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FARRAZINE # 11 - TEXTOS E REVISÕES **Lar da Maravilha Mascarada**

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Mensagem por Kio Seg Mar 16, 2009 1:06 pm

Colem os textos aqui, por favor.


Última edição por Kio em Sex maio 15, 2009 3:54 pm, editado 3 vez(es)
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Mensagem por Kio Seg Mar 16, 2009 1:20 pm

Texto: Brontops
Diagramação: Rodrigo
Revisão: Aluada
2 páginas


Godzila bravo

Kaiju é o nome em japonês dos filmes de monstros gigantes. O mais famoso dos filmes de monstros gigantes aqui no Ocidente é Godzilla. Acredito ser interessante saber um pouco mais sobre um evento ocorrido um pouco antes do lançamento do filme e que pode ter influenciado seu impacto de maneira decisiva.

Em 1º de março de 1954, os EUA realizaram um teste com um artefato nuclear no atol de Bikini, no Pacífico. O teste for mal calculado e a explosão foi um “pouco” maior do que a esperada, provocando uma chuva atômica branca sobre a força naval de 10 mil militares reunidas para observação, em um lugar (esperava-se, antes da coisa acontecer) seguro. O teste, cujo nome-código era Bravo, criou uma cratera de 75 metros de profundidade e dois quilômetros de diâmetro.

Em dois de março, meteorologistas norte-americanos foram retirados de uma ilha distante 213 quilômetros da detonação. Dois dias depois, começaram a ser evacuados os habitantes da ilha Rongelap, localizada a 144 quilômetros do teste. Flocos radioativos “nevaram” sobre a ilha apenas quatro horas depois do teste e formaram uma camada sobre o solo de alguns centímetros. Inocentes do perigo, os habitantes logo passaram a sofrer de diarréia, vômitos, queimaduras na pele, perda de cabelo, hemorragias. Sintomas similares aos sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki.

Duas semanas mais tarde, o governo norte-americano ainda mantinha o assunto oculto. Mas um pesqueiro japonês chamado Fukuryu Maru retornou ao porto de Yaizu. Eles estavam a 150 quilômetros a leste do atol, bem afastados da área de segurança do teste. Mesmo assim todos os 23 membros da tripulação sofriam com os efeitos da radiação. Eles viram o clarão da explosão e, três horas depois, uma tempestade de “neve” cobriu o convés. Intrigados e com vontade de fazer uma lembrança, alguns tripulantes guardaram aquela coisa em garrafas (o que me lembrou o caso do Césio 137 em Goiás). Depois lavaram o convés do navio, certamente salvando suas vidas. A situação provocou pânico no Japão: toneladas de pescado foram destruídas; sindicatos, políticos e jornais exigiam o fim imediato dos testes que continuaram a se realizar no Pacífico.

Em novembro de 1954, estreou nos cinemas japoneses o filme Gojira ou, como conhecemos por aqui, Godzilla. O livro “Homens do Fim do Mundo”, de P.D.Smith (de onde retirei esta história) afirma que Godzilla foi inspirado em um filme B norte-americano de 1953 (um dinossauro é despertado por testes nucleares e ataca Manhattan). Segundo o autor, existem claras referências a este episódio do teste Bravo: no início de Godzilla, a tripulação de um barco testemunha o surgimento do monstro e os sobreviventes avisam sobre a criatura. Pessoalmente, acho um prazo apertado para uma inclusão no roteiro, mas como não entendo nada de cinema... Quem sabe?

Além da explosão acordar a besta de seu berço esplêndido, ela tornou o monstro radioativo. No filme, contadores Geiger eram usados em suas pegadas gigantescas. Produtores do filme confirmaram o objetivo de criar uma “cara monstruosa” para a bomba atômica. E conseguiram: o filme foi um sucesso no Japão, pessoas assistiam em silêncio, muitas saíam do cinema chorando, as lembranças de Hiroshima e Nagasaki ainda frescas na cabeça.

Na realidade, quando se percebeu que o objetivo dos militares norte-americanos era realmente jogar uma bomba atômica sobre cidades japonesas, uns poucos cientistas tentaram fazer abaixo-assinados e até propuseram que se fizesse uma demonstração “pública” para dar ao inimigo a chance de rendição. Ninguém escutou, envolvidos que estavam no esforço de guerra e na ânsia de mostrar aos soviéticos sua força. O livro relata os esforços de um dos criadores da bomba, Leo Szilard, em divulgar os catastróficos efeitos de uma guerra nuclear e na possibilidade de que uma única bomba pudesse envenenar todo o globo e exterminar a vida na Terra (com exceção, como se sabe, das baratas).

O teste Bravo esclareceu com maior veemência que o vento nuclear era um perigo real. Infelizmente, nada como um caso prático como este do Teste Bravo para surtir mais efeito. Anos depois, em 1957, os argentinos Héctor Germán Oesterheld (nos roteiros) e Francisco Solano López (nos desenhos) criaram a apavorante e sensacional história “El Eternauta” (há rumores de que vem um filme por aí) que inicia com uma estranha neve fosforescente que desaba durante uma madrugada eliminando a maior parte da vida no mundo.

A mesma idéia reside na “bomba suja” que é um dos maiores medos do governo norte-americano. Um grupo terrorista poderia criar uma única bomba capaz de realizar um estrago sem precedentes e no mundo inteiro. Uma guerra na periferia do mundo (entre Paquistão e Índia ou entre as Coréias) pode despertar este monstro. Apesar de seu tamanho, Godzilla ainda espreita nas sombras.


Última edição por Kio em Ter Mar 17, 2009 1:22 pm, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Rodrigo! Seg Mar 16, 2009 11:15 pm

Posso pegar esse?
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Mensagem por Mainardi Ter Mar 17, 2009 7:08 am

Para revisar ou diagramar?
Aliás, adorei esse texto!
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Mensagem por snuckbinks Ter Mar 17, 2009 7:12 am

KLio, tem o texto do NANO também, sobre a EC.
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Mensagem por Kio Ter Mar 17, 2009 8:16 am

Texto: Nano
5 páginas


A SAGA DA EC COMICS
Vão fazer um filme sobre William M. Gaines. Mas você sabe quem é ele?

Por Nano Falcão


Muitos filósofos já disseram que a História nada mais é que a versão dos vencedores. O mesmo vale pra saga dos quadrinhos americanos. Esta é a história de um herói maldito dos comics. Seu nome não é tão conhecido como de Stan Lee, nem tão reverenciado quanto de Will Eisner, ou controverso como Alan Moore. Ele não ganha matérias nas revistas especializadas.

Mas este homem, num momento chave na evolução dos quadrinhos norte-americanos – os mesmos quadrinhos que serviram de referência e inspiração para o surgimento desta mídia em todo o mundo, inclusive o Japão e Europa – viu no que a nona arte poderia se tornar e caminhou sem medo nesta direção, arriscando seu próprio dinheiro, nome e prestígio.

Seu nome era William M. Gaines e sua saga é a história da própria luta dos quadrinhos para amadurecerem e serem reconhecidos como arte e mídia capaz de entreter todas as idades, como qualquer outro segmento da industria cultural.


TAL PAI, TAL FILHO


No final dos anos 40, as histórias em quadrinhos já eram uma mídia consolidada. Nascendo no jornal, com milhões de leitores no mundo todo, havia se tornado uma mina de ouro com as revistas em quadrinhos e o gênero do super-herói, a partir do final dos anos 30. Mas apesar do sucesso dos sujeitos de colante colorido, principalmente junto às crianças, as HQs abraçavam muitos outros gêneros e públicos.

Devido principalmente aos jornais, lidos por adultos, os cadernos de quadrinhos traziam histórias policiais, comédias familiares, faroestes, suspense e ficção científica. A partir de 1940 Will Eisner, com seu Spirit, evoluiu não só a linguagem dos quadrinhos, mas também ampliou a temática, trazendo até temas sociais e dramáticos para as histórias.

Durante a segunda grande guerra, os gibis do Capitão América eram distribuídos para os soldados combatentes. Ali estava um super-herói que como eles arriscavam sua vida no front: O Capitão América não era invulnerável, se valia apenas de um escudo para proteger, e não tinha superpoderes.

Assim, logo após o final da segunda-guerra, quando os soldados voltaram para casa, os super-heróis começaram a cair de popularidade, e as revistas de western, crime, terror, ficção científica e fantasia tomaram conta do pedaço.

Isso não acontecia somente porque as crianças tinham se cansado dos super-heróis, mas porque elas tinham crescido. E os quadrinhos de western e terror eram bem mais simpáticos aos leitores mais velhos do que os gibis daqueles caras que vestiam fantasias coloridas e tinham superpoderes impossíveis.

Durante a Era de Ouro, quando pipocaram dezenas de editoras de quadrinhos atrás do sucesso em expansão, uma certa Educacional Comics, ou EC, se especializou em adaptações da bíblia e revistas românticas para garotas. Seu fundador, Maxwell Charles Gaines foi praticamente um dos pais das revistas em quadrinhos como conhecemos. Em 1933, realizou a primeira impressão em quatro cores em papel jornal plastificado, o que seria o padrão dos gibis dali por diante. Um ano depois, o velho Max Gaines, como era um sócio da All American Comics, quando a National comprou sua parte, pegou o dinheiro e fundou a EC, onde pôde colocar em prática o grande valor que dava para a educação como instrumento de desenvolvimento do ser humano e da sociedade. Por isso, seu filho, William M. Gaines teve amplo apoio para cursar uma faculdade.

“Bill” Gaines era professor universitário, quando, em 1947, o velho Charles faleceu, e de repente se viu a frente da empresa familiar. Os seus pares na faculdade enxergavam os quadrinhos apenas como subcultura, mas Gaines viu ali uma oportunidade: levar os quadrinhos a outro patamar.

Até então, os quadrinhos americanos seguiam uma linha ascendente de evolução e refinamento, e Gaines estava destinado a continuar de onde seus precursores pararam.

Primeiro, ele contratou para ser seu editor um certo Harvey Kurtzman, que já havia dado provas de seu talento como escritor e desenhista em gibis de guerra e terror para a National Comics (futura DC).Ele se juntou a Al Fedstein, um grande escritor de quadrinhos, que foi promovido também a editor. Juntos, eles selecionaram o que seria considerado o melhor time de artistas do período: Joe Orlando, Wally Wood, All Williamson, Frank Frazetta e Jack Davis, entre outros. Além de pagar melhor, eles permitiam que os autores assinassem o seu trabalho, ao contrário da National (futura DC) e da Timely (futura Marvel).

Gaines cancelou todos os gibis baseados na Bíblia e os romances açucarados e deu atenção para os gibis de terror que estavam vendendo bem. Ele apenas exigiu de Kurtzman e Feldstein que “não subestimassem a inteligência do leitor”. Ao invés de escrever para jovens, eles deveriam considerar que faziam revistas para todas as idades. As histórias tinham que ser atraentes para garotos de doze anos, mas também capazes de entreter homens na faixa dos 20 a 30 anos.

Além dos gibis de terror, que eram os mais populares da editora, grande sucesso tiveram as revistas sobre guerra, o tipo de gibi preferido de Kurtzman, e as de ficção científica, o tipo de gibi preferido de Gaines. Outro grande sucesso era a humorística MAD, que se tornou um fenômeno, parodiando a tudo e a todos, sem distinguir políticos de celebridades.

Em 1950, a EC ameaçava a National Comics, então líder do mercado e dona do Batman, Superman e Mulher-Maravilha, com um punhado de revistas que tinham como protagonistas personagens macabros como o Zelador da Cripta, a Bruxa Velha e o Guardião da Câmara. A National cancelou a maioria das revistas de super-heróis, praticamente só ficando com os três grandes, e concentraram esforços em revistas de western, guerra, ficção científica e até terror. Mas não funcionava. Além dos artistas da EC Comics serem muito superiores, a National tinha pudor demais para permitir aos autores contar esse tipo de história como se deveriam.

Na EC, não havia medo de olhar para o lado assustador do crime. Nem mesmo na alma da própria América. Shock Suspense Stories já na sua edição de estréia, a nº 01, trazia na sua capa um homem sendo executado na cadeira elétrica! A história já colocava em xeque a humanidade e eficiência do sistema legal americano, questionando a pena de morte. O nº 02 não fez menos barulhos: na capa, com uma passeata de 4 de julho de fundo, um bando de populares lincham alguém que eles chamam de comunista, enquanto um transeunte tenta impedi-los dizendo: “Não façam isto! É errado! Ajam como americanos!”

E o que dizer das histórias de ficção científica, publicadas nas revistas Weird Fantasy e Weird Sciense? Invariavelmente toda edição trazia uma história falando sobre os perigos da radiação atômica... em plena época de corrida armamentista, em que os EUA fabricavam mais e mais mísseis e começavam a construir usinas atômicas. Outras histórias mostravam o apocalipse, quando EUA e URSS estupidamente se destruíam mutuamente e acabavam com a vida na Terra.

Mas as histórias mais pertubadoras sem dúvida estavam nos gibis de terror, os famosos Tales from Cript (Contos da Cripta) e Haunt of Fear (O Caldeirão do Medo). Muitos destes contos desmistificam a vida de classe média das famílias americanas, mostrando casais se auto-destruindo através da insegurança, da cobiça, da inveja, da desconfiança, do ódio e do medo! Nunca a família norte-americana foi tão habilmente dissecada e exposta num microscópio como nessas singelas histórias de terror. No final, não eram coisas sobrenaturais que metiam medo... Mas justamente o próprio ser humano, sempre fazendo todo tipo de crueldade em busca do ganho próprio. Não era esse o modo americano? Vencer acima de tudo?

A CAÇA AS BRUXAS

A EC incomodava, por isso, não só os seus concorrentes, mas as autoridades, os jornalistas e políticos conservadores. Enquanto os EUA fabricavam bombas nucleares, enforcavam negros e perseguiam comunistas pelo simples fato deles exercerem o seu direito de livre pensar sendo comunistas, muitos meios de comunicação haviam se rendido as autoridades, com medo de serem também taxadas de comunas e perderem o seu público.

Na época, comunista era a palavra mágica, como terrorista é nos dias de hoje. Defende direitos iguais para negros e brancos? Era comunista. Acha que o governo deve oferecer saúde de graça para a população? Isso era comunismo. As mulheres devem ganhar o mesmo que os homens? Coisa de comunista. O quê, a favor do divórcio? Comunista!!!!!

Um certo senador chamado Joseph MacCarthy aproveitou da paranóia para fazer sua carreira, com o lema de “perseguir os comunistas que sabotavam a nação”. Tudo que havia de mal era visto como ação dos comunistas: aumento da criminalidade, revolta dos negros, até mesmo o rock’n roll. Questionar a América era não amar a América, e portanto coisa de comunista.

Fizeram uma devassa primeiro nos jornais, depois na literatura, e finalmente no cinema. Não sobrou nem para Charles Chaplin, que, inglês, foi praticamente deportado. E depois de expulsar os “vermelhos” (ou seja, qualquer um que tinha algum pensamento crítico sobre a sociedade vigente) sua atenção se voltou para os quadrinhos.

Quem deu fogo foi um certo “psicólogo” chamado Frederic Wertham (não parece nome de supervilão de gibi? Pois ele é... o maior de todos!). Escrevendo um livro chamado “A Sedução do Inocente”, Wertham alegou que o crescimento da criminalidade nos EUA era em conseqüência da violência das histórias em quadrinhos! Segundo ele, os gibis, principalmente os de terror, ao mostrar tantas cenas de assassinato, mutilação e sangue, incentivavam a prática do crime.

Vários jornais adoraram a idéia, e passaram a entrevistar Wertham quase diariamente, que também aparecia na TV e nas rádios. Os pais adoraram o sujeito que veio dizer que eles não fizeram nada de errado, a culpa era destes malditos gibis! Chegaram até mesmo a organizar fogueiras para queimá-los em algumas cidades. Corria o ano de 1953. Vinte anos antes, em 1933, um sujeito chamado Adolf Hitler chegara ao poder na Alemanha fazendo a mesma coisa com livros. Irônico não? Era essa a terra da liberdade e da democracia?

A comissão de investigação de atividades “anti-americanas” do Senador McCarthy abriu um subcomitê para investigar os quadrinhos. É claro que o Gaines foi um dos primeiros a serem convocados, porque seus gibis eram os mais polêmicos, e também, como exposto acima, os que mais alfinetavam as autoridades.

Gaines, ao invés de usar o direito da 5ª emenda para não declarar nada que o incriminasse, de maneira heróica, defendeu não só a EC Comics, mas as histórias em quadrinhos. Disse que seus gibis não eram destinados a crianças, mas a todas as idades, e ele não tinha culpa que as crianças também os comprasse. Tal pensamento, que gibis pudessem ser feitos para um publico preferencialmente adulto, não entrava na cabeça dos senadores e da imprensa norte-americana. Eles acharam que Gaines estava tentando se livrar da pecha de “corruptor de menores”.

Nem quando Gaines lembrou que em todas as histórias da EC Comics, o bandido sempre se dava mal, e todo mundo que praticava o mal e a violência acabava tendo um fim terrível, bastou para conter a sede de sangue da imprensa conservadora. Os jornais vomitavam editoriais que pediam o fim dos quadrinhos.

E as grandes editoras, o que fizeram neste momento de crise? Gaines tinha os convocado a luta, para que eles mesmo se regulassem e criassem algum tipo de selo, para os pais terem confiança nos quadrinhos que seus filhos compravam. O selo seria um garantia que nenhum gibi traria “conteúdo anti-americano”.

Mas os editores concorrentes viram na idéia uma oportunidade: sem a presença de Gaines, convocaram uma segunda reunião, onde eles criaram o seu próprio selo, muito mais restrito do que Gaines pretendia, que auto-censurava as editoras que trouxesse cenas de assassinato, sangue, mutilação, questionamento as autoridades (principalmente policias, as vitimas preferidas da EC). O código, inclusive, também impedia o uso das palavras "horror" e "terror", prejudicando, logicamente, a editora de Gaines. Desta forma, os donos de banca deveriam apenas comprar as revistas que tivessem o Comic Code, porque não iriam querer vender uma revista que não tivesse “material sadio” para os jovens americanos. E a EC não teria acesso ao Comics Code, uma vez que seus gibis mais populares tinham como base justamente todas aquelas coisas proibidas.

Com os gibis boicotados, as revistas foram sendo canceladas uma por uma. Até mesmo a MAD, que conseguiu continuar, teve seus problemas com a lei. A revista Mad chegou a ser proibida pelo governo e investigada pelo FBI, mais de uma vez, por incitar a delinqüência juvenil. Professores recolhiam cópias vistas com alunos. Ao menos na premissa do humor, Mad foi uma espécie de pré-Hustler: nela, nada era sagrado ou tabu. O motto de Gaines era “Não leve nada a sério demais”. Apolítico e ateísta, fazia questão de bater forte em política e religião.



Última edição por Kio em Ter Mar 17, 2009 9:45 am, editado 1 vez(es)
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FARRAZINE # 11 - TEXTOS E REVISÕES **Lar da Maravilha Mascarada** Empty Re: FARRAZINE # 11 - TEXTOS E REVISÕES **Lar da Maravilha Mascarada**

Mensagem por Kio Ter Mar 17, 2009 8:17 am

Continuação Texto do Nano



LEGADO


Em 1954 as revistas da EC Comics estavam canceladas, e o amadurecimento das histórias em quadrinhos abortado indefinidamente. Gibis de terror, crime, suspense e mistério tentavam aparecer, mas com tantas restrições eram todos tolos e sem graça. Os mais velhos não tinham mais motivos pra curtir os gibis, porque até aqueles de western, guerra e ficção científica que continuavam ficaram bobinhos por causa do Comic Code. Até os mocinhos do faroeste não matavam mais ninguém, não era visto nenhum corpo no chão num gibi de guerra...

Muitos dos autores de quadrinhos saíram do mercado – até seus nomes ficaram manchados por produzirem quadrinhos para a EC – e se tornaram grandes cartunistas, desenhando para jornais ou ilustrações para livros e revistas.

Assim, não demorou três anos para que os super-heróis voltassem com tudo; a moda das revistas para todas as idades havia sumido. E os quadrinhos estavam novamente no patamar de meado dos anos 40, uma mídia cuja maioria dos gibis tratavam de sujeitos de roupas coloridas e destinados para crianças. Ao contrário dos gibis da EC, essas histórias nem todas eram belamente desenhadas, tinham roteiros pueris e maniqueístas, e personagens rasos como um pires.

Por outro lado, se criou uma lenda: No final dos anos 60, com a criação dos quadrinhos underground, que não circulavam nas bancas de revista, nem levavam o Comics Code na capa, os gibis da EC passaram a ser cultuados e vendidos a peso de ouro no “mercado negro” dos quadrinhos. Reimpressões piratas começaram a pipocar. Novos e fantásticos artistas, que cresceram lendo os gibis da EC agora mostravam seu trabalho, desafiando novamente o sistema.

O culto aos gibis de terror da EC chegou a tal ponto que nos anos 90 “A Cripta do Terror” se tornou uma série de TV, de grande sucesso, nos EUA.

Demorou-se muito tempo para Gaines receber as devidas homenagens que merece por sua contribuição para os quadrinhos. Talvez porque falar da sua história é revelar a sacanagem que as grandes editoras fizeram ao criar o Comics Code para ferrar com Gaines e prejudicando as próprias histórias em quadrinhos. A justiça tarda, mas não falha: Gaines está para se tornar o primeiro editor de quadrinhos a ganhar um filme sobre sua vida. Isso mesmo, afinal uma história tão incrível tem a maior cara de filme, não é mesmo?

Sua história está ganhando uma cinebiografia; com o título provisório de Mad Man, o longa está sendo rodado, com roteiro adaptado a partir do livro de Steven Otfinoski, “The mad world of William Gaines” O filme cobrirá a vida de Gaines do final dos anos 40 até a década de 50, quando corajosamente encarou a comissão do senado.


Última edição por Kio em Ter Mar 17, 2009 9:45 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Nano Falcão Ter Mar 17, 2009 9:34 am

Vou sugerir a criação de mais um subtitulo, acredito que isso estimule a leitura do pessoal. Subtitulos são um recurso que a gente usa no jornalismo pra disfarçar que um texto é grande; vocês sabem, tem gente que foge desse tipo de coisa.

O novo subtítulo seria "A Caça as Bruxas". Ele deve ser inserido antes do seguinte parágrafo:

"A EC incomodava, por isso, não só os seus concorrentes, mas as autoridades, os jornalistas e políticos conservadores. Enquanto os EUA fabricavam bombas nucleares, enforcavam negros e perseguiam comunistas pelo simples fato deles exercerem o seu direito de livre pensar sendo comunistas, muitos meios de comunicação haviam se rendido as autoridades, com medo de serem também taxadas de comunas e perderem o seu público."
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FARRAZINE # 11 - TEXTOS E REVISÕES **Lar da Maravilha Mascarada** Empty Re: FARRAZINE # 11 - TEXTOS E REVISÕES **Lar da Maravilha Mascarada**

Mensagem por Kio Ter Mar 17, 2009 9:46 am

Nano Falcão escreveu:Vou sugerir a criação de mais um subtitulo, acredito que isso estimule a leitura do pessoal. Subtitulos são um recurso que a gente usa no jornalismo pra disfarçar que um texto é grande; vocês sabem, tem gente que foge desse tipo de coisa.

O novo subtítulo seria "A Caça as Bruxas". Ele deve ser inserido antes do seguinte parágrafo:

"A EC incomodava, por isso, não só os seus concorrentes, mas as autoridades, os jornalistas e políticos conservadores. Enquanto os EUA fabricavam bombas nucleares, enforcavam negros e perseguiam comunistas pelo simples fato deles exercerem o seu direito de livre pensar sendo comunistas, muitos meios de comunicação haviam se rendido as autoridades, com medo de serem também taxadas de comunas e perderem o seu público."

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Mensagem por Rodrigo! Ter Mar 17, 2009 1:15 pm

Aluada me pediu um texto para revisar - ela tah bloqueada no trabalho pro forum - e eu mandei o do Godzilla, OK?
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Mensagem por Kio Ter Mar 17, 2009 1:21 pm

Rodrigo! escreveu:Aluada me pediu um texto para revisar - ela tah bloqueada no trabalho pro forum - e eu mandei o do Godzilla, OK?

Beleza. Smile
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Mensagem por jluismith Seg Mar 30, 2009 4:47 pm

A vinda da Garota-Esquilo!

Imagine que você é um personagem de quadrinhos. Boa, você é um personagem de quadrinhos, legal. E você foi criado pelo Steve Ditko, ok? Isso, o mesmo cara que criou o Homem-Aranha, o Questão, esses caras. Imagine que na sua primeira aparição você se junta ao Homem de Ferro pra derrotar um vilão. Legal, não? E aí vocês derrotam o Dr. Destino. Ótimo começo! Isso faz de você no mínimo um cara que começou bem nessa área. Aí você vai e dá uma surra no Mandarim, no Modok, no Terrax e em Thanos. Ah, e em Batroc, o Saltador, mas isso não tem tanta graça assim. Aí você derrota o Deadpool e ele passa a considerar você uma das maiores forças da Terral, junto com Thor, Homem de Ferro, essa galera. Isso te torna um peso pesado, hein? Um cara muito mau dentro do poderoso universo Marvel, não? Bem, na verdade isso te torna...a Garota-Esquilo.

Surgida em 1991 na revista Marvel Super Heroes Special Vol.2 #8, numa história criada e desenhada por Steve Ditko, com roteiro de Will Murray, Doreen Green é uma jovem mutante dotada de poderes que reproduzem as habilidades de um esquilo (Homem-Aranha, poderes de aranha, Homem-Formiga, poderes de formiga...realmente nós podíamos ter adivinhado essa...), como agilidade sobre-humana, garras retráteis, um rabo preênsil e a habilidade de se comunicar com esquilos, como seu primeiro mascote, Monkey Joe.

Em sua primeira aventura a jovem, então com 14 anos, decide emboscar o Homem de Ferro para pedir que ele a aceite como sua parceira-mirim, mas o herói metálico (que naquele dia estava sóbrio) recusa a proposta, sendo logo depois emboscado (era uma ótima tarde para emboscadas) pelo Dr. Destino, que o derrota, mas ignora a Garota-Esquilo, por não considerá-la uma ameaça. Engano do qual o pobre doutor se arrependeria logo depois, quando milhares de esquilos, comandados mentalmente por Doreen, entraram na nave de Destino enquanto ele sobrevoava uma floresta, destruindo os componentes da nave e derrotando o vilão, que não teve outro recurso além de libertar Tony Stark e fugir covardemente. Sim, o Dr. Destino fugiu covardemente de uma garota de 14 anos vestida de esquilo.

Após isso a heroína passou um bom tempo longe dos holofotes, voltando a ter destaque apenas quando se juntou aos Vingadores dos Grandes Lagos, grupo formado por heróis com poderes...não muito convencionais...como Flatman (uma espécie de Sr. Fantástico que estudou moda e tem o corpo todo plano) e Doorman (um cara cujo corpo serve como um portal e...sim, as pessoas entram nele... e não, não vamos dar detalhes sobre isso...). E a partir daí se preparem, pois as coisas começam a ficar estranhas. Sim, mais estranhas do que estavam até agora.

Logo após entrar para os VGL e fazer com que seu mascote, Monkey Joe, passe a ser considerado um membro efetivo do grupo, vê seu pobre animal de estimação ser assassinado por um criminoso fantasiado de Dr. Destino, que na verdade era um membro rejeitado dos VGL chamado Leather Boy e tinha um estranho fetiche com roupas de couro. Calma, ainda vai ficar mais estranho ainda.

Ela então consegue um novo mascote, Tippy Toe, e juntos eles derrotam Modok, Terrax e Thanos, sendo que o próprio Uatu, também conhecido como “O Vigia”, testemunha a derrota para garantir que aquele era o verdadeiro Thanos (e por que não seria?). Logo depois Dum Dum Dugan oferece a ela uma posição na Shield, que já a vinha observando durante anos, mas ela recusa, pois prefere continuar com os Vingadores dos Grandes Lagos, que nessa época haviam mudado seu nome para X-Men dos Grandes Lagos com medo de um processo por parte da Fundação Stark. Mas logo depois passaram a se chamar Campeões dos Grandes Lagos, após terem ganho um torneiro de poker envolvendo vários outros super-grupos . Viu? Eu disse que ficaria mais estranho...

Os CGL são atacados então por Deadpool, que estava tentando melhorar sua imagem com o governo na era pós-Guerra Civil predendo heróis não-registrados. Ele é então derrotado pela Garota-Esquilo, passando a considerá-la uma das grandes forças no mundo dos super-heróis. E também é informado de que o grupo já se encontrava registrado. Logo depois eles se unem para salvar o mundo de um plano maligno da IMA para seqüestrar um deus grego que tinha o poder de deixar todos os super-heróis bêbados, aceitam Deadpool como membro-reserva e mudam o nome do grupo para Iniciativa dos Grandes Lagos. Calma, já está acabando...

A próxima aventura de Doreen então foi uma viagem no tempo, para impedir que sua paixão platônica, Speedball, se transformasse em Penance. Após roubar uma máquina de viagem temporal do Dr. Destino, ela acabou indo parar no futuro, onde encontra uma versão alternativa do seu amor, mas não consegue convencê-lo a voltar no tempo, sendo na verdade convencida por um dos membros do seu grupo, o Sr. Imortal, a voltar até sua era para poder expulsar Deadpool da base da Iniciativa dos Grandes Lagos, onde ele havia decidido passar as férias. E é basicamente isso.

E por mais assustador e chocante que isso possa parecer, essa é, em linhas gerais, a cronologia da Garota-Esquilo nos quadrinhos. Possivelmente nascida como uma crítica ou uma piada de Ditko ao gênero de super-heróis, abandonada durante muito tempo no limbo dos quadrinhos e depois recuperada por Dan Slott para voltar ao seu posto de destaque no universo Marvel, sendo talvez um dos personagens mais bizarros da editora e com quase nenhum material publicado aqui no Brasil. Mas com certeza uma das pessoas que você gostaria de ter do seu lado se topasse com Galactus num beco escuro no meio da noite. Vida longa à Garota-Esquilo.


Quer saber mais sobre a Garota Esquilo? Deus, você tem um problema...mas aqui vão as principais edições:

Marvel Super Heroes Special Vol.2 #8: Primeira aparição

GLA #2: Se torna membro dos Vingadores dos Grandes Lagos

GLX-Mas Special #1: Derrota Modok

Deadpool/GLI: Summer Fun Spectacular#1: Basicamente todo o resto...

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Mensagem por jluismith Seg Mar 30, 2009 4:49 pm

Introdução para a Ilha de Lego

Um avião. Vários passageiros. Um vôo que nunca chega a seu destino. Uma ilha que desafia todas as regras da realidade. Homens com passados misteriosos, mulheres sedutoras e um gordinho engraçado ainda que meio mala as vezes. Mistérios, perguntas sem respostas e atores brasileiros que não duram nem uma temporada inteira. Essa é a ilha de Lost. Mas não é isso que você vai ver aqui. Aqui o mistério é mais assustador, os perigos são mais terríveis e todos os personagens tem as cabeças quadradas. Sim, esqueça tudo que você conhece, pois você não está a ilha de Lost...você está na...Ilha de Lego!
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Mensagem por Marcelo Soares Ter Mar 31, 2009 5:55 pm

IDÉIAS MATAM!
Por Marcelo Soares
Revisão: Aluada

Simplicidade, bons desenhos, linguagem cinematográfica, bom humor e uma história de tirar o fôlego do inicio ao fim, daquelas que lhe prendem a cada passada de página. Assim é Eu morro á meia noite de Kyle Baker [não confunda com Clive Barker, criador de Hellraiser], escritor e desenhista da elogiada fase do Homem-Borracha [nem adianta dar alô a Panini que eles não têm nem humor, infelizmente].

Na história, estamos na virada de 1999 para 2000, e temos toda a paranóia sobre o Bug do Milênio. Para Larry, definitivamente tudo estava para chegar ao fim mesmo, isso depois de ser abandonado pela namorada e tomar comprimidos para ter sucesso em um suicídio. Tudo ia “bem”: comprimidos tomados, carta suicida feita, então, de repente, o motivo do ato de morte bate na porta e se diz arrependida. A partir daí, o personagem passa por toda uma odisséia para conseguir não morrer. Tenta cuspir os comprimidos, mas não tem sucesso por conta de vários imprevistos, consegue auxilio por telefone de uma médica que lhe diz que se não vomitar o remédio até a meia-noite não teria mais volta. A corrida contra o tempo começa, saindo pelas ruas de Nova York, tentativa de assassinato no metrô, torta de uma “vôzinha”, explosões e atos heróicos. Uma história de amor bem estranha, mas por isso mesmo muito interessante.

O roteiro de Baker prende realmente o leitor, em alguns momentos vemos a narrativa como um roteiro técnico feito para o desenhista ou mesmo como se fosse um livro. Uma outra curiosidade é a falta de balões [os diálogos e recordatórios são em legendas, como nos quadrinhos antigos], o desenho em si é simplesmente fabuloso. O estilo é o já consagrado do autor: puxado para a animação infantil. A cada reviravolta da trama a tensão (colocada também na disposição de imagens e texto) vai aumentando, e a vontade de se ver a história animada na “tela grande” também. Particularmente, gosto de one-shots (histórias fechadas), acho que influenciado pelo costume de assistir curtas metragens, ver uma situação direta, com inicio, meio e fim (diferente da maioria das revistas periódicas da atualidade). Como diria um conhecido meu roteirista de cinema: “história curta é a piada pronta, aquela que é simples, direta, mas mesmo assim não é simplória, traz suas surpresas de uma forma interessante”.

Essa HQ faz parte de um projeto da linha Vertigo chamado V2K, que relata contos da virada do milênio, outra série relacionada a este projeto é 4 Horsemen, com os quatro cavaleiros modernos do Apocalipse. Além destes dois, existem Brave Old World (Admirável Mundo Velho) que conta uma história em que, em vez do ano virar para 2000, o tempo volta para 1900. E Pulp Fantastic, numa história surreal de um planeta comandado por fanáticos religiosos.

É sempre bom ver boas inovações nesse mundo já desgastado dos quadrinhos americanos. Como, infelizmente, mais uma vez a Vertigo no Brasil perdeu sua casa, acredito que tão cedo veremos essa obra prima nas bancas por aí. Mas, assim que puderem leiam ela, e vejam como idéias que aparentemente são simplórias, se bem tratadas podem se tornar algo de alta qualidade.
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Mensagem por Rodrigo! Sex Abr 03, 2009 9:34 am

Olha, Passe para Aluada revisar esse texto do Marcelo, OK? Ela continua bloqueada no trabalho...
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Mensagem por Kio Sex Abr 03, 2009 10:11 am

Rodrigo! escreveu:Olha, Passe para Aluada revisar esse texto do Marcelo, OK? Ela continua bloqueada no trabalho...

"Passe..." ou "Passei..."? scratch
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Mensagem por Kio Sex Abr 03, 2009 10:18 am

Texto: Nano
Diag.: Kio
1 página

Por onde anda?

Bill Mantlo

Os leitores de quadrinhos dos anos 80 com certeza devem lembrar do nome: Afinal era difícil ler uma história dos super-heróis da Marvel que ele não tenha escrito: Thor, Os Defensores, Homem de Ferro, Tropa Alfa, Homem-Aranha, Mestre do Kung Fu, Os Campeões, a lista é realmente extensa.
Mas BILL MANTLO é mais lembrado, sem dúvida, por sua longeva carreira à frente da revista do INCRÍVEL HULK e pela adaptação para os quadrinhos de personagens de brinquedo como Rom, Transformers e Os Micronautas.
O escritor ficou na revista do Hulk por cinco anos, e é de sua autoria sagas que até hoje estão na memória dos leitores brasileiros, justamente porque foi o momento de maior sucesso editorial de um gibi do Hulk no Brasil, em meado dos anos 80. Ele começou sua passagem colocando o Hulk a viajar pelo mundo, e assim apresentando diversos personagens internacionais da Marvel pelo caminho. Foi Mantlo também o primeiro autor a desafiar o status quo das histórias do gigante verde, fazendo com que a mente do cientista Bruce Banner dominasse a mente do monstro durante algum tempo, como também fez a criatura recuperar o controle e destruir Nova York, na espetacular edição de número 300 onde o Hulk enfrenta boa parte do Universo Marvel. Depois veio a famosa saga da Encruzilhada, a primeira vez que o Golias Esmeralda foi exilado da Terra, tendo aventuras em outros planetas.
Mantlo também criou personagens que até hoje estão nas páginas dos quadrinhos: Manto & Adaga, Tigre Branco, e o guaxinim espacial Rocket Rackoon, que hoje está na nova formação dos Desafiadores da Galáxia.
No entanto, o ponto alto da sua carreira foi a inventividade com que conseguiu criar revistas em quadrinhos baseadas em brinquedos. A série do ROM foi baseada num único bonequinho articulado. A partir dali, Mantlo criou um motivo para a aparência do personagem (ele não era um robô, mas um ciborgue), o que era aquela arma que ele carregava, quem eram seus inimigos, qual sua origem, e toda uma gama de personagens coadjuvantes. O sucesso de Rom durou além do boneco e sua revista ficou seis anos nas bancas americanas.
Outro triunfo foi a série cult Os Micronautas, que poucos brasileiros sabem, mas também foi baseada numa série de brinquedos. Aqui, o trabalho de Mantlo e do desenhista Michael Golden chegou a ser reconhecido com o prêmio Eagle de melhor novo gibi, do ano de 1979.
Por essas e outras, quando a Marvel conseguiu os direitos para lançar um gibi dos Transformers, é claro que o homem certo para o trabalho era Bill Mantlo, revista que os brasileiros também tiveram chance de conhecer através da Editora Abril.

Mas por onde anda Bill Mantlo? Porque os leitores nunca mais tiveram notícias dele?
Na verdade, Mantlo sempre escreveu quadrinhos como uma forma de pagar os estudos, e no final dos anos 80 se formou em direito, e se tornou defensor público no bairro do Bronx, em Nova York. Ele ainda escrevia alguns gibis, como os diálogos da mini-série Invasão, para a DC Comics.
Mas no ano de 1992 aconteceu uma tragédia: Mantlo foi atropelado, por um motorista que nunca foi identificado. Até hoje o escritor carrega as seqüelas daquele acidente e precisa de cuidados 24 horas por dia, estando internado numa casa de recuperação.
Em 2007 o cartunista David Yurkovich lançou um livro em sua homenagem: “Mantlo: Uma vida nos quadrinhos”, que também serviu para arrecadar dinheiro para bancar o tratamento que Bill necessita.
Realmente é triste o curso que a vida de Bill Mantlo tomou, mas os gibis que ele escreveu sempre vão estar presentes nas memórias dos fãs antigos e também novos, graças as coletâneas que a Marvel reimprime.
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Mensagem por Rodrigo! Sex Abr 03, 2009 11:05 am

Kio escreveu:
Rodrigo! escreveu:Olha, Passe para Aluada revisar esse texto do Marcelo, OK? Ela continua bloqueada no trabalho...

"Passe..." ou "Passei..."? scratch

Embarassed

PasseI, passeIII... Apenas um pequeno errinho de digitação... essas coisas acontecem - e é por isso que a gente tem revisão, correto? Razz
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Mensagem por snuckbinks Qui Abr 09, 2009 7:43 am

Texto: Rascunho - Alzir Alves
Diag.: Rascunho - Nívea
2 páginas

Entrevista com Edson Alves

O Rascunho vem a cada dia abrindo novos espaços para artistas que desejam ingressar no mundo das Hqs. E vislumbrando novas oportunidades de abertura no mercado, vem revelando novos talentos nesta área e viabilizando a inserção de novos nomes de artistas brasileiros na arte dos quadrinhos.
Em apenas um ano e seis meses de atividade no mercado, o Rascunho Studio já realizou trabalhos através dos seus artistas para várias editoras e autores nacional e internacional. Nossa missão é apresentar o melhor de cada novo artista ao mercado em geral e descobrir novos talhentos. Com o trabalho de agenciamento procuramos enfatizar aos artistas que o segredo para chegarem ao topo é a realização de trabalhos bem elaborados. E acima de tudo, trabalhar com profissionalismo.
Hoje o nosso artista convidade é o Edson Alves que ja esta no mercaedo internacional a mais de um Ano. O edson ja realisou varios trabalhos e projetos nacionais e atraves do Rascunho studio ele ja esta conquistando varios editores internacionais com seu trabalho.
Edson juntamente com o artista plástico chamado Matheus Veloso publicaram a edição "A Serpente do Fogo" foi baseada em um conto muito popular da região, contou com argumentos de Marcela Drummond, estudante de Belo Horizonte. A ediçao ficou concluída em 2001 com recursos proprios. Em 2004 Teve apoio da prefeitura de Petrolina que lançou o SIC - Sistema de Incentivo à Cultura. O projeto da revista foi aprovado e teve uma pequena tiragem de 2.000 cópias. Este foi o primeiro trabalho do selo Dimensão-HQ .



F&R: É um prazer conhece você Edson Sabemos que você esta há mais de um ano trabalhando para o mercado internacional agenciado pelo Rascunho. Como o Rascunho Studio chegou a lhe encontrar na cidade de Petrolina interior de Pernambuco? Risos! E como esta sendo essa experiência?

Ed:Petrolina é uma cidade bastante desenvolvida. Sugiro que a conheça!
Quando saí do meu ultimo emprego, em dezembro de 2007, resolvi tentar com meus desenhos novamente. Procurei por agências na internet, mas foi o Carlos Henry que me encontrou no Orkut e me convidou para fazer parte do time do Rascunho.
É uma experiência muito valorosa, pois marca o início da minha carreira internacional. É através do Rascunho que tenho aprendido a lidar com esse mercado extremamente competitivo. Existe uma grande diferença em fazer trabalhos autorais e desenhar para editoras no exterior.

F&R: Quais os trabalhos que você já realizou para o mercado internacional?

Ed: Fiz uma pequena história chamada The Married para a Orangutang Comics, C.H.E.S.S. Aliens Passage para o Ronin Studios, American Sinner. Tive uma experiência mal sucedida na Zenescope e agora estou fazendo uma nova história para o Ronin Studios.

F&R: Sabemos que você também realiza projetos com o selo Dimensão-HQ em sua cidade. Esse selo é para projetos autorais? Os participantes do selo também serve de apoio em seus trabalhos internacionais?

Ed: Sim, o selo Dimensão -HQ foi criado para acompanhar nossos trabalhos autorais. Os componentes são: Eu, meu irmão Ebson Alves, Marcelo Dantas e Peca. Ebson e Marcelo me ajudam bastante na arte-final dos trabalhos agenciados pelo Rascunho. Peca não desenha, mas escreve muito bem.

F&R: Vamos falar do nosso mercado nacional de quadrinhos. Você acha que realmente os desenhistas talentosos, assim como você, só tem oportunidade de trabalhar com desenho profissionalmente no exterior? Ou você vê oportunidades aqui no Brasil?

Ed: Eu vejo um potencial muito grande a ser explorado, o que acontece é que o mercado brasileiro não possui uma identidade como os americanos, europeus e japoneses. A maioria das idéias desenvolvidas por aqui é baseada nos comics americanos. Em minha opinião não dá certo! Precisamos desenvolver algo novo. Nossa cultura, lendas e a história do nosso país com seus grandes momentos e personalidades são uma grande fonte de inspiração.

F&R: Gostamos sempre de perguntar aos entrevistados, algumas dicas para auxiliar aos entrevistados, algumas dicas para auxiliar aos artistas iniciantes a chegar aonde você chegou.

Ed: Quando era garoto e ia as bancas comprar HQ, não tinha um personagem favorito. Escolhia minhas revistas pelos desenhos. As histórias sempre possuíam aquelas páginas-pôster que enchiam os meus olhos e me faziam levar a revista. Utilizem isso em seus testes! Façam desenhos que encham os olhos! Pense nos leitores, que são os verdadeiros clientes dessa indústria. Olhe para seu desenho e o avalie com sinceridade: se seu trabalho estivesse em banca você o compraria?
Porém, há um detalhe: quando se entra no mercado os prazos estabelecidos comprometem muito a qualidade do trabalho. Em geral, não estamos habituados a desenhar sob pressão de tempo, então pratiquem também a velocidade. Tentem concluir cada página em um dia.
Para narrativa, gosto muito de utilizar o cinema como estudo. Assistam a um bom filme prestando bastante atenção às cenas e seus momentos, closes, planos gerais, ângulos, enquadramento e fotografia. Narrativa de cinema tem tudo haver com quadrinhos e vice-versa. Gosto muito da fotografia do Tim Burton, dos ângulos de ação do Michael Bay, entre outros.
No mais é praticar mesmo.

F&R: Para concluir gostaríamos de saber com uma só palavra, como você descrever Edson Alves hoje e fique a vontade para os agradecimentos finais.

Ed: Determinação! Agradeço a vocês do FARRA Zine pelo espaço, a todos que compõe o Rascunho por acreditarem em meu trabalho, minha Família e amigos pelo apóio que sempre me deram e, acima de tudo, a Deus.
Um grande abraço a todos!
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Mensagem por Kio Seg Abr 13, 2009 3:35 pm

Texto: Von DEWS!
Diagr. Snuck
2 páginas

VENDO OS LEITORES... O PREÇO É VOCÊ QUE DÁ
Este texto se propõe ir contra a maré da ficção buscada normalmente, olhar aquele lado que está por trás de tudo e que dá o feedback para quem escreve... sim, queremos virar o espelho para refletir quem é o leitor atual, a nova geração de leitores que convive com as efemeridades e a velocidade do Século XXI, com a internet e suas atualizações frenéticas, com as milhares de possibilidades por segundo, com a “globalização dos sentidos”. Sim, este leitor não é mais o mesmo de vinte anos... de dez anos... ou mesmo de cinco anos atrás, e talvez, no futuro, esse leitor se renove a cada dia, a cada minuto.
É conhecido por todos que o advento da internet, das TVs a cabo com programação internacional e até mesmo a evolução dos telefones celulares e vídeo-games, tudo isso mudou a forma de enxergar a realidade, e principalmente das crianças nascidas nesse novo mundo da comunicação em massa.
A própria indústria cultural já vem observando isso há tempos e vem se adequando aos poucos às transformações dos novos tempos. E, claro, como tudo na vida, isso tem seus pontos positivos e negativos, vamos buscar traçar este parâmetro aqui, continue lendo, pois isto aqui é sobre você, Leitor.
Muitos se perguntam qual o “papel do papel” na modernidade, com tanta “interatividade visual” dos dias atuais, com todos os novos produtos que possibilitam termos uma mídia móvel cada vez mais barata e portátil. Muitos ainda dizem que o papel vai dar lugar ao LCD, ou alguma outra forma de tela para a leitura, e que e-books tomarão o lugar dos livros. Mas diferentemente da mudança do vinil para o CD e deste para o MP3, diferentemente da mudança do analógico para o digital, existe no homem um “apego” ao papel. Desde sua criação na China, por Cai Lun, um eunuco considerado o pai da fórmula de confecção do papel, e desde seu uso em forma de papiro no Egito até o uso que você fez hoje quando foi ao banheiro, esta fibra de origem vegetal vem acompanhando a humanidade e ainda é a principal forma de registro para o homem moderno. Esse apego que falo se constata na ânsia do homem de registrar fatos e guardá-los para o futuro, o animal homem tem essa necessidade de imprimir – num sentido mais antigo da palavra – suas sensações, memórias ou mesmo divagações num papel. Uma notícia relatada num jornal impresso tem mais valor que a contada num rádio ou TV, por quê? Por causa da materialidade que o papel possui, coisa que a tecnologia ainda não pôde atribuir à leitura digital. O contato físico ainda é uma exclusividade do papel.
Ainda...(?)
Mas voltando às vacas frias, é no papel que o leitor tem seus primeiros contatos com a alfabetização, é no papel que ele desenvolve seus primeiros rabiscos... mas a “ameaça digital” bate às nossas portas, pois cada vez menos jornais impressos são lidos, revistas são canceladas e se tornam apenas digitais – vimos isso há algum tempo com a revista PC Magazine, e mais recentemente com a Garota-Aranha da Marvel que após inúmeras fugas dos cancelamentos, agora migrou definitivamente para as HQ’s online.
Mas isso tudo apenas reflete o perfil do leitor moderno, aquele que escreve resumidamente, com milhares de abreviações; aquele que lê no máximo dois parágrafos, pois senão “cansa”; o mesmo que nunca leu um livro inteiro ou que prefere a versão cinematográfica para algumas famosas obras.
Bom, para onde caminha a leitura, senhor leitor? Fica essa pergunta aqui.
Pois nessa velocidade estática que a tecnologia traz, abre espaços para novos tipos de leitores. No que tange, por exemplo, os leitores de quadrinhos, que é onde se foca bastante essa publicação do Farrazine, os antigos (e hoje com maior poder aquisitivo que há 10 ou 15 anos) ainda se mantêm fiéis e buscam manter essa fidelidade, por vezes vociferando terríveis palavras contra o leitor recente, aquele que não vê problema nos scans e se dá bem com o “dialeto” usado em Orkut e MSN. Se por um lado os primeiros quase que sustentam a indústria dos quadrinhos (e do papel), os últimos são os que sustentam TODO o mercado, pois são eles que consomem essa tecnologia que se atualiza tão rapidamente e são eles também que geram outros leitores e/ou consumidores.
Como em quase tudo, é uma faca de dois gumes. Nunca se agrada a gregos e troianos, nem se tem tudo que quer ou se quer tudo que tem... apesar de quantos ditados populares puderem ilustrar essa situação, uma coisa é certa, o leitor mudou, a leitura mudou. Talvez a educação, com certeza a nacional, e talvez em parte, a mundial, ainda não se atualizou, pois a forma de ensino da leitura ou do hábito da leitura certamente não está se adequando aos padrões que vemos hoje em dia.
Este talvez seja o pior de toda essa história... a velocidade da informação gera leitores apressados e afoitos por novidades, o que gera uma leitura superficial e desatenciosa. E isso, mais para frente, pode trazer consequências desastrosas, pois a memória e a história se comprometem. O leitor moderno deixa de lado detalhes para se focar no todo, lê a manchete para não precisar ler a notícia, acaba julgando um livro pela capa e esquece o que leu.
Isso está comprovado pelos baixos índices de aprovação, e pelas conhecidas redações com pérolas linguísticas. Na realidade, isso é triste, pois o saber e o conhecimento – mesmo que um péssimo conhecimento – fica impresso (agora no sentido habitual da palavra), tudo aquilo que escrevemos fica, e é lido, e se essa leitura é fugaz, acaba se tornando um telefone sem-fio, no qual a informação se distorce e se perde, e o leitor do futuro vai ser o mais prejudicado, pois será um subproduto desse leitor relapso de hoje.
O que podemos fazer para modificar esse leitor de hoje? Sem tirá-lo da velocidade do mundo moderno, mas sem perdê-lo para a efemeridade do mesmo? Não dá para ir contra a corrente da tecnologia, mas também não podemos nos perder no fluxo da instantaneidade que advém dela. Ler é preciso, navegar (na net) também é preciso. Viver é que continua não sendo preciso.
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Mensagem por Mainardi Seg Abr 13, 2009 7:01 pm

Observação: Sem pedir para ninguém, já saí dando pitaco na diagramação. Cchei que ficaria interessante começar o texto com uma demonstração de como é difícil desenhar aquelas letras maravilhosas! Sei lá... acho que ficar legal! Ou não....

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ENTREVISTA COM LILIAN MITSUNAGA
Autor: José Alberto Brandão Pires - Palhastro
Introdução/revisão: Marcelo Mainardi
Diagramação: Alex Silva - Smackpot


FARRAZINE # 11 - TEXTOS E REVISÕES **Lar da Maravilha Mascarada** 13-1554538287T
Creio que essa desastrada tentativa serve para mostrar a importância do letreiramento em uma história em quadrinhos. E quando falamos nas letras que preenchem aqueles balões de diálogos e textos, aposto minha coleção do Batman que o primeiro nome que virá à mente do leitor é o de Lilian Mitsunaga. Ao menos na mente do leitor mais experiente, na falta de expressão melhor. (Não, isso não significa que você colocará as mãos na minha coleção do Batman).
Faça um teste: Escolha uma revista qualquer, lá no fundo do seu baú. Em algum lugar você vai achar o nome dela!

Há quase trinta anos trabalhando nesta área, Lilian é praticamente sinônimo de letreiramento. Essa arquiteta de formação começou a trabalhar na Editora Abril em 1980, na criação de letras para as revistas em quadrinhos da editora. Para se ter idéia; em um tempo em que o trabalho era completamente manual, com nanquim sobre vegetal, Lilian letreirou a primeira edição de Batman da Abril; a primeira edição de Conan; e mais toneladas e toneladas de outros títulos da editora.
Ainda hoje ela continua na área, através de seu estúdio Lua Azul, que faz trabalhos tanto para a Abril, como para a Conrad, Compania das Letras, entre outras.
A diferença é que hoje a experiência no uso do bom e velho nanquim, deu lugar ao uso talentoso de softwares.

E nesta edição, temos a honra de apresentar uma entrevista com esse ícone dos quadrinhos no Brasil. Entrevista esta conseguida na raça e na coragem (também conhecida como cara-de-pau) do colega Beto “Palhastro” Brandão Pires.

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Palhastro - Quero saber um monte de coisas! Mas só tenho algumas perguntas precipitadas. Se puder responder qualquer uma que seja...
Lilian Mitsunaga - Olá! Vamos lá. Vou responder algumas, ok?

P. - Seu nome completo.
L. M. - Lilian Toshimi Mitsunaga Farias

P. - Alguma HQ mudou a sua maneira de ver o mundo?
L. M. - Acho que nenhuma HQ poderia mudar a maneira de alguém ver o mundo, mas a somatória de tudo o que você ler durante a sua vida pode ajudar a compreender melhor as pessoas e as diferenças que nele existem. Cultura nunca é demais, seja ela em qualquer tipo de manifestação, inclusive os quadrinhos.

P. - Que artista mais influenciou a sua carreira?
L. M. - Acho que meus pais. Eles foram responsáveis pela minha educação e disciplina. Meu pai já é falecido, mas os dois pintaram quadros, aquarelas, retratos durante a vida toda e gosto de pensar que me espelhei neles. Talvez não seja a resposta que você esperava, mas nestes anos todos trabalhando com quadrinhos, não saberia apontar um quadrinista específico. Foram tantas revistas e, sinceramente, nunca parei pra pensar nisso. Não poderia esquecer minha irmã, Marli, uma arte-finalista de mão cheia e que me deu muitas dicas de quais penas usar para os trabalhos. Se alguém me influenciou, foi ela. Vivia dizendo pra eu fazer balões com peninha que ficavam mais bonitos e tal. Era verdade.

P. - Que HQ você mais lê?
L. M. - Sinceramente? A que eu estiver letreirando (risos). Bem, pra dizer a verdade, eu era consumista voraz de quadrinhos quando pequena. Aprendi a ler bem cedo e lia tudo o que caísse no meu colo, de fábulas dos Irmãos Grimm a HQs. Desde os 5 anos, lia Disney, as histórias do Mickey detetive, as grandes aventuras dos patos de Carl Barks (só mais tarde fui descobrir que eram dele as hqs que eu mais gostava), A Turma da Mônica e Super-Heróis. Meu irmão era sócio da biblioteca da cidade e me trazia sempre livros de histórias pra ler. O namorado da minha irmã mais velha fez uma pilha de quase um metro de altura com as revistas do Super-Homen, Superboy, Batman e trouxe pra eu ler nas minhas férias escolares. Eu lia tudo. A contradição é que, quando comecei a trabalhar com isso, parei de ler, por absoluta falta de tempo.

P. - Dê um exemplo de uma HQ muito boa mas desvalorizada.
L. M. - Não apontaria uma HQ, mas todos os artistas nacionais que precisam se desdobrar pra sobreviver.

P. - Cite uma HQ que frustrou suas melhores expectativas.
L. M. - A série Vagabond. Desenho fantástico que foi abandonada pelo autor.

P. - E um HQ surpreendente, ou seja, boa e pela qual você não dava nada.
L. M. - Que engraçado. Nunca me deparei com questionamentos desse tipo. Por pior que fosse uma HQ, eu sempre acho que tem seu mérito. Talvez por ser de uma geração que nasceu antes dos computadores, nunca menosprezei a arte de ninguém. Ainda mais porque sabia o quanto é difícil produzir arte a partir do nada. Uma idéia e um papel em branco. Isso é fantástico. Cabe a cada um escolher o que mais lhe agradar para ler. Criticar os outros é muito fácil, arregaçar as mangas e pôr mãos à obra é bem mais difícil.

P. - As HQ estão cheias de cenas marcantes. Cite algumas.
L. M. - Hmm... Vou citar alguns desenhistas que gosto: Frank Miller, Takehiko Inoue, Milo Manara, Schulz, Barks...

P. - Que boa HQ lhe fez mal, de tão perturbadora?
L. M. - Nenhuma.

P. - E que HQ mais a fez pensar?
L. M. - Todas te causam sensações. Alegria, tristeza, indignação. Mas eu gosto de HQ que me faça esquecer da realidade e embarcar num mundo de fantasia por alguns momentos, e pensar que existe solução pra qualquer problema. Se for pra ficar de baixo astral, eu dispenso.

P. - Quais artistas você leu e viu tudo?
L. M. - Acho que sempre fica alguma coisa que você não leu. E não dá pra comprar tudo. (risos)

P. - Existe algum artista com o qual você nunca perderia seu tempo?
L. M. - Acho que todos têm seu valor. Mas eu não curto HQs baixo astral. Tem quem curta e acho válido.

P. - Cite uma HQ que foi fundamental em sua formação, mesmo que hoje você não a considere tão boa como na época que leu.
L. M. - Quando eu era bem pequena, adorava ler Mickey; aquelas histórias de mistérios e aventuras. Não sei se foi isso que me fez gostar de livros, mas eu sempre adorei ler. Não tenho livro, nem HQ de cabeceira. Gosto de variedade.

P. - Uma HQ difícil, mas indispensável.
L. M. - Maus

P. - Uma HQ que começa muito bem e se perde no caminho.
L. M. - Vagabond... Literalmente.

P. - Uma HQ pior que o sua adaptação para as telas.
L. M. - Normalmente as adaptações deixam mais a desejar do que o contrário. Não acho que tenha algo melhor na tela do que nas publicações.

P. - Que HQ demolida pelos críticos você gostou?
L. M. - Não gosto de críticos. Cada um deve avaliar por si mesmo se gosta ou não de alguma coisa.

P. - Cite um vício literário e/ou de desenho que você considera abominável.
L. M. - Usar revista de mulheres nuas como referência para desenhar. Terrível.

P. - Tem algum página pessoal na Internet?
L. M. - Não. Deveria, né?

P. - Pratica ou já praticou atividades físicas?
L. M. - Gosto de caminhar. Quando era mais jovem, gostava de nadar.

P. - Gosta de livros? Está lendo algum?
L. M. - Sim. Gosto de romances. Acabei de ler A Montanha e o Rio. Agora estou lendo A Escolha da Dra. Cole, do Noah Gordon.

P. - E música? Televisão? Cinema? Teatro?
L. M. - Quem não gosta de música? Amo Beatles, Queen, Roy Orbison, Cold Play, Titãs, Paralamas... Gosto de rock... E de trilhas sonoras. Trabalho com a TV ligada o dia todo. Adoro cinema e teatro. Vou menos ao cinema e teatro do que gostaria, mas adoro ver filmes em casa. Assisto pelo menos um seriado ou filme por dia.

P. - Sabe cozinhar?
L. M. - Olha, o pessoal aqui não reclama. Eu me viro bem na cozinha.

P. - Trabalha em casa?
L. M. - Sim. Sempre. Evita o estresse de locomoção, principalmente em São Paulo, onde moro.

P. - Você coleciona HQ?
L. M. - Só tenho as que letreirei e letreiro. E olha que são muitas. Não tenho mais espaço físico pra guardar.

P. - Qual a sua escolaridade?
L. M. - Superior completo. Sou arquiteta formada pela FAUUSP.

P. - O que a levou a seguir esse caminho, se era isso que você queria; se era outra coisa, o que era?
L. M. - Na verdade, na época em que eu fazia faculdade (período integral), eu queria muito trabalhar e soube que na Abril tinha emprego com esquema freelancer. Daí, comecei a treinar letras em casa e levei pro editor ver. Ele gostou e estou aqui até hoje.
Não pensava em fazer isso pra sempre. Queria me formar em arquitetura e seguir a carreira, mas acabei gostando muito deste mundo de quadrinhos e fui ficando.

P. - Se sente realizada neste sentido?
L. M. - Totalmente. São quase 30 anos fazendo o que eu gosto.

P. - Tem ou já teve trabalhos (ofícios) diferentes paralelamente com o das letras?
L. M. - Trabalhei um ano e meio com arquitetura. Fiz muita colorização pro site da minha irmã e até arrisquei a fazer algumas coisas em flash. Adorei.

P. - Devido ao mercado editorial, em algum período de sua vida profissional, já passou por dificuldades?
L. M. - Vira e mexe tem crises no Brasil, não? Atualmente estamos enfrentando uma. Alguns projetos são engavetados, mas não posso me queixar. Dificuldades todo mundo tem.

P. - Quando os gibis estiveram mais em alta?
L. M. - Acho que na década de 80/90 até 2000, com o boom dos mangás. Hoje, acho que o mercado está mais retraído, mas existem muitas editoras. Acho que se vende o mesmo só que diluído em muitas publicações.

P. - Gostaria de nos contar alguma coisa? De acrescentar algo? De corrigir alguma coisa?
L. M. - Gostaria de agradecer pelas palavras bacanas que você me dirigiu e dizer que fiquei contente com a lembrança. Minha mensagem é: leiam muito; vejam muitos filmes, seriados; vão ao teatro, ao cinema, enfim. Usem o tempo pras coisas boas e sejam felizes.

P. - Eu penso em ser escritor desde os dez anos. Sempre li revistas em quadrinhos, e só na adolescência surgiu o meu verdadeiro amor pelos livros.
Por que razão você veio ao mundo?
É isso o que eu gostaria de saber de mim, por isso pergunto aos outros...
L. M. - Taí, uma boa pergunta. Acho que vim ao mundo pra trabalhar com quadrinhos e pra tentar fazer a diferença. Todos nós, não? Se conseguiu fazer uma pessoa feliz, já terá valido a pena.

P. - Lilian Mitsunaga, agradeço imensamente a sua atenção e educação!
L. M. - Eu que agradeço.

P. - Saúde e prosperidade!
L. M. - Vida longa e próspera (como diria um certo orelhudo)!
Desculpe por não responder tudo.
Beijos
Lilian
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FARRAZINE # 11 - TEXTOS E REVISÕES **Lar da Maravilha Mascarada** Empty Re: FARRAZINE # 11 - TEXTOS E REVISÕES **Lar da Maravilha Mascarada**

Mensagem por Kio Sex Abr 17, 2009 2:55 pm

Texto e diagramação: Nano
2 páginas


TÚNEL DO TEMPO

O que estava acontecendo há setenta, sessenta, cinquenta, quarenta, trinta, vinte, dez anos num mês de abril??? Embarque conosco na plataforma temporal do Doutor Destino e vamos dar uma olhada no Túnel do Tempo dos Quadrinhos!

1939 A revista Motion Picture Funnies Weekly #1 traz uma história de quatro páginas de um personagem que só seria oficialmente publicados meses depois: Namor, o príncipe submarino, criação do desenhista Bill Everett; Aparece o 1º número da revista “All American Comics”, publicação que traria as aventuras e a primeira aparição de personagens como o Lanterna Verde original (Alan Scott), Átomo, Dr. Meia-Noite, Tornado Vermelho e Sargon, o Feiticeiro.
1940 Um ano depois do Batman, a Detective Comics apresenta Robin, o menino prodígio! Criado pelo assistente de arte de Bob Kane, Jerry Robinson, o personagem daria início a moda dos sidekics (parceiros mirins); Alan Scott, o 1º Lanterna Verde, faz sua primeira aparição no número 16 da revista All American Comics;
1941 Ted Knigth dá início a vitoriosa tradição do STARMAN no número 61 da revista Adventure Comics. Cortesia de Gardner Fox e Jack Burnley; Quem disse que o Demolidor foi o primeiro herói cego? O DOUTOR MEIA NOITE surgiu no número 25 da revista All American Comics.
1942 Joe Simon e Jack Kirby após o sucesso de criar o Capitão América para a Timely são contratados pela National Comics para repetir o feito e apresentam a série Guardião & A Legião Jovem, no número 07 da Star Spangled Comics; Joe Simon & Jack Kirby apresentam Paul Kirk, o Caçador (Manhunter) no número 73 da Adventures Comics.
1943 O número 16 da revista BATMAN traz a primeira aparição de um eterno coadjuvante do Homem-Morcego: o mordomo Alfred Pernyworth. Feliz aniversário, Alfie!
1948 No número 247 da Adventures Comics, Superboy recebe uma visita do futuro. É a primeira aparição da Legião dos Superheróis, que em pouco tempo ganhou suas próprias aventuras, que continuam até hoje.
1950 Crime Patrol se torna Crypt of Terror, o grande clássico dos quadrinhos da EC Comics que polemizaram uma geração.
1951 A National Comics lança o primeiro número de Mystery in Space, embarcando na moda das histórias de Ficção Científica de então. A revista traria aventuras de personagens como Adam Strange, Gavião Negro, Space Rangers e Ultra, o multi-alien.
1961 O Superboy descobre a existência da Zona Fantasma, e dos criminosos lá exilados por seu pai. E de quebra conhece o nada amistoso General Zod e sua trupe. Adventures Comics nº 283.
1963 Em Fantastic Four nº 13 o Quarteto Fantástico enfrenta pela primeira vez o Fantasma Vermelho e seus macacos espaciais, além da primeira aparição de Uatu, o VIGIA.
1964 A Marvel Comics, em franca ascensão, lança seu mais novo gibi: DAREDEVIL: THE MAN WITH NO FEAR (algo como “Diabo Destemido: O homem sem medo). Escrito e criado pelo editor Stan Lee, a primeira edição foi desenhada por Bill Everett. O personagem é um marco na mitologia dos super-heróis americanos: afinal ele é um deficiente,e ele é cego! Primeira aparição de ENCANTOR, arqui-vilã/caso do Poderoso Thor em Journey into Mystery 103.
1965 O Barão Zemo da 2ª Guerra (pai do Barão Zemo atual) morre enfrentando o Capitão América em Avengers 15. E ele continua morto!
1966 Enchantress (no Brasil, Magia), atualmente Membro do Pacto das Sombras, faz sua estréia no gibi Strange Adventures 187.
1967 O Hulk finalmente encontra um monstro verde mais feio e tão forte quanto ele: O Abominável! A primeira aparição aconteceu no nº 90 da Tales to Astonish.
1968 A revista TALES OF SUSPENSE passa a se chamar CAPTAIN AMERICA a partir do seu número 100 e a revista TALES TO ASTONISH passa a se chamar THE INCREDIBLE HULK a partir do seu número 102; Com a falência da Charlton Comics, Steve Ditko procura trabalho na National Comics e cria O RASTEJANTE, para o número 73 da revista Showcase.
1970 Oliver Queen, o Arqueiro Verde, convence Hal Jordan, o Lanterna Verde, a questionar seu papel como policial galáctico e mantenedor da ordem, convidando-o para viajar com ele e descobrir “A verdadeira América”. É o início da lendária saga de Dennis O'Neil e Neald Adams em Green Lantern nº 76!
1971 A National Comics lança o primeiro número da revista Mister Miracle (Senhor Milagre) dando continuidade a saga do Quarto Mundo, de Jack Kirby.
1972 A Marvel lança o primeiro número de “A Tumba de Drácula”, adaptação para os quadrinhos das aventuras do vampiro mais famoso no mundo. A série apresentaria personagens como Blade e Hannibal King; ADAM WARLOCK faz sua estréia em Marvel Premiere 01, onde acontece também a primeira aparição da CONTRA-TERRA; 1972 A DC Comics passa a publicar a revista do TARZAN e Joe Kubert assume o persoangem, no que é considerada a sua melhor fase nos gibis.
1977 Raio Negro, o primeiro herói negro da DC Comics, faz sua estréia em sua própria revista.
1978 Jessica Drew, a MULHER-ARANHA, ganha sua própria revista mensal; O número 120 de Uncanny X-Men apresenta os primeiros e mais populares heróis do Canadá: A Tropa Alfa!
1979 Wendel Waughan, o herói cósmico conhecido como QUASAR, faz sua primeira aparição em The Incridible Hulk 234; Scott Lang se torna o 2º HOMEM-FORMIGA, no número 47 da revista Marvel Premiere; Primeira aparição do CLUBE DO INFERNO, na edição 132 de Uncanny X-men.
1981 Acontece a primeira aparição de Teresa Rourke Cassidy, a mutante Syrin, filha do X-Men Banshee, no número 37 da revista da Mulher-Aranha; Luke Cage e Punho de Ferro juntam forças numa mesma revista a partir do número 68 da revista Power Man que passa a se chamar “Power Man & Iron Fist”.
1982 Mar-Vell, o Capitão Marvel da Marvel, morre de câncer numa graphic novel escrita e desenhada por Jim Starlin.
1983 Scott Summers conhece MADELYNE PRYOR, o clone de Jean Grey, que se tornaria sua primeira esposa em Uncanny X-Men 168; Os OMEGA-MEN ganham sua primeira revista, que dura 38 edições.
1985 A Marvel Comics lança WEB OF SPIDER-MAN, a terceira revista mensal do Homem-Aranha nos Estados Unidos; A DC Comics lança o numero 01 de CRISE NAS INFINITAS TERRAS, uma maxi-série de doze edições que mudaria seu universo de personagens para sempre; Os fãs finalmente recebem o 12º e último número de CAMELOT 3000 publicados bimestralmente durante mais de dois anos.
1986 Batman sai da equipe que fundou em Batman & Outsiders nº 32.
1987 A primeira revista da LIGA DA JUSTIÇA DA AMÉRICA conhece o seu fim no número 261, com o massacre da chamada “Liga Detroit”. A chacina abriria as portas pro relançamento do titulo, com a fase humorística da dupla Keith Giffen e JMdeMatteis.
1988 A primeira encarnação do Cheque-Mate ganha sua própria revista. Durou 33 edições.
1989 A Liga da Justiça Internacional abre sua filial Européia. O time curiosamente só tem um herói europeu: Dimitri, o Soviete Supremo; Helena Bertinelli, a nova Caçadora, pós-crise, ganha sua revista mensal, que dura 19 edições.
1990 Após 36 edições, a revista do QUESTÃO pede água e é cancelada.
Abril de 1991 Na antologia "Dark Horse's Fifth Anniversary Special” Frank Miller apresenta sua nova série SIN CITY, com a saga de Marvin, um brutamonte usado como bode expiatório para uma série de assassinatos.
1991 O desenho animado do MONSTRO DO PÂNTANO faz sua estréia no canal da FOX. Com apenas 05 episódios, nem precisamos falar do sucesso que foi...
1993 Os EUA conhecem a maior criação de Dwayne McDuffie, logo em sua própria revista: Static nº 01 (no Brasil, SuperChoque); Superman retorna da Morte em Adventures of Superman 500, graças a intervenção do seu pai, Jonathan Kent, que após sofrer um ataque cardíaco impede que seu filho aceite morrer; A DC relança o personagem Wesley Doods, o Sandman Original, pelo recém-criado selo VERTIGO, com a revista SANDMAN MYSTERY TEATRE.
1994 Damage (no Brasil, Detonador) estréia logo de cara em sua própria revista.
1995 Sai o primeiro número da revista de IMPULSO, com o personagem Bart Allen, neto do Flash Barry Allen. A publicação durou 89 edições. Nem o Kid Flash chegou a ter uma revista própria! É lançado o primeiro número da revista PREACHER, considerada a obra prima da dupla Garth Ennis & Steve Dillon, para a DC/VERTIGO.
1996 A DC Comics lança HITMAN, outro gibi emblemático de GARTH ENNIS
1999 Sai a primeira edição de PLANETARY, a revista de Warren Ellis considerada sua obra prima, uma homenagem a cultura pop do século XX.
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Mensagem por Ricardo Andrade Sex Abr 17, 2009 9:40 pm

Ei, esse Túnel do Tempo é ótimo.
Ricardo Andrade
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não fez nada. Já estava assim quando ele chegou

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Mensagem por Nano Falcão Sex Abr 17, 2009 11:02 pm

Kio, agora que a diagramação está na mão de uma pessoa mais competente...

Eu acharia legal em algum lugar constar o subtitulo ou olho: "Aconteceu em Abril", pra ficar mais claro a proposta da seção.
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Mensagem por Kio Dom Abr 19, 2009 5:43 pm

Eu acrescento, Nano... mas não pretendo mexer na diagramação. Acho que tá bom assim. Smile
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