês mesmos se a ficção científica realmente deve receber o rótulo de “previsão do futuro” e entrar na categoria das famosas cartas de tarô utilizadas pelo esoterismo moderno, a cabala, a astrologia e a alquimia medieval. Os já citados Isaac Asimov e Aldous Huxley juntamente com Júlio Verne, H.G Wells, Arthur C. Clarke e John Brummer (só para ficar nestes exemplos) deveriam então ser considerados apenas “videntes”? Ou eles merecem algo mais, assim como suas respectivas obras. A resposta, meu amigo, está perdida no espaço e no tempo...

Desculpem o atraso, veio de última hora porque fiz uma viagem e voltei só agora. E amanhã to viajando de novo, mas qualquer coisa domingo eu estou de volta ^^'

Peguei para revisar, OK?
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Mensagem por Rodrigo! Sáb Fev 13, 2010 10:37 pm

Tah revisado, falta postar...
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Mensagem por Rodrigo! Ter Fev 16, 2010 12:48 pm

Fiz um Tópico lá na "Sem Comentários" para os revisados do 15 Wink
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Mensagem por Rodrigo! Seg Fev 22, 2010 11:56 am

Murilo - MAP escreveu:na verdade o que vou postar aqui é um conto caso seja necessario mais paginas na ediçao (pois ele é comprido, na verdade seria melhor dividi-lo em duas ediçoes);

sendo assim, n é algo que realmente quero que seja "publicado", ^^ criterio seus


Olhos vermelhos


Em um lugar afastado da cidade, é possível avistar um grande castelo, escuro e silencioso. No interior desse castelo vê-se uma bela jovem a levar uma bandeja para alguém. Em algum tempo, a jovem parece chegar ao quarto que tem como destino. Ela bate na porta, porém ninguém atende; ela chama, mas também não há resposta; como última tentativa, entra no quarto para ver se seu mestre ainda se encontra acordado. No quarto, ela não encontra o que esperava, mas sim um homem alto, de longos cabelos escuros, com um manto que chega ao chão e unhas que mais se pareciam garras. Ela fica paralisada ao ver o sangue no chão e também em quase todo o seu corpo. Assim que a figura assustadora se vira e mostra seus olhos vermelhos que imploram por sangue, ouve-se um grito saindo do castelo. Um grito que rapidamente é silenciado. Voltando ao castelo, agora só vê-se o corpo da garota largado no chão, com o pescoço a escorrer sangue.
No dia seguinte, o jovem detetive Fox Willian é chamado para investigar o local. Há suspeitas de que o jovem que habitava o castelo teria se aproveitado de sua empregada, pois ela não retornou para casa. Assim que o detetive encontra o corpo, ele se assusta com a marca em seu pescoço. Ele olha o sangue derramado no chão, a mulher despida também com sangue por todo o corpo, as marcas que as mãos ensangüentadas deixaram no corredor. Como primeira impressão, Fox imagina que o assassino seja um pobre psicopata.
O dia inteiro, vários policiais ficam juntamente com o detetive, a investigar todo o castelo. Terminado o dia, nada se encontra. Sendo assim, Fox, pensando em seu dever, resolve passar a noite no castelo. Os policiais lhe avisam sobre o perigo, mas ele diz ser um jovem destemido, e que faz o que for preciso em seus casos. Mais cinco policiais resolvem passar a noite com o rapaz.
A noite estava chegando, a lua começa a surgir; nunca se havia visto uma lua como aquela, cheia e quase sem brilho, o pouco da lua que dava para ver, mostrava que naquela noite, por algum motivo, ela estava vermelha como sangue. Porém, houve um detalhe que só não passou despercebido por Fox; um vulto negro e alto se encontrava na enorme torre do castelo, ele parecia olhar atentamente para o grupo. Após dar uma risada de quem traz a morte consigo, o vulto desaparece junto à brisa do vento. O detetive não conta a ninguém.
Os seis homens resolvem se dividir em três grupos, seguindo um desses grupos para o subterrâneo do castelo, outro grupo fica na sala principal do mesmo, e o último grupo sobe para imensa torre. Como Willian ficara curioso com o que viu, ele resolve ir para torre.
No grupo do subterrâneo, encontram-se dois amigos de Willian; um jovem que cursou a faculdade com ele, e seu primo, com o qual havia feito muitas malandragens no tempo de criança. Ambos são rapazes corajosos e espertos. Eles andam de um lado para o outro procurando por algo que na realidade temem achar. Após alguns minutos procurando algo que possa ajudar, eles encontram um amontoado de caveiras que exalam um odor horrível e muito desagradável pelo longo tempo que ali se encontram. Isso lhes deixa com muito medo, porém, o medo se torna maior quando atrás deles surge à estranha criatura. Eles tremem diante de seus olhos arregalados voltados para eles; olhos que são escuros e vermelhos como a lua daquela noite. Eles não pensam (não há tempo para se pensar), eles somente agem; pegam suas armas, mas antes que possam disparar, são agarrados pelo pescoço. O primo sente que começa a ficar difícil respirar, pois a mão que antes se escondia nas trevas, agora aperta o seu pescoço. Ele vai fechando os olhos; não lhe resta mais força. Então, ouve-se um estralo que sai do rapaz. Todos os sonhos de uma vida deixam de existir, tudo pelo que lutou deixa de ter utilidade; sua vida lhe abandonara. O monstro olha para o que ainda vive e dá um sorriso que deixa a amostra seus compridos dentes de onde escorrem sangue. Impulsionado pelo medo, o jovem policial consegue levantar sua arma; e em seu único disparo, ele acerta uma bala que entra pelo queixo da criatura e sai pela sua nuca. A criatura cai imóvel. Ainda contaminado pelo medo, ele corre com grande desespero. Maior desespero ele demonstra ao olhar para trás e ver que o corpo não se encontra mais naquele local.
Na torre, o comunicador de Fox começa a tocar:
-Fox, não estamos lidando com algo normal aqui. Eu vi a grotesca criatura matar seu primo em apenas alguns segundos. Você pode achar absurdo, mas acho que é um vamp...AAHHHH!!
A mensagem é interrompida misteriosamente.
Fox fica pensando se seu amigo realmente diria aquilo que sempre foram contra; uma criatura mística, de lendas antigas, porém que até hoje ainda apavora algumas pessoas; mais especificamente: um vampiro. De apenas uma coisa ele tinha certeza, havia um assassino no castelo, e algo devia ser feito.
Ele resolve não contar a verdade ao pé da letra com relação ao que seu amigo disse, diz para os outros que quando o rapaz ia dizer quem era o assassino, ele misteriosamente desligou. Porém, todos sabem que não foi tão misteriosamente assim que a mensagem foi interrompida, eles sabem que foi pego pelo assassino, afinal, seu grito de dor ecoou por todas as paredes do castelo. Eles resolvem descer em um único grupo ate o subterrâneo.
Passado algum tempo, eles chegam onde estão os dois corpos. Um está com marcas nos corpos que servem como caminhos para que o pouco sangue que resta chegue ao chão e com o pescoço totalmente mole; quebrado. O outro não se encontra em situação parecida, está bem pior; a pele de seu pescoço foi arrancada, deixando a mostra sua carne, ambos os braços estão quebrados e no peito encontra-se um corte enorme. Fox, experiente em assassinatos, vê que o corte no peito não foi feito com aparelhos, e sim com as próprias mãos. Fox está assustado. Logo ele tenta refazer a cena em sua mente: ele vê o rapaz com o comunicador, conversando afobado, quando é pego pelos braços; o jovem tenta disparar mais uma vez, mas dessa vez uma mão penetra em seu peito, lhe deixando seu ação. Novamente há uma mão em cada braço, a criatura tenta lhe morder, mas ele se agita, fazendo com que ele largue seu pescoço, mas esse leva sua pele junto. Para poder se alimentar em paz, os dois braços do jovem são quebrados. Fox fecha os olhos, e tenta não sentir medo; mas é difícil mesmo para ele que já mandou muitos psicopatas para cadeia. Um de seus colegas põe sua mão no ombro de Fox:
-É melhor chamarmos reforços e sairmos daqui por enquanto.
Ele concorda.
Enquanto caminham para porta; o detetive tenta se confirmar que foi derrotado; finalmente foi derrotado por alguém.
Ao verem a porta, eles se sentem muito mais aliviados. Quando um deles tenta abrir a porta, este percebe que ela está trancada. Eles pensam em tentar derrubá-la; mas antes de tentarem, sangue começa a pingar no chão. Uma gargalhada vem de cima de suas cabeças. Ao olharem para cima, eles vêem dois olhos vermelhos, mãos ensangüentadas e uma capa que cobre todo o resto do corpo. Todos correm; menos Fox. Ele fica parado, encarando os olhos vermelhos escuros, sem nenhum brilho que de pouco vem se aproximando do rosto dele. Após alguns segundos, os dois ficam frente a frente, se encarando. Os três policiais puxam suas armas e miram na cabeça do monstro:
-Sai daí Fox! Agora!
Um dos policiais não agüenta ver aquilo por tanto tempo e dispara. Ele está nervoso, é novo no ramo, só aceitou ficar aquela noite ali para mostrar para os outros que é corajoso e que breve se tornaria reconhecido por todos. Mas se isso era o que queria, ele não devia ter escolhido ficar lá essa noite; pois assim que dispara a arma, a capa cobre o vulto e ele desaparece. Com medo, o jovem recua alguns passos até trombar com algo. Ele olha e vê o que menos lhe convém naquela hora: os olhos que a pouco encaravam Fox, olhos que se movem em sincronia com os dentes; os olhos observam o pescoço, os dentes atacam.
Ao verem seu colega ser atacado, eles atiram com ferocidade no monstro. Porém, mais uma vez, ele é protegido pela capa e some.
Após alguns minutos eles se encontram na torre. Fox dá sua opinião, dizendo achar que aquilo é um vampiro. Os outros de início não concordam, mas após algum tempo discutindo sobre os fatos, eles acabam por concordar.
Eles se recordam de uma saída que há após a torre, uma saída para o jardim, que só tem como se chegar por este caminho.
Os jovens nunca haviam sentido tanto medo como agora sentiam. Temiam perder suas vidas nesta noite, temiam deixar seus sonhos, suas famílias e tudo mais que haviam conquistado para trás. Andavam com as pernas trêmulas, os olhos atentos e os dentes a ranger.
Após alguns minutos, eles estão no jardim. Está muito escuro para que se enxergue com clareza o portão, mas mesmo assim, olham com ansiedade para o pouco dele que podem ver.
Fox imagina que o pesadelo está preste a acabar. Ao ver novamente os olhos vermelhos ao longe, ele vê estar enganado. Ele pára, mas há algo estranho, seus companheiros continuam a correr em direção do portão, em direção dos olhos vermelhos e da morte. Ele grita para pararem, mas eles dizem que não desistiram agora que estão tão perto. Então, ocorre novamente a desgraça que o detetive temia ter de rever; antes que os assustados e desesperados policiais possam sequer pensar em se virarem, as presas da criatura se distanciam, e se encontram no pescoço do policial conhecido como Hércules; um rapaz que acabou por receber esse apelido por razão de sua bravura e de sua força, nunca voltou de uma missão de mãos vazias. Infelizmente, o destemido Hércules, agora cai perante a única coisa que já temeu em toda vida. Os olhos vermelhos estão mais vermelhos do que nunca haviam estado.
Os dois que ainda permanecem vivos não perdem tempo e aproveitam a imensidão do jardim para se esconder. Cada um acaba por correr para um lado. Fox está atento para qualquer ruído; mas o que se ouve não é um ruído, e sim um grito de desespero, de temor. Este grito provavelmente vem do capitão Edward; um homem de status na polícia, alguém que já salvou muitas vidas nos cinco anos que esteve nesta profissão. Porém, mais nenhuma vida será salva por ele.
Fox sabe que só resta ele agora, sabe que deve correr e fugir pela primeira vez. Ele corre enquanto as lágrimas em seu rosto escorrem. Lágrimas que escorrem por aqueles que se foram e também por razão de seu medo. Ele vê que a claridade começa a surgir, olha para cima e vê o sol que começa a nascer. A cada metro que se aproxima da saída, mais lágrimas escorrem. Ele sabe que não deve olhar para trás; mas mesmo assim o faz; olha diretamente para torre. Lá está ela, a criatura sedenta de sangue, de cabelos compridos e maior do que qualquer homem que Fox já viu. Ele finalmente atravessa o portão, e ao fazer isso, olha novamente para trás; mas não vê mais nada. O vampiro sumiu. Ele cai de joelhos, apóia-se no chão e chora como nunca em sua vida. Chora de medo, chora pelas vidas perdidas hoje... pelas marcas e cheiro de sangue que ainda estão em sua roupa.




há uma ou duas ilustraçoes deste conto,

Atenção, peguei para Diagramar! Murilo, que raio de ilustrações você tem? me mande!!
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Mensagem por snuckbinks Seg Fev 22, 2010 1:13 pm

Beleza, pegarei o último! que é o dos 75 anos da DC
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Mensagem por Rodrigo! Seg Fev 22, 2010 1:15 pm

sim s'or! Vamos acabar logo com isso!!
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Mensagem por Murilo - MAP Seg Fev 22, 2010 6:31 pm

o/

vlw Rodrigo,
*-*

por onde te mando?
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Mensagem por Rodrigo! Seg Fev 22, 2010 9:12 pm

hmm... para batsinal@gmail.com
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