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Textos Revisados do 15

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Mensagem por Rodrigo! Ter Fev 16, 2010 12:46 pm

Ficção Científica ou Tarô?
As famosas cartas de Tarô compõem um baralho de 78 cartas que fazia parte de um jogo criado no norte da Itália, entre os séculos XV e XVI. O Tarô começou a ser utilizado na previsão do futuro a partir do século XVIII. Aparentemente, isso não possui nenhuma ligação com a Ficção Científica, porém não é o que dizem os cientistas...

Em 2001, a revista Galileu publicou uma matéria um tanto curiosa: tratava-se nada mais, nada menos, que uma discussão sobre o fim da Ficção Científica. E explicações não faltaram aos cientistas, reais defensores deste pensamento. Segundo estes, a Ficção Científica está perdendo seu fôlego, pois não é mais possível prever o futuro como se fazia antigamente. Digamos que um escritor pense em uma idéia sobre a existência de uma sociedade com tecnologia “X”. E começa a desenvolver a sua história e personagens. Ao seu término, procura uma editora para publicar sua obra. Durante todo esse processo, os cientistas descobrem essa tecnologia “X”, e isto chega em pouquíssimo tempo ao público, devido a velocidade dos meios de comunicação de nossa época. Por exemplo, Isaac Asimov falava de uma espécie de biblioteca mundial, onde todos poderiam contribuir para a formação de seu conteúdo. Ele previu o que hoje conhecemos como Wikipédia. O exemplo citado nos mostra que nos dias de hoje é impossível a Ficção Científica prever o futuro. Mas a pergunta é: estaria realmente a Ficção Científica com seus dias contados?

É uma pena, mas os cientistas demonstram não reconhecer o real valor do gênero, subestimando sua força e potencial. Asimov não pretendia prever o futuro em seus mais de 400 contos e romances futurísticos. A Ficção Científica é a representação do passado e presente em uma sociedade futura. Confuso? Em Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, vemos a representação de uma sociedade que prega o seguinte lema “Comunidade, Identidade, Estabilidade”. Na trama, o Estado utiliza dos avanços biológicos para criar indivíduos predestinados a determinadas tarefas, dividindo-os por classes. Determinada classe é acostumada com o trabalho físico, pois os embriões foram submetidos a um aquecimento além do normal. Esta mesma classe possuí um cérebro menos desenvolvido, pois o embrião não recebeu a quantidade de oxigênio que deveria. Se pararmos para pensar um pouco, será mesmo que Huxley estava mesmo tentando prever o futuro? Ora, o sistema de castas existe há muito tempo na Índia, antes mesmo do autor cogitar escrever sua obra. Isso mostra que a ficção não está interessada em prever o futuro, mas sim tratar de problemas do presente, utilizando um mundo alternativo, onde este problema se agravou e chegou a um estado grave.E se não quisermos pegar o Oriente como exemplo, podemos citar o Ocidente, mais precisamente o Brasil. Não temos um sistema de castas, muito menos uma biologia tão avançada como a criada por Huxley, porém o governo não cria condições apropriadas para que as classes mais baixas possam “crescer”, e usa de uma estratégia bem simples, presente em vários filmes hollywoodianos, que é comover várias pessoas com a história do garoto pobre que vence na vida expiando assim a culpa de todos. Diferente dos outros gêneros literários, a Ficção Científica utiliza o avanço tecnológico como fonte de suas obras e conseqüentemente, suas respectivas críticas sociais. É daí que surgem os diferenciados subgêneros, dentre os quais podemos citar: o Cyberpunk (relacionado ao desenvolvimento das “máquinas”), o Biopunk (desenvolvimento biológico) e o Steampunk (também conhecido como retrôfuturismo ou a junção de passado, presente e futuro em uma mesma época), dentre outros.

Após lerem, tirem suas conclusões se a Ficção Científica realmente deve receber o rótulo de “Previsor do Futuro” e entrar na categoria das cartas de Tarô, da cabala, a astrologia e a alquimia medieval. Isaac Asimov, Aldous Huxley, Júlio Verne, H.G Wells, Arthur C. Clarke e John Brummer (só para ficar nestes exemplos) deveriam então ser considerados apenas “videntes”? Ou eles merecem um reconhecimento maior, assim como suas obras? A resposta, meu amigo, você que a deve encontrar: está perdida no espaço e no tempo...
Rodrigo!
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Mensagem por jluismith Sex Fev 26, 2010 9:31 am

Olhos vermelhos


Em um lugar afastado da cidade, é possível avistar um grande castelo, escuro e silencioso. No interior desse castelo vê-se uma bela jovem a levar uma bandeja para alguém. Em algum tempo, a jovem parece chegar ao quarto que tem como destino. Ela bate na porta, porém ninguém atende; ela chama, mas também não há resposta; como última tentativa, entra no quarto para ver se seu mestre ainda se encontra acordado. No quarto, ela não encontra o que esperava, mas sim um homem alto, de longos cabelos escuros, com um manto que chega ao chão e unhas que mais pareciam garras. Ela fica paralisada ao ver o sangue no chão e também em quase todo o seu corpo. Assim que a figura assustadora se vira e mostra seus olhos vermelhos que imploram por sangue, ouve-se um grito saindo do castelo. Um grito que rapidamente é silenciado. Voltando ao castelo, agora só se vê o corpo da garota largado no chão, com o pescoço a escorrer sangue.

No dia seguinte, o jovem detetive Fox Willian é chamado para investigar o local. Há suspeitas de que o jovem que habitava o castelo teria se aproveitado de sua empregada, pois ela não retornou para casa. Assim que o detetive encontra o corpo, ele se assusta com a marca em seu pescoço. Ele olha o sangue derramado no chão, a mulher despida também com sangue por todo o corpo, as marcas que as mãos ensangüentadas deixaram no corredor. Como primeira impressão, Fox imagina que o assassino seja um pobre psicopata.

O dia inteiro, vários policiais ficam juntamente com o detetive, a investigar todo o castelo. Terminado o dia, nada se encontra. Sendo assim, Fox, pensando em seu dever, resolve passar a noite no castelo. Os policiais lhe avisam sobre o perigo, mas ele diz ser um jovem destemido, e que faz o que for preciso em seus casos. Mais cinco policiais resolvem passar a noite com o rapaz.

A noite estava chegando, a lua começa a surgir; nunca se havia visto uma lua como aquela, cheia e quase sem brilho, o pouco da lua que dava para ver, mostrava que naquela noite, por algum motivo, ela estava vermelha como sangue. Porém, houve um detalhe que só não passou despercebido por Fox; um vulto negro e alto se encontrava na enorme torre do castelo, ele parecia olhar atentamente para o grupo. Após dar uma risada de quem traz a morte consigo, o vulto desaparece junto à brisa do vento. O detetive não conta a ninguém.

Os seis homens resolvem se dividir em três grupos, seguindo um desses grupos para o subterrâneo do castelo, outro grupo ficando na sala principal do mesmo, e o último grupo subindo para imensa torre. Como Willian ficara curioso com o que viu, ele resolve ir para torre.

No grupo do subterrâneo, encontram-se dois amigos de Willian; um jovem que cursou a faculdade com ele, e seu primo, com o qual havia feito muitas malandragens no tempo de criança. Ambos são rapazes corajosos e espertos. Eles andam de um lado para o outro procurando por algo que na realidade temem achar. Após alguns minutos procurando algo que possa ajudar, eles encontram um amontoado de caveiras que exalam um odor horrível e muito desagradável pelo longo tempo que ali se encontram. Isso lhes deixa com muito medo, porém, o medo se torna maior quando atrás deles surge a estranha criatura. Eles tremem diante de seus olhos arregalados voltados para eles, olhos que são escuros e vermelhos como a lua daquela noite. Eles não pensam (não há tempo para se pensar), eles somente agem, pegam suas armas, mas antes que possam disparar, são agarrados pelo pescoço. O primo sente que começa a ficar difícil respirar, pois a mão que antes se escondia nas trevas, agora aperta o seu pescoço. Ele vai fechando o olhos, não lhe resta mais força. Então, ouve-se um estalo que sai do rapaz. Todos os sonhos de uma vida deixam de existir, tudo pelo que lutou deixa de ter utilidade, sua vida lhe abandonara. O monstro olha para o que ainda vive e dá um sorriso que deixa a amostra seus compridos dentes, de onde escorrem sangue. Impulsionado pelo medo, o jovem policial consegue levantar sua arma; e em seu único disparo, ele acerta uma bala que entra pelo queixo da criatura e sai pela sua nuca. A criatura cai imóvel. Ainda contaminado pelo medo, ele corre com grande desespero. Maior desespero ele demonstra ao olhar para trás e ver que o corpo não se encontra mais naquele local.

Na torre, o comunicador de Fox começa a tocar:

“Fox, não estamos lidando com algo normal aqui. Eu vi a grotesca criatura matar seu primo em apenas alguns segundos. Você pode achar absurdo, mas acho que é um vamp...AAHHHH!!”

A mensagem é interrompida misteriosamente.

Fox fica pensando se seu amigo realmente diria aquilo que sempre foram contra; uma criatura mística, de lendas antigas, porém que até hoje ainda apavora algumas pessoas; mais especificamente: um vampiro. De apenas uma coisa ele tinha certeza, havia um assassino no castelo, e algo devia ser feito.

Ele resolve não contar a verdade ao pé da letra com relação ao que seu amigo disse, diz para os outros que quando o rapaz ia dizer quem era o assassino, ele misteriosamente desligou. Porém, todos sabem que não foi tão misteriosamente assim que a mensagem foi interrompida, eles sabem que foi pego pelo assassino, afinal, seu grito de dor ecoou por todas as paredes do castelo. Eles resolvem descer em um único grupo ate o subterrâneo.

Passado algum tempo, eles chegam onde estão os dois corpos. Um está com marcas no corpo que servem como caminhos para que o pouco sangue que resta chegue ao chão e com o pescoço totalmente mole; quebrado. O outro não se encontra em situação parecida, está bem pior; a pele de seu pescoço foi arrancada, deixando a mostra sua carne, ambos os braços estão quebrados e no peito encontra-se um corte enorme. Fox, experiente em assassinatos, vê que o corte no peito não foi feito com aparelhos, e sim com as próprias mãos. Ele está assustado. Logo tenta refazer a cena em sua mente: ele vê o rapaz com o comunicador, conversando afobado, quando é pego pelos braços; o jovem tenta disparar mais uma vez, mas dessa vez uma mão penetra em seu peito, lhe deixando sem ação. Novamente há uma mão em cada braço, a criatura tenta lhe morder, mas ele se agita, fazendo com que ele largue seu pescoço, mas sua pele é levada junto. Para poder se alimentar em paz, os dois braços do jovem são quebrados. Fox fecha os olhos, e tenta não sentir medo; mas é difícil mesmo para ele que já mandou muitos psicopatas para cadeia. Um de seus colegas põe a mão em seu ombro:

“É melhor chamarmos reforços e sairmos daqui por enquanto.” Ele concorda.

Enquanto caminham para porta; o detetive tenta se conformar com o fato de que foi derrotado, que finalmente foi derrotado por alguém.

Ao verem a porta, eles se sentem muito mais aliviados. Quando um deles tenta abrir a porta, este percebe que ela está trancada. Eles pensam em tentar derrubá-la; mas antes de tentarem, sangue começa a pingar no chão. Uma gargalhada vem de cima de suas cabeças. Ao olhar para cima, eles vêem dois olhos vermelhos, mãos ensangüentadas e uma capa que cobre todo o resto do corpo. Todos correm; menos Fox. Ele fica parado, encarando os olhos vermelhos escuros, sem nenhum brilho, que aos poucos vem se aproximando do rosto dele. Após alguns segundos, os dois ficam frente a frente, se encarando. Os três policiais puxam suas armas e miram na cabeça do monstro:

“Sai daí Fox! Agora!”

Um dos policiais não agüenta ver aquilo por tanto tempo e dispara. Ele está nervoso, é novo no ramo, só aceitou ficar aquela noite ali para mostrar para os outros que é corajoso e que breve se tornaria reconhecido por todos. Mas se isso era o que queria, ele não devia ter escolhido ficar lá essa noite; pois assim que dispara a arma, a capa cobre o vulto e ele desaparece. Com medo, o jovem recua alguns passos até trombar com algo. Ele olha e vê o que menos lhe convém naquela hora: os olhos que a pouco encaravam Fox, olhos que se movem em sincronia com os dentes; os olhos observam o pescoço, os dentes atacam.

Ao verem seu colega ser atacado, eles atiram com ferocidade no monstro. Porém, mais uma vez, ele é protegido pela capa e some.

Após alguns minutos eles se encontram na torre. Fox dá sua opinião, dizendo achar que aquilo é um vampiro. Os outros de início não concordam, mas após algum tempo discutindo sobre os fatos, eles acabam por aceitar.

Eles se recordam de uma saída que há após a torre, uma saída para o jardim, que só pode ser alcançada por este caminho.

Os jovens nunca haviam sentido tanto medo. Temiam perder suas vidas nesta noite, temiam deixar seus sonhos, suas famílias e tudo mais que haviam conquistado para trás. Andavam com as pernas trêmulas, os olhos atentos e os dentes a ranger.

Após alguns minutos, eles estão no jardim. Está muito escuro para que se enxergue com clareza o portão, mas mesmo assim, olham com ansiedade para o pouco dele que podem ver.

Fox imagina que o pesadelo está preste a acabar. Ao ver novamente os olhos vermelhos ao longe, ele vê estar enganado. Ele para, mas há algo estranho, seus companheiros continuam a correr em direção do portão, em direção dos olhos vermelhos e da morte. Ele grita para pararem, mas eles dizem que não desistiriam agora que estão tão perto. Então, ocorre novamente a desgraça que o detetive temia rever. Antes que os assustados e desesperados policiais possam sequer pensar em se virar, as presas da criatura se distanciam, e se encontram no pescoço do policial conhecido como Hércules; um rapaz que acabou por receber esse apelido por razão de sua bravura e de sua força, nunca voltou de uma missão de mãos vazias. Infelizmente, o destemido Hércules, agora cai perante a única coisa que já temeu em toda vida. Os olhos vermelhos estão mais vermelhos do que nunca haviam estado.

Os dois que ainda permanecem vivos não perdem tempo e aproveitam a imensidão do jardim para se esconder. Cada um acaba por correr para um lado. Fox está atento para qualquer ruído; mas o que se ouve não é um ruído, e sim um grito de desespero, de temor. Este grito provavelmente vem do capitão Edward; um homem de status na polícia, alguém que já salvou muitas vidas nos cinco anos que esteve nesta profissão. Porém, mais nenhuma vida será salva por ele.

Fox sabe que só resta ele agora, sabe que deve correr e fugir pela primeira vez. Ele corre enquanto as lágrimas em seu rosto escorrem. Lágrimas que escorrem por aqueles que se foram e também em razão de seu medo. Ele vê que a claridade começa a surgir, olha para cima e vê o sol que começa a nascer. A cada metro que se aproxima da saída, mais lágrimas escorrem. Ele sabe que não deve olhar para trás; mas mesmo assim o faz; olha diretamente para torre. Lá está ela, a criatura sedenta de sangue, de cabelos compridos e maior do que qualquer homem que Fox já viu. Ele finalmente atravessa o portão, e ao fazer isso, olha novamente para trás; mas não vê mais nada. O vampiro sumiu. Ele cai de joelhos, apóia-se no chão e chora como nunca em sua vida. Chora de medo, chora pelas vidas perdidas hoje... pelas marcas e cheiro de sangue que ainda estão em sua roupa.
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