TEXTOS PARA REVISÃO - # 10
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TEXTOS PARA REVISÃO - # 10
Tópico para controle e revisão dos textos entregues.
Kio- Editor aposentado
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Idade : 52
Re: TEXTOS PARA REVISÃO - # 10
Texto: Jaques
Diagramação: Snuck
2 páginas
Elvis Presley – Ainda há espaço para o rei?
Muito já foi dito sobre Elvis e é indiscutível sua importância para a história da música ocidental. Sabemos de sua enorme influência sobre o rock como o conhecemos hoje, além de seus diversos e elogiados trabalhos com a música country e gospel. Mas nem todos sabem como e, mais importante, por que Elvis recebeu o “título” de rei do rock ‘n’ roll.
Nos anos 50, início da carreira do artista, ainda não se havia estabelecido um gênero chamado rock ‘n’ roll. De fato, o que existia era o já popular R&B e a música country, que fundidos tornaram-se o famoso “rockabilly”, o rock caipira, gênero musical no qual se enquadram vários dos primeiros sucessos do rei, como “That’s all right”, “Blue Moon of Kentucky”, “Memphis, Tennessee”, entre outros.
No entanto, Elvis estava longe de ser o único, e ouso dizer, longe de ser o melhor cantor de rockabilly da época. O que o diferenciava, porém, de artistas brancos como Pat Boone e Bill Haley era o “ato de rebeldia” realizado em quase todos os seus primeiros shows. Não, Elvis não arrebentou guitarras no palco (vide The Who), não ateou fogo a pianos (vide Jerry Lee Lewis), nem afirmou ser mais popular que Jesus Cristo (vide Beatles). Elvis.....rebolou. E é aqui que os fãs me atiram pedras, enviam cartas de ódio a minha casa e ameaçam me esfaquear enquanto durmo. Mas é a verdade, senhoras e senhores: Elvis virou o rei porque ele rebolou.
Algo tão inocente, especialmente quando nos deparamos com a música brasileira hoje e seus “performers”, como dançar enquanto cantava, fez com que o rei se destacasse entre os demais. Lembremos que a sociedade norte-americana do momento (e vamos ser honestos, também o resto do mundo seguindo seus moldes) era um tanto conservadora e extremamente puritana (como o é até hoje, ainda que se tente provar o contrário). Um jovem branco cantando e, principalmente, dançando como negro era certeza de corrupção da juventude. E corrupção implica em “algo que você não deveria estar fazendo”, portanto “proibido”, o que nos leva àquilo que os jovens mais idolatram nesse universo: a oposição.
Opondo-se à música ouvida por seus pais e às regras de comportamento, os jovens brancos norte-americanos puderam se distanciar mais e mais dos valores de então. Assim, algo tão banal como mexer os quadris fez com que Elvis se tornasse a voz daquela geração, representando a necessidade de busca pelo novo.
Mas quando nos encontramos em pleno século 21, o novo milênio à beira de completar uma década, bem, nada disso parece importar. É como se não houvesse nada poderoso o bastante para chocar e, assim, mobilizar a juventude. Como pode algo tão “arcaico” quanto à simples.....música competir com o Playstation, por exemplo? Essa é minha pergunta. E, pelo amor de Deus, isso não quer dizer que eu tenha alguma coisa contra o Playstation, longe de mim! A questão é: quem, com menos de 20 anos e em são consciência, quer ouvir Elvis Presley cantando seu rock caipira?
Pode uma canção como “Heartbreak Hotel” causar algum impacto hoje em dia? Ou mesmo a brega e ainda assim inesquecível “It’s now or never”? É quase impossível dizer. Eu poderia falar mais sobre Elvis, falar sobre sua carreira militar e seus trezentos e vinte e sete filmes havaianos. Eu poderia. Mas não vou. O Google pode fornecer essas informações. O que o Google pode não te dizer (talvez ele possa, mas não é provável) é que Elvis é único pela sua versatilidade imutável. Como é que é? Explico.
A carreira do rei teve altos e baixos, suas músicas oscilaram do sexy R&B às baladinhas ingênuas, ao rock propriamente dito e até aos boleros pavorosos. No entanto, o artista sempre manteve o carisma inigualável em sua performance, seja e, gravações ou lives. Há algo nas músicas desempenhadas por Elvis que podemos classificar como “sentimentalismo honesto” (favor não confundir com emo). O grande problema é que, na modernidade (sinônimo de praticidade), isso é ridículo, é simplesmente patético ser romântico (o que explica o ódio aos emos). Meu Deus! Como alguém é capaz de ligar Elvis aos emos? Sem pânico. Não há ligação direta. A diferença está na honestidade das letras, que combinadas à magnífica voz de Elvis (explorada e trabalhada em todo seu potencial apenas a partir de 1968), fizeram desse artista um ícone.
Falta honestidade na música pop hoje. Por essa razão, seria muito interessante se os jovens voltassem sua atenção, não só a Elvis, mas também aos seus contemporâneos, como Johnny Cash, Chucky Berry, e até mesmo o ótimo Hank Williams, pioneiro da música country e grande influência no estilo do rei. Talvez esses talentos notáveis possam trazer alguma espécie de impacto positivo sobre os adolescentes, nem que seja apenas no sentido de levá-los a perceber o poder de transformação da boa música. Gosto de pensar que, rebolados à parte, esse foi (e, se não permitirmos que morra) sempre será o verdadeiro legado do Sr. Elvis Aaron Presley.
Jaqueline Scognamiglio
Diagramação: Snuck
2 páginas
Elvis Presley – Ainda há espaço para o rei?
Muito já foi dito sobre Elvis e é indiscutível sua importância para a história da música ocidental. Sabemos de sua enorme influência sobre o rock como o conhecemos hoje, além de seus diversos e elogiados trabalhos com a música country e gospel. Mas nem todos sabem como e, mais importante, por que Elvis recebeu o “título” de rei do rock ‘n’ roll.
Nos anos 50, início da carreira do artista, ainda não se havia estabelecido um gênero chamado rock ‘n’ roll. De fato, o que existia era o já popular R&B e a música country, que fundidos tornaram-se o famoso “rockabilly”, o rock caipira, gênero musical no qual se enquadram vários dos primeiros sucessos do rei, como “That’s all right”, “Blue Moon of Kentucky”, “Memphis, Tennessee”, entre outros.
No entanto, Elvis estava longe de ser o único, e ouso dizer, longe de ser o melhor cantor de rockabilly da época. O que o diferenciava, porém, de artistas brancos como Pat Boone e Bill Haley era o “ato de rebeldia” realizado em quase todos os seus primeiros shows. Não, Elvis não arrebentou guitarras no palco (vide The Who), não ateou fogo a pianos (vide Jerry Lee Lewis), nem afirmou ser mais popular que Jesus Cristo (vide Beatles). Elvis.....rebolou. E é aqui que os fãs me atiram pedras, enviam cartas de ódio a minha casa e ameaçam me esfaquear enquanto durmo. Mas é a verdade, senhoras e senhores: Elvis virou o rei porque ele rebolou.
Algo tão inocente, especialmente quando nos deparamos com a música brasileira hoje e seus “performers”, como dançar enquanto cantava, fez com que o rei se destacasse entre os demais. Lembremos que a sociedade norte-americana do momento (e vamos ser honestos, também o resto do mundo seguindo seus moldes) era um tanto conservadora e extremamente puritana (como o é até hoje, ainda que se tente provar o contrário). Um jovem branco cantando e, principalmente, dançando como negro era certeza de corrupção da juventude. E corrupção implica em “algo que você não deveria estar fazendo”, portanto “proibido”, o que nos leva àquilo que os jovens mais idolatram nesse universo: a oposição.
Opondo-se à música ouvida por seus pais e às regras de comportamento, os jovens brancos norte-americanos puderam se distanciar mais e mais dos valores de então. Assim, algo tão banal como mexer os quadris fez com que Elvis se tornasse a voz daquela geração, representando a necessidade de busca pelo novo.
Mas quando nos encontramos em pleno século 21, o novo milênio à beira de completar uma década, bem, nada disso parece importar. É como se não houvesse nada poderoso o bastante para chocar e, assim, mobilizar a juventude. Como pode algo tão “arcaico” quanto à simples.....música competir com o Playstation, por exemplo? Essa é minha pergunta. E, pelo amor de Deus, isso não quer dizer que eu tenha alguma coisa contra o Playstation, longe de mim! A questão é: quem, com menos de 20 anos e em são consciência, quer ouvir Elvis Presley cantando seu rock caipira?
Pode uma canção como “Heartbreak Hotel” causar algum impacto hoje em dia? Ou mesmo a brega e ainda assim inesquecível “It’s now or never”? É quase impossível dizer. Eu poderia falar mais sobre Elvis, falar sobre sua carreira militar e seus trezentos e vinte e sete filmes havaianos. Eu poderia. Mas não vou. O Google pode fornecer essas informações. O que o Google pode não te dizer (talvez ele possa, mas não é provável) é que Elvis é único pela sua versatilidade imutável. Como é que é? Explico.
A carreira do rei teve altos e baixos, suas músicas oscilaram do sexy R&B às baladinhas ingênuas, ao rock propriamente dito e até aos boleros pavorosos. No entanto, o artista sempre manteve o carisma inigualável em sua performance, seja e, gravações ou lives. Há algo nas músicas desempenhadas por Elvis que podemos classificar como “sentimentalismo honesto” (favor não confundir com emo). O grande problema é que, na modernidade (sinônimo de praticidade), isso é ridículo, é simplesmente patético ser romântico (o que explica o ódio aos emos). Meu Deus! Como alguém é capaz de ligar Elvis aos emos? Sem pânico. Não há ligação direta. A diferença está na honestidade das letras, que combinadas à magnífica voz de Elvis (explorada e trabalhada em todo seu potencial apenas a partir de 1968), fizeram desse artista um ícone.
Falta honestidade na música pop hoje. Por essa razão, seria muito interessante se os jovens voltassem sua atenção, não só a Elvis, mas também aos seus contemporâneos, como Johnny Cash, Chucky Berry, e até mesmo o ótimo Hank Williams, pioneiro da música country e grande influência no estilo do rei. Talvez esses talentos notáveis possam trazer alguma espécie de impacto positivo sobre os adolescentes, nem que seja apenas no sentido de levá-los a perceber o poder de transformação da boa música. Gosto de pensar que, rebolados à parte, esse foi (e, se não permitirmos que morra) sempre será o verdadeiro legado do Sr. Elvis Aaron Presley.
Jaqueline Scognamiglio
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Re: TEXTOS PARA REVISÃO - # 10
Texto de Julyano Abnner
1 página
CLUBE DA LUTA
Nós somos os filhos de um país ridículo, sem história, propósito ou lugar. Não tivemos uma grande guerra, não tivemos uma grande depressão. Nossa grande guerra é a guerra espiritual, nossa grande depressão são nossas vidas.
Sou um lixo, um merda, um doido, para você e para toda esta porra de mundo. Você nem quer saber onde moro, o que sinto, como faço para alimentar meus filhos ou como vou pagar o médico caso fique doente.
Estamos arriscados a morrer a qualquer hora, o trágico é que não morremos, fomos criados pela televisão para acreditar que um dia seríamos ricos, estrelas de cinema ou do rock, mas não seremos. Aos poucos vamos aprendendo a lição, a propaganda nos faz correr atrás de mercadorias e a trabalhar em empregos que odiamos para comprar porcarias de que não precisamos, essa é a sua vida e está acabando a cada minuto.
Assim se lança Clube da luta, obra escrita em 1996 pelo mestre Chuck Palahnuick e adaptada ao cinema brilhantemente por David Fincher.
O filme narra a trajetória de Jack (Edward Norton), executivo frustrado com sua vida que para esquecer o quanto se sente derrotado começa a comprar compulsivamente e a visitar sessões de terapia grupal de câncer, tuberculose e outras doenças, atitudes estas feitas para se sentir vivo e conseguir superar sua insônia e dormir tranquilamente. No entanto surge Marla Singer (Helena Bonhan), uma viciada em heroína suicida, que acaba com a alegria de Jack ao começar a participar dos grupos também, mesmo não tendo nenhuma doença, como ele; e Tyler Durden (Brad Pitt), um vendedor de sabonetes infame que mora numa mansão abandonada e tem uma visão anti-capitalista, e é neste enredo que se dá o clube da luta.
Que tem como base 8 regras básicas:
1. Você não fala sobre o Clube da Luta
2. VOCÊ NUNCA, JAMAIS, FALA SOBRE O CLUBE DA LUTA
3. Quando alguém gritar "pára!", ficar no chão ou desmaiar, a luta acaba
4. Somente duas pessoas por luta
5. Uma luta de cada vez
6. Sem camisa, sem sapatos
7. As lutas duram o tempo que for necessário
8. Se for a sua primeira noite no clube da luta, você tem que lutar
A partir desse momento o filme se desenrola facilmente, Tyler e Jack, Jack e Tyler começam a viver um novo estilo de vida que se desliga da opressão social e se liberta a partir da agressividade, em lutas corpo a corpo. Ao decorrer da trama vão surgindo mais adeptos a este estilo de vida, na qual vai se espalhando rapidamente e criando focos ao redor do mundo. Inicialmente, com a intenção de aliviar as suas tensões nas lutas clandestinas, nessas idas e voltas o simples clube evolui pra algo mais: O projeto caos, uma organização anti-materialista, anarco-primativista que tem por objetivo destruir a estrutura consumista, focando na destruição de bancos, cafeterias (Starbucks), e até sedes de prédios financeiros do país.
Clube da luta é mais do que um mero filme, é uma lição filosófica de um estilo único de ver a vida, o estilo de um homem perdido, lunático, sem escrúpulos, que tem coragem pra ir contra o sistema.
1 página
CLUBE DA LUTA
Nós somos os filhos de um país ridículo, sem história, propósito ou lugar. Não tivemos uma grande guerra, não tivemos uma grande depressão. Nossa grande guerra é a guerra espiritual, nossa grande depressão são nossas vidas.
Sou um lixo, um merda, um doido, para você e para toda esta porra de mundo. Você nem quer saber onde moro, o que sinto, como faço para alimentar meus filhos ou como vou pagar o médico caso fique doente.
Estamos arriscados a morrer a qualquer hora, o trágico é que não morremos, fomos criados pela televisão para acreditar que um dia seríamos ricos, estrelas de cinema ou do rock, mas não seremos. Aos poucos vamos aprendendo a lição, a propaganda nos faz correr atrás de mercadorias e a trabalhar em empregos que odiamos para comprar porcarias de que não precisamos, essa é a sua vida e está acabando a cada minuto.
Assim se lança Clube da luta, obra escrita em 1996 pelo mestre Chuck Palahnuick e adaptada ao cinema brilhantemente por David Fincher.
O filme narra a trajetória de Jack (Edward Norton), executivo frustrado com sua vida que para esquecer o quanto se sente derrotado começa a comprar compulsivamente e a visitar sessões de terapia grupal de câncer, tuberculose e outras doenças, atitudes estas feitas para se sentir vivo e conseguir superar sua insônia e dormir tranquilamente. No entanto surge Marla Singer (Helena Bonhan), uma viciada em heroína suicida, que acaba com a alegria de Jack ao começar a participar dos grupos também, mesmo não tendo nenhuma doença, como ele; e Tyler Durden (Brad Pitt), um vendedor de sabonetes infame que mora numa mansão abandonada e tem uma visão anti-capitalista, e é neste enredo que se dá o clube da luta.
Que tem como base 8 regras básicas:
1. Você não fala sobre o Clube da Luta
2. VOCÊ NUNCA, JAMAIS, FALA SOBRE O CLUBE DA LUTA
3. Quando alguém gritar "pára!", ficar no chão ou desmaiar, a luta acaba
4. Somente duas pessoas por luta
5. Uma luta de cada vez
6. Sem camisa, sem sapatos
7. As lutas duram o tempo que for necessário
8. Se for a sua primeira noite no clube da luta, você tem que lutar
A partir desse momento o filme se desenrola facilmente, Tyler e Jack, Jack e Tyler começam a viver um novo estilo de vida que se desliga da opressão social e se liberta a partir da agressividade, em lutas corpo a corpo. Ao decorrer da trama vão surgindo mais adeptos a este estilo de vida, na qual vai se espalhando rapidamente e criando focos ao redor do mundo. Inicialmente, com a intenção de aliviar as suas tensões nas lutas clandestinas, nessas idas e voltas o simples clube evolui pra algo mais: O projeto caos, uma organização anti-materialista, anarco-primativista que tem por objetivo destruir a estrutura consumista, focando na destruição de bancos, cafeterias (Starbucks), e até sedes de prédios financeiros do país.
Clube da luta é mais do que um mero filme, é uma lição filosófica de um estilo único de ver a vida, o estilo de um homem perdido, lunático, sem escrúpulos, que tem coragem pra ir contra o sistema.
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Re: TEXTOS PARA REVISÃO - # 10
Texto: Jluismith
Diagramação: Rodrigo!
2 páginas
J.D. Salinger
É sempre difícil saber como alguém vai ser lembrado. Pense em Einstein por exemplo. Gênio da física, criador da teoria da relatividade, um dos cientistas mais revolucionários da história, acabou entrando para a cultura popular como “o cara descabelado com a língua pra fora”. Afinal, bem mais gente consegue entender um velhinho que parece meio maluco do que algo como E=MC² .O mesmo podemos dizer de J.D. Salinger, um dos maiores novelistas norte-americanos, e que esse ano, no mês de janeiro, completou 90 anos.
Tudo bem, talvez você não saiba quem é J.D. Salinger. Mas você sabe quem é John Lennon, certo? Então você sabe que teve um cara, um tanto quanto maluco, que atirou no ex-beatle na porta do prédio dele, matando de vez o sonho, que por sinal já tinha acabado. E em alguma matéria sobre essa morte já devem ter citado que o “cara maluco” tinha lido um livro, pouco antes, e alguns membros da mídia paranóica consideraram que o livro teve alguma influência no crime. E esse livro era “O apanhador no campo de centeio”. E adivinha quem era o autor? Isso, J.D. Salinger. Sim, foi uma longa viagem, mas chegamos lá.
Infelizmente é assim que muita gente se lembra de Salinger, como “o cara que escreveu o livro lido pelo maluco que matou o John Lennon”, o que, além de ser um apelido longo demais pra qualquer um, não faz jus ao trabalho de um dos autores mais influentes da cultura norte-americana e um dos que melhor entendeu as crises da mente adolescente.
J.D. Salinger, nascido em Nova York com o nome de Jerome David Salinger, filho de um comerciante judeu polonês e uma mãe meio irlandesa meio escocesa, começou a escrever ainda nos tempos do colégio e da faculdade, ainda que boa parte de sua produção literária só tenha surgido após a segunda guerra mundial, onde serviu em diversos locais e conheceu Ernest Hemingway, que já naquela época o considerava um dos maiores talentos que já tinha visto. De volta aos Estados Unidos após uma estadia traumática no front, Salinger começou o que seria a fase mais produtiva de sua carreira, já que, ainda que antes da guerra tivesse publicado alguns contos, apenas com “A Perfect Day for Bananafish”, sua primeira publicação na revista “New Yorker”, seguido de uma séries de outras novelas e histórias curtas, começou a receber reconhecimento da crítica e do público. Mas claro, nada se compararia a “O apanhador no campo de centeio”, lançado em 1951.
Retomando um personagem de uma de suas histórias pré-guerra, o adolescente Holden Caulfield, o autor conta a saga do jovem após ser expulso de um colégio interno e sua aventura em Nova York, criando praticamente um novo sub-gênero na literatura com a sincera e envolvente narração em primeira pessoa do personagem, explorando a alienação e a distância entre o mundo adulto e o mundo dos jovens, tudo com uma linguagem e uma agilidade inovadora para os padrões da época. Com isso o livro ganha uma capacidade impressionante de se conectar ao leitor, que se sente um companheiro de viagem e de confissões do protagonista, devido ao tema de fácil identificação e que se tornou constante na obra de Salinger.
Isso porque é fácil pra boa parte dos jovens, seja na época do lançamento do livro ou seja hoje, se identificar com a trama de um garoto distante dos pais e buscando a liberdade da cidade, devido a natural distância entre pais e filhos, seja qual for o contexto. Exemplo disso é o significado que o livro teve no meu caso, lido durante um período em que meus pais se divorciavam e eu sinceramente pensava em fugir de casa (ainda que tenha desistido por causa da impossibilidade de levar minha coleção de quadrinhos), e como foi fácil me ligar ao livro. Independente de críticas ao estilo de Salinger ou a seus méritos em termos de técnica de escrita (que eu considero significativos), uma coisa que não se pode negar é a relevância da temática e até mesmo a visão do autor em tratar da adolescência numa época em que o tema não era nada comum e sempre tratado de uma forma bem mais moralizadora.
Com o sucesso imediato do livro e as polêmicas que o cercaram (segundo pesquisas “O apanhador” é o livro mais censurado em todas as escolas americanas, mas o segundo mais freqüentemente escolhido por professores de literatura como tema para aulas), já que alguns professores consideravam que o livro tentava desde incitar jovens a fugir de casa até o uso de linguagem “grosseira”, Salinger, totalmente avesso a publicidade, começou uma trajetória crescente de recolhimento e redução de sua exposição a mídia.
Até 1965, quando iria parar totalmente de publicar originais, ele ainda escreveu os livros “Nove Histórias”, “Franny and Zoey” E “Pra cima com a viga, moçada”, lançados respectivamente em 1953, 1961 e 1963, sendo que seu último original publicado foi “Hapworth 16, 1924”, em 1964. Em 1980 ele iria cortar totalmente qualquer contato com a mídia, devido a seus constantes problemas com sua exposição, que ele considerava exagerada e alguns processos envolvendo biografias lançadas por estudiosos de literatura e por pessoas próximas.
Ausente da literatura durante mais de 40 anos e da mídia durante quase trinta, Salinger influenciou e até hoje influencia autores que vão desde Richard Yates até Tom Robbins, passando por Dave Eggers e até pelo autor desse texto, ainda que em terras brasileiras possa talvez não ser tão lido quanto deveria. Mas no ano em que ele completa 90 anos vale a pena um contato, senão com todos os seus livros (já publicados no Brasil, ainda que bem difíceis de se encontrar), pelo menos com sua obra mais popular, “O apanhador no campo de centeio”. Não, não recomendamos esse livro pra você que ouve vozes que te mandam matar um beatle (por favor, deixe Paul e Ringo em paz, eles merecem), mas se você algum dia já se sentiu distante dos seus pais e do resto dos “adultos” e quis fugir de casa, você vai gostar de conhecer Holden Caulfield.
Diagramação: Rodrigo!
2 páginas
J.D. Salinger
É sempre difícil saber como alguém vai ser lembrado. Pense em Einstein por exemplo. Gênio da física, criador da teoria da relatividade, um dos cientistas mais revolucionários da história, acabou entrando para a cultura popular como “o cara descabelado com a língua pra fora”. Afinal, bem mais gente consegue entender um velhinho que parece meio maluco do que algo como E=MC² .O mesmo podemos dizer de J.D. Salinger, um dos maiores novelistas norte-americanos, e que esse ano, no mês de janeiro, completou 90 anos.
Tudo bem, talvez você não saiba quem é J.D. Salinger. Mas você sabe quem é John Lennon, certo? Então você sabe que teve um cara, um tanto quanto maluco, que atirou no ex-beatle na porta do prédio dele, matando de vez o sonho, que por sinal já tinha acabado. E em alguma matéria sobre essa morte já devem ter citado que o “cara maluco” tinha lido um livro, pouco antes, e alguns membros da mídia paranóica consideraram que o livro teve alguma influência no crime. E esse livro era “O apanhador no campo de centeio”. E adivinha quem era o autor? Isso, J.D. Salinger. Sim, foi uma longa viagem, mas chegamos lá.
Infelizmente é assim que muita gente se lembra de Salinger, como “o cara que escreveu o livro lido pelo maluco que matou o John Lennon”, o que, além de ser um apelido longo demais pra qualquer um, não faz jus ao trabalho de um dos autores mais influentes da cultura norte-americana e um dos que melhor entendeu as crises da mente adolescente.
J.D. Salinger, nascido em Nova York com o nome de Jerome David Salinger, filho de um comerciante judeu polonês e uma mãe meio irlandesa meio escocesa, começou a escrever ainda nos tempos do colégio e da faculdade, ainda que boa parte de sua produção literária só tenha surgido após a segunda guerra mundial, onde serviu em diversos locais e conheceu Ernest Hemingway, que já naquela época o considerava um dos maiores talentos que já tinha visto. De volta aos Estados Unidos após uma estadia traumática no front, Salinger começou o que seria a fase mais produtiva de sua carreira, já que, ainda que antes da guerra tivesse publicado alguns contos, apenas com “A Perfect Day for Bananafish”, sua primeira publicação na revista “New Yorker”, seguido de uma séries de outras novelas e histórias curtas, começou a receber reconhecimento da crítica e do público. Mas claro, nada se compararia a “O apanhador no campo de centeio”, lançado em 1951.
Retomando um personagem de uma de suas histórias pré-guerra, o adolescente Holden Caulfield, o autor conta a saga do jovem após ser expulso de um colégio interno e sua aventura em Nova York, criando praticamente um novo sub-gênero na literatura com a sincera e envolvente narração em primeira pessoa do personagem, explorando a alienação e a distância entre o mundo adulto e o mundo dos jovens, tudo com uma linguagem e uma agilidade inovadora para os padrões da época. Com isso o livro ganha uma capacidade impressionante de se conectar ao leitor, que se sente um companheiro de viagem e de confissões do protagonista, devido ao tema de fácil identificação e que se tornou constante na obra de Salinger.
Isso porque é fácil pra boa parte dos jovens, seja na época do lançamento do livro ou seja hoje, se identificar com a trama de um garoto distante dos pais e buscando a liberdade da cidade, devido a natural distância entre pais e filhos, seja qual for o contexto. Exemplo disso é o significado que o livro teve no meu caso, lido durante um período em que meus pais se divorciavam e eu sinceramente pensava em fugir de casa (ainda que tenha desistido por causa da impossibilidade de levar minha coleção de quadrinhos), e como foi fácil me ligar ao livro. Independente de críticas ao estilo de Salinger ou a seus méritos em termos de técnica de escrita (que eu considero significativos), uma coisa que não se pode negar é a relevância da temática e até mesmo a visão do autor em tratar da adolescência numa época em que o tema não era nada comum e sempre tratado de uma forma bem mais moralizadora.
Com o sucesso imediato do livro e as polêmicas que o cercaram (segundo pesquisas “O apanhador” é o livro mais censurado em todas as escolas americanas, mas o segundo mais freqüentemente escolhido por professores de literatura como tema para aulas), já que alguns professores consideravam que o livro tentava desde incitar jovens a fugir de casa até o uso de linguagem “grosseira”, Salinger, totalmente avesso a publicidade, começou uma trajetória crescente de recolhimento e redução de sua exposição a mídia.
Até 1965, quando iria parar totalmente de publicar originais, ele ainda escreveu os livros “Nove Histórias”, “Franny and Zoey” E “Pra cima com a viga, moçada”, lançados respectivamente em 1953, 1961 e 1963, sendo que seu último original publicado foi “Hapworth 16, 1924”, em 1964. Em 1980 ele iria cortar totalmente qualquer contato com a mídia, devido a seus constantes problemas com sua exposição, que ele considerava exagerada e alguns processos envolvendo biografias lançadas por estudiosos de literatura e por pessoas próximas.
Ausente da literatura durante mais de 40 anos e da mídia durante quase trinta, Salinger influenciou e até hoje influencia autores que vão desde Richard Yates até Tom Robbins, passando por Dave Eggers e até pelo autor desse texto, ainda que em terras brasileiras possa talvez não ser tão lido quanto deveria. Mas no ano em que ele completa 90 anos vale a pena um contato, senão com todos os seus livros (já publicados no Brasil, ainda que bem difíceis de se encontrar), pelo menos com sua obra mais popular, “O apanhador no campo de centeio”. Não, não recomendamos esse livro pra você que ouve vozes que te mandam matar um beatle (por favor, deixe Paul e Ringo em paz, eles merecem), mas se você algum dia já se sentiu distante dos seus pais e do resto dos “adultos” e quis fugir de casa, você vai gostar de conhecer Holden Caulfield.
Kio- Editor aposentado
- Mensagens : 1599
Data de inscrição : 29/12/2008
Idade : 52
Re: TEXTOS PARA REVISÃO - # 10
Texto: Snuckbinks
Diagramação: Snuck
Revisão: ?????????
SCI-FI - A PRIMEIRA VEZ
Em Janeiro de 2009, completou 107 anos que foi exibido o que é considerado o primeiro filme de ficção científica "Le Voyage dans la lune", mesmo que você nunca o tenha assistido, tenho absoluta certeza que você já deve ter visto a famosa imagem do foguete sendo cravado no olho da Lua.
É claro que não há plena certeza sobre esse ser o primeiro, pois em 1902, muitos pioneiros da 7ª arte se aventuravam por esses caminhos, mas a certeza que se tem é que George Méliès, foi o primeiro cineasta ligado ao gênero de ficção científica, bem como o primeiro a fazer muita coisa ligada à esse campo.
Por exemplo: Foi o primeiro a usar maquiagem para caracterizar alienígenas, pintava os quadros da película para obter cor na tela, esteve também entre os primeiros cineastas a utilizar efeitos especias, estes eram exagerados na tela, realmente para maravilhar o espectador, eram efeitos para se notar e admirar, para encantar e por que não, assustar o público. E num tempo onde o hábito era apenas mostrar cenas do cotidiano, sem continuidade ou sequer mesmo história, apenas gravações, Méliès cria a continuidade das cenas e os storyboards.
Foi também o primeiro a utilizar técnicas conhecidas como Fade In e Fade Out, que é quando a imagem vai esmaecendo pra dar lugar a outra imagem.
Sua experiência de teatro, permitiu com que ele criasse cenários, que utilizaria na sua filmagem, dando assim toda a impressão de profundidade e ambientação, utilizando a própria câmera para fazer sobreposições, ou uma espécie de ilusão de ótica, sempre com o intuito de criar o que chamamos de "magia do cinema".
O filme de 14 minutos, baseado nos livros de Júlio Verne e H.G. Wells, mostra os esforços de uma equipe de astrônomos, fabricando uma nave, explorando a Lua e o encontro com seres alienígenas, bem como a fuga desse lugar. O filme tem um ar surreal, mas é divertido.
Nessa produção Méliès participou em quase tudo, foi roteirista, ator, produtor, cenógrafo, figurinista e fotógrafo, além de dirigir, criou os efeitos especiais, que como vimos acima, foram inovadores e serviram de base para chegarmos ao que temos hoje.
Vale ressaltar que Méliès, era mágico ilusionista, e teve seu primeiro contato com cinema quando, a convite dos irmãos Lumière, assistiu a primeira sessão de cinema ocorrida no Grand Café. Os Lumière tinham acabado de criar uma máquina chamada cinematógrafo, máquina que exibia imagens capturadas em fotogramas e as projetava de forma acelerada, dando assim a impressão de movimento.
Méliès, ficou admirado, no exato momento viu as inúmeras possibilidades em que poderia aplicar a máquina durante suas apresentações de ilusionimo, e tentou, embora sem sucesso, comprar tal máquina. Insistente e mostrando que além de gostar de desafios, queria mesmo era superá-los, contruiu seu próprio cinematógrafo em 1896.
E mesmo tendo sido o idealizador de tudo isso que vimos, já em 1912 estava falido. E mesmo tendo sido redescoberto em 1926, onde teve reconhecimento por seu pioneirismo, bem como cerca de 500 filmes restaurados, morreu na miséria.
Se você tiver um tempinho livre, coisa de 8 minutos, procure esse vídeo, ele pode ser assistido gratuitamente na internet, se você gosta de cinema e do gênero de SCI-FI, sem dúvida vai se encantar com esse vídeo, e lembre-se, ele foi gravado em 1902, portanto não espere nada estilo Peter Jackson, e duvido muito que teríamos pessoas do calibre de Peter se não houvesse pessoas como Méliès.
Diagramação: Snuck
Revisão: ?????????
SCI-FI - A PRIMEIRA VEZ
Em Janeiro de 2009, completou 107 anos que foi exibido o que é considerado o primeiro filme de ficção científica "Le Voyage dans la lune", mesmo que você nunca o tenha assistido, tenho absoluta certeza que você já deve ter visto a famosa imagem do foguete sendo cravado no olho da Lua.
É claro que não há plena certeza sobre esse ser o primeiro, pois em 1902, muitos pioneiros da 7ª arte se aventuravam por esses caminhos, mas a certeza que se tem é que George Méliès, foi o primeiro cineasta ligado ao gênero de ficção científica, bem como o primeiro a fazer muita coisa ligada à esse campo.
Por exemplo: Foi o primeiro a usar maquiagem para caracterizar alienígenas, pintava os quadros da película para obter cor na tela, esteve também entre os primeiros cineastas a utilizar efeitos especias, estes eram exagerados na tela, realmente para maravilhar o espectador, eram efeitos para se notar e admirar, para encantar e por que não, assustar o público. E num tempo onde o hábito era apenas mostrar cenas do cotidiano, sem continuidade ou sequer mesmo história, apenas gravações, Méliès cria a continuidade das cenas e os storyboards.
Foi também o primeiro a utilizar técnicas conhecidas como Fade In e Fade Out, que é quando a imagem vai esmaecendo pra dar lugar a outra imagem.
Sua experiência de teatro, permitiu com que ele criasse cenários, que utilizaria na sua filmagem, dando assim toda a impressão de profundidade e ambientação, utilizando a própria câmera para fazer sobreposições, ou uma espécie de ilusão de ótica, sempre com o intuito de criar o que chamamos de "magia do cinema".
O filme de 14 minutos, baseado nos livros de Júlio Verne e H.G. Wells, mostra os esforços de uma equipe de astrônomos, fabricando uma nave, explorando a Lua e o encontro com seres alienígenas, bem como a fuga desse lugar. O filme tem um ar surreal, mas é divertido.
Nessa produção Méliès participou em quase tudo, foi roteirista, ator, produtor, cenógrafo, figurinista e fotógrafo, além de dirigir, criou os efeitos especiais, que como vimos acima, foram inovadores e serviram de base para chegarmos ao que temos hoje.
Vale ressaltar que Méliès, era mágico ilusionista, e teve seu primeiro contato com cinema quando, a convite dos irmãos Lumière, assistiu a primeira sessão de cinema ocorrida no Grand Café. Os Lumière tinham acabado de criar uma máquina chamada cinematógrafo, máquina que exibia imagens capturadas em fotogramas e as projetava de forma acelerada, dando assim a impressão de movimento.
Méliès, ficou admirado, no exato momento viu as inúmeras possibilidades em que poderia aplicar a máquina durante suas apresentações de ilusionimo, e tentou, embora sem sucesso, comprar tal máquina. Insistente e mostrando que além de gostar de desafios, queria mesmo era superá-los, contruiu seu próprio cinematógrafo em 1896.
E mesmo tendo sido o idealizador de tudo isso que vimos, já em 1912 estava falido. E mesmo tendo sido redescoberto em 1926, onde teve reconhecimento por seu pioneirismo, bem como cerca de 500 filmes restaurados, morreu na miséria.
Se você tiver um tempinho livre, coisa de 8 minutos, procure esse vídeo, ele pode ser assistido gratuitamente na internet, se você gosta de cinema e do gênero de SCI-FI, sem dúvida vai se encantar com esse vídeo, e lembre-se, ele foi gravado em 1902, portanto não espere nada estilo Peter Jackson, e duvido muito que teríamos pessoas do calibre de Peter se não houvesse pessoas como Méliès.
Última edição por Kio em Qua Fev 18, 2009 10:11 am, editado 1 vez(es)
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Re: TEXTOS PARA REVISÃO - # 10
Texto: Murilo Alves Perin, do Estudio Sakura Desenhos
Diagramação: Snuck
2 ou 3 páginas (caso não caiba em 2 páginas com fonte de corpo equivalente ao Arial 11, passar para 3 páginas)
D.T.C. Comics, a comics brasileira que luta por reconhecimento.
Digam-me, fiéis fãs de quadrinhos, quem nunca quis ver (ou ao menos pensou) em HQs nacionais? Um universo todo feito de personagens brasileiros, uma comics que fosse encontrada facilmente nas nossas bancas e fosse tão boa quanta as internacionais. Pois bem, é ai que surge a D.T.C. Comics, criada por Diogo Tavares Costa, que tem como objetivo, fazer com que esta Comics brasileira dispute de igual para igual com grandes comics internacionais (como Marvel e DC). Há pouco tempo eles estão no mercado, mas vêem ganhando espaço aos poucos (inclusive, a edição n° 2 vendeu um mil exemplares publicados em um mês). Por enquanto eles possuem apenas uma revista, a Ecos Sombrios, que terá nova impressão da segunda edição e uma impressão de releitura da primeira, além disso, a terceira está para sair, e em fevereiro, um novo quadrinho será lançado pela comics, o Universo D.T.C.
Pois bem, para que saibam mais sobre esta D.T.C., entrevistei Amanda Ferreira Katrablc, segunda diretora da D.T.C. e roteirista também.
Tivemos uma boa conversa, inclusive eu aprendi muito também sobre a D.T.C.. Bom, mas sem mais embolação, ai vai a entrevista:
Entrevistada: Amanda Ferreira katrablc.
Quem é: a segunda na diretoria da D.T.C e roteirista.
1. Quando surgiu a idéia de uma comics brasileira que concorresse com diversas outras grandes comics?
Tudo começou com a idéia de fazer algo de qualidade aqui no Brasil, criar um universo de heróis que saísse um pouco do que sempre criaram por aqui... Se você analisar, o Guardião (assim como seu universo) é totalmente diferente dos demais heróis nacionais, foi daqui que começou a grande demanda de público pelos títulos da D.T.C.. É difícil... O Diogo (diretor da D.T.C.) assim como toda a equipe se esforça muito. No inicio tivemos a saída de muita gente, e isso dificultou muito.
2. Todos sabem que a criação de uma nova comics não é algo fácil. Quais as dificuldades que vocês tiveram de enfrentar até a concretização da D.T.C.?
“Falta de união com artistas da terra”, esse foi o nosso pior obstáculo. Muitos querem fama antes do tempo, e muito dinheiro... a maioria das pessoas que saíram da equipe de inicio, pensavam assim: queriam fama, nome e dinheiro, e isso atrapalhou muito nosso processo de produção.
Uma barreira que foi quebrada foi a questão do preconceito. Sofremos no inicio, tipo, alguns olhavam e diziam "credo, quadrinho brasileiro, tô fora", isso é algo que estamos quebrando a cada mês de luta.
3. Por que, em sua opinião, há esse preconceito por quadrinhos brasileiros?
A meu ver, pelo fato de terem feito muita merda! Tipo, muitos pensam que quadrinho brasileiro é apenas índios, pornografia, contos de lendas, ou copias de heróis americanos. Isso foi uma herança que foi deixada para nós, muitos ainda insistem nessa temática. A Ecos tem provado que é um quadrinho sério, mostrando uma nova temática inspirada na nova visão ótica dos quadrinhos mundiais, estilo europeu, Sandman e por ai...
4. E como está sendo aceita a D.T.C. pelos brasileiros, agora que vocês mostraram que também podem fazer material de qualidade?
Está sendo ótima, tem muita gente que ainda não conhece a revista e procura a gente para obter alguma edição. Estamos aprendendo com os erros e colocando a Ecos num patamar que muita gente gostaria de estar (principalmente em relação a publico, dificilmente uma HQ nacional possui um publico fixo de mais de mil leitores, é algo raro, e sabemos disso porque vendemos revistas, e quando acaba o estoque a gente pensa "Poxa, precisamos fazer mais", e isso é legal). Olha... a chegada do papel Pisa Brait (o mesmo utilizado pela Panini em suas edições) foi fundamental para isso também, todos os leitores gostaram muito do material.
Eu estou conversando com mais de vinte pessoas, e com todas é apenas um assunto: Guardião.
5. Quando vocês puderam ter o prazer de ver o primeiro HQ da D.T.C. publicado e sendo vendido junto a outros grandes HQs?
Foi no final de 2007. Lançamos a Ecos n°1 (Teste) para ver qual seria a reação do publico, e foi super positiva... Poderíamos ter lançado outra em curto tempo, mas ai veio o problema das pessoas que trabalhavam com a gente, a fama subiu a cabeça, e o projeto parou, pelo fato da gente não ter equipe de produção... Mas é um problema que graças a Deus foi resolvido.
6. Em média, com quantas pessoas conta a equipe atual da D.T.C.?
No total de 13 pessoas.
7. Não há certa dificuldade para manter as revistas com 13 pessoas?
Não, tipo, só para o título da Ecos, ficam 5 pessoas: roteirista, desenhista, arte-finalista, letreador e diagramador e por último, o revisor. Estamos colocando mais um título nas bancas, são mais cinco pessoas. Fora os especiais que estão programados para o ano. A galera se entendi numa boa, um ajudando o outro e a produção anda de forma perfeita.
8. Falando dos projetos, o que aguarda os leitores neste ano? Quais os especiais? (caso você possa divulgar, lógico)
Bom... a Ecos continua com força total, entra em cena o novo título: Universo D.T.C, que irá mostrar outros personagens da D.T.C, e no segundo semestre, sai o especial Silêncio Mortal (Guardião e Lobo Guará de Carlos Henry). O mar de Sangue ainda está sendo estudado... Temos em mente também, lançar uma revista estilo Wizmania, mas só de quadrinhos nacionais, porem, estamos estudando ainda!
9. Tratando mais desse universo criado por vocês, pode nos contar um pouco sobre os personagens da D.T.C.? (tenho conhecimento apenas do Guardião e Vitrine)
Olha só, dos outros personagens, realmente é ultra secreto, ainda pelo fato, que só queremos divulgar quando todo material estiver pronto para impressão, tipo, um mês antes estaremos divulgando na net outros personagens do universo D.T.C.
10. Certo, então fale para nós um pouco sobre o Guardião e o Vitrine mesmo, para que os leitores tomem conhecimento.
Com certeza será um dos duelos mais interessantes já vistos, porque o Guardião veste uma armadura de ultima geração e ainda é meta-humano. Já o vitrine, é apenas um homem normal, um serial-kiler que possui como sua grande virtude a esperteza. Tenho certeza que será um dos melhores duelos do quadrinho nacional...
11. Amanda, para curiosidade minha e dos leitores, pode nos dizer o que significa a sigla D.T.C.?
É uma sigla simples, é o próprio nome do Diogo, só que completo. (Diogo Tavares Costa)
12. Como vocês da D.T.C. se sentem ao ver suas HQs sendo vendidas nas bandas do Brasil?
Quase realizados, pois ainda faltam muitos lugares para chegar a revista, e em determinados estados à demora é imensa, temos muita batalha pela frente ainda...
13. Para finalizar, o que você pode dizer para aqueles que sonham em um dia trabalhar com HQs aqui no Brasil, e quem sabe alcançar o sucesso que vocês alcançaram?
Firmeza, União entre os amigos, honestidade, humildade, acreditar no potencial do personagem no qual você quer lançar no mercado e acima de qualquer coisa, a fé em DEUS., Esses são as peças fundamentais para o sucesso de qualquer pessoa!
Para aqueles que ficaram interessados e pretendem adquirir as edições da D.T.C., é possível fazê-lo por pedidos por e-mail (Diogo.t.c@hotmail.com). Além disso, desde o dia 27 a Ecos Sombrios está sendo vendida em lojas especializadas por todo o Brasil.
As edições da D.T.C. são em formato 17x26 com miolo em papel Pisa Brait, e quem quiser adquirir as três edições (releitura da primeira, a segunda e a terceira) pagaram quatro reais incluindo postagem.
Diagramação: Snuck
2 ou 3 páginas (caso não caiba em 2 páginas com fonte de corpo equivalente ao Arial 11, passar para 3 páginas)
D.T.C. Comics, a comics brasileira que luta por reconhecimento.
Digam-me, fiéis fãs de quadrinhos, quem nunca quis ver (ou ao menos pensou) em HQs nacionais? Um universo todo feito de personagens brasileiros, uma comics que fosse encontrada facilmente nas nossas bancas e fosse tão boa quanta as internacionais. Pois bem, é ai que surge a D.T.C. Comics, criada por Diogo Tavares Costa, que tem como objetivo, fazer com que esta Comics brasileira dispute de igual para igual com grandes comics internacionais (como Marvel e DC). Há pouco tempo eles estão no mercado, mas vêem ganhando espaço aos poucos (inclusive, a edição n° 2 vendeu um mil exemplares publicados em um mês). Por enquanto eles possuem apenas uma revista, a Ecos Sombrios, que terá nova impressão da segunda edição e uma impressão de releitura da primeira, além disso, a terceira está para sair, e em fevereiro, um novo quadrinho será lançado pela comics, o Universo D.T.C.
Pois bem, para que saibam mais sobre esta D.T.C., entrevistei Amanda Ferreira Katrablc, segunda diretora da D.T.C. e roteirista também.
Tivemos uma boa conversa, inclusive eu aprendi muito também sobre a D.T.C.. Bom, mas sem mais embolação, ai vai a entrevista:
Entrevistada: Amanda Ferreira katrablc.
Quem é: a segunda na diretoria da D.T.C e roteirista.
1. Quando surgiu a idéia de uma comics brasileira que concorresse com diversas outras grandes comics?
Tudo começou com a idéia de fazer algo de qualidade aqui no Brasil, criar um universo de heróis que saísse um pouco do que sempre criaram por aqui... Se você analisar, o Guardião (assim como seu universo) é totalmente diferente dos demais heróis nacionais, foi daqui que começou a grande demanda de público pelos títulos da D.T.C.. É difícil... O Diogo (diretor da D.T.C.) assim como toda a equipe se esforça muito. No inicio tivemos a saída de muita gente, e isso dificultou muito.
2. Todos sabem que a criação de uma nova comics não é algo fácil. Quais as dificuldades que vocês tiveram de enfrentar até a concretização da D.T.C.?
“Falta de união com artistas da terra”, esse foi o nosso pior obstáculo. Muitos querem fama antes do tempo, e muito dinheiro... a maioria das pessoas que saíram da equipe de inicio, pensavam assim: queriam fama, nome e dinheiro, e isso atrapalhou muito nosso processo de produção.
Uma barreira que foi quebrada foi a questão do preconceito. Sofremos no inicio, tipo, alguns olhavam e diziam "credo, quadrinho brasileiro, tô fora", isso é algo que estamos quebrando a cada mês de luta.
3. Por que, em sua opinião, há esse preconceito por quadrinhos brasileiros?
A meu ver, pelo fato de terem feito muita merda! Tipo, muitos pensam que quadrinho brasileiro é apenas índios, pornografia, contos de lendas, ou copias de heróis americanos. Isso foi uma herança que foi deixada para nós, muitos ainda insistem nessa temática. A Ecos tem provado que é um quadrinho sério, mostrando uma nova temática inspirada na nova visão ótica dos quadrinhos mundiais, estilo europeu, Sandman e por ai...
4. E como está sendo aceita a D.T.C. pelos brasileiros, agora que vocês mostraram que também podem fazer material de qualidade?
Está sendo ótima, tem muita gente que ainda não conhece a revista e procura a gente para obter alguma edição. Estamos aprendendo com os erros e colocando a Ecos num patamar que muita gente gostaria de estar (principalmente em relação a publico, dificilmente uma HQ nacional possui um publico fixo de mais de mil leitores, é algo raro, e sabemos disso porque vendemos revistas, e quando acaba o estoque a gente pensa "Poxa, precisamos fazer mais", e isso é legal). Olha... a chegada do papel Pisa Brait (o mesmo utilizado pela Panini em suas edições) foi fundamental para isso também, todos os leitores gostaram muito do material.
Eu estou conversando com mais de vinte pessoas, e com todas é apenas um assunto: Guardião.
5. Quando vocês puderam ter o prazer de ver o primeiro HQ da D.T.C. publicado e sendo vendido junto a outros grandes HQs?
Foi no final de 2007. Lançamos a Ecos n°1 (Teste) para ver qual seria a reação do publico, e foi super positiva... Poderíamos ter lançado outra em curto tempo, mas ai veio o problema das pessoas que trabalhavam com a gente, a fama subiu a cabeça, e o projeto parou, pelo fato da gente não ter equipe de produção... Mas é um problema que graças a Deus foi resolvido.
6. Em média, com quantas pessoas conta a equipe atual da D.T.C.?
No total de 13 pessoas.
7. Não há certa dificuldade para manter as revistas com 13 pessoas?
Não, tipo, só para o título da Ecos, ficam 5 pessoas: roteirista, desenhista, arte-finalista, letreador e diagramador e por último, o revisor. Estamos colocando mais um título nas bancas, são mais cinco pessoas. Fora os especiais que estão programados para o ano. A galera se entendi numa boa, um ajudando o outro e a produção anda de forma perfeita.
8. Falando dos projetos, o que aguarda os leitores neste ano? Quais os especiais? (caso você possa divulgar, lógico)
Bom... a Ecos continua com força total, entra em cena o novo título: Universo D.T.C, que irá mostrar outros personagens da D.T.C, e no segundo semestre, sai o especial Silêncio Mortal (Guardião e Lobo Guará de Carlos Henry). O mar de Sangue ainda está sendo estudado... Temos em mente também, lançar uma revista estilo Wizmania, mas só de quadrinhos nacionais, porem, estamos estudando ainda!
9. Tratando mais desse universo criado por vocês, pode nos contar um pouco sobre os personagens da D.T.C.? (tenho conhecimento apenas do Guardião e Vitrine)
Olha só, dos outros personagens, realmente é ultra secreto, ainda pelo fato, que só queremos divulgar quando todo material estiver pronto para impressão, tipo, um mês antes estaremos divulgando na net outros personagens do universo D.T.C.
10. Certo, então fale para nós um pouco sobre o Guardião e o Vitrine mesmo, para que os leitores tomem conhecimento.
Com certeza será um dos duelos mais interessantes já vistos, porque o Guardião veste uma armadura de ultima geração e ainda é meta-humano. Já o vitrine, é apenas um homem normal, um serial-kiler que possui como sua grande virtude a esperteza. Tenho certeza que será um dos melhores duelos do quadrinho nacional...
11. Amanda, para curiosidade minha e dos leitores, pode nos dizer o que significa a sigla D.T.C.?
É uma sigla simples, é o próprio nome do Diogo, só que completo. (Diogo Tavares Costa)
12. Como vocês da D.T.C. se sentem ao ver suas HQs sendo vendidas nas bandas do Brasil?
Quase realizados, pois ainda faltam muitos lugares para chegar a revista, e em determinados estados à demora é imensa, temos muita batalha pela frente ainda...
13. Para finalizar, o que você pode dizer para aqueles que sonham em um dia trabalhar com HQs aqui no Brasil, e quem sabe alcançar o sucesso que vocês alcançaram?
Firmeza, União entre os amigos, honestidade, humildade, acreditar no potencial do personagem no qual você quer lançar no mercado e acima de qualquer coisa, a fé em DEUS., Esses são as peças fundamentais para o sucesso de qualquer pessoa!
Para aqueles que ficaram interessados e pretendem adquirir as edições da D.T.C., é possível fazê-lo por pedidos por e-mail (Diogo.t.c@hotmail.com). Além disso, desde o dia 27 a Ecos Sombrios está sendo vendida em lojas especializadas por todo o Brasil.
As edições da D.T.C. são em formato 17x26 com miolo em papel Pisa Brait, e quem quiser adquirir as três edições (releitura da primeira, a segunda e a terceira) pagaram quatro reais incluindo postagem.
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Re: TEXTOS PARA REVISÃO - # 10
Texto: cpt_knight
Diagramação: Kio
2 páginas
Diagramação: Kio
2 páginas
cpt_knight escreveu:
A QUEDA DE ZHINDAO
Imóvel na torre mais ao norte da amurada principal, sua silhueta era inconfundível. Os mais jovens o observavam com admiração. Os mais experientes o observavam com respeito. Mas os veteranos, os poucos que ainda estavam nas fileiras do exército do reino de Zhindao, sabiam que aquilo era um mau presságio.
Gyang Thai, o mais lendário guerreiro daquele reino. Nos áureos anos do rei Biamei No, ele se destacou por sua força, coragem e crueldade. Muitos diziam que a expansão do reino se devia única e exclusivamente a ele. Tal era sua destreza em batalha, que lhe foi concedido o comando de um batalhão – os Guerreiros da Lâmina Rubra, que levou o flagelo e o caos para os adversários de Zhindao. Quando as guerras se acabaram por já não haver quem pudesse fazer face ao poderio do reino, ele se tornou o chefe da guarda de elite do rei. E assim permaneceu até a morte do soberano.
Isolou-se, então, nas montanhas meridionais de Zhindao, onde começou a trabalhar como ferreiro – a maneira que encontrou de se manter lidando com armas. Nem seu vilarejo natal, nem a grande capital o atraíram. Era no campo de batalha o único lugar em que se sentia a vontade.
Os anos se passaram e com eles veio a divisão do reino entre os três príncipes herdeiros. Cada qual preocupado com riquezas e vaidades, negligenciaram as fronteiras e a preparação de seus exércitos. Zhindao, antes respeitado e temido, tornou-se cobiçado alvo de seus vizinhos. Sobretudo de um antigo aliado, o reino de Mayang.
O inevitável aconteceu. Forças invasoras assaltaram as terras de Zhindao. O mais velho dos princípes tentou se opôr aos inimigos e caiu lutando junto com suas tropas. O irmão do meio fugiu no meio da batalha, deixando seu exército à própria sorte. O último legado de Biamei No, a outrora orgulhosa cidade-fortaleza de Pyan Mu, sede do governo de seu filho mais novo, era o último bastião de Zhindao e próxima presa dos inimigos.
Os remanescentes do reino foram mobilizados, cada homem e mulher. Foi quando Gyang Thai saiu de seu exílio. A idade já pesava sobre seus ombros – não possuía mais a agilidade e a força da juventude, já não poderia lutar na linha de frente, mas sabia que sua presença traria inspiração. E o destino havia sorrido mais uma vez para ele, dando-lhe a oportunidade de uma batalha mais.
Os soldados se afastavam ao vê-lo passando com sua antiga armadura. Os comandantes respondiam a suas reverências. Levando consigo sua lança de larga lâmina, seu arco longo a tiracolo e três aljavas de flecha, Gyang Thai subiu resolutamente para sua posição.
E do alto da torre mais ao norte da amurada da cidade-fortaleza, ele viu o sol se levantar no horizonte naquele dia glorioso. Orou aos seus antepassados, rogando para que pudesse fazer cair tantos adversários quanto possível. Viu as inúmeras fileiras alinhadas do exército inimigo em ordem de batalha. Sentiu um frêmito percorrer seu corpo. Não era medo, nunca soube o que era isso. Era êxtase, a sensação que o acompanhou em cada luta que travou e que agora estava de volta.
Acompanhou a comitiva de nobres e o próprio monarca de Mayang se aproximar para propor a rendição. Viu o jovem príncipe e seu séquito sair pelos portões da fortaleza e se dirigir para o ponto de encontro. Mas não acreditou quando o príncipe desceu do seu cavalo e se ajoelhou diante do monarca inimigo. De súbito entendeu o que estava acontecendo: o príncipe iria se render, numa tentativa de manter suas terras e seus servos, se tornando um lacaio de Mayang.
A surpresa deu lugar a ira. Sem hesitar, retesando seu arco, Gyang Thai fez um disparo. A flecha atravessou os ares e acertou o peito do monarca de Mayang. Seguiu-se uma escaramuça, onde o príncipe e seus acompanhantes foram mortos. E, a uma ordem de um enraivecido general, as hordas inimigas avançaram em fúria, para vingar seu rei.
Gyang Thai selara, assim, a sorte do reino de Zhindao e de seu povo. Mas por nada, nem ninguém, ele iria abrir mão do direito de morrer como um guerreiro.
.....
E por muito tempo foi cantada a queda de Pyan Mu, sua resistência desesperada e inútil. E de como o último homem na última torre não se rendeu, nem se entregou – lutando até seu último suspiro, com um ensandecido sorriso no rosto.
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Re: TEXTOS PARA REVISÃO - # 10
Texto: Secolo
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2 páginas
PRIMEIRO AMOR
-Até hoje me lembro do meu primeiro amor. – dizia Osvaldo. Ela era a coisa mais linda que eu já vira, você sequer pode imaginar o quanto...
Depois de falar isso, ele ficou em silêncio por cerca de uns cinco minutos. Seu olhar estava perdido, e eu não tinha a mínima idéia de quem era aquele senhor de idade já avançada, que sentara-se ao meu lado. Sabia apenas que seu nome era Osvaldo, assim como o meu.
Fiquei esperando que ele voltasse a falar, pois aquela noite, ao menos para mim, estava sendo muito estranha. Eu saíra de casa para revelar todo o meu amor à Lúcia, uma colega minha, pela qual eu já nutria uma paixão platônica há mais de dois anos, sem jamais ter a coragem de contar-lhe. Mas eu decidira que aquele seria o fim de minha espera angustiante, sonhara e imaginara que ela aceitaria o meu sentimento, contudo, ela nada sentia por mim.
Saí de sua casa, desesperado, sofrendo e chorando, não tinha a menor idéia do que fazer, apenas desejava morrer, acabar com minha vida. Naquele momento eu me encontrava tão insano que, ao chegar no viaduto da cidade, quis me jogar de encontro com a morte. Mas, ao invés disso, sentei-me no meio-fio e ali fiquei com minha terrível dor. Foi nesse momento que Osvaldo sentou-se ao meu lado, disse seu nome, e procurou puxar conversa, entretanto, eu ficara em silêncio, não queria falar com ninguém, queria apenas ficar sozinho.
-Ela se chamava Lúcia e, para mim, era perfeita, com seus cabelos castanhos e ondulados, seu sorriso era maravilhoso. Seus olhos eram duas pequenas e brilhantes estrelas, suas mãos eram delicadas, assim como, como toda ela...
Osvaldo novamente me olhou, com um olhar perdido no passado – ao menos assim eu pensava.
-Mantive o meu amor por ela, por muito tempo, em segredo, guardava toda a paixão apenas para mim, até que um dia, num acesso de loucura, não sei, fui até a casa dela e chamei-a para conversar, mal sabia o que deveria dizer. Sentia apenas minhas pernas bambas, o estômago gelado, o sangue a me fugir das veias, eu era, ali, o próprio retrato do medo. Naquele dia fiquei olhando para ela, desejava tocá-la, beijá-la, mas eu não fazia nada.
-Ela então me perguntou o que eu queria – continuou Osvaldo. – e eu comecei a gaguejar, e tentar lhe falar, até que saíram as palavras que há tanto tempo eu desejava dizer. Naquele instante, achei que ela iria pular em mim e me cobrir de beijos, mas nada disso aconteceu. Ela apenas olhou para mim e disse que o que eu fizera era muito bonito, que gostava de mim como amigo, e, para meu martírio, que estava apaixonada também, mas por outra pessoa...
Novamente ele ficou em silêncio, eu também nada falara até aquele momento e não sabia aonde ele queria chegar, mas fiquei esperando.
-Eu quis me matar quando ela falou aquilo, jamais imaginei ficar sem o amor dela, era a minha primeira paixão, e faria tudo que ela pedisse, mas aquela descoberta fora demais para mim, eu sabia que ela não namorava ninguém, por isso fora procurá-la e lhe revelar todos os meus sentimentos. Mas antes de sair da casa dela, ela me disse que sabia o que sentia, pois ela queria ter a mesma coragem que eu tive, para se declarar ao rapaz que encantava seu coração.
-Depois que me despedi dela, desejava apenas acabar com minha vida, destruir minha existência. Meus pensamentos eram egoístas, pois por causa de um curto não, queria acabar com tudo. Não pensei naquele momento em meus pais, em meus amigos, pensava apenas em mim...
Olhei para ele e vi algumas lágrimas rolarem por seus olhos, e aguardei o fim de sua história, que ele contou-me apenas minutos depois.
-Minha dor era tanta, que cheguei numa ponte e decidi pular, mas ao olhar o rio vi meu reflexo e percebi que se eu pulasse naquele momento e morresse, eu encontraria a cura de minha dor e o fim do meu sofrimento, mas também que ao morrer, as pessoas de quem eu tanto gostava também sofreriam, e o que é pior, eu colocaria um enorme fardo de culpa sobre Lúcia, pois ela saberia que minha morte ocorrera por sua causa. Desisti então dessa idéia e resolvi lutar para conquistar seu amor. Mas sempre que a via, eu ficava em silêncio, me apaixonando cada vez mais, até que um dia, sem explicação meus sentimentos por ela começaram a diminuir, porém, posso lhe dizer que jamais a esqueci. Nunca fiquei com ela, mas até hoje me lembro dela...
Osvaldo então levantou e tal qual como chegou foi embora. Fiquei por mais algum tempo sentado no meio-fio do viaduto. Depois fui embora.
Já se passaram muitos anos desde aquele dia, encontrei outras paixões, mas nenhuma delas me fez esquecer o meu amor por Lúcia. E somente agora, compreendi o motivo daquele senhor idoso ter entrado em minha vida.
Apenas agora percebi as coincidências de sua história com minha vida, pois hoje, depois de ter acabado de jantar, fui escovar os dentes e olhei-me no espelho e vi as mesmas feições de Osvaldo. Naquele instante, lembrei-me de sua história e das suas coincidências com minha vida. Seu nome, o nome de sua primeira amada, sua confissão de amor, sua desilusão, seu desejo de se matar.
Tanto a forma como ele chegara, como saíra, havia sido muito estranha, pelo menos assim pensei em todos esses anos. Posso até estar enganado, mas acredito que aquele senhor, cujo olhar – para mim – parecia estar perdido no passado, na realidade estava perdido no presente, pois hoje, creio que aquele velhinho era eu...
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PRIMEIRO AMOR
-Até hoje me lembro do meu primeiro amor. – dizia Osvaldo. Ela era a coisa mais linda que eu já vira, você sequer pode imaginar o quanto...
Depois de falar isso, ele ficou em silêncio por cerca de uns cinco minutos. Seu olhar estava perdido, e eu não tinha a mínima idéia de quem era aquele senhor de idade já avançada, que sentara-se ao meu lado. Sabia apenas que seu nome era Osvaldo, assim como o meu.
Fiquei esperando que ele voltasse a falar, pois aquela noite, ao menos para mim, estava sendo muito estranha. Eu saíra de casa para revelar todo o meu amor à Lúcia, uma colega minha, pela qual eu já nutria uma paixão platônica há mais de dois anos, sem jamais ter a coragem de contar-lhe. Mas eu decidira que aquele seria o fim de minha espera angustiante, sonhara e imaginara que ela aceitaria o meu sentimento, contudo, ela nada sentia por mim.
Saí de sua casa, desesperado, sofrendo e chorando, não tinha a menor idéia do que fazer, apenas desejava morrer, acabar com minha vida. Naquele momento eu me encontrava tão insano que, ao chegar no viaduto da cidade, quis me jogar de encontro com a morte. Mas, ao invés disso, sentei-me no meio-fio e ali fiquei com minha terrível dor. Foi nesse momento que Osvaldo sentou-se ao meu lado, disse seu nome, e procurou puxar conversa, entretanto, eu ficara em silêncio, não queria falar com ninguém, queria apenas ficar sozinho.
-Ela se chamava Lúcia e, para mim, era perfeita, com seus cabelos castanhos e ondulados, seu sorriso era maravilhoso. Seus olhos eram duas pequenas e brilhantes estrelas, suas mãos eram delicadas, assim como, como toda ela...
Osvaldo novamente me olhou, com um olhar perdido no passado – ao menos assim eu pensava.
-Mantive o meu amor por ela, por muito tempo, em segredo, guardava toda a paixão apenas para mim, até que um dia, num acesso de loucura, não sei, fui até a casa dela e chamei-a para conversar, mal sabia o que deveria dizer. Sentia apenas minhas pernas bambas, o estômago gelado, o sangue a me fugir das veias, eu era, ali, o próprio retrato do medo. Naquele dia fiquei olhando para ela, desejava tocá-la, beijá-la, mas eu não fazia nada.
-Ela então me perguntou o que eu queria – continuou Osvaldo. – e eu comecei a gaguejar, e tentar lhe falar, até que saíram as palavras que há tanto tempo eu desejava dizer. Naquele instante, achei que ela iria pular em mim e me cobrir de beijos, mas nada disso aconteceu. Ela apenas olhou para mim e disse que o que eu fizera era muito bonito, que gostava de mim como amigo, e, para meu martírio, que estava apaixonada também, mas por outra pessoa...
Novamente ele ficou em silêncio, eu também nada falara até aquele momento e não sabia aonde ele queria chegar, mas fiquei esperando.
-Eu quis me matar quando ela falou aquilo, jamais imaginei ficar sem o amor dela, era a minha primeira paixão, e faria tudo que ela pedisse, mas aquela descoberta fora demais para mim, eu sabia que ela não namorava ninguém, por isso fora procurá-la e lhe revelar todos os meus sentimentos. Mas antes de sair da casa dela, ela me disse que sabia o que sentia, pois ela queria ter a mesma coragem que eu tive, para se declarar ao rapaz que encantava seu coração.
-Depois que me despedi dela, desejava apenas acabar com minha vida, destruir minha existência. Meus pensamentos eram egoístas, pois por causa de um curto não, queria acabar com tudo. Não pensei naquele momento em meus pais, em meus amigos, pensava apenas em mim...
Olhei para ele e vi algumas lágrimas rolarem por seus olhos, e aguardei o fim de sua história, que ele contou-me apenas minutos depois.
-Minha dor era tanta, que cheguei numa ponte e decidi pular, mas ao olhar o rio vi meu reflexo e percebi que se eu pulasse naquele momento e morresse, eu encontraria a cura de minha dor e o fim do meu sofrimento, mas também que ao morrer, as pessoas de quem eu tanto gostava também sofreriam, e o que é pior, eu colocaria um enorme fardo de culpa sobre Lúcia, pois ela saberia que minha morte ocorrera por sua causa. Desisti então dessa idéia e resolvi lutar para conquistar seu amor. Mas sempre que a via, eu ficava em silêncio, me apaixonando cada vez mais, até que um dia, sem explicação meus sentimentos por ela começaram a diminuir, porém, posso lhe dizer que jamais a esqueci. Nunca fiquei com ela, mas até hoje me lembro dela...
Osvaldo então levantou e tal qual como chegou foi embora. Fiquei por mais algum tempo sentado no meio-fio do viaduto. Depois fui embora.
Já se passaram muitos anos desde aquele dia, encontrei outras paixões, mas nenhuma delas me fez esquecer o meu amor por Lúcia. E somente agora, compreendi o motivo daquele senhor idoso ter entrado em minha vida.
Apenas agora percebi as coincidências de sua história com minha vida, pois hoje, depois de ter acabado de jantar, fui escovar os dentes e olhei-me no espelho e vi as mesmas feições de Osvaldo. Naquele instante, lembrei-me de sua história e das suas coincidências com minha vida. Seu nome, o nome de sua primeira amada, sua confissão de amor, sua desilusão, seu desejo de se matar.
Tanto a forma como ele chegara, como saíra, havia sido muito estranha, pelo menos assim pensei em todos esses anos. Posso até estar enganado, mas acredito que aquele senhor, cujo olhar – para mim – parecia estar perdido no passado, na realidade estava perdido no presente, pois hoje, creio que aquele velhinho era eu...
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Re: TEXTOS PARA REVISÃO - # 10
Texto: Haziel
2 páginas (p/ o # 11)
2 páginas (p/ o # 11)
Haziel escreveu:Espero que gostem desta humilde contribuição minha:
Trago aos leitores do Farrazine um conto da coletânea de contos angelicais do selo “Extreme Comics”, chamada Missão Angelical, lançada para promover uma futura HQ do selo, que é uma parceria dos grupos The Centurions e SoQuadrinhos.A Estrela
Ela ministrava aula com muito entusiasmo, fazia todos se interessarem pelo assunto dado, e alguns até mesmo por ela, pois era apaixonante. Mas, por baixo de tudo isso, notava-se certa tristeza escondida.
Mas o que poderia ser? Ela é linda de corpo e alma, todos a amam... é bem sucedida no trabalho de professora de línguas (principalmente antigas), é Doutora em uma universidade no norte do país... é casada, e bem casada com um advogado, como alguns amigos poderiam dizer. É aparentemente muito feliz, afinal ela sorria o tempo todo!
Então, o que poderia estar faltando? O que aquele rosto tão meigo e angelical poderia estar mascarando? Poderia ela ter um segredo?...
É tarde da noite, ela observa as estrelas da janela de seu quarto, como faz vez por outra ao pôr-do-sol ou próximo a seu nascer. Seu marido viajou a trabalho... nesta noite as estrelas estavam mais brilhantes que em outras... ela sorria!
Uma das estrelas se aproxima cada vez mais dela, pelo menos essa é a impressão que se tem. Ela sorri, pois lembra de uma promessa feita por alguém que já foi muito importante tempos atrás.
“- Dinah, meu amor... um dia trarei uma estrela dos céus, pra fazê-la brilhar só pra você, trazendo a luz de meu amor junto ao seu coração... esse será meu sinal!”
Ela não havia entendido o que ele quis dizer com “sinal”... no entanto, agora ao lembrar, ela sorri melancolicamente. Logo em seguida vem a surpresa, a “estrela” já estava a alguns metros dela. Surpresa maior foi ao notar por trás do brilho um objeto, era uma jóia em forma de estrela, um pingente que de forma surreal pairava a sua frente.
Nesse instante ela pôde perceber o que estava acontecendo, era seu presente, ele cumpriu a promessa. Agora ela tinha sua estrela vinda direto do céu, e se estivesse certa, a luz era a de um amor há muito tempo deixado... ela sorri, não o sorriso que todos vêem todos os dias, era um sorriso divino que há muito tempo não aparecia em seu rosto.
Mesmo distante, parecia que ele não a esquecera... apesar de agora ter outra vida, ela ainda lembrava de sua vida anterior. Vida essa que ninguém conhecia, nem mesmo seu próprio marido....
Certa época, há muito tempo e em outro lugar, ela fora um ser angelical, ainda o é, pois tão bela e cativante criatura só poderia ser um ANJO! Sim, esse é seu segredo, ela foi uma criatura divina tempos atrás...
Dinah (ou Estela, como é chamada hoje na terra) fora um anjo da cúpula de guerra angelical, uma guerreira celestial, combatia com a mesma paixão e entusiasmo que hoje ensina línguas. Ela tinha um grande amor entre os grandes guerreiros angelicais, eles eram muito felizes, não se tinha conhecimento de casal mais feliz em todo o reino angelical... mas, eis que durante A Grande Guerra ela recebe uma missão... missão essa que a feaz escolher entre o seu grande amor e a vontade de Deus!
Ela escolheu obedecer a vontade de Deus... um anjo-guerreiro só poderia fazer essa escolha, nada mais poderia fazer, apenas seguir adiante. E se ela tivesse decidido por contrariar a vontade do Senhor, o que poderia ter-lhe acontecido? Ela já havia ouvido falar de exemplos disso. E nunca passou por sua cabeça desobedecer....
Estela, olhando mais atentamente para o “sinal” percebeu uma inscrição: “Ani ohev otah”, para ela aquilo era muito familiar, era EU TE AMO em hebraico... e ela balbuciou: “- Ani ohev et otha”. Ficou em silêncio, pensando... então se indagou:
- Ele chegou? Ele lembra de mim, seria esse o amor que não conhece tempo ou distância? E agora o que farei? Eu sou humana agora, e estou casada com um humano, fiz a minha escolha tempos atrás...
Sua fé e fidelidade a Deus são inabaláveis... isso é inquestionável! Subitamente, lhe veio uma dúvida, a quem ela fez a vontade realmente? Afinal, contato direto com Deus nunca teve, poucos anjos tinham esse privilégio... quem lhe passou a missão fora outro anjo, um anjo superior que disse ter recebido orientação direta do Todo-Poderoso. Teria sido mesmo verdade? Se não o foi, por que esse anjo cometeria tal ato?
De repente ela percebe que talvez tenha agido tal qual os homens da Terra, obedecer sem questionar uma “suposta” vontade de Deus. Os homens costumam acreditar que um livro escrito por outros homens há menos de dois milênios, traz a palavra do próprio Deus nele. Até mesmo quando essa “palavra” diz que sua felicidade não importa, só importando obedecer cegamente o que lá está escrito.
Então ela volta a observar o céu, e a acariciar carinhosamente contra o peito a sua própria estrela...
Autor: Haziel
Adaptação: Haziel
Kio- Editor aposentado
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Re: TEXTOS PARA REVISÃO - # 10
Pode pegar qq um pra revisar? ^^'
Vou ficar com o do Elvis...
(sempre gostei dele )
Vou ficar com o do Elvis...
(sempre gostei dele )
Última edição por Aluada em Sex Fev 27, 2009 11:41 am, editado 1 vez(es)
Aluada- Apagatti da ilha de Lost
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Re: TEXTOS PARA REVISÃO - # 10
Pergunta 2: qndo revisar, envio a quem?
Aluada- Apagatti da ilha de Lost
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Re: TEXTOS PARA REVISÃO - # 10
Aluada escreveu:Pergunta 2: qndo revisar, envio a quem?
Pode escolher à vontade, caríssima.
Posta aqui mesmo com um REVISADO no topo
Kio- Editor aposentado
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Re: TEXTOS PARA REVISÃO - # 10
REVISADO
Elvis Presley – Ainda há espaço para o rei?
Muito já foi dito sobre Elvis e é indiscutível sua importância para a história da música ocidental. Sabemos de sua enorme influência sobre o rock como o conhecemos hoje, além de seus diversos e elogiados trabalhos com a música country e gospel. Mas nem todos sabem como e, mais importante, por que Elvis recebeu o “título” de rei do rock’n’roll.
Nos anos 50, início da carreira do artista, ainda não se havia estabelecido um gênero chamado rock’n’roll. De fato, o que existia era o já popular R&B e a música country, que fundidos tornaram-se o famoso “rockabilly”, o rock caipira, gênero musical no qual se enquadram vários dos primeiros sucessos do rei, como “That’s all right”, “Blue Moon of Kentucky”, “Memphis, Tennessee”, entre outros.
No entanto, Elvis estava longe de ser o único, e ouso dizer, longe de ser o melhor cantor de rockabilly da época. O que o diferenciava, porém, de artistas brancos como Pat Boone e Bill Haley era o “ato de rebeldia” realizado em quase todos os seus primeiros shows. Não, Elvis não arrebentou guitarras no palco (vide The Who), não ateou fogo a pianos (vide Jerry Lee Lewis), nem afirmou ser mais popular que Jesus Cristo (vide Beatles). Elvis... rebolou. E é aqui que os fãs me atiram pedras, enviam cartas de ódio à minha casa e ameaçam me esfaquear enquanto durmo. Mas é a verdade, senhoras e senhores, Elvis virou o rei porque ele rebolou.
Algo tão inocente, especialmente quando nos deparamos com a música brasileira hoje e seus “performers”, como dançar enquanto cantava, fez com que o rei se destacasse entre os demais. Lembremos que a sociedade norte-americana do momento — e vamos ser honestos, também o resto do mundo seguindo seus moldes — era um tanto conservadora e extremamente puritana — como o é até hoje, ainda que se tente provar o contrário. Um jovem branco cantando e, principalmente, dançando como negro era certeza de corrupção da juventude. E corrupção implica em “algo que você não deveria estar fazendo”, portanto “proibido”, o que nos leva àquilo que os jovens mais idolatram nesse universo: A oposição.
Opondo-se à música ouvida por seus pais e às regras de comportamento, os jovens brancos norte-americanos puderam se distanciar mais e mais dos valores de então. Assim, algo tão banal como mexer os quadris fez com que Elvis se tornasse a voz daquela geração, representando a necessidade de busca pelo novo.
Mas quando nos encontramos em pleno século 21, o novo milênio à beira de completar uma década, bem, nada disso parece importar. É como se não houvesse nada poderoso o bastante para chocar e, assim, mobilizar a juventude. Como pode algo tão “arcaico” quanto a simples... música competir com o Playstation, por exemplo? Essa é minha pergunta. E, pelo amor de Deus, isso não quer dizer que eu tenha alguma coisa contra o Playstation, longe de mim! A questão é: Quem, com menos de 20 anos e em sã consciência, quer ouvir Elvis Presley cantando seu rock caipira?
Pode uma canção como “Heartbreak Hotel” causar algum impacto hoje em dia? Ou mesmo a brega e ainda assim inesquecível “It’s now or never”? É quase impossível dizer. Eu poderia falar mais sobre Elvis, falar sobre sua carreira militar e seus trezentos e vinte e sete filmes havaianos. Eu poderia. Mas não vou. O Google pode fornecer essas informações. O que o Google pode não te dizer (talvez ele possa, mas não é provável) é que Elvis é único pela sua versatilidade imutável. Como é que é? Explico. A carreira do rei teve altos e baixos, suas músicas oscilaram do sexy R&B às baladinhas ingênuas, ao rock propriamente dito e até aos boleros pavorosos. No entanto, o artista sempre manteve o carisma inigualável em sua performance, seja em gravações ou lives. Há algo nas músicas desempenhadas por Elvis que podemos classificar como “sentimentalismo honesto” (favor não confundir com emo). O grande problema é que, na modernidade (sinônimo de praticidade), isso é ridículo, é simplesmente patético ser romântico (o que explica o ódio aos emos). Meu Deus! Como alguém é capaz de ligar Elvis aos emos? Sem pânico. Não há ligação direta. A diferença está na honestidade das letras, que combinadas à magnífica voz de Elvis, explorada e trabalhada em todo seu potencial apenas a partir de 1968, fizeram desse artista um ícone.
Falta honestidade na música pop hoje. Por essa razão, seria muito interessante se os jovens voltassem sua atenção não só a Elvis, mas também aos seus contemporâneos, como Johnny Cash, Chucky Berry, e até mesmo o ótimo Hank Williams, pioneiro da música country e grande influência no estilo do rei. Talvez esses talentos notáveis possam trazer alguma espécie de impacto positivo sobre os adolescentes, nem que seja apenas no sentido de levá-los a perceber o poder de transformação da boa música. Gosto de pensar que, rebolados a parte, esse foi (e, se não permitirmos que morra) sempre será o verdadeiro legado do Sr. Elvis Aaron Presley.
Jaqueline Scognamiglio
Elvis Presley – Ainda há espaço para o rei?
Muito já foi dito sobre Elvis e é indiscutível sua importância para a história da música ocidental. Sabemos de sua enorme influência sobre o rock como o conhecemos hoje, além de seus diversos e elogiados trabalhos com a música country e gospel. Mas nem todos sabem como e, mais importante, por que Elvis recebeu o “título” de rei do rock’n’roll.
Nos anos 50, início da carreira do artista, ainda não se havia estabelecido um gênero chamado rock’n’roll. De fato, o que existia era o já popular R&B e a música country, que fundidos tornaram-se o famoso “rockabilly”, o rock caipira, gênero musical no qual se enquadram vários dos primeiros sucessos do rei, como “That’s all right”, “Blue Moon of Kentucky”, “Memphis, Tennessee”, entre outros.
No entanto, Elvis estava longe de ser o único, e ouso dizer, longe de ser o melhor cantor de rockabilly da época. O que o diferenciava, porém, de artistas brancos como Pat Boone e Bill Haley era o “ato de rebeldia” realizado em quase todos os seus primeiros shows. Não, Elvis não arrebentou guitarras no palco (vide The Who), não ateou fogo a pianos (vide Jerry Lee Lewis), nem afirmou ser mais popular que Jesus Cristo (vide Beatles). Elvis... rebolou. E é aqui que os fãs me atiram pedras, enviam cartas de ódio à minha casa e ameaçam me esfaquear enquanto durmo. Mas é a verdade, senhoras e senhores, Elvis virou o rei porque ele rebolou.
Algo tão inocente, especialmente quando nos deparamos com a música brasileira hoje e seus “performers”, como dançar enquanto cantava, fez com que o rei se destacasse entre os demais. Lembremos que a sociedade norte-americana do momento — e vamos ser honestos, também o resto do mundo seguindo seus moldes — era um tanto conservadora e extremamente puritana — como o é até hoje, ainda que se tente provar o contrário. Um jovem branco cantando e, principalmente, dançando como negro era certeza de corrupção da juventude. E corrupção implica em “algo que você não deveria estar fazendo”, portanto “proibido”, o que nos leva àquilo que os jovens mais idolatram nesse universo: A oposição.
Opondo-se à música ouvida por seus pais e às regras de comportamento, os jovens brancos norte-americanos puderam se distanciar mais e mais dos valores de então. Assim, algo tão banal como mexer os quadris fez com que Elvis se tornasse a voz daquela geração, representando a necessidade de busca pelo novo.
Mas quando nos encontramos em pleno século 21, o novo milênio à beira de completar uma década, bem, nada disso parece importar. É como se não houvesse nada poderoso o bastante para chocar e, assim, mobilizar a juventude. Como pode algo tão “arcaico” quanto a simples... música competir com o Playstation, por exemplo? Essa é minha pergunta. E, pelo amor de Deus, isso não quer dizer que eu tenha alguma coisa contra o Playstation, longe de mim! A questão é: Quem, com menos de 20 anos e em sã consciência, quer ouvir Elvis Presley cantando seu rock caipira?
Pode uma canção como “Heartbreak Hotel” causar algum impacto hoje em dia? Ou mesmo a brega e ainda assim inesquecível “It’s now or never”? É quase impossível dizer. Eu poderia falar mais sobre Elvis, falar sobre sua carreira militar e seus trezentos e vinte e sete filmes havaianos. Eu poderia. Mas não vou. O Google pode fornecer essas informações. O que o Google pode não te dizer (talvez ele possa, mas não é provável) é que Elvis é único pela sua versatilidade imutável. Como é que é? Explico. A carreira do rei teve altos e baixos, suas músicas oscilaram do sexy R&B às baladinhas ingênuas, ao rock propriamente dito e até aos boleros pavorosos. No entanto, o artista sempre manteve o carisma inigualável em sua performance, seja em gravações ou lives. Há algo nas músicas desempenhadas por Elvis que podemos classificar como “sentimentalismo honesto” (favor não confundir com emo). O grande problema é que, na modernidade (sinônimo de praticidade), isso é ridículo, é simplesmente patético ser romântico (o que explica o ódio aos emos). Meu Deus! Como alguém é capaz de ligar Elvis aos emos? Sem pânico. Não há ligação direta. A diferença está na honestidade das letras, que combinadas à magnífica voz de Elvis, explorada e trabalhada em todo seu potencial apenas a partir de 1968, fizeram desse artista um ícone.
Falta honestidade na música pop hoje. Por essa razão, seria muito interessante se os jovens voltassem sua atenção não só a Elvis, mas também aos seus contemporâneos, como Johnny Cash, Chucky Berry, e até mesmo o ótimo Hank Williams, pioneiro da música country e grande influência no estilo do rei. Talvez esses talentos notáveis possam trazer alguma espécie de impacto positivo sobre os adolescentes, nem que seja apenas no sentido de levá-los a perceber o poder de transformação da boa música. Gosto de pensar que, rebolados a parte, esse foi (e, se não permitirmos que morra) sempre será o verdadeiro legado do Sr. Elvis Aaron Presley.
Jaqueline Scognamiglio
Aluada- Apagatti da ilha de Lost
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Re: TEXTOS PARA REVISÃO - # 10
Texto: Snuckbinks
Diagramação: Snuck
Revisão: Mainardi
REVISADO
Observação: creio ser importante manter os tipo itálicos nas palavras emque estes aparecem
SCI-FI - A PRIMEIRA VEZ
Em janeiro de 2009 completou 107 anos que foi exibido o que é considerado o primeiro filme de ficção científica: "Le Voyage dans la lune". Mesmo que você nunca o tenha assistido, tenho absoluta certeza que você já deve ter visto a famosa imagem do foguete sendo cravado no olho da Lua.
É claro que não há plena certeza sobre esse ser o primeiro, pois em 1902 muitos pioneiros da 7ª arte se aventuravam por esses caminhos, mas a certeza que se tem é que George Méliès foi o primeiro cineasta ligado ao gênero de ficção científica, bem como o primeiro a fazer muita coisa ligada a esse campo.
Por exemplo: foi o primeiro a usar maquiagem para caracterizar alienígenas; pintava os quadros da película para obter cor na tela; esteve também entre os primeiros cineastas a utilizar efeitos especiais, estes eram exagerados na tela, realmente para maravilhar o espectador e eram efeitos para se notar e admirar; para encantar e por que não, assustar o público. E num tempo onde o hábito era apenas mostrar cenas do cotidiano; sem continuidade ou sequer mesmo história, apenas gravações, Méliès cria a continuidade das cenas e os storyboards.
Foi também o primeiro a utilizar técnicas conhecidas como fade in e fade out, que é quando a imagem vai esmaecendo pra dar lugar à outra imagem.
Sua experiência de teatro permitiu com que ele criasse os cenários que utilizaria na sua filmagem, dando assim toda a impressão de profundidade e ambientação; utilizando a própria câmera para fazer sobreposições, ou uma espécie de ilusão de ótica, sempre com o intuito de criar o que chamamos hoje de "magia do cinema".
O filme de 14 minutos, baseado nos livros de Júlio Verne e H.G. Wells, mostra os esforços de uma equipe de astrônomos fabricando uma nave, explorando a Lua, e o encontro com seres alienígenas; bem como a fuga desse lugar. O filme tem um ar surreal, mas é divertido.
Nessa produção Méliès participou em quase tudo: foi roteirista, ator, produtor, cenógrafo, figurinista e fotógrafo; além de dirigir, criou os efeitos especiais que, como vimos acima, foram inovadores e serviram de base para chegarmos ao que temos hoje.
Vale ressaltar que Méliès era mágico ilusionista, e teve seu primeiro contato com cinema quando, a convite dos irmãos Lumière, assistiu a primeira sessão de cinema ocorrida no Grand Café. Os Lumière tinham acabado de criar uma máquina chamada cinematógrafo; máquina que exibia imagens capturadas em fotogramas e as projetava de forma acelerada, dando assim a impressão de movimento.
Méliès ficou admirado. No exato momento viu as inúmeras possibilidades em que poderia aplicar a máquina durante suas apresentações de ilusionismo; e tentou, embora sem sucesso, comprar tal máquina. Insistente e mostrando que além de gostar de desafios, queria mesmo era superá-los, construiu seu próprio cinematógrafo em 1896.
Mesmo tendo sido o idealizador de tudo isso que vimos, já em 1912 estava falido. E mesmo tendo sido redescoberto em 1926, quando teve reconhecimento por seu pioneirismo, assim como cerca de 500 filmes restaurados, morreu na miséria.
Se você tiver um tempinho livre, coisa de 8 minutos, procure esse vídeo; ele pode ser assistido gratuitamente na internet. Se você gosta de cinema e do gênero de SCI-FI, sem dúvida vai se encantar com esse vídeo, e lembre-se: ele foi gravado em 1902, portanto não espere nada estilo Peter Jackson. Aliás, duvido muito que teríamos pessoas do calibre de Peter se não houvesse pessoas como Méliès.
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